(POV – Jacob Black)

   Escutei o meu nome num grito de socorro da voz fina e alarmante da minha pequena eu me desesperei, olhei para o lado que havia vindo o grito e ela estava lá.
  Nos braços daquele sanguessuga, eu já estou correndo em direção a eles dois, minha menina está ali, de olhos fechados e imóvel.

 “Calma Jacob!” Sam tentava me acalmar.

  Com apenas uma bocada arranquei a cabeça do infeliz, fazendo todos os vampiros na clareira olharem para mim.
  Seu corpo caiu no chão por cima do de Julia.
Empurrei com a pata seu corpo com velocidade para que não a esmagasse, olhei em volta procurando Quil.
  Alguns vampiros vinham em minha direção sendo impedidos pelo meu bando, os que pareciam ser os recém-nascidos haviam fugido e Ana Clara estava em pé a quase cinco metros olhando para o pescoço e depois para o rosto da Julia, pensando...

-Vai se destransformar, eu fico aqui enquanto isso. Vai! – Quil me empurrou.

  Corri em direção a floresta, me destransformei, coloquei um short que havia preso no meu tornozelo e corri de volta o mais rápido possível em direção a campina.

-Como ela está? -  perguntei me ajoelhando ao lado dela.
-Mal, o veneno já está começando a correr.
-Oque nós podemos fazer para ajudá-la? – perguntei desesperado, a calma do Sam nessa ocasião está me irritando demais.
-Sugar o veneno – falou sem vida a Ana Clara.
-Não tem problema, eu sugo – eu disse já indo em direção ao pescoço dela com a boca.
-Não! – Leah veio numa força me jogou um pouca para longe da Julia.
-Você ta louca! – gritei com a Leah por um segundo e engatinhei rápido em direção a Julia.
-Você não pode – Leah se agarrou ao meu pescoço – vai morrer se beber o veneno deles!
-Não importa! Eu dou a minha vida por ela! Eu não posso viver sem ela! – falei a jogando longe e voltando a minha garota que agora estava imóvel no chão.
-E eu não posso viver sem você! – ela rebateu, mas algo sinceramente sem importância.
-Eu sugo. – Ana Clara se ajoelhou ao outro lado da Julia.
-É muito cara de pau mesmo – Jared – o que? Para suar todo o sangue dela? – Jared ia avançar em Ana Clara mas Seth veio empurrou ele.
-Ela ama a Julia tanto quanto nós do bando, talvez mais! Ela pode fazer isso!
-Jacob – Ana Clara olhou para mim, retirei os olhos do rosto da minha pequena para olhar-la.
-A Julia confia em você, então acho que é melhor assim.

  Ela pegou o pescoço da Julia levantando sua cabeça...

-Por favor, não a mate. Eu amo demais.

  E colocou a boca nos furos que havia sobre a jugular da Julia.

                                                    xXx

(POV – Julia Gomes Clearwater)

Senti muito calor,  mas foi passando, diminuindo, em troca eu comecei a cair em uma subconsciência, tudo escuro.

                                                     xXx

-Nós deveríamos ter tentado outra coisa, ela já está assim a três dias – uma voz meio preocupada tentava falar baixo.

  Preocupação? Jacob.
  Abri os olhos, a minha visão ainda estava embaçada, estiquei as pernas sentindo uma leve dormência e soltando um bocejo.

-Julia!

  Olhei para a direita.

-Oi dentinho – falei tentando abrir um sorriso.

  Ele soltou uma lágrima.

-Você chorando, o machão, achei que nunca veria isso – falei soltando uma leve gargalhada.

  Ele segurou o meu rosto com aquelas mãos tão enormes e deu um leve selinho, como se eu fosse quebrar caso ele fizesse um movimento muito brusco. Bobinho.

-Oque aconteceu? – falei me sentando.
-Ele te mordeu – Jacob falou olhando para a janela.
-E a Cacau sugou o veneno – falou Seth entrando de mãos dadas com a Cacau no quarto.

  Sorri ao ver a minha amiga.
-Oi amiga – ela falou sorrindo.
-Oi.

  Olhei para o Jacob, ele estava em silêncio, estanho.

-Gente é melhor a deixarmos descansar, ela ainda está se recuperando de tudo – falou Marie.

  Houve alguns protestos, mas todos saíram.

-Jacob – lhe chamei antes que fechasse a porta – fica aqui comigo?
-Claro – ele abriu um pequeno sorriso e sentou-se na ponta da cama.

  Olhei em volta, só agora reparei onde estava, estou no quarto do Jacob, engraçado eles me trazerem para cá e não para a minha casa.
  Sinto uma leve ardência no pescoço, coloquei a mão no meu pescoço, um pequeno relevo aonde seria a minha jugular, era um relevo gelado e pinicava agora.
  Senti uma mão quente sobre a minha na cicatriz.

-Fiquei com bastante medo de te perder – subi o olhar para seus olhos, transpareciam tristeza.
-Mas não perdeu e não precisa mais ficar mais preocupado porque está tudo bem.
-Até quando? – ele falou baixo mas ainda sim para mim.
-Por que você está tão preocupado?Tão triste?
-Simplesmente por que você ao meu lado corre muito risco! Aqueles vampiros todos lá na campina não estariam lá se você tivesse o intercâmbio de dois meses e tivesse ido embora, mas não você ficou e se arriscou!
-Não Jacob, eles teriam me seguido e eu estaria morta agora!
-Eu não pude te ajudar na hora em que te vi lá deitada no chão, imóvel, já com os lábios se embranquecendo. Quem te salvou foi a Cacau e não eu.

  Me ajoelhei na cama ignorando as dores que sentia e o abracei.

-Desta vez você não pode me ajudar. Mas você sempre me ajudou e provavelmente vai continuar ajudando.
-Por que? Pretende se meter em mais encrencas? – falou enquanto eu sequei uma lágrima sua.
-Seu eu sempre for salvo pro esse lobão de peito nu? Claro!

  Ele riu.

-Você não existe, sabia?
-Eu sei que você não resiste a mim – pisquei para ele.

  Ele passou uma mão sobre a minha cabeça até descer a nuca, com a outra segurou fortemente na minha cintura, com o meu corpo dolorido detalhe mas ignorei esse fato no momento em que ele beijou suavemente a base do meu pescoço.

-Não resisto mesmo...
-Tudo bem, eu também não resisto a você – falei com a voz fraca.

  Jacob beijou mais algumas vezes a base do meu pescoço e foi subindo até o queixo, depois deu uma parada dramática e me beijou.
  Desta vez o beijo foi diferente, foi um beijo lento mais com a paixão de um rápido e romântico como sempre mas mesmo assim foi diferente, passei meus braços em volta de seu pescoço acariciando a sua nuca e subindo para seu coro cabeludo.

-Eu te amo – soltei interrompendo.

  Ele abriu um sorriso.

-Eu também te amo namorada – falou enquanto pegava no meu pulso direito.

 Ri da brincadeirinha.

-Você não sabe há quanto tempo eu queria dizer isso...

  Gargalhei da pequena lembrança, olhei o pequeno lobo vermelho e aquela pequena frase que ele falou no dia me veio à mente. “Tenho certeza de que logo vai ficar ótima”

-Oque você quis dizer naquele dia: “Tenho certeza de que logo vai ficar ótima”?

  Ele ficou meio pensativo.

-Não sei bem, o avô de Quil quando viu a pulseira disse isso para mim. Você podia perguntar isso para ele.
-Vou perguntar.
-Todo mundo está preocupado com você, já se sente bem para descer e falar com todo mundo?
-Sim, okay, então eu vou descendo e você coloca uma roupa mais... Descente.

  Olhei para baixo, eu estava apenas com uma blusa do Jacob, como sempre.
  Jake desceu e eu fui me arrumar para ver a minha família.

                                                    xXx

  Três semanas se passara comigo me recuperando, foi difícil, não sei com mais o veneno me manteve inconsciente por pouco tempo, porém houve vários efeitos colaterais, fiquei bastante tonta esse dias então me mantiveram na casa de Jacob, mas de lá consegui organizar minha viagem para o Brasil, eu sentia uma saudade cada vez maior a cada dia,  Jake estava preocupado com a minha segurança mas ele não podia ir comigo por causa do bando então Seth ia comigo. E consequentemente a minha super gata vampira e melhor amiga ia também.
   Hoje é o dia em que eu tenho finalmente autorização para sair de casa, quer dizer da casa do Jake, mas mesmo assim Emily está me arrastando para a casa da minha tia Sue. Por quê? Sei lá.

-Por que nós estamos indo visitar a tia Sue? Ela esteve a semana inteira lá na casa dos Black me visitando.
-Por que você vai se arrumar lá...
-Para que?
-Eu não sei, foi só oque o Jacob me pediu.

  Fiquei queimando a cuca pensando e imaginando oque o meu lobisomem estava armando, ainda sem saber cheguei na casa da tia Sue e mandaram direto tomar banho.
  Tomei banho e quando saí uma chapinha de 450° graus.
  Meu cabelo ficou bem liso e minha franja se destacava bem.
  Tia Sue me maquiou, enquanto isso Emily estava procurando alguma coisa lá no andar de baixo e Leah estava assistindo tudo no canto do quarto onde estávamos de cara emburrada.
  Enquanto me maquiavam e faziam tudo eu fiquei de olhos fechados imaginando minha viagem, no calor da praia de Ipanema que minha mãe me lavaria, no frescor das cachoeiras que eu visitava com meu pai, no cansaço que o meus irmãos me fariam quando fôssemos jogar... nunca tinha reparado no tanto de saudade que se acumulara dentro de mim, lembro que morria de vontade de sair o quanto antes de lá pelos aborrecimento que eles me davam mais agora sinto a falta deles.
  E eu queria tanto que Jacob viesse comigo, mas tanto...

-TCHARAM! – tia Sue cantarolou quando terminou a maquiagem.

  Depois veio Emily e Claire com um vestido em mãos, um vestido lindo por sinal... Ele era da cor champanhe, tomara-que-caia justo do busto ao quadril depois era com vários babados bufados até o meio das coxas.

-Ele é lindo meninas.
-Foi o que eu disse ao Jake.
-Foi ele que comprou? – perguntei tirando os olhos do vestidos e indo para o rosto de Emily.

Ela apenas afirmou que sim.

-Wow!

  Me vesti e coloquei uma sandália estilo anabella de uns doze centímetros.

-Anabella com este vestido? Eu sei que fica lindo mas...
-Você vai entender.

   Quando fiquei totalmente pronta desci e fui para a sala onde estavam Quil Ateara o avô do Quil e Billy Black, sentei no braço do sofá.
  As meninas foram saber do Jacob.

-Você está linda – Billy falou sorrindo para mim.
-Obrigada.

   Ficou um silêncio constrangedor, aproveitei a chance...

-Quil.
-Sim – o senhor de cabeça grisalha e um sorriso tão simpático olhou para mim.
-Quando você ficou sabendo da pulseira você disse uma coisa ao Jacob que ele repassou para mim e me deu curiosidade.
-Oque foi querida?
-“Tenho certeza de que logo vai ficar ótima” Oque você quis dizer com isso?
-Lembra-se daquele dia na fogueira? – afirmei com a cabeça – Lembra-se também da história que contei? Da impressão daqueles dois jovens?

“-A impressão aconteceu mas não a impressão normal, uma fora do normal, uma mais forte que qualquer uma que tenha existido e escrita nos nossos pergaminhos.”

 
-Me lembro, do amor daquele lobisomem e daquela menina.
-Sim, mas o caso é que ela não era uma menina comum, era uma loba e uma loba feita por isso o do amor era tão forte.
-Loba feita?
-Sim, feita é um termo para a loba por assim se dizer predestinada ao alfa, todo alfa de sangue tem uma impressão com uma loba e de algum jeito que nós não sabemos a impressão deles é muito mais forte do que qualquer impressão.

  Fiquei um tempo imaginando isso, uma lobisoma.Seria possível?

-Mas oque isso tem haver com a pulseira...?

   Emily apareceu na porta me chamando.

-Jacob chegou.

  Sorri para Billy e Quil Ateara e fui em direção a porta com pressa estava muito interessada para saber oque Jacob tramava.

-Hey! Julia!

  Olhei para Quil.

-A última loba foi a avó do Jacob – ele falou calmamente.

  Depois da frase dita pelo Quil eu ouvi um latido. Do Jacob.
 Saí correndo da casa dos Clearwater.
  Um lobisomem de pelo cor de areia olhava para mim.
  Parei a sua frente e ele deu um latido.

-Vou ter de ir montada em você Seth?

  Ele deu uma risada estilo Muttley da corrida maluca.
  Montei nele.
   Enquanto corríamos eu via o sol se pondo, com Jacob queria que ficássemos no escuro?
  Não sei para onde íamos mas sei que deve ser maravilhoso, Jacob podia ser romântico de vez em quando, ele é o namorado mais perfeito que eu já tive nos meus 15 anos!
   Senti borboletas no meus estômago como quando estava indo para a festa para encontrar ele.
   Seth corria bem rápido, correu por uma praia rapidamente e logo entrou na floresta.
  Aos poucos reparei para aonde estávamos indo, nada muito criativo as piscinas marinhas mas não deixa de ser romântico.
  Da pedra que geralmente nos sentávamos começava um tipo de ponte de madeira até o meio da piscina marinha onde estava um homem moreno de quase dois metros de altura num smoking. Sim era o Jacob Black.
  Seth se deitou para eu descer. Cara ainda bem que eu não vim com um daqueles saltos de festa se não teria enterrado todo na terra.
  Andei lentamente até o começo da ponte enquanto admirava o homem de smoking.
  Parei no começinho da ponte.
  Ele deu um sorriso largo e veio na minha direção.

-Olá – ele falou pegando a minha mão – posso? – ele mostrou um pequeno conjunto de rosas brancas e champanhes como pulseira.
-Oi e pode sim – sorri de um jeito carinhoso.

  Ele entrelaçou nossos braços e me guiou até o final da ponte onde se tornava um píer em forma oval.

-Oque é isso tudo?
-Sabe, antes de descobrir que você estava sendo ameaçada por vampiros – ele soltou uma risada – eu comecei a planejar o seu primeiro baile – ele abriu um sorriso para mim – pensei em como eu lhe pediria para ir comigo, em como eu te levaria até o baile e que flores eu te daria para usar, ia ser onde eu ia lhe pedir em namoro só que eu acabei me precipitando.
-Ainda bem. Não sei se agüentaria muito tempo. – com a frase dita ele sorriu satisfeito.
-E como eu fiz você perder o seu baile... eu montei só um para nós dois.

  Não acredito! Um baile só eu e o Jacob.
  Ele me deixou sozinha por alguns minutos e foi até o lado direito do píer onde havia um som grande e ligou, tocava “I still believe in Love”.
  Ele me ofereceu sua mão.
  A peguei e fomos até o centro do píer.
  Ele segurou na minha cintura e continuou segurando a minha mão.
  Pus uma mão sobre o seu ombro e começamos a dançar.

-Pode parecer meio brega, mas... eu sonhei já com esse dia em que eu dançaria.
-Não me importo se isso é brega ou não, você é romântico isso não faz diferença para mim. Me agrada – sussurrei em seu ouvido.

  O luar era o que iluminava tudo, era uma bela noite de lua cheia.

-Ta bem, isso ta muito afastado.

  Soltei a mão da mão do Jake e me abracei inteiramente a ele, dançando agora a passos curtos.

-Jacob, eu te amo. E quero te agradecer por tudo desde salvar a minha vida a me amar como me ama.

  Ele me distanciou a um modo que pudéssemos olharmo-nos nos olhos.

-Você não precisa me agradecer de nada. Eu que deveri...

  Calei a boca dele com um beijo, dessa vez nem fiquei tão na pontinha do pé.

-Promete que volta logo? – ele sussurrou no meu ouvido me abraçando forte, até demais.
-Prometo que volto logo para os seus braços. Não vou deixar meu dentinho sozinho com um bando de doido, né?

  Ele riu.

-Vou sentir a sua falta.
-Jacob são só dois meses. E eu também vou sentir saudade.

  Dançamos mais sete minutos em silêncio.

-Você está tão elegante e sexy nesse smoking – fali rindo da cara de 007 que ele fez agora.
-E você está um pedaço de mau caminho nesse vestido.
-Pedaço de mau caminho? Seu brega – falei rindo – Obrigada amei o vestido, obrigada pela noite também.

   Nos sentamos na beirada do píer com os pés quase tocando a água.

-Como vocês fizeram esse píer?
-Eu fiz essa semana.
-Você?
-Sim – ele falou abrindo um sorriso sem graça.

  Fiquei um tempo o encarando enquanto ele ria sem graça.

-Você é perfeito Jacob.

  Ele olhou para mim com os olhos brilhando.

-Você que é, na verdade – ele colocou o braço em volta da minha cintura e me arrastou para em volta de seus braços – nós dois somos perfeitos.
-Convencido – lhe dei um tapa no ombro.
-Um para o outro.
-Para sempre – falei aproximando nossos rostos.
-Sempre – ele repetiu com convicção a palavra quando nos beijamos.