Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 2
Sem neuras, Johnny


Notas iniciais do capítulo

Olá :B
Muito obrigado aquelas que comentaram e as que estão apenas acompanhando, pois é já tenho leitores fantasmas ;/
deem um oi só ):
Enfim, segundão *-*
Boa leitura.



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DOIS.

Lizzy retocava o gloss incolor em sua boca quando escutou palmas vindas de fora. Adivinhando que seria Noan, pegou sua bolsa e a atravessou sobre seu vestido azul curto. Mas ficou surpresa ao ver o de cabelo espetado com uma prancha apoiada a lateral de seu corpo.

– Johnny?

– Estou te atrapalhando?

– Não, tudo bem... Você quer entrar?

Colocando a prancha debaixo do braço, Johnny adentrou a casa da garota por um pequeno portão branco de grades. Ainda surpresa, o encarou estranhando sua visita.

– Aconteceu alguma coisa?

– Bom, você quebrou a sua prancha me ajudando... Então essa é sua.- ele estendeu a placa branca afemininada com detalhes florais ao tom de rosa. Lizzy pegou cuidadosamente o objeto dos braços do rapaz, encarando perplexa tamanha beleza da prancha em suas mãos.

– Isso deve ter custado muito caro... Realmente não precisava.

– Eu me senti meio culpado... Então é o mínimo que eu posso fazer. - ele enfiou as mãos no bolso encolhendo seus ombros, tímido. Lizzy passava a mão por toda a extensão da placa vidrada, analisando cada detalhe, o que valeu um silêncio cortante de alguns segundos entre eles.

Esta, quando finalmente sentiu que podia quebrar aquela hipnotização que a prancha havia lhe proporcionado, olhou para o garoto que a observava curioso.

– Obrigado Johnny.- sorriu tímida, sentindo as bochechas queimarem. Ele que não fugia muito disso, apenas assentiu com a cabeça lhe retribuindo da melhor forma possível o mesmo sorriso radiante da garota dos olhos de emeraldas verdes.

A timidez involuntária entre os dois foi quebrada pelo som da voz de Noan chamando por Izzy, enquanto já adentrava a casa da mesma.

– Ops! Atrapalhando alguma coisa? - perguntou, vendo Lizzy bufar. Ignorando a insuação sutil do amigo, falou:

– Noan esse é o Johnny, Johnny esse é o Noan, meu melhor amigo.

O rapaz se aproximando estendeu a mão para o pequeno, que lhe sorriu discretamente. Aproveitando a distração de ambos, Lizzy subiu até seu quarto para guardar cuidadosamente a mais nova prancha, qual não via hora de usar.

– Eu não te conheço de algum lugar? - Noan perguntou franzindo o cenho, vendo Johnny negar imediatamente. - Hum, ok então. Lizzy, vamos logo garota! - gritou se jogando no sofá.

Johnny se sentindo um peixe fora d'água com a presença do amigo da menina que acabara de conhecer, enfiou mais uma vez suas mãos dentro do bolso, impaciente. Sentindo vontade de gritar em agradecimento, viu-a descer as escadas, fazendo sinal para que a seguisse logo após.

– Bom.. Então é isso Lizzy. Espero que tenha gostado da prancha. - Johnny começou a se despedir quando viu que a moça já tinha compromisso com seu amigo, e que aquela noite não lhe renderia para conhecê-la melhor como tanto queria.

– Você ta brincando? Vem com a gente Johnny! - Lizzy quase gritou ao ver que o baixinho já pretendia ir embora.

– É Johnny, vem com a gente. Vai ser legal. - Noan incentivou sorrindo abertamente. Vendo Lizzy o encarar ansiosa pela resposta, não demorou muito para se convencer de que deveria ir.

– Aonde vocês vão? - perguntou curioso, vendo-os caminhar sobre a areia mesmo.

– Gosta de luau, Johnny? - Lizzy perguntou, reduzindo seus passos para observá-lo. O rapaz assentiu e ela sorriu. - Então achará esse um dos melhores da sua vida.

A garota apontou para Johnny um ponto amarelo mais além. O rapaz recuou um pouco mentalmente ao ver a grande fogueira repleta de pessoas (muitas pessoas) em sua volta. Mas algo lhe dizia dentro de sua cabeça para que relaxasse... Era um luau de pessoas a procura de diversão. Grande parte daqueles jovens já havia tomado uma quantidade significativa de álcool, o que favorecia perda de uma parte da memória. Não reconheceriam o baixista tão fácil, pelo menos era o que Johnny esperava.

– Izzy! - um rapaz alto correra na direção da garota, esta que abriu os braços para recebê-lo com um abraço saudoso. Fazia muito tempo que ela não aparecia nas festas organizadas pelos seus próprios amigos, e de certo modo eles sentiam sua falta.

Johnny apenas observando a aglomeração de meninos que se formara em volta de Lizzy, torceu a boca. Não esperava que ela fosse do tipo amiga de meninos, muitos meninos.

– Esse é o Johnny, gente. Pesquei ele hoje... Literalmente.- Izzy o apresentou, e logo todos foram o cumprimentar. - Esse é Tyler, Joseph... E esse era pra ser o Nick, mas deixa pra lá. - apontou para o amigo que já se encontrava bêbado.

– Cuidado com essa garota, ela é um perigo! - Johnny escutou Tyler o dizer discretamente, enquanto passava seus braços em volta de seu ombro. - Brincadeira, malandro. Ela é um amor de pessoa... Há quanto tempo se conhecem?

– Algumas horas? - franziu o cenho, sentindo o cheiro forte de vodka sair da boca do rapaz que o arrastava até um quiosque ali.

– Ela te pescou mesmo hein...

– Me salvou na verdade.

Duas margueritas, alemão! - pediu ao barman que saiu no mesmo instante preparar o drink. - O quê, ela te salvou? Deixa eu adivinhar... Estava tentando surfar? - riu debochado, deixando Johnny incomodado.

– É mais ou menos isso...

.

– Olha a Izzy acompanhada... Quem te viu quem te vê. - Nick sabia muito bem como irritar a amiga, ainda mais com a quantidade de álcool elevada no sangue. Mas a tentativa fora sem sucesso, ela sabia que tudo que fosse sair da boa do amigo naquela noite não iria ser nada produtivo.

– Não é nada disso do que vocês estão pensando... Ele estava se afogando e eu o ajudei a sair da água. Minha prancha quebrou e ele me deu outra nova. Entende as boas ações?

– Não acredito! O Mikey quebrou? - Joseph quase se engasgou com o gole da cerveja que havia acabado de dar. Mikey era a prancha azul de Lizzy. Tinha sido batizada com esse nome pelos próprios que a deram de presente em seu aniversário de quinze anos.

Izzy fez careta, não devia ter contato sobre ela quebrada...

– É... Duas quilhas quebradas. - explicou, mas sem dar muita atenção aos rostos perplexos dos amigos. Observava Johnny com Tyler num quiosque a metros de distancia das pedras onde estava sentada.

– Eu não acredito que o Mikey morreu... - Noan ainda lamentava.

– Relaxa... Vou arrumar ele, ok? Farei econômias.

Lizzy estava se sentindo incomodada com Tyler por perto de Johnny. Ele era seu ex. namorado, e nunca superara direito o término do namoro entre ambos - este que durara três anos. Sempre que via brechas tentava se aproximar de Izzy, que apesar de tudo era sua amiga, mas, definitivamente, não havia aproximações maiores que essa do rapaz.

Johnny só escutava Tyler falar sobre surf. Estava começando a se irritar com o assunto que pra ele era totalmente entediante. Se fosse ao contrário de uma prancha, o baixo iria lhe ser mais produtivo. Quando viu que uma menina havia parado ao lado dele, Johnny saiu de fininho, indo até Izzy que dava risada de alguma coisa com Noan e Joseph.

– Está gostando? - perguntou, estendendo-lhe uma garrafa de cerveja.

– Acho que fico melhor por aqui...

– O que foi? O Tyler é muito chato? - ela riu, o fazendo torcer a cara. Não podia confessar.

– Não, mas é que eu não manjo muito em conversar com surfistas... Eu acho.

– Relaxa, Johnny! O Tyler só sabe falar sobre surf, surf, surf e surf. O problema não é você, é ele mesmo.

Johnny e Lizzy pela primeira vez naquele tempo significativo que estavam perto um do outro, desenrolaram uma conversa empolgante. Lizzy perguntara o que ele fazia da vida e o mesmo começara a gaguejar, se perdendo na resposta. Deu graças a deus quando Noan interrompera o assunto, perguntando qualquer coisa. Porém, todo esse medo, não foi o suficiente para que parassem de dar risada atoa. Os drinks já estavam começando a fazer efeito.

Ao longe Tyler observava tudo com um ciúmes sobre-humano da ex. namorada, esta que se divertia a milhões com Johnny. Ele por sua vez, havia percebido os olhares intensos do rapaz.

– Posso te fazer uma pergunta? - perguntou, parando de rir.

– Outra depois dessa, né? Manda ai!

– Porque o Tyler não para de olhar pra gente?

– Han? - ela ficou confusa, mas logo viu os olhares de cinco em cinco segundos do outro lado da fogueira. - Ah, longa história.

– A noite é uma criança...

– Ah, é mesmo? Só conto se você me falar sobre sua aposta, fechado? - ela estendeu a mão, e o rapaz ainda um pouco hesitante decidiu as apertar. - A gente namorou por três anos... Eu tinha dezenove quando a gente terminou. Fazíamos parte de um circuito daqui de Huntington Beach, e com o tempo eu fui ganhando mais patrocínios que ele. Bom, ele é machista e não gostou muito... Então sabotou a minha parafina; a trocou com silicone. Quando eu fui pegar a onda... Bom nem preciso dizer que isso me rendeu alguns pontos na cabeça, não é? - ela levantou seus fios finos na lateral da testa, mostrando-o uma cicatriz discreta ali. - Depois disso ele foi expulso porque Noan achou o vidro da minha parafina nas coisas dele. A gente terminou e ele foi embora pro Hawaii, morar com o irmão por uns tempos. Mas quando voltou nos procurou pedindo desculpas e tudo mais...Aceitamos, mas ninguém gosta dele. Eu particularmente não consigo ficar perto dele por muito tempo.

– Eu não acredito que ele teve coragem de fazer isso com você!

– Pois é, ninguém acreditou, mas fazer o que né. Nem tudo é o que parece. - completou cabisbaixa. - Agora é a sua vez! - descontraiu-se sorrindo ansiosa.

– Bom...- coçou a nuca indeciso em como iria começar a contar. - Eu estava saindo com uma garota, Lacey é o nome dela. Só que eu deixei bem claro deste o começo que não queria nada sério, mas a doida começou a atormentar a minha vida! Dá até vontade de chorar só de lembrar. - debochou fazendo uma careta.

– Uau, essa é boa hein. O que ela fez?

– Simplesmente começou a me seguir e a querer saber o que eu estava fazendo de cinco em cinco minutos. Ela é o capeta em pessoa! - Lizzy riu - Então a aposta era: eu tinha que pegar uma onda, e se não pegasse teria que sair com ela de novo. Tortura!

– Então quer dizer que você vai ter que sair com a doida maníaca lá?

– Espero que não... Ainda não conversamos sobre isso. Mas se tiver que acontecer te mandarei uma carta dizendo arrependidamente que deveria ter me deixado afogar.

Lizzy gargalhou por breves segundos, sendo interrompida indesejavelmente por Tyler.

– Vamos cair na água? - perguntou. Lizzy franziu o cenho. Adorava surfar à noite, mas não queria deixar seu convidado sozinho. Negou com a cabeça, vendo Tyler revirar os olhos. - C'mon Izzy! Eu te empresto uma prancha.

– Valeu Tyler, mas não, beleza? Outro dia a gente combina de surfar juntos. - ele bufou enquanto colocava sua prancha debaixo dos braços e saia correndo rumo ao mar junto de Noan e Joseph.

– AI MEU DEUS! Você é o Johnny Christ, não é!? - Johnny fechou os olhos, se amaldiçoando eternamente por dentro, parece que sabia que a qualquer momento aquilo aconteceria. Uma garota loira vestida com uma saída de banho havia parado a sua frente com os olhos brilhando. - Me dá um autográfo? - lhe estendeu um pedaço qualquer de papel acompanhado de uma caneta - que tinha feito horrores para achar.

– Claro linda... Como é o seu nome? - sorriu simpático.

– Stella. Ai meu deus você me chamou de linda...

Lizzy observava tudo com as sobrancelhas arqueadas, não estava entendendo bulhufas daquilo. Depois que Johnny terminara de escrever alguma coisa no papel a garota lhe deu um beijo estalado em sua bochecha, saindo correndo em seguida. O rapaz passou a mão pela testa, procurando alguma coisa que lhe fosse sensato dizer sobre quem era de verdade.

– Okay. O que foi isso? - Lizzy perguntou rindo baixo. Apesar de ter achado absolutamente a coisa mais estranha que já havia visto, a cara de Johnny a fazia achar graça.

– Por onde eu começo? - perguntou pra si mesmo, mas ao invés de ouvir a voz de si mesmo, a de Izzy quebrou seus pensamentos.

– Pelo começo? Johnny você é algum ator de Hollywood e não me contou?

– Não sou ator, sou baixista de uma banda de metal.

– Oh my god! Sério? Porque não me disse?!

– Porque eu estava tendo aquele lance de liberdade que só uma pessoa comum pode ter, entende? Não queria que me tratasse diferente só porque toco baixo numa banda.

– Ah Johnny! Não esquenta. Você estava se afogando, isso é a prova viva que é como os outros. - ela riu dando tapinhas delicados no ombro do rapaz, que se surpreendeu com a tranqüilidade da garota. - Mas espera aí! Não era pra você ser o baterista?

– Como é?

– Os cabelos espetados não são para os bateristas?

– E pranchas não são para meninos?

– Costuma ser machista?

– Estou brincando.

– Me diz... Qual é o nome da sua banda?

– Avenged Sevenfold...

– Alguém disse Avenged Sevenfold? - Nick se aproximou cambaleando com uma garrafa de vodka na mão. - Eles são legais, sabia Izzy?! Eu acho que vi um clipe deles esses dias... O carro tinha asas! - gargalhou. Estava completamente bêbado, e suas palavras pareciam entrar em conflito com sua própria língua. - Tem um que até parece com vo... -não terminou sua frase e logo estava caído ao chão, engolindo areia. Tinha desmaiado pelo excesso de bebida, e ninguém se deu ao trabalho de tirá-lo dali. Ambos sabiam que seria uma tarefa impossível e que ao amanhecer, não seria apenas ele desmaiado na praia.


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