Japão, em algum ano em que a primavera recorda-se ser florida.

Ela se perdia do outro lado do mundo. 

Girava, girava; os olhos fechados, os cabelos rodopiando ao seu redor. Loiríssima Lovegood. Não evitava o quimono. Em instantes, dançava ao redor das flores, jogando-as para o alto, esfregando-as em sua pele macia, que assumiam um tom rosado ao contrastar-se nas flores. Os que a observavam, invejavam sua felicidade, que era explícita em risadas altas, felizes, eram apenas os sinos tocando; mas ela não ligava. Estava ocupada. 

Xenofílio ao longe. Ah, como não admirar as praças gloriosas do Japão...? Todas as pessoas ao seu redor... Inocentes trouxas muito baixinhos que os olhavam com os olhos estreitos. E o homem ainda estreitava os próprios olhos em resposta! E ria descontroladamente da própria felicidade em que brincar com aquelas mulheres pintadas de pó branco por todo o rosto que iam e vinham pelas ruas. E ainda dançavam, as malditas! Deixavam-se ser chamadas, aplaudidas, festejadas ao chamar uma menininha de grandes olhos azuis para juntar-se a elas. Mas entre todas elas, Xenofílio sorria de olhos intensos para apenas uma.

E ia até seu encontro. E enroscava a mão na da mulher à sua frente. As unhas dela pintadas de escarlate, tão vermelho que deixava os próprios lábios ciumentos. Mas e suas roupas? De todas as cores possíveis. E ousavam inventar mais para encher o arco-íris. 

Embora o arco-íris tivesse como sobrenome Lovegood, sua dona costumava chamá-la de “minha pequena... Nossa Luna”.