Presos Ao Passado escrita por Luciana Pereira


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam esse capitulo, vou tentar postar mais cedo, por haver mais gente online.
Lembrando que essa história vem como fosse a continuação de uns dos personagens de "Somos diferentes, mas nos amamos" e não é obrigado ler essa que citei. Só aviso pra quem ficar interessado em ler, ler antes do capitulo 6 dessa.



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Capitulo II

                          

Robert estava agora na janela da sala pensando na vida, era só isso que ele estava fazendo sempre, ele não gostava muito mais de sair de casa, as pessoas o olhavam de uma forma estranha, acusando-o, temendo-o ou até de raiva, ele sabia que merecia todos aqueles olhares, mas ás vezes dói saber que nada que ele faça pode mudar as opiniões das pessoas sobre ele.

Ele levantou o olhar reparando que pela primeira vez naquela semana a vizinha nova deixou a janela aberta, ele se ajeitou pra olhar melhor lá dentro e era um apartamento bem mobiliado, feminino também ele observou, mas as características eram únicas, parecendo que o apartamento dizia bastante da personalidade da dona dele, apesar que ele nunca a viu – pois ela nunca aparece na janela – lhe parecia uma pessoa bem legal.

Até que ele viu uma silhueta feminina vindo de um corredor com um pote na mão, ele sorriu vendo que finalmente veria o rosto da vizinha misteriosa, mas quando ela chegou ao campo de sua visão se surpreendeu vendo que ela tem o lado direito do rosto com queimaduras. Ele não sentiu nojo, ele só imaginou a dor de como elas se formaram no rosto dela.

“Ela é linda” ele pensou, dava pra ver pelo lado esquerdo que o rosto dela deveria ter sido lindo, mas ficou com a outra parte deformada pela queimadura. Agora ele entendeu porque ela estava tampando o rosto aquele dia e porque não abria as cortinas, tinha vergonha…

Seus pensamentos foram interrompidos assim que viu que ela o pegou a observando e com raiva foi até a janela fechando a cortina bruscamente e ele se sentiu um fofoqueiro. Pelo visto não mudou os seus defeitos, ele riu por um instante e se calou arrependido.

Não devia ficar rindo só porque a vizinha o pegou a observando no meio da noite, na verdade qualquer rapaz faria isso se tivesse uma vizinha bonita. Então passou pela sua mente o motivo dela ter fechado com raiva, ela não gostou dele observando o seu rosto…

Daniella foi até o banheiro batendo o pé e se olhou no espelho, se arrependendo amargamente de ter aberto as cortinas aquela noite, e logo aquele vizinho que a viu. Ela passou a mão por cima das queimadura que tinham a poucos meses parado de lhe causar dores.

Lembrou de como as adquiriu, onde sua irmã mais nova morreu e ela saiu com queimaduras em quase todo corpo e a parte mais afetada foi o lado esquerdo do corpo.

Ela resolveu não lembrar dessas coisas, era como abri mais buracos em seu coração assim que lembrava e que nunca iriam fechados, ela fechou os olhos segurando  as lágrimas que queimavam seus olhos. Então ela resolveu não ser covarde, ela tinha que agi como qualquer pessoa normal, devia procurar um emprego e ter sua própria independência, provar a seus pais que ela continua a mesma ou pelo menos um pouco do que restou dela.

Ela foi pro quarto já colocando o celular pra desperta-la bem cedo, ela ia procurar na padaria ali perto um trabalho, onde no caminho ela viu um cartazinho colado no lado de fora da parede do local.

De manhã o despertador tocou e ela se remexeu na cama se arrependendo de ter colocado pra despertar, mas logo se lembrou do por que. Ela levantou da cama e foi até a janela abrindo um pouquinho a cortina e sentindo os olhos arderem, depois quando se acostumou com a claridade, viu que a janela do quarto do vizinho bisbilhoteiro estava aberta e ele estava se arrumando, provavelmente pra se encontrar com aquela loira de novo, ela imaginou rolando os olhos.

Achou melhor não ficar vigiando a vida dos outros, como outros e ir logo tomar um belo de um banho, pois provavelmente seu dia seria difícil, atura olhares de nojo e até mesmo de medo de crianças era difícil e doloroso, também tinha certeza que não conseguiria, “quem ia contratar alguém deformado pra trabalhar em uma padaria?” ela se deprimiu.

Logo estava na rua com uma roupa que não deixava exposto seu corpo, colocou um lenço florido e usou um guarda-chuva como sombrinha pra protegê-la do Sol, pois ela não podia pegar muito Sol. Depois de uma boa caminhada ela entrou na padaria.

- O Jake e Guy conversaram bastante ontem à noite, assunto de homens – ela ouviu uma garota nova de cabelos negros e gravida falando divertida com sua amiga.

- Bom dia – falou à moça que trabalha lá a olhando esquisito.

- Bom dia, eu gostaria de saber sobre a vaga que abriu pra trabalhar aqui – Daniella falou com dificuldade.

- Hm… - a moça apareceu ficar confusa do que a diria – Vou falar com o dono, um minuto – disse desviando o olhar do rosto da Daniella.

- Bom dia – falou uma voz do lado da Daniella e ela olhou pro lado vendo que era o vizinho bisbilhoteiro.

- Bom dia – falou a outra atendente sorridente – O que quer Robert? – perguntou ela olhando com se não confiasse muito no vizinho que se chama Robert pelo visto.

- A promoção de pão e uma garrafa de vodca – ele pediu e depois olhou pro lado, vendo que a vizinha misteriosa estava do seu lado – Você que se mudou pro prédio da frente né? – ele perguntou mostrando pouco interesse, pelo menos ele queria.

- Sim, Daniella – ela disse sem jeito, ela não imaginava que depois do que ele viu ontem, se ele a visse falaria com ela.

- Robert – ele esticou a mão direita pra um aperto, ela olhou se perguntando se esticava a sua ou não – Não sou contagioso – ele disse com um sorriso frio formado nos lábios, ela esticou a mão que estava enrugada por causa da queimadura e ele apertou normalmente, por um tempo demorado. Logo após separarem as mãos, ela ficou o olhando curiosa, fazia tanto tempo que ninguém agia normalmente com ela.

- Aqui a promoção do pão e sua garrafa de vodca – a atendente cortando a troca de olhares e olhou de um para o outro de uma forma estranha, mas a Daniella estava acostumada, assim como Robert, a serem julgados pelo passado e pelo o que se tornaram.

- Obrigado – ele pegou e pagou a moça – Foi um prazer conhece-la Daniella – ele sorriu indo embora, quando ele saiu ficou preocupado se ela reparou que a atendente olhou pra ele temendo o que poderia acontecer. Desde do que aconteceu o pessoal da cidade acham que ele vai fazer mal a qualquer garota que ele parecer conversando ou até mesmo diferente como Daniella e ele odiava aquilo tudo.

- Oi – Daniella viu a atendente que a atendeu voltando de onde foi com um sorriso forçado e nervosa – Bom… É n-na-não t-tem vagas ma-ma-mais – ela reparou de cara que era uma grande mentira.

- Entendo – Daniella deu um sorriso forçado e controlando pra não desabar por causa de um simples emprego – Fique bem – Daniella virou pra ir pra casa, foi caminhando rapidamente, queria logo mergulhasse debaixo do seu edredom e torce pra que tivesse morrido naquele incêndio que não fosse sua querida irmã.

Até que depois ela estava correndo com as lágrimas queimando os seus olhos e ela dizendo a si mesma que não devia ser tão fraca, foi quando ela sentiu sendo envolvida por um abraço, foi tudo tão rápido que ela percebeu que estava quase atravessando a rua sem o sinal está fechado e os carros passavam em alta velocidade.

- O que aconteceu? – ela ouviu a voz do vizinho bisbilhoteiro – O que aconteceu que a fez chora? – ele perguntou novamente levantando o rosto dela.

- Nada de importante – ela respondeu se separando dele e enxugando as lágrimas.

- Acho que se fosse nada de importante você não estaria chorando – ele respondeu um pouco rude.

- Você não tem que achar nada e pare de se meter na vida dos outros – ela gritou com ele.

- Tem razão eu não tenho que achar nada, já devia ter aprendido que não devia de se meter na vida dos outros – ele olhou o relógio sem paciência e o sinal se abriu, ele atravessou sem nem olhar pra trás.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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