Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 72
Capítulo 7 - Último Suspiro, Primeiro Beijo


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo que eu disse. Um pouco atrasado, é verdade, mas aí está. E espero que tenha ficado bom :)
Não se preocupem, eu vou responder todos os comentários, ok? Mas não agora...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205228/chapter/72

_James! Eu vou te matar! – foi possível ouvir a ameaça, mesmo que eles estivessem na sala comunal e a voz viesse do dormitório masculino do sétimo ano. Remus tirou os olhos de um livro e voltou-se para James, que agora tentava abafar o riso.

_ Que foi que você fez? – perguntou Pam, murmurando “Malfeito feito” e guardando o Mapa do Maroto rapidamente para que ninguém pudesse vê-lo. Os cinco estavam agora se preparando para irem para a Casa dos Gritos para a primeira lua-cheia do mês e a garota queria ter certeza de que não encontrariam ninguém que não devia estar nos corredores e que poderia acabar com tudo.

_Isso, Felina, você vai ter que esperar para ver. – James disse respondendo à pergunta dela. A garota franziu a testa, esperando ansiosa, mas sem demonstrar, que Sirius descesse as escadas.

O barulho de passos na escola logo pôde ser ouvido.

_Eu te mato! – Sirius continuava gritando, e agora tinha atraído a atenção de todos o que estavam no Salão Comunal. – Eu juro que te mato, seu… Seu… Seu viado chifrudo!

Apesar de não deixar de ser verdade, quem não sabia sobre as transformações deles, nunca entenderia o sentido real das palavras, o que normalmente teria deixado James irritadíssimo, mas no momento, tudo o que ele podia fazer era rir, igual às outras pessoas, que também pareciam segurar o riso.

_Como eu vou conseguir sair com as garotas assim? – ele perguntou, aproximando-se de Sirius. – Com isso na cabeça? – gritou, apontando para os próprios cabelos.

_Não está tão ruim assim, Sirius… - começou Peter, mas ele próprio estava a ponto de rir.

_Tá brincando? – Pam ria em alto e bom som. – Tá parecendo um pufoso! – ela gritou.

_James, você tem muito a explicar… - ele virou para o outro em sua fúria e irritação.

Mas, James ria demais para que pudesse dizer qualquer coisa. O cabelo de Sirius, “o lustroso, negro e macio cabelo dele”, como diziam as garota de seu fã-clube, agora mais parecia o pelo amassado de um animal. Tanto pelo fato de que ele provavelmente ainda não o penteara depois que tinha ficado um tempo deitado na cama, tanto pelo fato de que ele tinha assumido uma cor roxa berrante.

E Sirius parecia a ponto de pular na jugular de James. Era inadmissível que o amigo tivesse feito isso com ele! Talvez a pior parte fora quando ele tentou inutilmente retirar o feitiço, até que percebeu que de nada adiantava.

Cabelo, garotas e fama eram coisas que estavam intimamente ligados para Sirius.

E estava preocupadíssimo com o que Lucinda diria quando o visse daquele jeito. Ia rir dele, é claro. Todos os sonserinos iriam. Ia fazer papel de bobo na frente de todo mundo… Que belo exemplo de responsabilidade esse que o monitor-chefe acabara de demonstrar…

Sirius pensou em Lily e no que ela acharia disse. Vivia dizendo que só não saia com James porque ele ficava azarando as pessoas por aí. Ela ia ficar muito brava… Talvez Sirius pudesse pagar a James na mesma moeda. Apesar de saber que aquela já era a vingança que ele tinha prometido por ter beijado Lily.

Mas, ao contrário disso, quando identificou Lily na multidão que os rodeava agora, a ruiva estava rindo discretamente, parecendo pouco interessado em acabar com a confusão.

Obrigado, Evans. Pensou Sirius. Vou me lembrar disso mais tarde.

Por fim, irado e percebendo que estava atraindo mais atenção para si e seu cabelo do que realmente gostaria no momento, Sirius subiu as escadas de volta para o dormitório masculino e ficou trancado lá até que os amigos finalmente subiram para lhe avisar que já estava na hora de irem para a Casa dos Gritos e que Remus já estava lá.

Meio contrariado, mas sabendo que o amigo precisava de ajuda, Sirius entrou debaixo da capa da invisibilidade na companhia dos outros três. A capa não era grande o bastante para caberem os quatro de baixo dela. E, se já no quarto ano eles não cabiam todos juntos, no sétimo a situação era deplorável.

A solução era mais fácil do que pode parecer. Peter e Pam se transformavam, por serem os menores animais, e enquanto Rabicho ficava no ombro de James, Felina descansava no colo de Sirius.

Enquanto eles andavam, tomando o cuidado de não deixar os pés para fora da capa e fazer o menor barulho possível, já que a capa não impossibilitava os outros de lhes ouvir, acabaram encontrando alguém que eles não esperavam no corredor.

A maldita Madame Nor-r-ra olhava para eles como se pudesse ver pela capa da invisibilidade e soubesse exatamente que eles estavam ali. James cochichou alguma coisa para Sirius e o garoto sorriu, concordando.

James saiu rapidamente da capa da invisibilidade, colocando Rabicho no ombro de Sirius e o deixando os outros embaixo da capa.

Madame Nor-r-ra olhou para ele tranquilamente e como normalmente ela só deixava os alunos em paz se eles lhe dessem uma guloseima, foi exatamente o que James fez desta vez.

Só que não era qualquer doce. Era um diabinho de pimenta que James comprara na última vizinha a Hogsmeade.

A gata pareceu bem por alguns momentos, antes de finalmente sair gritando e miando, a boca em chamas.

James se apressou para debaixo da capa da invisibilidade, rindo, e eles continuaram o caminho antes que Filch chegasse e pudesse esbarrar neles ou pior, descobrir a capa.

Não importa o que aconteceu depois. O que importa é que desde aquele dia Madame Nor-r-ra não aceitou mais comida nenhum dos alunos de Hogwarts, correndo antes disso para chamar Filch assim que os via saindo um dedinho da linha.

E a isso os alunos de Hogwarts deviam aos Marotos, mesmo que nunca fossem saber.

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

Quando eles finalmente chegaram à Casa dos Gritos, Remus estava em pânico. Faltava muito pouco para sua transformação e os amigos ainda não tinham chegado. Acho que eles tinham sido pegos e que tudo estava acabado. Apesar de dizer ser contra as transformações em animagos e tudo aquilo, não conseguia sentir remorso depois da lua-cheia, enquanto planejavam o que fariam da próxima vez e riam do que tinha acontecido. O fato era que ter os amigos por perto nesses momentos tão difícil o tornava mais humano…

Não demorou muito para que a transformação começasse. Tiraram tempo apenas o suficiente para tranquilizarem o amigo antes de Remus cair no chão em agonia.

Sempre era difícil para James, Pam, Peter e Sirius acompanharem a transição de Remus. Mas cada um estava ali pelo outro. O silêncio da noite de Hogsmeade fora interrompido por gritos de dor de Remus.

_Aguente firme! – gritou Sirius. Por mais que fosse rotina estar perto de Remus nessas noites difíceis, nenhum deles não se cansava em repetir a mesma dose de ajuda todas às vezes. Era por isso que todos invejavam a amizade do quinteto nos corredores de Hogwarts. Não importava a situação, estavam juntos. Essa seria mais uma noite que provava a força e a amizade que um tinha pelo outro. Eles se distanciaram, pois a transformação estava chegando ao fim e logo Remus perderia a consciência.

Os olhos de James encontraram o de Sirius. Bastava esse olhar para um entender o que o outro queria dizer: ficariam ali até o fim da transição pelo amigo. Até o último uivo de dor ir embora.

O lobo surgiu no lugar de Remus e foi só então que os outros quatro assumiram suas formas animagas. O cão que Sirius se transformava desta vez com os pelos tão roxos quanto seu cabelo. No começo o lobisomem urrou e arranhou, tentando sair dali, mas por fim viu aqueles olhos tão amigos e familiares e se acalmou.

Tinham combinado aquela noite que iriam até os terrenos de Hogwarts a fim de ver se o lobisomem conseguia passar pela passagem nas estufas. E foi do que Pontas e Almofadinhas se encarregaram, enquanto Felina e Rabicho corriam a frente, vendo se o caminho estava livre para eles passarem…

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

Depois de uma semana de noites mal dormidas, os marotos costumavam matar as aulas da tarde do dia em que Remus voltava e descavam no dormitório masculino, e não era nada fora do normal que eles acabassem dormindo, Pam normalmente se revessando entre a cama de Remus, Sirius ou mesmo a desocupada de Frank.

E, aproveitando que os amigos já dormiam profundamente, ele saiu do dormitório e foi até a sala comunal, onde ficou observando Lily estudar para as N.I.E.M.s como ela fazia com cada vez mais frequência. Tudo bem o que ainda ia demorar muito para as tão importantes provas, mas ela preferia começar a estudar agora e estudar um pouco de cada vez, do que fazer igual à maioria das pessoas e deixar toda a matéria para as vésperas da prova.

Já fazia um tempo que James via a garota sentada no sofá vermelho, lendo incansavelmente, mas ainda não tivera coragem de se aproximar para falar com ela. Na verdade, deste o primeiro encontro dele, não tinha se falado mais do que o necessário.

Por fim, e sem aguentar a agonia de ter que esperar ela fazer alguma coisa, James se aproximou e a cumprimentou.

_Oi, Lily! – disse. – Tudo bem?

_Oi, Jay. – a garota disse, colocando o livro de lado. – Tudo ótimo, e você?

_Ótimo também. Eu estava apenas pensando… - ele colocou as mãos nos bolsos e olhou para algum lugar distante. – Que talvez fosse gostaria de ir lá fora comigo. Está fazendo um dia bonito demais para ficar estudando aqui dentro.

Não era verdade. Estava um dia escuro, nublado e feio. Quase como um daqueles morros todos pichados que era comum encontrar nas maiores cidades trouxas, nos bairros mais pobres.

Lily olhou para fora, para as nuvens muitas nuvens no céu, que muito embora dessem ao dia um ar sombrio e escuro, eram claras como algodão. Ela percebeu a mesma coisa que James alguns minutos antes. Era um péssimo dia para se aventurar para fora do castelo. Parecia que podia chover a qualquer momento.

Ela sorriu enquanto percebia o que ele realmente queria.

_Tem certeza de que quer ir mesmo? – perguntou, mas ela própria teria dado outra sugestão se ele tivesse concordado com ela. Estava mesmo com vontade de abandonar um pouco o livro de Transfigurações.

James assentiu. Não havia outra coisa que quisesse mais do que dar uma volta com Lily no momento, aproveitando que os amigos estavam dormindo e não podiam vê-lo e mais tarde tirar sarro, ou mesmo estragar o encontro.

_Se você tem tanta certeza…

Lily se sentou e andou ao lado de James até o retrato da Mulher Gorda. Passaram por ela e continuaram andando, seguindo até a parte de fora do castelo. Os dois estavam andando lado a lado, conversando, nada demais.

James ouviu um barulho atrás de vi e virou para ver se era alguém, mas não conseguiu ver ninguém e achou que estava imaginando coisas.

_Por que você beijou a Pam? – perguntou Lily, parecendo infeliz, e continuou, quando ele pareceu não entender. – Por que você beijou a Pam naquele jogo? Pensei que gostasse de mim…

_Ah! – ele disse, finalmente entendendo. – Eu só beijei a Pam porque a garrafa caiu voltada para ela. Não foi nada demais. E foi só um selinho. Ela é como uma irmã para mim, não poderia ter feito mais do que isso mesmo… O ruim mesmo foi você se agarrando com o Sirius…

_Eu só o agarrei porque você beijou a Pam. Eu fiquei com ciúmes. Queria que você ficasse com ciúmes também…

_Ah, você ficou com ciúmes? – ele perguntou, apesar de já ter ouvido que sim.

Ela assentiu.

_Então vamos igualar as coisas… - e James parou, pegando queixo dela e a puxando para si, dando-se um beijo rápido nos lábios. – Gostou?

_Gostei… - ela disse, fechando os olhos.

E, diante da aprovação da menina, James se inclinou para mais um beijo e desta vez ele demorou um pouquinho mais, mas foi um beijo casto como o primeiro.

Eles ouviram alguns passos perto deles, mas procuraram ignorar enquanto continuavam naquele beijo calmo. Já verdade, só pararam de se beijar quando ouviram a voz magicamente ampliada de Remus:

_Senhoras e senhores, vocês acabaram de presenciar um dos dois beijou mais esperados de Hogwarts!

Lily e James continuaram abraçados, mas afastaram os lábios e riram enquanto viam Remus em cima de uma pedra usando o feitiço Sonorus e Dory, Alice, Frank, Lene, Pam, Peter e Sirius ao lado dele no chão, olhando para o beijo dos amigos e sorrindo.

Foi a vez de Sirius subir em uma pedra, mas não a mesma que Remus, uma ao lado daquela, e, também usando o Sonorus, disse:

_E qual o outro beijo, Aluado? Você e a lula-gigante?

_Não! – continuou o outro, a voz ainda nas alturas. – Eu estava pensando em você e na Felina!

Por um momento Sirius e Pam pareceram constrangidos, olhou de um para o outro, mas então Pam sorriu e também murmurando Sonorus, ela brincou:

_Ha! Muito engraçado, Aluado! Até parece que eu seria capaz de beijar um cachorro sarnento como ele!

Todos riram com isso, até mesmo Sirius, apesar de seu riso ser falso e por dentro estar um pouco magoado com o que Pam falara.

Ela nunca beijaria um cachorro sarnento como ele…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, e queria agradecer a todos que foram pelo menos dar uma olhada no livro da Carol, A Lenda dos Cristais.
Ah, e ela foi entrevistada por uma jornalista do A Tribuna, um jornal do Espírito Santos, e a entrevista deve sair no jornal semana que vem.
BBK,
Cassie