Frank continuou chorando em seu canto e apenas ouviu a arrancada do carro de Way, Linda subiu desesperada e o menor se jogou nos braços da mãe, Iero chorava alto, mas Linda decidiu perguntar o que houve.

-Ele – deu uma pausa – pediu um tempo e eu acho que, acabei terminando. Quem se importa? Palhaço. E eu dez vezes mais palhaço de ter confiado nos sentimentos dele – Frank berrava em meio das lágrimas.

-Meu anjo, você está nervoso. – Linda acariciou os cabelos do filho – Olhe, trouxe uma água com açúcar.

Frank bebeu todo o liquido deitando-se no colo da mãe novamente tornando a chorar até ir se acalmando e dormindo. Linda só deixou o menino quando teve certeza que o pequeno estava totalmente em sono e saiu deixando-o descansar. Brian chegou com a esposa de Nova York e ela compartilhou com eles o acontecimento, dizendo que o pequeno estava muito abalado. Brian tomou a decisão de conversar com o irmão e sentou-se ao lado do pequeno corpo encolhido na cama esperando que ele acordasse naturalmente, o que levou quase uma hora, pois Iero sentiu a perna do irmão enquanto se mexia. Frank fez uma careta de sono e dor e o irmão assentiu.

-Eu sei o quanto é difícil. – ele declarou e Frank se levantou abraçando o maior

-Não, você entende que é difícil , mas o que eu estou sentindo, você não sabe irmão...

-Eu sei como é perder o primeiro namorado... a...Tanto faz... Você me entendeu. Você demora um tempo Frankie, mas tudo se tranquiliza depois, ele não é...

-O amor da minha vida? – Frank bufou e negou com a cabeça – Oh sim, ele é. Eu senti irmão, eu senti.

-Todos sentimos – disse o maior – é sempre a mesma coisa, a gente não vê motivos para o fim, acha que tudo é perfeito, são lições Frankie, você vai aprender.

-São muitas lições num curto espaço de tempo pro meu gosto, eu o amo Brian, eu juro, como nunca vou amar ninguém e nós, nós fomos feitos um pro outro, eu sei, mas... Merda, tudo é tão difícil. – Frank voltou a chorar em silêncio.

-Ah, não, pare de chorar. Se lamentar tudo bem, mas chorar por um homem é sacanagem – Brian riu, fazendo o irmão rir junto.

-Obrigado, você é muito legal. – Frank disse irônico.

-Quero te animar, te ver assim é ruim.

-Eu sei, mas tenho que tirar esse tempo para mim. Obrigado, mesmo, por tudo. Eu te amo irmão.

Brian sorriu e assentiu se retirando do cômodo. Frank deitou novamente na cama e encarou a escuridão do quarto. Fechou os olhos para recordar os últimos momentos com Gerard, as palavras ditas e conclusões, doía, e doía pra caralho. Way não iria voltar para ele, não por agora e só de imaginar o “nunca mais” seu corpo se encolhia mais e mais debaixo da grossa coberta que o esquentava. Iero buscou as mais doces memórias com Gerard, sentindo-se novamente nas nuvens, era como se tudo ficasse mais leve e mais fácil, ele sentia uma pontada no coração, qualquer poeta diria que era a flecha da esperança, mas ele quis encarar como a realidade, eles deveriam ficar juntos, mas não estavam. Ele olhou para o relógio que ganhou de seu irmão quando o mesmo se mudara, era antigo e fazia o tic-tac que agora tanto apavorava o menor. Tudo questão de tempo, o que era o tempo mesmo? Era o senhor da razão e senhor da vida, e tudo dependia dele. Iero pediu baixinho para dormir e com o tempo o sono e a dor de cabeça o levaram para a paz momentânea.