Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 5
Capítulo 5 - Aprontando com o Ranhoso


Notas iniciais do capítulo

Gente, é o seguinte. Minha beta me abandonou e eu quero saber se alguem quer fazer isso para mim. Se alguém se hábilitar, é só mandar uma MP para mim. Obrigada pela compreensão.



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            No dia seguinte Pam não perdeu tempo e assim que viu que as outras tinham deixado o quarto, se levantou rápido, se arrumou e pegou um pergaminho onde escreveu:

            Mãe,

           As coisas estão ótimas por aqui. Não pretendo escrever muitas cartas, já estou avisando, mas eu realmente preciso saber uma coisa e agradeceria se você não demorasse muito para me responder. Isso é muito importante.
                Onde é mesmo aquela passagem que você me contou que papai e você ficavam se beijando? Isso é realmente muito importante, eu preciso saber exatamente onde é. E se você tiver mais qualquer informação sobre outras passagens secretas eu agradeceria imensamente.

           Bom, como estão as coisas? Como eu já disse está tudo ótimo por aqui. Por favor, não faça perguntas. Sirius achou uma passagem secreta e James quer achar outras. Não sei no que isso vai dar. Continuo brigada com Lily, Alice, Lene e Dory.

           O papai vai passar o Natal em casa? Por que se ele não for, acho que vou ficar aqui para fazer companhia para o Sirius que vai ficar.

            Sinto não poder escrever mais nada, mas estou meio atrasada para a primeira aula.

Saudades,

            Pam

           Levando a carta consigo e imaginando entregá-la a Athena na primeira oportunidade de ir ao Corujal, Pam desceu correndo as escadas e, como normalmente, encontrou James, Sirius, Peter e Lupin, esperando por ela.

            _Demorou mais do o habitual desta vez. – comentou James enquanto passavam pelo quadro da mulher gorda. 
                      _Pensamos que tivesse morrido. – disse Lupin.

            _ E se eu tivesse? E se eu tivesse tropeçado, batido a cabeça e estivesse sangrando no chão, entre a vida e a morte? – perguntou ela.

            _Bom, você não pode nos culpar. O Sirius tentou subir umas dez vezes, mas toda a vez que tentava, as escadas se transformavam em rampas e não dava para subir.

           _É, - Lupin concordou com James. – Está escrito em Hogwarts, uma História, os fundadores confiavam mais nas meninas que nos meninos, por isso você pode subir para o nosso dormitório a hora que quiser e nós não.

           Pam sorriu quando os outros pareceram mal-humorados.

            Os cinco amigos foram até o salão principal, tomaram o café da manhã as pressas e foram para a aula de Feitiços.

            Entraram depressa e ocuparam seus lugar, o mais perto um do outro possível. O reduzido professor Flitwick entrou na sala, fez a chamada e então eles recomeçaram o trabalho de fazer penas flutuarem.

           Aquela era a segunda aula, mas ninguém tinha conseguido fazer sua pena flutuar ainda.

           _Estou te dizendo que eu não consigo! – disse Pam a Sirius, depois de um longo suspiro. – Isso é muito difícil! Wingardium Leviosa! – ordenou Pam, distraidamente.
                    Imediatamente sua pena começou a subir. O que deixou a menina muito espantada.

            _Olhem pessoal! A Srtª Porter conseguiu! – disse o professor batendo palmas. – Muito bom!

            A pena tocou o teto e ficou lá, lutando para ir mais para cima.

            _Mas… eu… eu… Eu não fiz…

            _Você não consegue, não é verdade? – disse Sirius, sorrindo e com os braços cruzados.

            Não demorou muito e eles viram outra pena começar a flutuar. Lily sorria de orelha a orelha e Dory e Lene olhavam impressionadas para a amiga.

           _ Não é difícil. – disse ela quando o professor a elogiou. – Até a Pamela conseguiu, então certamente eu conseguiria também!

            O que deixou Pam extremamente irritada e sua pena começou a descer, até parar em cima de sua cabeça.

            A morena estava vermelha até a raiz do cabelo enquanto olhavam Lily, furiosa.

            _Botão de Rosa? – chamou James. – Está tudo bem?

            _Não me chame assim! – explodiu ela.

~~*~~*~~*~~*~~*

            Severo estava indo para a Aula de Voo.

            Estava feliz por isso já seria aula dupla com a Grifinória, o que significava que ele teria aula com Lily.

            Voo não era a matéria favorita dele nem de longe. Além não ser muito bom, tinha que aturar os outros grifinórios. O que menos lhe agradava, era James Potter o chamando de Ranhoso o tempo todo.

            Severo o odiava. E ainda tinha aqueles amigos dele, Porter e Black, que sempre o apoiavam.

            Mas ele faria qualquer coisa, qualquer coisa, para ficar perto de Lily. E agüentaria tudo para poder ver ela feliz e sorrindo.

            O que também muito o irritava na aula de voo, era que Pamela e James eram excepcionalmente bons e Severo, sem tirar nem pôr, horrível; justamente o oposto do que era em Poções; em que ele e
Lily eram os primeiros da classe e Pamela e James faziam as coisas explodir a cada cinco minutos.

            Ele estava andando pelos corredores de Hogwarts quando avistou os cabelos acajus dela.

            _Lily! Lily! – ele a chamou, correndo para alcançá-la. – Lily! Lily! Espere!

            Ela se virou para trás e Severo pôde ver seu rosto perfeito. Suas duas amigas tinham virado também, mas ele só tinha olhos para a ruiva.

            _ Sev! – ela sorriu. E ele não conseguiu não sorrir também.

            Quando o garoto finalmente a alcançou, viu que ela devia estar saindo da aula de Feitiços e que várias outras pessoas também vinham saindo da sala.

            _Oi, Ranhoso! – Severo ouviu a voz particularmente arrogante de James. – O que você veio fazer aqui? Estava fugindo do xampu?

            Pamela, Sirius e Peter riram. Mas Lene, Dory, Lily e Remus não riram.

            _Isso não teve graça! – disse Lily, tomando as dores do amigo. – Você é um exibido, Potter, um idiota, um arrogante, um… um…

            _ Um tapado cego pelo próprio ego? – sugeriu Lene.

            Lily e Dory riram.

            James, porém, ficou vermelhíssimo.

            _ Escuta aqui, Marlene, você pode achar o que for, mas você não passa de uma estúpida! – gritou Pam, sacando a varinha, mas Sirius abaixou seu pulso antes que pudesse sequer pensar em um feitiço.

           _ Péssima ideia. – murmurou ele. – Professor Flitwick logo a frente.

            E de fato o reduzido professor, que caminhava no meio dos alunos, tinha passado despercebido pela garota.

            Severo sorriu, o que deixou Pam ainda mais irritada.

            _Gosta de sorrir? Não vai poder fazer mais isso depois que eu acabar com você! – e, mais uma vez, ela levantou a varinha.

            Mas, ela sentiu a varinha escapar-lhe entre os dedos. Lupin a tinha agarrado.

            Por um momento, ela ficou confusa, depois se voltou brava para o amigo.

           _Por que você pegou minha varinha? Quem lhe deu o direito de fazer isso? Me dê! Me dê minha varinha! – e ela tentou pegar a varinha dele, que a erguia cada vez mais no ar.

            _Isso mesmo, Lupin. – disse Severo. – Dê a varinha a ela, e vejamos o que ela pode fazer! – ele próprio sacando a sua própria.

           _ Não! – gritou Lily. – Não! Parem com isso! Vamos ganhar uma detenção se continuarmos assim. Parem com isso! – ela gritou ainda mais alto ao ver que Lene, Dory, James e Sirius tinham sacado as suas também. – Vem, vamos. Vamos para a Aula de Voo, vamos, venham. – disse ela, forçando os amigos a baixarem as varinhas e tentando os arrastar para fora.

            _ Sorte sua as garotas estarem aqui para te proteger, Ranhoso! – gritou James, pouco antes de Lily, Dory, Lene e Severo fazerem a curva e desaparecem.

           _ Me… dá… a… minha… varinha! – ofegou Pam, ainda pulando.

            Lupin devolveu-a para a amiga, que parecia ainda brava, mas satisfeita de estar de novo com sua varinha.

            _Escutem, acho melhor não arranjarmos encrenca! Isso não é bom para nenhum de nós! – disse Lupin, que de certa forma ainda não participara das travessuras com Sirius, Pam e James e ainda não tinha conseguido nenhuma detenção.

            _Ah! Dá um tempo, Lupin! Você viu como ele agiu! Viu como Ranhoso é um idiota e a tonta da Li…

            _Ele tem razão. – James interrompeu Pam. – Acho melhor não arranjarmos confusão.

            Os demais olharam confusos para ele.

            _Mas, James, você quem começou tudo! – disse Peter, com sua voz que parecia um guincho.

            _Eu sei, tá legal? Sei o que eu fiz. Mas eu errei. Acho que devemos focar nossas atenções nas passagens secretas.

            E o mundo tinha voltado a fazer sentido.

            Os cinco amigos começaram a andar, rumo a parte exterior da escola, onde teriam a aula de voo.

            _ E então? Algum progresso? – perguntou James.

            _ Nada. – Suspirou Sirius e os outros três concordaram com ele.

            _Infelizmente, eu também não consegui nada. – disse James, pensativo. – Já mandou a carta para a sua mãe, Pam?

            _ Ainda não. Mas eu já a escrevi. Assim que tiver algum tempo pretendo levar a carta para a Athena.

            _ Ótimo, mas não se demore. Sirius, eu não quero nenhuma brincadeira até termos achados todas as passagens. Nada, entendeu?  Detenções só irão atrapalhar tudo!

            Alguns dias se passaram e James ficou realmente obsessivo. O que já estava começando a irritar os outros. Pam tinha mandado a carta para a mãe, mas ainda não tinha recebido uma resposta e começara a ajudar Sirius na sua busca inútil por duas passagens para Hogsmeade,
uma tarefa da qual os dois já tinham desistido.

            James andava por todo o castelo, perguntando por passagens secretas a quadros e fantasmas, mas muitos não sabiam e alguns simplesmente respondiam “Se é secreta, por que eu contaria para você?” O que deixava o garoto muito irritado.

            Lupin na verdade não parecia estar se esforçando nada, mas James não tinha coragem de discutir com o amigo, visto que parecia mais abatido, cansado e doente a cada dia que se passava.

            Já com Peter era outra história. Ele realmente parecia estar se esforçando, mas não tinha talento nenhum, não tinha inteligência o suficiente e choramingava quando ficava frustrado, o que estava
começando a irritar Sirius seriamente.

            _O que você é? Um homem ou um rato? – gritou Sirius, quando viu o loiro agarrado a Queimado, soluçando em um dos cantos do dormitório, o que o fez chorar ainda mais alto._ Eu desisto! – disse o moreno bufando e indo se juntar a Pam na sala comunal, onde os dois começaram a conversar.

            _ O James está se tornando insuportável. – disse ela, colocando seu Profeta Diário de lado.

            _ Eu não estou agüentando é o Peter.

            _Estou preocupado com o Lupin. – disse Pam, encarando, séria, o amigo. – Ele parece estar ficando realmente doente. O que você acha que ele tem?

            _Não sei. Talvez uma doença fatal e ele esteja com os dias contáveis, o que você acha? – sorriu ele.

            _Não tem graça. Ele pode ter alguma coisa séria!

            _Não acho que tenha. Nada que a Madame Pomfrey não possa curar.

            _Lembra que da última vez ele foi para o St. Mungus? Estou preocupada.

            _Escute, se você quer realmente saber o que ele tem, por que não pergunta a ele?

            _Já tentei. Mas ele diz que não é nada, que logo vai ficar bem… Mas ele parece pior a cada dia… - ela suspirou. – Espero que ele fique bem…

           _ É, - disse Sirius, rolando os olhos. – Vamos torcer para o que o Lupin fique bom.

~~*~~*~~*~~*~~*~~

            No outro dia, Athena finalmente apareceu com a carta da Sra. Porter. A coruja das torres desceu sobre a mesa da Grifinória, com a carta no bico.

           _Ah, obrigada, Athena! – a coruja começou a morder seu dedo, pedindo comida. – Não tenho ratos mortos, você vai ter que ir até o corujal pegar alguma coisa.

            A coruja olhou para Pam e ela soube que a coruja estava irritada.

            _A culpa não minha! – exclamou. – Sinto muito mais eu não ando com ratos no meu bolso o tempo todo.

            Athena levantou voo, Peter olhava Pam, horrorizado. Ela deu de ombros.

           _ Não posso fazer nada. Ela é uma coruja!

           Cara Pam,

           Eu não faço ideia do que você pretende fazer e sei que vou me arrepender disso depois, mas…

            A passagem é no sexto andar e vai para o campo de quadribol. É perto da sala comunal da Corvinal, mas não acho que você conhece. Bom, é perto da Sala de Aritmância, em um quadro grande de um homem com peruca branca. O nome dele é Edgar Bell, o Ed. Você tem que dizer a senha que eu não qual é agora. Antes era “Abra os Olhos”. Mas se ele não quiser deixar você passar você só tem que fazer cócegas nele.

           Não conhece outras passagens, mas sei que Filch conhece.

            Papai vem sim no Natal. E ele disse que tem um presente para você. Não sei o que é.

            Se o Sirius for ficar sozinho, pode convidá-lo para vir passar o Natal conosco, não vejo por que não.

            Estou morrendo de saudades. Espero que esteja tudo bem aí. Aqui está tudo ótimo. Estou tendo mais trabalho no St. Mungus que o normal, mas tirando isso está tudo OK. Não se preocupe.

Te amo muito,

Mamãe


           As palavras da mãe fizeram o oposto do que ela pediu. Pam se desesperou. Sabia que alguma coisa ruim tinha acontecido. Nunca tinha visto a mãe usar um tom tão sério. E o último parágrafo deixou Pam realmente preocupa.

            _ Pam? Está tudo bem? – ela ouviu a voz de Lupin, mas a voz dele estava distante, como se pertencesse a outra vida.

           _Você está branca. O que aconteceu? – ela viu Sirius, com os seus cabelos que batiam nos ombros, mas ela não conseguia vê-lo direito.

            _Acho que ela vai desmaiar. Acham que é melhor levá-la para a enfermaria?

           _Eu… eu estou bem… é só que… - mas o choque ainda não tinha passado, ela sabia que as coisas não estavam nada bem. – Mamãe me mandou a resposta. Disse onde é a passagem. – disse ela, para desviar a atenção do próprio choque.

            _Legal! Onde é? – perguntou James, arrancando a carta da mão dela. Pam sabia que ele não perceberia o que a estava deixando preocupada, já que ele não conhecia a mãe dela.
                    Enquanto James lia a carta, Pam aproveitou para perguntar:

            _Quem vai ficar aqui no Natal?

            _Eu! – disse Sirius, com a boca cheia.

            _Eu também acho que vou. – disse James, por trás da carta. – Mas porque a pergunta?

            _Não, por nada, é só que minha mãe disse que se o Sirius fosse ficar sozinho, eu podia convidar ele, mas…

            Sirius, que tinha dado uma espiada na carta nas mãos de James, negou.

            _Não, seu pai vai estar lá e você disse que ele está no exterior e eu não quero ser um problema…

            _Não, imagina, você não seria incomodo nenhum, mas se o James vai ficar também…

            _Isso, o James vai ficar, eu vou ficar com ele. Mas e vocês? – disse Sirius, olhando para Lupin e Peter.

            _Vou para casa. – disse o último. – Mamãe quer que eu volte.

            _ Eu também. – disse Lupin. – Mas não acham que está muito cedo para discutir isso? Ainda nem foi o Dia das Bruxas!

            _Verdade. – concordou Pam.

           _ É isso! – gritou James, deixou a carta na mesa e saíram correndo.

            _Aonde ele vai? – perguntou Peter, curioso.

            _Provavelmente procurar a outra passagem. – comentou Pam, já menos preocupada.

            *~~*~~*~~*~~*~~*

            James encontrou o homem de peruca muito rápido, ele estava dormindo quando o garoto o encontrou.

            _Com licença? – ele disse, tentando acordar o quadro.

            O homem não acordou, ao contrário, começou a roncar mais alto.

             _ Acorde!

            O quadro acordou assustado.

            _Ah? Quê? Onde é o incêndio?

            _ Você é o Ed?

            _Prefiro Senhor Edgar Bell.

            _ Abra os Olhos! – exclamou James.

            _ Muito engraçado, mas a senha mudou ha uma semana.

           _E qual é agora?

            _Não vou falar.

            _ Ah, cara, por favor!

            _Não.

            James bufou e fez menção de ir embora, mas voltou e começou a fazer cócegas em Ed.

            Ele começou a rir e James disse:

           _ Eu só vou parar se você me deixar passar! Só se você me deixar passar!

            _N-não! Há há há há!

           _ Deixe-me passar!

            _ Não!

            _Então eu não vou parar!

            _ Tá, tá, tá bom! Há há há há! Eu deixo, eu deixo você entrar!

            James parou, satisfeito.

            O quadro virou para o lado e James entrou.

            _Obrigado, Ed!

            A passagem, que começava larga, ia diminuindo tá James se curvar para conseguir passar. Ele acendeu a varinha. Ficava cada vez mais escuro e James começou a se perguntar como os pais da Pam
conseguiam ficar se beijando ali.

            Então, de repente, a passagem se abriu. Ficou muito grande, era como um salão subterrâneo.

            Ele viu um lago de águas cristalinas que brilhava misteriosamente. Água escorria do teto para o lago e o barulho das gotas, caindo uma a uma, fazia um barulho tranqüilizador e relaxante. De repente, James começou a pensar em Lily e no seu maravilhoso cabelo ruivo escuro, que caiam em seus ombros de um modo encantador e a deixavam parecendo uma princesa. E seus olhos amendoados e de um verde intenso, os lábios, o nariz… Tudo, junto, combinava e a deixava linda, maravilhosa.

            James sacudiu a cabeça e parou de pensar nela, voltando a admirar o local onde se encontrava.

            “Nox” ele murmurou e a ponta de sua varinha se apagou. Deixando apenas o brilho do lago iluminar o local.

           Tudo lhe transmitia uma sensação de harmonia e paz delirante, que o faziam quer ficar ali.

            Caminhando devagar, perto do lago, ele se abaixou e colocou a mão nas suas águas. Eram quentes.

            Como se de repente tivesse levado um tapa, James se desfez do encanto do lago. Precisava ir até o final.

            Ele entrou por um túnel semelhante ao que acabara de passar e reacendeu a ponta da varinha.

           Continuou andando, até perceber que chegara ao final do túnel, e aparentemente não tinham saída.

            James começou a tatear, as escuras, a procura de alguma porta, alguma maçaneta invisível a seus olhos.

            Finalmente, quando levantou as mãos para o teto baixo, seus dedos agarraram a alça de um alçapão e ele o abriu, a claridade repentina fez seus olhos se fecharem e ele usou a mão, inutilmente, como forma de proteção.

           James saiu do túnel e, quando viu, estava perto do campo de Quadribol, a sua volta, se estendiam várias pedras imensas e quando ele fechou o alçapão, percebeu que este facilmente se confundia com o gramado, já que estava coberto de musgo.

            Saindo do meio das pedras, ele caminhou lentamente para o castelo, feliz por ter encontrado uma passagem secreta, mas já bem menos obsessivo do que antes.

            *~~*~~*~~*~~*~~*

            Pam, Sirius, Lupin e Peter estavam na aula de Transfigurações, tentando transformar uma caixinha em uma pequena
almofada. Pam achava que aquilo era a coisa mais difícil do mundo. Fazia aulas que fazia isso e até agora não tivera nenhuma melhora. Toda vez ela tinha mais dever de casa do que os outros.

            Sirius era perfeito, com duas ou três tentativas ele sempre conseguia fazer isso. E James não ficava atrás. Pam tinha certeza que eles eram os melhores da classe. Talvez (só talvez) Lily fosse um tantinho melhor do que eles.

            Mas, James não tinha voltado ainda. Tinha ido embora àquela hora no café da manhã e ainda não voltara.

            _Cara, onde foi o James? – disse Sirius, depois de um suspiro.

            _Eu não sei! Ele já devia ter voltado. – disse Pam, apoiando a cabeça na mão.

            É impossível! Concluiu Pam, tentando mais uma vez transformar sua caixinha. Mas, por mais que ela se esforçasse, nada acontecia.

            Sirius, por sua vez, parecia entediado, sua caixa tinha virado uma almofadinha com tanta facilidade, que a Professora McGonagall veio dar uma olhada.

            _Impressionante, Sr. Black. – disse enquanto pegava a almofada para olhar mais de perto. – Impressionante. Dez pontos para a Grifinória!

            Pam, ainda mais frustrada, afundou na cadeira, bufando.

            _Não fica assim, Pam! Eu posso te ajudar. É realmente muito fácil, você só precisa querer.

           _Fale isso por você…

            _É, isso é realmente difícil! – disse uma terceira voz.

            Peter estava tentando, mas também inutilmente. Parecia estar se esforçando realmente.

            Lupin tinha conseguido alguma coisa, embora não fosse nem de longe tão bom quanto Sirius. Sua caixa estava mais mole e macia.

            _ Gente, é sério! Estou começando a ficar preocupado com o James. Ele simplesmente sumiu! – disse Sirius.

            _ Não se preocupe. Ele vai aparecer logo. – garantiu-lhe Lupin.

            Mas James não pareceu na próxima aula. Nem na próxima e nem na seguinte. Na verdade, ele só voltou na hora do almoço.

            _Cara, onde você estava? – perguntou-lhe Sirius, quando viu o sorriso de orelha a orelha de James.

            _Eu? Bom, achei a passagem que a mãe da Pam falou. – ele disse. – E depois saí a procura de mais. E eu descobri que são sete passagens no total. E já conhecemos duas das sete. O que é um ótimo!

            Então James deu uma grande mordida em uma coxinha de galinha.

            Naquele tempinho que eles tinham depois do almoço, se sentaram embaixo da sombra da mesma árvore de sempre, que agora, estava perdendo consideravelmente as folhas, enquanto o outono ia avançando.

            James e Sirius começaram a contar piadas e a fazerem gracinhas enquanto os outros riram. Lupin, poderem, não ria, ele se sentou um pouco afastado do grupo e ficou olhando, distraído, as outras pessoas.

           Pam percebeu que o amigo não parecia nada bem e, devagar, se juntou a ele, se sentou ao seu lado, deixando Peter, Sirius e James se dobrando de tanto rir.

            _Está tudo bem?

            _ Está, é claro, tudo ótimo.

            _Porque não parece.

            Ele olhou para ela. Pam fitou seus bonitos, porém cansados, olhos cor de âmbar.

            _Estou só me sentindo um pouco fraco.

            _Também, você não comeu nada no almoço. E, além disso, sei que não é só por causa disso. Você parece doente. O que você tem?

            Lupin percebeu que a amiga tentava tirar a verdade dele. Seus olhos azuis pediam desesperadamente a verdade e, por um momento, ele achou que fosse falar mesmo tudo, que fosse desabafar tudo com ela.

           Então pensou no que poderia acontecer caso ela soubesse. Pensou em como aquele olhar preocupado e curioso ficaria assustado, talvez até apavorado, e como ela sairia correndo, como nunca mais iria falar com ele.

           _Não precisa se preocupar. Não tenho nada que represente perigo a minha vida.

            Ela, porém, não pareceu se convencer.

            _Remmy, por favor, fale a verdade, pode confiar em mim.

           _Remmy? – ele levantou uma sobrancelha enquanto sorria, divertido.

            _Remmy. – insistiu ela, também sorrindo.

            Os dois se encararam por alguns momentos, ele teve esperanças de que a pequena distração fizesse Pam desistir ou se esquecer de persistir no assunto anterior.

            _Mas então, pode falar para mim. O que você tem?

            Eu sou um lobisomem, a frase ficou engasgada na garganta dele, querendo sair.

            Ele pigarreou.

            _ Estou bem. Só um pouquinho preocupado. – disse ele, a mentira vindo a sua boca sem que ele percebesse. – Minha mãe está um pouco doente, e estou preocupado com ela.

            _Ah! – e finalmente Remus pode ver que ela acreditara.

            Ele se sentiu péssimo por ter mentido.

           _ Ela tem a saúde muito frágil, sabe?

            _Entendo…

            Coitado! Pensou Pam, se sentindo terrível pelo amigo. Primeiro ele fica doente, agora a mãe… Não me admira que esteja assim!

            Ela colocou a mão no ombro dele quando Lupin começava a encarar uma árvore, longe dali.

            _Aquele é o Salgueiro Lutador. – disse Pam, quando viu para onde o amigo olhava. _ É só uma muda, e as pessoas gostam de tentar tocá-lo. Você sabe, foi plantado esse ano, mas é capaz de mexer os galhos.

            Lupin soltou um suspiro triste. O Salgueiro Lutador não fora plantado naquele ano por uma mera coincidência. Fora plantado porque ele chegara ali.

            *~~*~~*~~*~~*~~*

            Sábado passou voando e no domingo, Pam, James, Lupin, Sirius e Peter se divertiram, aproveitando que não tinham aulas. Depois de uma partida animada de snap explosivo, em que James vencera, os cinco amigos foram para fora. James tinha parado de querer saber  desesperadamente onde eram as passagens secretas e Sirius tinha voltado a planejar travessuras, mas como não fazia nada havia um bom tempo, não tinha nada pronto ainda.

            Depois de um tempo, começou a ficar entediante estar sentado embaixo da faia, as piadas tinham acabado, Lupin pegara um livro para ler, James ficava lançando olhares para Lene, Dory, Alice e Lily sentadas perto do lago, Peter ficava olhando cada hora para um dos amigos e Sirius e Pam estavam simplesmente encarando o nada, tentando pensar em alguma coisa para fazer.

           Depois de longos minutos, os olhos de Pam brilharam de excitação e malícia ao ver uma figura saindo do castelo.

            Sua capa preta e verde esvoaçava atrás dele. Seu cabelo preto caia como uma cortina em seu rosto pálido. Ele lembrava muito um morcego.

            Pam cutucou Sirius.

            _ Que foi?

           Ela apontou com a cabeça para o garoto.

            Sirius sorriu.

            _Ranhoso.

           James, Sirius e Pam se levantaram quase ao mesmo tempo.

            _Vocês dois não vem?- perguntou o primeiro.

            _Não, não, vou ler meu livro e ficar longe de encrencas maiores. – disse Lupin, sem erguer os olhos.

            _Vou ficar com Lupin. – Peter sorria, mas não parecia ter coragem o suficiente para acompanhar os amigos.

           Pam deu de ombros.

            _Vão perder o melhor da festa…

            Os três garotos andaram em direção a Snape e chegaram até ele tanto depressa quanto poderiam ter feito o pequeno percurso, entrando na frente do sonserino.

            _Oi, Ranhoso! – saúdo-o Pam.

            O moreno enfiou a mão dentro das vestes, pegando a ponta da varinha.

            _Viemos terminar o que começamos outro dia, lembra?

            _Claro que lembro, Black. – e ele sacou a varinha.

           Instintivamente Pam e James sacaram as deles também, mas Sirius continuou parado.

           _Ah, acredite, você não vai querer fazer isso.

            _Não, Black? Por que não?

            _Porque, Ranhoso, desta vez você não tem a proteção das garotas…

            _Furnunculus! – gritou Severo, mas Sirius saiu da frente do feitiço, apanhando a própria varinha.

            _ Expelliarmus!

           _ Protego!

           E o feitiço ricocheteou, fazendo a varinha de Sirius voar de sua mão.

            _ Cara-de-lesma! – gritou Pam, mas Severo desviou.

           _Tarantallegra.

            E os pés de Pam começaram a dançar sem passar, indo de um lado para o outro, sem que ela conseguisse parar ou ao menos se equilibrar, e assim ela caiu no chão.

            _ Rictusempra! – gritou Sirius, que tinha recuperando a varinha, porém errou o alvo e um garoto do quinto ou sexto ano mais próximo começou a rir sem parar. – Finite. – murmurou ele, fazendo as pernas de Pam pararem de dançar.

            _Expelliarmus! – gritou James, entrando na frente dos amigos e dando tempo para Pam voltar a ficar de pé.

            Desta vez, a varinha de Snape voou longe e o garoto foi atrás dela.

            _Impedimenta!  – gritou Sirius, e Snape ficou tentando, em vão, chegar até a varinha.

            _Gás Fedorento. – disse Pam, que tinha ficado de pé.

            No momento que o jato de luz atingiu Snape, eles sentiram um cheio horrível, algo entre uma mistura de cheio de peixe, esgoto trouxa e chulé.

            Pam cobriu o nariz.

            _Eca!

            Sirius e James começaram a rir. Nesse ponto, eles já tinham chamado atenção de todo mundo que estava na parte de fora do castelo. E todos riram ao ver Snape em posição tão humilhante. Mas enquanto estavam distraídos rindo, o feitiço que impedia o sonserino de pegar a varinha se desfez e ele a apanhou.

            _ Everte Statum! – e antes que pudesse fazer qualquer coisa James estava voando no ar, enquanto dava piruetas e quando finalmente aterrissou no chão, tinha a perna caída em uma posição estranha.

            _Petrificus Totalus! – gritou Pam e Snape caiu duro no chão.

            _Boa, Pam! – disse Sirius, levantando a mão no ar e a garota bateu na mão dele, antes dos dois saírem correndo para ir ajudar o amigo caído no chão.

            Nesse momento, porém, a professora Sprout, que lecionava Herbologia, apareceu.

            Seu rosto tinha uma expressão furiosa tão grande que eles sabiam que estavam encrencados.

            _ O que vocês estão fazendo? – disse ela por trás de um vaso com uma planta estranha que tinha vários tentáculos.

            _Nós… bem… você sabe… - tentou justificar-se Pam, mas ela não conseguiu inventar nenhuma desculpa.

            ­A professora, horrorizada, colocou o vaso de plantas no chão e apanhou a varinha, a apontou para Snape e murmurou o contra feitiço; depois apontou a varinha para o garoto do quinto ano, que ainda estava rindo e de imediato ele parou.

            _Porque vocês estavam duelando? – perguntou ela, enquanto o garoto de cabelos pretos se levantava.

            _Nós… - começou Sirius.

            _Foi culpa deles! – gritou Snape no momento em que se pôs de pé. – Eles três me atacaram e…

            _Vejo que você revidou, Sr. Snape. – disse a professora Sprout, calma. – Ou o Sr. Potter não estaria jogado no chão. E… argh!… que cheiro horrível! – disse enquanto cobria o nariz com a mão. – Os quatro terão detenções. Mas agora sugiro que vocês dois levem o Sr. Potter para a enfermaria. E você tome um banho. – acrescentou ela para Snape.

            _Mas professora! Eu já disse que foram eles. Eles que fizeram isso! O Potter, o Black e a Porter! Estou lhe dizendo, não foi culpa minha!

            Mas a Professora Sprout tinha pegado seu vaso e estava longe demais para ouviu os protestos distantes do garoto.

            Pam e Sirius ajudaram James a ficar de pé, ficando um de cada lado do amigo. Não demorou muito e Remus, Peter e Lily vieram ajudar seus respectivos amigos.

            _ Galera, o que vocês fizeram foi demais! – exclamou Peter, com sua voz aguda.

            James sorriu.

            _ Eu sei! Demos uma lição nele, não? Vai pensar duas vezes antes de se meter com a gente de novo.

            _ Eu acho que vocês devem é ter enlouquecido. – sussurrou Lupin. – Podiam ter se metido em encrenca pior!

            _ Ah! Dá um tempo, Lupin! – disse Sirius, divertido. – Isso foi demais! Viram a cara dele quando a Pam lançou aquele feitiço do gás fedorento?

            Pam abafou uma risada.

            _É, mas não foi nada legal quando Severo lançou aquele feitiço dançando nela, não é mesmo? – disse Lupin, sério.

            Os cinco amigos estavam caminhando rumo a enfermaria quando tiveram a passagem bloqueada.

            _Eu não vou admitir isso! – disse a garota, seus cabelos acaju caindo nos ombro. – Vocês ficam atacando o Sev sem motivo nenhum! Vocês são uns arrogantes e metidos!

            _Ah! Poupe seu fôlego, Evans. Berrar assim feito louca não vai mudar o fato de você e o Snape serem perdedores. – disse Pam, rolando os olhos.

            _E ele também não é nenhum santo, Evans. – disse James. – Ele também lançou tantos feitiços quanto nós. – ele deu uma breve olhada para a perna machucada. – E agora, se você nos dá licença…

            Os cinco amigos passaram por ela e quando estavam passando pela porta, ouviram o último grito de Lily.

            _ Três contra um, uma covardia!

            _ A culpa não é nossa que os amigos do Ranhoso são medrosos demais para ajudar ele. – disse Sirius, displicentemente.

            Pam, James e Peter riram.

            Depois de Pam e Sirius deixarem James sobre os cuidados da Madame Pomfrey, que expulsou os outros de lá, os quatro amigos voltaram para a sala comunal.

            _Vocês sabem que no final de semana que vem vai ter o primeiro jogo de quadribol, não é? Lufa-Lufa contra Corvinal.

            _ Sabemos, é claro, Pam. Mas vamos ter sorte se eu, você, James e Ranhoso não estivermos de detenção no dia.

            Ela fez uma careta.

            _Quem seria o louco que não iria quer ir ver o jogo? Dez em cada dez bruxos gostam de Quadribol! – argumentou ela.

            _ É bem capaz de o Filch não gostar. Ele não é um bruxo é? Alguém aí já viu ele fazendo alguma magia? Ou ao menos empunhando uma varinha? – disse Sirius, olhando para os amigos.

            _Sabe, - disse Lupin, pensativo – você até que tem certa razão. Será que ele é um aborto?

            Peter franziu a testa.

            _O que é isso?

            _Peter, seja sincero, seus pais são mesmo bruxos? – disse Sirius.

            _Claro que são!

            _ Então como você consegue ser tão obtuso? – perguntou o moreno.

            _Abortos são o oposto dos nascidos trouxa. – explicou Lupin. – Vem de uma família bruxa, mas não tem poderes.

            _Ah!

            Depois de conversarem mais um pouco sobre assuntos no geral, Pam, que estava atrasada com os deveres, subiu para o seu dormitório para terminar tudo. O dever de Astronomia era particularmente difícil, mas nada impossível. Pam descobriu que era muito boa na parte teórica de Transfiguração, só a pratica parecia impossível.

            Já era tarde, quando Pam terminou os deveres e desceu para a sala comunal, mas os meninos não estavam mais lá. Sem animo para subir para o dormitório deles, a garota se sentou perto da lareira e ficou a ouvindo crepitar até pouco depois da meia-noite, quando finalmente, cansada, ela subiu para o dormitório. Nem bem encostou a cabeça no travesseiro e ela já estava dormindo.


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Notas finais do capítulo

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