Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 108
Capítulo 2 - Peter Sozinho


Notas iniciais do capítulo

Bom, a história continua sendo sobre os Cinco Marotos. Eu não posso simplesmente nunca mais falar no Peter, posso? kk
Ah, e eu sei que disse que ia viajar hoje, mas eu tinha visto tudo errado e descobri que vou só amanhã (ou hoje, dependendo do seu ponto de vista) :D Bom, eu sei que eu provavelmente não devia estar aqui a esse horário, sendo que eu viajo amanhã e ainda nem terminei minha mala, para vocês verem como eu amo vocês! k



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Peter ainda estava naquela cabana esquisita e velha que Snape chamava de casa. O outro agora estava em Hogwarts, ensinando finalmente a matéria que sempre quisera ensinar, mas Peter ainda estava lá.

Sabia que enquanto estivera lá, Snape estivera se vingando de todos os anos em que Rabicho fora um Marotos e de tudo o que ele próprio (mesmo que na maioria das vezes apenas seus amigos) e outros haviam feito com ele. Não era empregado, não tinha que ficar limpando a casa ou servindo bebidas…

Sim, ele sabia que era apropriado que ele e Snape ficassem juntos naquela casa. Afinal, não fora a combinação de seus atos que levara a morte dos Potter? E, não, apesar de tentar mostrar o contrário, Peter não conseguia deixar de se culpar cada dia que passava pela morte dos amigos.

Mas agora que Snape não estava ali (e apesar de Felina ter feito o favor de contar para o mundo inteiro que ele continuava vivo e que era um comensal), ele estava aproveitando para deixar a casa e andar pelas ruas miseráveis da cidade.

Havia uma taberna ali perto, a qual passara a frequentar, sempre tentando ficar escondido nas sombras, longe dos olhares dos trouxas. E era para lá que Peter estava indo naquela noite escura.

Beber um pouco, deixar os problemas de lado, esquecer que ele provavelmente era o ser mais miserável e imundo do mundo.

Claro que não lhe passara despercebida a morte de Sirius, da qual Snape contara a ele com um leve sorriso malicioso, como se estivesse aproveitando o momento. E como quando soubera da morte da James e Lily, Peter perdera o fôlego e já não sabia mais o que era respirar. Ele apenas virou de costas, entrando em seu quarto transtornado e cambaleante, sem saber o que pensar.

Não conseguiu conter as lembranças dos dias de glória do outro e não conseguiu se impedir de imaginar como Remus e Pam deviam estar, o que deviam estar pensando…

Naquele momento alcançou a taberna e saiu de seus pensamentos, tentando se impedir de pensar em qualquer coisa relacionada aos antigos amigos e aos marotos. Peter entrou no lugar de teto baixo, pouca iluminação, com mulheres escandalosas bebendo ou conversando alto com homens grandes e mal-encarados que também tinham bebidas nas mãos.

Peter então sentou em uma mesa bem longe de onde o tumulto se fazia presente, em uma mesa ao lado da porta da cozinha, que ficava sempre na meia-luz e onde ele não atraía tanta atenção.

Quando a garçonete (uma mulher com maquiagem forte e borrada, parecendo entediada e infeliz com seus cabelos tingidos de ruivos que mais lembravam uma peruca ou pelos de gatos) se aproximou para anotar seu pedido, Peter pediu uma dose do uísque mais forte que eles tinham.

– É forte o bastante para me fazer esquecer meu nome? – ele perguntou.

– Se é forte para esquecer você esquecer seu nome eu não sei. – a garçonete disse, em uma voz aguda e estridente. – Mas aquela mulher acabou de pedir duas doses dele. – e então apontou para uma loira que no momento passava pelas mãos de vários rapazes, rindo e deixando que eles puxassem seus cabelos e rasgassem suas roupas.

Peter assentiu, pedindo que trouxesse um deles então. Parecia bom o suficiente.

Mesmo que tivesse tentado impedir-se de pensar nos antigos amigos, era isso que ele fazia no momento e novamente lhe doeu a falta deles enquanto lembrava de como os amigos o haviam ajudado a se transformar em animago, em que colocaram o nome dele no mapa do maroto, mesmo que ele não tivesse contribuído muito para tal feito, em como eles haviam o acolhido, em como confiaram nele para ser o fiel do segredo.

E, claro, mesmo depois disso tudo, Peter se juntara ao Comensais da Morte e traíra os amigos…

Entretanto não conseguia deixar de pensar que eles não se importavam na verdade com Peter. Afinal, não estavam sempre fazendo brincadeiras e pedindo para que ele carregasse seus materiais e as vezes esquecendo dele no resto do tempo? E ele também não ouvira aquela conversa, a conversa que os amigos acreditavam não serem ouvidos e onde haviam confessado tudo o que sentiam por Peter?

Talvez, mesmo que Peter se culpasse, tudo sempre estivera destinado a ser assim. Afinal os antigos amigos não se importavam com Peter, e Peter fizera sua escolha. Pois, mesmo depois de todos aqueles anos, ele continuava preocupado em apenas salvar a própria pele e fazer decisões erradas, não era isso?

Porque, mesmo depois de tudo o que passara, ele ainda não fora atrás de Voldemort e o trouxera de volta a vida, apenas para ser desprezado mais uma vez?

Ele também não podia se esquecer de Lucinda e de como ficara sabendo que Gabrielle acabara morrendo em Azkaban alguns meses depois de sua prisão. As irmãs não tiveram um final tão bom, mas Peter achava que Lucinda morrera feliz em seus braços.

E nem mesmo a mulher que amara ele conseguiu salvar! Por que era tão ruim em fazer a coisa certa?

Nesse ponto a garçonete ruiva maquiada como uma palhaça pareceu a sua frente, entregando-lhe a bebida, que Peter bebeu em um gole, sentindo o líquido descer ardendo por sua garganta.

Quando o copo de vidro voltou a tocar a mesa antiga de madeira, Peter sentiu uma leve tontura e massageou as têmporas, prevendo uma dor de cabeça.

Ele era um Comensal da Morte naquele momento. Tinha a tatuagem no antebraço para provar para quem quisesse ver. E tinha também a mão de metal que parecia a ele como se estivesse usando uma luva metálica. Ele tentava manter aquela mão escondida debaixo da mesa, sobre o colo. Mas fora da sua própria vista do que a do outros, afinal, a mão lhe lembrava de suas traições, lembranças que ele não gostava de ver ativas.

E, claro, estando na posição que estava, conhecia muitos dos segredos de Voldemort, ainda mais que vivera com Snape durante um tempo, e entreouvira algumas das conversas dele, mesmo que não muito, conseguira juntar algumas informações, não era de todo burro.

Ele sabia, por exemplo, que o garoto Malfoy fora incumbido da perigosa missão de matar Dumbledore. Se não soubesse que aquilo tudo não passava de um plano para castigar Lucius pela falha no plano de pegar a profecia no ministério (onde Sirius morrera), então acharia que Voldemort pirara completamente. Ele sabia que Draco não conseguiria completar a missão.

Peter também ficara sabendo das recentes mortes de Emmeline Vance e Amelia Bones. E ele conhecera as duas, o que o deixara um pouco chocado. Emmeline fora namorada de Remus durante algum tempo e não podia existir menina mais doce. E Amelia era irmã de Edgar Bones (que morrera há tantos anos) e sempre lhe parecera forte e determinada. Parecia difícil acreditar que qualquer uma delas estava morta…

Por fim, Peter acenou para a garçonete infeliz, lhe pedindo que trouxesse outra dose, o que ela fez minutos depois e Peter bebeu tudo de um gole só novamente.

Foi naquele momento que ele percebeu que se esquecera de pegar algum dinheiro (mesmo que bruxo) então simplesmente se transformou em rato e passou por baixo da porta da cozinha, saindo pelos fundos sem que ninguém desse pela presença de mais um rato na taberna imunda.

E, assim, ele voltou para a casa de Snape, ainda na forma de rato, e pensando que sua forma animaga não estava errada…


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Notas finais do capítulo

Sim, esse capítulo ficou menorzinho, mas é que o outro tinha ficado bem grande então...
BBK,
Cassie