– Acho que está na hora de você tentar um plano B. - Disse Mutano enquanto ria de Robin.

– Ah, é? E o que você sugere? - A ideia não era tão absurda, Robin tinha noção disso, mas mesmo assim, não fazia ideia do que tentar.

– Hey, eu só estava brincando, não faço a menor ideia do que possa te ajudar agora, cara. - Mutano saía da sala.

Robin tinha total consciência de que amava Estelar, e de que sempre amou, na verdade. Sabia que um dia sem um sorriso dela, um olhar inocente ou uma conversa sobre Tamaran, não era a mesma coisa, deixava-o deprimido.

Sempre teve vontade de tocá-la, mas sabia que isso seria errado, porque não sabia como ela iria reagir. Tinha medo que talvez ela nunca mais o olhasse na cara, e ele preferiria à morte do que isso.

Robin passou a tarde pensando em um plano B. Mas, qual seria seu plano B? Cantar uma música brega para ela? Dançar valsa com ela? Se humilhar na frente de todos? Nada parecia com a Estelar.

Estava perdido. Precisava de ajuda, mas quem o ajudaria? Uma menina, claro, mas quem? E então, viu Ravena passando pelo corredor até a cozinha, ela iria tomar o seu chá.

Ravena parou de preparar seu chá quando Robin ficou parado em sua frente. Por que sentia que isso não ía ser legal?

– Preciso da sua ajuda! - Suplicou Robin. Nunca vira Robin tão desesperado. Isso era um marco na história dos Titãs, ele pedindo ajuda a Ravena por estar apaixonado. Ravena riria disso, se não fosse trágico.

– Com a Estelar? - Ele balançou a cabeça confirmando. - O que te faz pensar que eu sei como te ajudar?

– Não vou pedir ajuda ao Ciborgue e muito menos para o Mutano. Você é minha única esperança.

– Certo. - Ela suspirou. - Do que você precisa exatamente?

– Acho que de tudo. Não sei como as mulheres funcionam. - Ele sentou à mesa e bufou.

– Você conhece a Estelar, talvez melhor do que eu. - Ela sentou de frente para Robin. - Com certeza deve saber que, a Estelar é uma garota meiga, que o simples a cativa. Não precisa de flores, bilhetes e nem nada. Seja sincero com ela, ela entenderá.

– Mas eu já pedi uma chance. - Ravena, com certeza, se lembraria o resto da vida, o dia em que viu Robin assim, tão indefeso e perdido.

– Pedir uma chance é diferente de ser sincero e contar sobre todos os seus sentimentos. - Ela cruzou as mãos sobre a mesa.

Robin parou para pensar e finalmente entendeu. Se endireitou na cadeira, como se estivesse jogando a pose de "garoto perdido" para bem longe. Agora ele estava agindo com o Robin da máscara novamente.

Olhou para Ravena por um bom tempo, como se agradecesse. Ela entendeu. O silêncio para nenhum dos dois era perturbador, muito pelo ao contrário, era reconfortante. Eles aprenderam com o silêncio e isso, com certeza, os tornava até bem próximos. Eles se entendiam pelo silêncio.

– Estou te devendo uma. - Ele levantou e saiu.

Ravena voltou a preparar seu chá, e quando virou para a mesa de novo, lá estava Mutano, com o cotovelo apoiado na cadeira.

– E aí? - Sorriu mostrando todos os seus dentes brilhantes.

– Não vou fazer nada para você comer. - Disse Ravena enquanto sentava na cadeira, de novo.

– Por que sempre pensa que sou um morto de fome? - Mutano agora fingia estar ofendido.

– Por que você é?! - Ela se fez de confusa.

– Às vezes é legal sorrir para as pessoas que a gente gosta. - Disse ele, enquanto abria a geladeira.

Ravena sentiu-se feliz, seu coração bateu mais rápido e só não deu para ver a coloração avermelhada de suas bochechas porque colocou o capuz. Tudo isso porque ele deu a entender que ela era uma pessoa de quem ele gostava. Se sentia boba por isso.

Ravena sabia que sentia algo por seu colega verde de time, e isso já fazia algum tempo. Mas lutava com todas as forças para isso acabar. Mas é um sentimento tão forte que, ele simplesmente insiste em ficar.

Não contaria para ele nunca, óbvio. Não era idiota de fazer uma coisa dessas. Imaginava mil e uma reações que ele teria, e nenhuma delas parecia algo bom.

Levantou da mesa, pegou seu chá e foi para seu quarto. Não sairia de lá tão cedo.

Mutano a olhou indo embora, e seu coração murchou.