A Vingança de Allison Castellan escrita por Queen Julia


Capítulo 8
7. Eu sou minha única família


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora! Eu vou entrar de férias o que significa dois capítulos por semana :) Yeeeeaaaaahhhhh Se eu ganhar reviews talvez eu faça um momento Nate + Ally especial para vocês



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Assim como existem dois lados de cada história, existem dois lados de toda pessoa. Um lado que revelamos ao mundo, e outro que mantemos escondido. Sem percebermos criamos um duelo entre esses dois lados pelo equilíbrio da luz e escuridão. Dentro de cada um de nós está a capacidade para o bem e o mal. Mas aqueles que são capazes de ofuscar a linha moral retêm o verdadeiro poder.

Os médicos não recomendam beber Red Bull depois de acordar, mas eu não ligo. Clarisse passou a noite comigo e cuidou de mim como se eu fosse uma criança. Admito, eu não queria parecer fraca para nenhum campista, mas Clarisse era uma exceção.

– Então você é alcoólatra? – ela perguntou de dentro da cabana enquanto tirava algumas coisas da minha mochila;

– Confirmado.

– E você é fumante? – perguntou tirando um maço de cigarros e um isqueiro.

– Correto.

– E você é viciada em drogas?! – ela exclamou segurando um saquinho de cocaína. Sinceramente era pequena a quantidade, mas parecia que Clarisse via aquilo como um pote de drogas.

– Claro que não! Eu fumo maconha, cheiro cocaína, e tomo umas pílulas bizarras quase toda a semana. Eu não fico uma semana sem isso. Eu tento, tento, tento, mas nunca consigo ficar viciada. – falei sorrindo.

A minha ironia não fez Clarisse rir, pelo contrário ela ainda me olhava com pena.

– O que aconteceu com você? – ela perguntou caminhando até mim.

– Vida. – disse olhando para baixo.

– Você era tão doce, cheia de alegria, você poderia ter tido uma ótima vida pela frente. Por que você decidiu virar outra pessoa completamente diferente?

Eu ainda olhava para baixo e Clarisse continuava a me olhar esperando uma resposta. Comecei a tremer de raiva, afinal do jeito que ela falou pareceu que eu virei esse tipo de pessoa porque eu escolhi.

– Você acha que eu queria ser assim?! Eles me transformaram nisso! Aqueles idiotas que dizem que amam seus filhos mais que tudo. Os malditos Deuses.

– Ally... – Clarisse começou, mas logo mudou de ideia e ficou calada.

Olhei para o mural de fotos e encontrei uma que estava eu, Luke, Thalia e Annabeth. Estávamos em uma praça e tinha centenas de fogos de artifício no céu. Eu dormia tranquilamente nos braços de Thalia sem nem perceber o barulho que os fogos faziam.

Passei o polegar por cima da imagem de Luke e me segurei para não rasgar a foto. Com raiva soquei a parede, Clarisse ainda me olhava esperando eu dizer alguma coisa.

– Luke está morto! Meu irmão está morto! Ninguém consegue entender isso? Ele era a minha família. – gritei.

– Ele morreu como um herói. – Clarisse falou.

– Eu sei! Mas ele m-o-r-r-e-u, ele não vai mais voltar. Não só ele como outras centenas de pessoas! Se eu estivesse aqui poderia ter impedido. – falei com os olhos fechados tentando me controlar.

– Não se pode mudar o destino. – ela sussurrou.

– Destino?! Isso não é destino! Não pode ser... – falei sentando no chão e pondo minha cabeça entre os joelhos.

Escutamos o som da trombeta anunciando que era hora do café da manhã.

– Vamos lá. – disse Clarisse.

Eu ri.

– De jeito nenhum que eu vou para lá. – falei.

– Você precisa comer.

– E o que você espera? Que eu sente com os meus irmãos falsos e os outros indeterminados na mesa do idiota do meu “papai”?

– Não são tantos indeterminados agora. Percy Jackson fez um trato com os deuses, muitos semideuses já foram reclamados pelos pais. Agora existe mesas e chalés para todos os deuses.

– Não importa! Eu não vou sentar lá fingindo que eles são minha família. E de verdade, não estou com paciência para aguentar os olhares da irritante da Annabeth e da ignorante da Thalia.

Clarisse não insistiu, saiu da cabana sem dizer nenhuma palavra.

Passou algumas horas e comecei a ficar entediada. A única coisa que consegui encontrar no meio das minhas coisas para comer foi uma ou duas balas. Eu estava determinada a não aparecer no refeitório, então tive que tomar medidas desesperadas.

Antes mesmo de chegar perto do chalé 11 eu já tinha perdido toda a coragem. Mas eu tive um momento de loucura e quando percebi já estava batendo na porta dos fundos.

Travis e Connor Stoll abriram a porta e se assustaram a me verem.

– Veja só Connor, eu estou ficando louco ou ela está com cara de quem precisa de nossa ajuda?

– Parece que sim Travis. A grande Allison Castellan quer nossa ajuda para alguma pegadinha na Annabeth ou Thalia?

– Não preciso de nenhuma das suas ideias infantis. - falei revirando os olhos.

– Por que está aqui então? – eles perguntaram juntos.

– Eu me recuso a ir até o refeitório, então façam o que vocês fazem melhor e me arranjem um jantar. – resmunguei.

Eles se entreolharam e tiraram de cima da mesa uma embalagem.

– È lasanha. – eles disseram me entregando.

– O que vocês querem em troca?

– Nada.

– Como assim nada? – perguntei, eles sempre querem algo em troca.

– Bem... sabe... você é nossa irmã, não precisa nos dar nada em troca.

Respirei fundo e sai dali batendo os pés. Eu não os considero meus irmãos e nem nunca vou considerar.

– Ally... nós te entendemos tá legal? Ele era nosso irmão também. – Travis disse. E eu me obriguei a me virar para encará-lo.

– Ele não era irmão de vocês, ele era meu irmão. Esse parentesco que vocês acham que tem comigo está errado. Hermes parou de ser considerado meu pai e de Luke no segundo que ele provou não se importar conosco.

– Mas Ally... – começou Connor.

– Não quero ouvir. - falei me virando e indo embora. Decidi que a partir de agora, ninguém desse acampamento vai ser considerado minha família.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam 'u'