Frank havia se acostumado em apenas um dia e pouco. O desespero por comodidade nos faz aceitar qualquer coisa que lhe pareça melhor que antes, mas o apartamento realmente era grande com uma vista muito boa. O final de outono tomava a paisagem de Washington tornando tudo muito frio e vazio, mas Frank não se importava, amava esta época do ano e qualquer coisa era melhor que Jersey. Iero foi até a sacada observar a paisagem e se perdeu naquela imensidão de cidade e o vento cortante e gelado em sua face o levava a outro lugar, bem longe da terra, o levava para dentro de si mesmo, nas profundezas dos sentimentos. Ele sentia tranquilidade e segurança, dor, mas esta era afagada com a ideia que o amor verdadeiro é para vida inteira, e se tivesse que ser, definitivamente seria.

-Como você está? - Linda perguntou ao se aproximar devagar do filho, que não tinha notado a presença da mesma. Frank abriu os olhos, até então mergulhados em si mesmo e sorriu para ela. -Vivo. - Ele respondeu rindo e abraçando a mãe logo depois. - Estou vivendo.

-Isso é bom, querido. Quer mesmo ficar? - ela perguntou com dor no coração, acabara de voltar de cinco meses em outro continente, porém a decisão era de Frank. O menor pegou as mãos da mãe e sussurrou um "sim" carinhoso, a mesma assentiu e os dois ficaram ali, juntos.

Michele teve fortes contrações e decidiram leva-la ao hospital. Um dia antes da data, nasceu o mais novo membro da familia. Era um menino e Brian decidiu o chamar de Frank, em homenagem ao pai e também, ao irmão.

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Uma semana se passara e era o dia da volta de Linda, todos a acompanharam até o aeroporto, até mesmo o bebezinho.

-Qualquer ajuda que quiser com ele, lige para mim! Pais de primeira viagem precisam de ajuda! - Linda ordenou, abraçando os filhos, a nora e os netinhos.

Frank passou a estudar por um curso on-line, o último bimestre estava em seu fim, e então nem importava tanto, apenas o diploma, afinal, ele precisava ajudar com o bebê, fora uma das condições de vir para Washington.

Linda chegou em Nova Jersey com uma surpresa, Gerard a esperava no sagão do aeroporto. A mulher, surpreendida, acenou ao menino que veio em sua direção. Gerard tentou falar, mas antes disso, ela o cumprimentou com um abraço, para a surpresa e o alivio de Way.

-Frank está bem. - ela disse passando a mão no rosto pálido do maior.

Ele acentiu dando um sorriso.

-Era tudo o que eu queria. - ele declarou honestamente.

Linda contou-lhe do bilhete e entregou-o para Way, que apenas guardou no bolso e agradeceu a mulher.

-De nada, meu anjo. - Gerard virou as costas - Ah, Gerard!"O verdadeiro amor não tem final feliz, porque o amor verdadeiro nunca acaba"

O menino voltou abraçou novamente a mulher, oferecendo uma carona. A viagem até a casa de Frank foi silenciosa, mas Gerard pediu que Linda recitasse a frase novamente e ele apenas anotou em seu caderno de conspirações, a muito não usado. Eles se despediram e o maior seguiu para sua casa, deixando o bilhete de Frank pendurado, com um imã, em seu quadro. Mikey perguntou se ele não ia ao menos ver.

-Por enquanto não. Não faço a minima ideia do que ele pode ter escrito, no entanto um dia descobrirei. Não tenho força alguma pra ler as palavras dele agora, não agora e também não sei quando lerei. - Gerard suspirou e o menino saiu do quarto. Way retornou ao seu conto. Era quase uma sátira ao Pequeno Principe, de Antoine de Saint-Exupéry. Depois de horas adentro da madrugada com ideias e mais conspirações, o menino dormiu.

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Linda havia notificado ao filho que entregara o bilhete á Way, mas nada aconteceu, nem uma ligação, uma mensagem, um fora. Talvez assim que teria de ser, cada um para o seu lado. Frank sentiu uma pontada de ódio, aquele ódio antigo, lá da escola. Ódio por Way ser tão estupido, tão lerdo e tão idiota, como ele mesmo acusara ser a uns 8 meses atrás. Saudades. Frank terminou a música que a muito não escrevia e a nomeou de Attention Reader.

" I pray for peace of mind, I beg for a brand new life, I pray for a second chance; And the strength"