Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 6
Explicações nunca foram tão complicadas


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Estou muito feliz com os reviews que estão aumentando.
Seja bem vinda as leitoras novas, sempre.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/204739/chapter/6

SEIS.

O sol já beirava a intenso pela manhã, pintando as ruas de amarelo e os rostos que se mantinham entregues ao sono pesado sobre aquele terraço. As gaivotas que cantavam mais a frente pareciam distantes, porém as quebras das ondas do mar podiam ser escutadas com mais eficazes, parecendo estar apenas metros de distancia quando na verdade estava a bons quilômetros.

Lizzy mantinha a cabeça sobre o braço de Johnny, fazendo-o de travesseiro, enquanto o outro deste era para o próprio. Parecendo adolescentes ficaram a conversar sobre coisas banais, e falando sobre Ramones acabaram se embriagando com as próprias palavras, caindo subitamente num sono ali mesmo.

As pálpebras ainda com vestígios de maquiagem, se abriram lentamente. A claridade intensa lhe cobrindo parcialmente o rosto machucava sua visão, esta que tentava ao máximo se estabilizar. Sentiu então certo desconforto, tateando a atrito que lhe sustentava, este mais rígido do que deveria ser.

Com a visão perfeitamente normal, Lizzy olhou o lugar ao seu redor arregalando aos olhos ao constar que estava mesmo num lugar onde não deveria estar.

Olhando para os lados viu a face serena de Johnny dormindo ao seu lado, e inevitavelmente sentiu o susto a eletrocutar por completo.

A aproximação de ambos ainda era bem estranha em seus conceitos, principalmente aos dela, que por ironias da vida, não sabia o que era ter alguém já há algum tempo. E ter ali um cara dormindo ao seu lado, havia feito com algumas coisas se bagunçassem em seus conceitos, estes que as vezes conseguia ser tão rígidos com ela mesma.

 Lizzy era uma garota de vinte e três anos que não se importava com nada mais além de sua prancha e trabalho. As suas saídas com os amigos eram muito bem aproveitadas, mas do jeito de Lizzy. Recebia cantadas, porém nenhuma delas a encantava como deveria. Ela não sentia falta de uma aproximação daquele modo especifico, mas, talvez, agora que tinha conhecido Johnny, as regras haviam se perdid um pouco dentro de seu consciente... E ela não gostou da confusão.

Ainda ao encarar o rosto avermelhado de Johnny decidiu que era hora de irem. Lizzy com todo cuidado que podia se levantou dos braços dele, esses que iriam doer muito a hora que percebesse. O rapaz por sua vez acordou com a movimentação alheia, tão assustado quanto Lizzy antes.

- A gente dormiu aqui? – perguntou constrangido, desamassando sua camisa.

- Acho que acabamos pegando no sono.

- Que horas são? – perguntou semicerrando os olhos. Tentando se acostumar com a claridade excessiva que se esvaia pelo amplo terraço, ele se levantou.

- São dez e meia... Nossa, dormimos demais!

- O quê!? Dez e meia!? Meu deus, os meninos vão me matar!

Lizzy sentiu vontade de rir ao ver Johnny perdido com seus próprios passos atropelados de um lado para o outro, mas minutos depois decidiu que não seria uma boa idéia.

- Se acalma, Johnny. Vamos! – incentivou e ambos saíram em passos apressados dali, descendo os relances de escada aos pulos.

- Desculpa Lizzy, mas fico te devendo o café da manhã. – Johnny disse enquanto entrava afobado dentro do carro.

- Tudo bem Johnny, não precisa se preocupar. Se quiser ir indo, tudo bem também. Vou dar uma caminhada, eu acho.

- Nunca! Entra aí, Lizzy. Mais um pouquinho de atraso não vai rolar problema, eu espero.

Com um sorriso no rosto ela aceitou a carona. Seria muito bom se fosse caminhando, mas levando em conta que estava atordoada ainda pelo sono, cedeu. Aliás, Johnny tinha parte de razão, naquela altura ambos os garotos já tinham planejado sua morte.

Ao fundo um som de celular começou a se desesperar dentro do carro ao som de Sweet Child O’ Mine, era o de Johnny.  Procurando pelos bolsos, ele não achou.

- Lizzy acho que deve estar perto de você, atende pra mim.

Sem rebater o fez, achando-o aos seus pés – ela o perguntaria quando tivesse tempo o porquê daquele paradeiro. No visor viu o nome Matt, e o avisou. O rapaz soltou um palavrão em forma de grunhido pegando o celular da mão da moça, desajeitado.

- Oi Matt.

-Oi Matt o caramba! Onde você ta seu idiota? Sabe que horas são!?

-Eu sei e já estou a caminho.

- Espero que tenha um bom motivo para esse atraso. E espero também que não esteja envolvida surfista nenhuma, está escutando? Nem eu que estou noivo me esqueço das minhas responsabilidades desse jeito.

- Matthew odeio seus sermões, sabe disso. Chego ai em dez minutos. 

Desligando o celular bufou, parando o carro em frente o sobrado amarelo de Lizzy. A moça dando um beijo sem jeito no rosto do rapaz, pulou pra fora.

- Lizzy! – Johnny a chamou antes que adentrasse. – Posso te ver mais tarde? Quer dizer, se eu ainda estiver vivo.

A moça riu sonoramente, deixando que ele ficasse menos nervoso com todo aquele transtorno que estava passando. Ela assentiu meigamente pra ele, piscando antes de adentrar sua casa pelo portão camuflado de madeira.

Johnny ainda meio entorpecido pelo som da risada da garota se arrancou com o carro, voltando ao desespero (lê-se: barra realidade).

...

- Sua macaca, eu estou esperando explicações! Ficamos preocupados com você.

- Noan, eu sei que você é meu melhor amigo, e também sei muito bem da sua opção sexual, por tanto para de parecer um gay falando.

- Lizzy! Eu to falando sério. Eu sei que você não voltou pra casa ontem porque eu te liguei milhares de vezes!

- E não voltei mesmo, Noan. Só não me faça te explicar tudo pelo telefone. Quero um café forte e donuts, vem logo.

Lizzy desligou o telefone, rindo pra si mesma. Achava engraçado o modo como seus amigos tomavam conta dela. Sendo apenas dois anos mais velhos, ambos, tinham tomado uma pose fraternal que ela nunca saberia explicar com melhores teorias de como havia surgido; Era intenso aquele laço de amizade, e por assim dizer sem pudor algum, haviam tomado facilmente o lugar dos seus pais.

Subindo relutante os degraus para seu quarto, adentrou o banheiro diretamente, indo parar debaixo de uma ducha extremamente gelada - esta tão que foi possível sentir o choque térmico da água tocar seu corpo ainda bastante quente.

Se perguntando por que era sempre no banho que sua cabeça começava a tagarelar descontrolada, Lizzy ficou a se lembrar da noite passada. Agora era fato de que aquelas aproximações de Christ tinham sido um pouco influentes demais para a garota. Não era carência, mas também não era amor a primeira vista. Porém importante demais para se levar como apenas um momento entre amigos. Se lembrando de terem dormido juntos, seu estômago deu uma cambalhota.

Mc Donald’s no terraço de um prédio abandonado nunca tinha sido tão memorável assim. E não era só ela quem pensava assim.

...

- Seu filho duma mãe! Onde estava? – Zacky indagou assim que Johnny entrou pela porta da casa de Matt.

- Desculpa gente, sério.

- Desculpa? Você vai ver só! – Brian interveio, com sua guitarra apontada ameaçadoramente a Johnny. Ele não teria coragem de quebrar sua guitarrinha na cabeça do pigmeu, era só pressão. Só pra constar.

- O combinado era trabalhar nas novas músicas duas vezes por semana na casa do Matt! – Zacky continuou, impaciente.

- Ai credo, sai fora vocês viu.

- Ah, olha só quem apareceu... O senhor do sexo. – Jimmy adentrou logo após sendo acompanhado de Matt. Ao contrário de todos, o grandalhão parecia calmo com aquele seu jeito debochado de sempre. Matthew por sua vez, veio em direção ao Johnny com um olhar feio.

O pequeno temendo o que viria a seguir, saiu correndo pela sala.

- Nem vem, seu gorila! Eu já to aqui, não to?

- Não interessa!  A gente marcou às nove horas, e já são onze!

Matt a passos largos e apressados foi atrás de Johnny, trincando o maxilar.

- Espera, não mata ele Matthew! Quero saber como que foi com a surfista primeiro. – Jimmy reapareceu, colocando Johnny atrás de si. – Vai desembucha, anão.

Johnny percorreu o olhar pela sala, agora os quatro o encaravam como se o mundo fosse cair a qualquer instante. Engolindo em seco o pequeno se sentou no sofá, escolhendo por onde começar.

 Iria ser zoado eternamente se contasse que haviam dormido no terraço de um prédio abandonado, mas outra alternativa não lhe vinha em forma de mentira em sua cabeça naquela momento.

- Como foi o encontro? – Brian apressou já impaciente com seu silencio.

Imagine quatro troll’s em frente de um dos sete anões da branca de neve... Imaginou? Johnny estava quase saindo correndo pela porta.

- O que aconteceu, cara?  Ta drogadão? – Jimmy com seu jeito todo atencioso deu um cutucão no braço de Johnny que por fim decidiu falar.

- Ah foi legal.

Legal? Ok.

Ambos se entreolharam, franzindo o cenho. Depois de alguns minutos sem entender, desataram a rir.

- Vocês transaram! – Brian subjugou, apontando o indicador para Johnny que imediatamente tomou uma cor avermelhada, entrando em desespero pelo o que tinha acabado de ouvir.

- Não, não! – negou fazendo gestos negativos exagerados com a mão e com a cabeça. - Lógico que não! Pode parar com essa história. – ele definitivamente não sabia onde enfiar a cara, e estava se amaldiçoando. Apesar de já ter imaginado que aquele julgamento iria acontecer cedo ou mais tarde, não esperava que fosse ficar tão constrangido a sim ao contar uma coisa que sempre teve facilidade para conversar com seus melhores amigos. Talvez aquelas brincadeiras debochadas vindas deles não ajudassem muito com a situação, ou talvez, como uma maldição, aquele rosto sereno dormindo ao seu lado não lhe permitisse esbravejar a falar simplesmente o que havia acontecido. Tinha sido tão estranhamente bom.

- Ela é tão boa assim, cara? – Jimmy perguntou, dando um tapa de leve em sua nuca. – Sabia que devia ter ido à praia com vocês aquele dia. – continuou, sendo sua vez de levar um na cabeça, este habitual vindo de Zacky.

- Ela é... É incrível. – só o que conseguiu sair da boca dele, ainda com a atenção aérea. Estava se sentindo um idiota no maldito modo automático.

Um silêncio pairou sobre o ambiente por breves segundos, mas depois as risadas infectaram seus ouvidos, assim como almofadadas eram acertadas em seu corpo. Mas ele apenas ignorou, havia entrado em contato com seu interior, e era um tanto nova aquela situação.

...

- Okay, pode começar Lizzy Marie! – Noan falou. Lizzy encarou os amigos, ambos com os olhares interessados e queimando curiosidades sobre ela. Por um segundo pensou em perguntar o que havia acontecido com a masculinidade de ambos, mas decidiu deixar pra lá. Aquilo não iria dar um bom rumo para conversa, e ela só queria que todo aquele interrogatório acabasse o quanto antes.

Dando um gole de seu café extremamente forte, respirou fundo, analisando as partes para decidir por onde começar. Não seria tão fácil assim dar detalhes – esse, com certeza, tão desejados – de seu encontro com Johnny. Tinha sido um tanto diferente demais para que fosse contado simplesmente.

- Eu espero que esse silêncio todo não seja porque você dormiu com ele, Marie. – Joseph interveio. Lizzy revirou os olhos, bufando. Odiava ser chamada pelo segundo nome e ele sabia disso.

- Gente, relaxa. Nós não dormimos juntos. Quer dizer... Dormimos, mas do jeito que vocês estão pensando.

Analisando as feições confusas a sua frente, a garota deixou uma risada nasalada lhe escapar.

- Como assim?

- Bom, começando pelo fato de que ficamos em cima de um prédio comendo Mc Donald’s...

- Mc Donald’s? – Nick a interrompeu.

- A gente tava comendo Mc Donald’s, que mal tem?

- Olha, eu pensei que ele iria te levar num daqueles restaurantes que você nem sabe como comer... – Joseph confessou, a fazendo rir mais uma vez.

- A melhor parte está no terraço...

- Terraço?

- Nick, dá pra me deixar falar!? – pediu estressada, vendo o mesmo erguer os braços em rendição. – A gente acabou adormecendo em cima do terraço que passamos o tempo. Mas não aconteceu nada, ok? Só pegamos no sono.

- E porque eu não consigo acreditar nisso? – Noan perguntou, arqueando as sobrancelhas.

- Porque você é um pervertido.

- Porra, era o Johnny Christ, Lizzy! Todo garanhão... Você dormiu fora, é difícil acreditar que nada aconteceu. – Nick desatou a falar, perdendo o fôlego no final.

- Grande merda, Nick. Ele é muito diferente do que vocês estão supondo que seja, ok? A única coisa que vocês precisam saber é que não aconteceu nada demais entre a gente, e isso basta. – falou por fim, mal humorada.

Não gostou do modo como seus amigos haviam enxergado as coisas, por mais que alguns dos fatos indicassem o contrário de tudo o que realmente havia acontecido. Lizzy não era do tipo que se entregava, e ela tinha a leve impressão de que Johnny também não era do tipo que tinha sempre que queria. E sem se importar com os resmungos alheios, ela terminou seu café da manhã, cálida


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Críticas, opniões?
Quero muito saber isso de vocês, ok?
Não estou acostumada escrever romances californianos, então quero saber se não estou sendo exagerada demais ok?
Apesar de estar apenas no começo né, esse é um detalhe bem importante. rs
Enfim. Falem ai que responderei todos voces, pode ser?
beijos,e até o próximo.