Pdv Milly

Zackie falou que levaria-me para casa. Fomos em seu carro. O caminho estava silêncioso.

- Zackie... - chamei-o e ele olhou-me atencioso - Andei pensando... Er... Naquilo. - ele entendeu e assentiu - E gosto muito de você. Acho que seríamos felizes juntos. - ele sorriu e parou o carro.

- Milly, tem certeza? - olhou-me esperançoso e sorri.

- Sim, Zah. - tentei sorrir mais... porém não consegui.

- Não quero que sinta-se obrigada a nada. - sorriu e dei de ombros.

- Pare com isso, Zackie! - mandei sorrindo, mas era um sorriso forçado. Ele riu animado e olhou-me como se pedisse algo. Assenti e ele beijou-me.

Sim. Ele beijou-me. Retribui. Mas não com vontade. Esse beijo não era o que eu esperava. Faz tempo que não beijava alguém... E não era como o meu último beijo... Aquele era quente e muito bom. Esse é... É... É um beijo.

Zackie soltou-me e sorriu. Sorri de volta e ele voltou-se para a estrada. Sei que Zacky fará de tudo para deixar-me feliz. Por mais que será quase impossível!

Pdv Damon

A campaínha tocou. Continuei a beber meu wisky e nem dei atenção. Até sei quem é. Levantei nervoso e fui atender aquele idiota.

- Stefan, se não quiser apanhar de mim, caia fora! - avisei olhando-o nervos. O mesmo olhou-me calmo - O que quer?! Não posso ficar sozinho?

- Vim te pedir desculpas. - falou calmo e o olhei descrente. Sorri irônico e cruzei os braços.

- Desculpas? - perguntei quase rindo da cara de panaca dele - Desculpas de quê?

- Só fiz aquilo porque preocupava-me com tudo que estava acontecendo com você e Milly. - adimitiu e fiquei ainda com meu sorriso irônico - Pensei que você a faria sofrer... Que acabaria com a vida dela... Mas acho que eu estava enganado.

- Por que diz isso agora? - prendi outra risada.- Estou vendo o tanto que os dois estão sofrendo...

- Como assim os dois? - assustei-me e ele deu de ombros.

- Essa semana Elena e eu fomos para onde ela está morando... Percebi que ela não está mais a mesma. Ela não sorri... Não ri... Só fica na dela. O mesmo de você. - apontou-me.

- Não há nada a se fazer. - falei desanimado e ele concordou - Stefan, por favor vai embora? 

- Está bem. - deu de ombros e saiu. Fechei a porta e fiquei pensativo.

Milly também não está bem? Será que é por minha causa ou por que está arrependida do que fizemos?

Milly, se você soubesse como estou... Tenho que te esquecer, garota.

Pdv Milly

As vezes paro para pensar em minha vida... Estraguei-a completamente. Eu simplesmente não sou feliz vivendo assim. Odeio ter que mentir a Zacky dizendo que também estou feliz. Não estou feliz! Não foi essa vida que sonhei a mim!

Mas foi eu mesmo quem provoquei isso tudo...

No inicio foi diversão... Aos poucos tudo foi ficando forte e mais forte. Hoje vejo que não era diversão e nem "muito" prazer.

Sofro tanto com isso... Não aguento, não suporto mais tudo isso... É muito para mim

http://www.youtube.com/watch?v=0G3_kG5FFfQ&ob=av3e

*Um ano depois*

Acordei com um barulho estranho. Era um latido...!? Como assim? Levantei e assustei-me. Tinha um filhotinho de cachorro ao meu lado na cama. Ele era bem pequeno e fofo. Tinha os pelos negros com manchas marrom. E estava com uma fita vermelha em sua coleira branca. Ownt! Peguei-o e acariciei seus pelos.

- Como você entrou aqui, pequeno? - perguntei sorrindo.

- Feliz aniversário, Milly! - Zackie falou animado entrando em meu quarto.

- Oh, Zack! - falei emocionada - Foi você quem deu-me? - apontei para o filhote.

- Sim. Gostou?

- Ah, amei! - sorri e abracei-o - Obrigada. - dei-lhe um rápido beijo e voltei a dar atenção ao filhote - Oi, bebê! - ri comigo e Zacky acompanhou-me.

- Seus pais estão te esperando lá fora. - avisou-me - Troque de roupa e deça; eles querem te mostrar uma surpresa. 

Assenti e ele saiu do quarto. Olhei novamente para o filhote em minhas mãos e percebi algo lindo nele. Seus olhos. Eram azuis. Azuis celeste. Tão parecido quanto ao dele... Neguei a mim mesma e coloquei o filhote na cama.

Fui para o meu banheiro prendendo minhas lágrimas. Ontem fez dois anos... Dois anos que tive minha noite maravilhosa.

Esquece, Milly! Uma hora dessas Damon deve estar com varias mulheres em sua cama.

Uma lágrima escorreu em meu rosto ao ter esses pensamentos.

Fiz minha higiene matinal e troquei-me de roupa. Coloquei uma calça jeans, camiseta branca do Evanescence e allstar preto. Peguei meu fofinho e desci para a sala. Minha mãe e Zackie esperavam-me.

- Parabens, filha. - ela falou-me abraçando-me de lado. Sorri grata e ela olhou para o filhote - Eu sabia que você iria gostar.

- Amei. - falei sorrindo.

- Agora vamos, queremos te dar seu presente.

- Não precisava, mãe. - falei sorrindo e fomos para fora de casa. Olhei para os lados e nada vi. Minha mãe sorriu e vi um carro amarelo se aproximar. Cadê meu presente?! Comecei a ficar impaciente e minha mãe riu. O carro amarelo parou a nossa frente. Dentro estavam meu pai e Gustavo... Olhei confusa e depois desacreditada.

- E o presente chegaaa! - Gustavo falou animado descendo do carro.

- Não acredito! - falei desacreditada e meu pai desceu do carro sorrindo - Vocês darão-me um carro?!

- Não, as rodas! - Gustavo falou revirando os olhos. Ele já estava com cinco anos, mas aparentava 16.

- Não enche, Gustavo! - mandei e todos riram - Oh, gente, eu não acredito! 

- Parabens, filha. - meu pai falou sorrindo. Essa fora uma das poucas vezes que o vi sorrindo sincero para mim. Sorri emocionada e fiquei alegre - E então... Quem será o primeiro a estreiar com você? - ele sorriu e fiz o mesmo.

- Ah, acho que deveria ser o namorado, sim? - Zackie falou convencido e ri.

- Nada disso. - neguei e ele olhou-me confuso - Será o mais novo integrante da família! - apontei para meu filhote e todos riram.

- E por falar nisso. Como será o nome do vira-lata? - meu pai perguntei e fiz uma pequena careta.- Não chame meu filhinho de vira-lata, papai! - mandei e ele revirou os olhos - Esse aqui é seu netinho, viu? - ri e depois fiquei pensativa - Jill. Ele chamará Jill. - sorri e todos reviraram os olhos - Ah, é bonito.

- Só por causa do filme, Milly? - Gustavo falou descrente e concordei.

- Amo Ponte para Terabítia, queridos! - dei de ombros - Agora, dêe-me licença porque levarei Jill para conhecer a cidade.

Meu pai jogou-me as chaves e as peguei rapidamente. Entrei em meu carro e acelerei. Deixei Jill no banco de passageiro e dei a partida, já colocando o cinto. Gente, isso é muito bom!

Dirigi apenas algumas vezes... Mas nunca foi em MEU carro...

Uma ferrari vermelha passou a minha frente e parei meu carro imediatamente. Senti meu coração ir mais rápido. A ferrari parou e de dentro saiu uma mulher loira. Soltei o ar que prendia e deitei a cabeça no volante, batendo-a várias vezes.

FLASHBACK ON

Assim que virei a esquina, uma ferrari vermelha surpreendeu-me parando a minha frente. Sorri animada, mas depois sorri dócil. A janela do carro abriu-se e um lindo de óculos escuros falou:

- Sabia que você é muito nova para andar por aí sozinha? - sorri abertamente, mas ainda dócil e falei:

- As vezes é preciso. - dei de ombros - Ainda mais quando se não tem compania...

- Para onde está indo? - Damon perguntou abrindo a porta do passageiro.

- Tenho que fazer um trabalho na casa de um amigo... É logo aqui. - fingi que estava mentindo e ele riu.

- Ah... E aceita uma carona do tiozinho aqui? - continuei com meu sorriso, mas quase o desmanchei. Ahh! Que ódio! - Então?

- Não precisa. Posso ir sozinha. - dei de ombros e ri.

- Nossa! Eu não mordo! - fez-se de magoádo e ri revirando os olhos - Vamos, Milly! Entre!

- Ah, está bem. - revirei os olhos e entrei no carro, fechando a porta e colocando o cinto. Falei o nome da rua para ele e ele ligou o carro em alta velocidade.

- E ai, é trabalho de quê? Digo... É trabalho ou desculpinha para fugir de casa? - perguntou rindo e ri.

- Não, é um trabalho. Faço faculdade de engenharia química, sabia? - disse óbvia e ele ficou surpreso.

- Humm. Dizem que é bom isso. Mas para uma garota de seis anos, isso não é muito, não? - neguei e dei de ombros.

- Tenho seis anos, mas tenho todas as características de uma garota de 17. - sorri - Penso, ajo, aparento e falo como uma garota de 17.

- Percebi... - sussurrou mas fingi que nem ouvi - E como é isso?

- Isso o quê?

- Ah, ter seis anos e fazer tudo que uma garota de 17 faz...?

- É legal. - ri e ele olhou-me confuso, e depois voltou a olhar a estrada - Sabe, todos me tratam como uma menininha inocente de seis anos. Muitas coisas ninguém me falara pois acham que sou muito nova para isso. Só que eles não lembram de que penso como se tivesse 17 anos. Então... Como uma garota de 17 anos, faços coisas estranhas até mesmo para mim. Ajo fora do comum... Tenho vontades e curiosidades sobre muitas coisas. - sorri mais e ele ficou tenso.

- Que tipo de vontades e curiosidades? - perguntou um pouco tenso e dei de ombros.

- Vai dizer que você não sabe? - ri e ele negou - Ah, Damon! É lógico que sabe do que estou falando. - ele ficou calado e prendi meus risos - Tipo, quando dei meu primeiro beijo eu tinha três anos, mas aparentava 12. Eu tinha os pensamentos de 12 anos. E o comum seria a garota começar nessa idade. Agora uma garota de 17 anos... - hesitei - Tem outros desejos. FLASHBACK OFF

Minhas lágrimas cairam e as limpei rapidamente. Não posso ficar assim. Tenho que parar de pensar nele. Só sofro mais com isso.