Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 29
Capítulo 4 - Lobisomens e Animagos


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco. Estou com meu tempo um pouco apertado. Espero que compreendam. Mas, voltei a postar com mais frequencia apartir do final do mes.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205228/chapter/29

O professor de Defesas Contra as Artes das Trevas, o Sr. Davies, era um sujeito muito engraçado que vivia fazendo piada em classe, apesar de não rir uma vez sequer ou mesmo ter um jeito brincalhão e divertido. Mas era impossível sair da classe sem dar pelo menos uma risada.

            As brincadeiras variavam entre sotaques engraçados, imitações dos alunos e implicâncias sem fundamento.

            Como, por exemplo, a implicância com James. Por algum motivo, ainda desconhecido pela humanidade, o Sr. Davies gostava de criticar e questionar qualquer coisa que James fazia.

            Não que o grifinório ligasse. Ele acabava rindo tanto quanto os outros, enquanto tentava explicar porque tinha jogado o livro de Defesas Contras as Artes das Trevas em Pam e Sirius, algumas carteiras à frente, ou porque ele tinha feito o desenho “sobre a matéria” dele próprio matando o professor, que James tinha desenhado especialmente para o Sr. Davies ter um motivo para implicar ele, para contentamento da classe.

            Naquela manhã, o Sr. Davies falava com um ridículo sotaque russo enquanto falava sobre lobisomens.

            Lobisomens! Pam, James, Peter, Sirius, e principalmente Remus, não precisavam dessa aula. Eles sabiam tudo o que era preciso saber sobre lobisomens.

            Porém, James ouvia tudo com os ouvidos abertos, atento. Esperando que o professor lhe falasse alguma que não estavam nos livros, desesperado atrás de uma brecha, exatamente como ele tinha estado um ano antes, quando descobrira que um dos melhores amigos era um lobisomem e tinha visto o quão horrível eram as transformações.

            Mas Remus, o lobisomem em questão, apenas abaixou a cabeça, tentando bloquear todas as palavras do professor. Não precisava de ninguém para lembra-lo que ele era um monstro. Não, ele próprio fazia isso, durante uma semana em cada mês. Ele começara a temer a lua-cheia, a semana do mês em que a razão abandonava sua mente e seu corpo mudava de forma contra a sua vontade.

            Ele teve apenas uma vaga ideia de quando alguém pegou seu livro. Tinha se desligado do mundo. Não queria saber quem pegara o livro ou por que motivo. Queria que a aula simplesmente acabasse logo e o professor parasse de falar com seu estranho sotaque russo, o que fazia grande parte da classe rir.

            Uma nova onda de risadas invadiu as orelhas de Remus, apesar de ele não saber o que as tinha provocado e nem se eram real ou apenas delírios de sua mente confusa.

            O fato é que, existindo risadas ou não, Remus se lembrou de uma tarde feliz de verão, há muito tempo a atrás. Em um tempo em que o vírus incurável da licantropia não corria em suas veias ainda.

            “Um Remus de mais ou menos sete ou oito anos desceu correndo a colina, indo em direção ao lago que ficava embaixo. Seu pai já o esperava, usando típicas roupas trouxas de pesca. Seu pai era um bruxo, sua mãe, que ficara na casa na cidade, era uma trouxa.

            _Pai! Pai! – ele gritou, e seu pai se virou para sorrir gentil para o único filho.

            Remus se sentou ao lado do pai. Ele iria o ensinar a pescar, mas não estava se saindo muito bem. Os dois deram boas risadas naquela tarde.

            Risadas e brincadeiras as quais foram interrompidas pela chegada de um homem estranho.

            Com cabelos compridos e um aspecto selvagem, o homem apenas encarou o pai e o filho por algum tempo, e isso foi o bastante para o Sr. Lupin se inquietar.

            _Fique aqui, filho. Eu já volto. – ele disse, se levantando e caminhando em direção ao estranho misterioso que ainda os olhava.

            Como toda criança, Remus tentou ouvir o que seu pai e o outro homem estavam conversando, mas sem desobedecer, ficando sentado.

            Mesmo para Remus, que estava longe, foi fácil perceber as palavras rudes e raivosas que eram trocadas aos sussurros, como ameaças cheias de importância entre duas pessoas há muito inimigos.

            Finalmente seu pai bradou alguma coisa que Remus não conseguiu ouvir direito e o estranho foi embora, não sem antes lhe segredar mais alguma coisa.

            O Sr. Lupin voltou para junto do filho. Era óbvio seu esforço para tentar passar para Remus que tudo estava bem e que o homem não representava perigo, mas seu sorriso, que ficara repentinamente cansado e o ar de preocupação não conseguia enganar Remus, que tinha facilidade para ler os sentimentos do pai.

            Porém, Remus não disse nada. Nada que pudesse estragar de vez sua tarde perfeita com o pai.

           Mas a semente do mal e da desgraça já havia sido plantada e nada poderia impedi-la de brotar e se transformar no que tinha se transformado.”

            O grifinório voltou ao presente quando o seu livro foi depositado de volta a sua carteira. Ele olhou para o lado para seguir a mão de quem tinha o colocado ali e encontrou Pam e Sirius acenando para ele, divididos entre fingir prestar atenção no professor e mostrar ao amigo que quem pegara seu livro foram eles.

            Remus franziu a testa, desconfiado, mirando os amigos, e depois olhou para o livro e teve vontade de gritar com Pam e Sirius.

            Os dois tinham colado um papel em cima da explicação sobre lobisomens! Tudo bem que ele já sabia tudo, mas precisaria da parte teórica depois para estudar para os testes…

            Porém, um sorriso tímido surgiu em seus lábios ao ler o que os amigos tinham escrito no papel que fora colado no livro.

            Lobisomens são criaturas extremamente dóceis, a primeira frase estava escrito na letra fina e suave de Pam. E então, na letra relaxada de Sirius, continuava: Viciados em livros e sapos de chocolate, eles tem uma fascinação desnecessária por seguir regras e simplesmente parecem amar ter uma “mamãe” louca, fato pelo qual algumas pessoas podem achar que eles beiram a loucura (eu!), mas são muito legais e divertidos quando não estão tentando arrancar sua cabeça por terem se metido em alguma confusão por causa de algo que você fez (sei disso por experiência própria).

            Pelo jeito que havia um rabisco grande, Remus poderia apostar que nesse momento Pam e Sirius brigaram pela pena, antes de ela vencer e continuar escrevendo:

            São as criaturas mais sensatas e inteligentes que já pisaram em Hogwarts (talvez no mundo) e parecem ser uma espécie de ímã gigante de amigos loucos, problemáticos e descontrolados. Além de serem tão lindos, fofos e bonitinhos que dão vontade de apertar.

            A letra de Sirius voltara e o amigo tinha escrito:

            Aparentemente tem mais medo de si próprios do que o resto do mundo. Tem tendência a se considerarem monstros e assassinos, mas na verdade são calmos e não machucariam nem uma mosca, se puderem evitar.

            E então, mais uma vez a letra de Pam, concluindo o texto:

            Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem. Bobagem! O melhor amigo de um bruxo inteligente, é o lobisomem!

            Remus sorriu e se virou para os amigos, que agora tinham as atenções voltadas para o professor. Seria eternamente grato a eles por isso. Que pessoa, afinal seria melhor para me deixar de bom humor do que dois dos meus melhores amigos?

*~~*~~*~~*~~*~~*

            Logo depois da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, eles tinham aula de Transfiguração e eles já estavam na sala. A professora McGonagall não estava lá. Em seu lugar, se encontrava um gato com marcas nos olhos como se fossem óculos.

            Todos os alunos estavam sentados, se perguntando onde estaria a sempre tão pontual professora McGonagall.

            No momento em que a classe finalmente se aquietou por algum tempo, eles observaram o gato malhado se transformando diante dos seus olhos na professora.

            Todos na classe aplaudiram. Todos, menos James. Ele estava absurdo demais em pensamentos para ao menos perceber que um gato acabara de se transformar na professora.

            Na verdade, ele ainda estava pensando na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e sobre licantropia. Uma brecha, qualquer jeito que tornasse possível ele e os outros acompanharem Remus nas luas-cheias… Qualquer coisa! Mas, a única brecha que ele tinha encontrado era para animais, mas eles eram humanos e não animais…

            _O animago é um humano que tem a capacidade de se transformar em um animal sempre que quiser. Mas, é algo perigoso, que pode sair terrivelmente errado se não for supervisionado pelo Ministério e, depois registrado.

            Bastaram algumas palavras para James ficar mais atento do que um cão que farejara um coelho. Mas palavras-chaves. Humano, transformar, animal e perigo. Tudo o que ele precisava saber. Era isso! Ele e os outros iriam se transformar em animagos para poderem acompanhar Remus na lua-cheia! Mas, ele não pretendia se registrar no Ministério, daria muito trabalho e geraria perguntas incomodas. Sim, isso seria melhor do que ele achou que seria. Eles seriam animais ilegais. E tudo o que é ilegal é proibido e tudo o que proibido é mais legal.

            Era isso! Se tornar um animago era a resposta dos seus problemas! Ele tinha que contar para os outros.

            Mas, como se pudesse ler a mente de James, a Profª. Minerva lhe lançou um olhar nada amigável.

            James engoliu em seco.

            Talvez fosse melhor esperar o fim da aula para contar aos amigos seus planos.

*~~*~~*~~*~~*

            Todos já tinham ido se deitar. Só restavam na Sala Comunal James. Sirius, Pam, Peter, Remus e o fogo moribundo na lareira, dando seus últimos crepitar.

            James contou-lhe sobre se transformar em animagos ilegais com empolgação, ansiedade e agitação. A ideia foi aceita do mesmo modo por Sirius e Pam. Mas não aconteceu o mesmo com Peter e Remus.

            Peter, apesar de se esforçar para parecer animado, parecia bastante assustado com a possibilidade de algo dar “terrivelmente errado”. O que poderia acontecer? Ele ficaria com duas cabeças? Ganharia um rabo? Orelhas de algum animal? Ele achava melhor não pensar nas consequências.

            _Não. – disse Remus. – Não vou deixar vocês se arriscarem por mim. É perigoso. – ele disse, irritado.

            _Ah, por favor, Remmy. – disse Pam. – Qual a pior coisa que pode acontecer? Sermos expulsos? – ela perguntou, em tom de quem pouco está ligando para isso.

            Remus olhou para ela, e era como se seus olhos dissessem: “Quer coisa pior do que isso?”, mas, ao mesmo tempo, poderiam dizer “Qual o seu problema? Porque é muito grave!”.

            _Não tem discussão, Remus. – disse Sirius. – Nós vamos nos tornar animagos ilegais quer você goste ou não.

            _Mas, e se eu me recusar a deixar que vocês fiquem comigo? – ele perguntou sabido.

            _Você vai estar na sua forma lobisomem, não é verdade? – disse James, dando de ombros. – Não vai poder fazer muita coisa. Não vai ao menos nos reconhecer.

            Remus abriu a boca para falar, mas não encontrou nenhum argumento bom o suficiente e voltou a fechá-la.

            Sirius sorriu, como se tivesse vencido uma batalha, e então se virou para os outros, dizendo:

            _Bom, mas como funciona isso? Eu posso escolher o animal que eu quero me transformar? Porque, se eu puder, vou me transformar em um leão. Sim, um leão. Vai ser legal. Imagine só se eu me transformar em leão em casa e devorar minha família? Seria divertido!

            _Não! – exclamou Remus, horrorizado, e atraindo todas as atenções para si – Tudo bem, você vão se transformar em animagos ilegais. – ele disse. Tinha se lembrando de que era um feitiço complicado e que provavelmente os amigos morreriam sem conseguir realiza-lo. – Mas, vamos combinar, vai ser nosso segredo, ninguém pode saber.

            _Sim, um segredo. Tudo é mais divertido quando é secreto. – sorriu James. – Se todo mundo souber, não tem graça.

            Pam e Peter balançaram as cabeças ao mesmo tempo, concordando.

            _Então, estamos de acordo? – perguntou James. – Nós quatro vamos nos tornar animagos ilegais?ele fez questão de reforçar a última palavra. E então, quando Sirius, Pam e Peter concordaram, e Remus também, ainda que relutante, James sorriu. – Certo. Amanhã começa a missão T.A.I.

            _T.A.I.? – repetiu Sirius, franzindo a testa.

            _Sim. T.A.I. Transformação em Animagos Ilegais. – disse James, dando um soco na própria mão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que vocês acharam? Mereço reviews?
BBK,
Cassie