Crônicas Atemporais escrita por Aldneo


Capítulo 1
O retorno de um velho inimigo




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Alta madrugada, no suntuoso palácio do Maharaja da antiga Índia, a princesa Farah, filha do Maharaja, desperta de seu sono em seu leito e busca seu marido ao seu lado, o qual não é encontrado. Ela então se levanta e sai em busca dele pelos corredores do palácio.


Não muito longe dali, dois arqueiros, usando mascaras que imitavam a cabeça de um íbis, disparam suas flechas simultaneamente, as quais atingem, ao mesmo tempo e sem dar chance de reação, dois guardas que vigiavam a entrada do palácio.


A princesa logo encontra seu marido em uma varanda, observando os jardins do palácio.


– “Olhem só, se não é o famoso Príncipe da Pérsia que habita os palácios da Índia, sofrendo de falta de sono... Ainda com as mesmas preocupações...”


– “Zurvan estava obcecado pela ampulheta e pela adaga, sei que é apenas questão de tempo até que ele tente algo...”


– “Desde que foi expulso de nossas terras nunca mais se ouviu falar deste maldito Vizier, acha mesmo que aquele velho louco tentaria invadir o palácio? E mesmo que tentasse, como passaria por nossa guarda? Acredite já temos homens o suficiente vigiando este local, você pode guardar sua espada meu amor.”


O casal se beija, e Farah conduz o príncipe de volta a seus aposentos, levando-o pela mão.


Pouco após eles saírem da varanda, um dos guardas do palácio passa por ela em sua ronda. Ele caminha lentamente, enquanto olha ao derredor e empunha sua lança. Ele passa diante de um arbusto, do qual, após ele passar, se levanta um soldado, usando na cabeça uma máscara que lembrava o crânio de um touro. Este o agarra cobrindo-lhe a boca para evitar que gritasse e alertasse outros guardas, e lhe corta a garganta com uma espada, matando-o e escondendo o corpo entre a vegetação.


Pouco tempo depois, o príncipe deixa Farah adormecida em sua cama. Ele lhe dá um beijo na testa e diz:


– “Desculpe amor, se você soubesse tudo o que sei... Eu tenho que vigiá-la, fiz esta promessa para que possamos ficar juntos e termos uma boa vida...”


Ele sai novamente do quarto, pegando sua espada que havia deixado próximo a porta. Enquanto retorna a rondar pelos corredores ele passa a rever suas lembranças, como se as falasse a Farah:


– “Você não sabe de tudo o que ocorreu, porque na verdade isso nunca ocorreu... o Vizier me fez liberar as Areias do Tempo e isso causo muita destruição e a morte de todos o que amava, inclusive a sua... Porém, consegui desfazer este erro, e Kaileena, a imperatriz do tempo, as recolocou na ampulheta, voltando no tempo antes de meu pai atacar seu reino, em troca de minha promessa que protegeria a ampulheta da ganância do Vizier e de outros como ele. Tendo uma nova chance, corrige os erros que cometera anteriormente, ao invés de atacar a cidade, convenci meu pai a denunciar os planos de traição do Vizier ao Maharaja, este, agradecido, propôs a união de nossos reinos e nossas famílias, através de nosso casamento...”


Ele ainda recordava quanto percebe no final do corredor, onde este fazia uma curva, a mão de um soldado caído. Ele corre até o local e constata o soldado morto. Percebendo que seus temores pareciam se tornar real, ele dispara em uma corrida desesperada em direção às câmaras subterrâneas do palácio, enquanto gritava pela guarda. O caminho até as câmaras estava marcado por corpos da guarda real.


Ao chegar a câmara subterrânea, o príncipe se depara com uma visão de pesadelo: o Vizier, com a adaga do tempo em mãos diante da ampulheta, prestes a conseguir o que almejava. O Vizier o percebe e lhe saúda rancorosamente:


– “Olhem só, se não é o maldito filho de Shahraman, o Príncipe da Pérsia! Novamente pronto a atrapalhar meus planos... Porém, desta vez, você chegou tarde demais!”


O príncipe avança contra seu velho inimigo, porém ele é surpreendido por guerreiros, usando mascaras em forma de crânio de touro, que o agarram e o dominam.


– “Não o matem agora! Quero que primeiro ele me veja conseguindo o que planejo há anos e que ele só conseguiu atrasar!”


Os guerreiros o seguram de frente para o Vizier, o qual enfinca a adaga na ampulheta enquanto recita um feitiço. Ele é imediatamente envolvido pelas Arias do Tempo, as quais o elevam no ar e começam a adentrar em seu corpo. Um brilho assombroso toma conta dos olhos do Vizier, o qual começa a dizer:


– “As areias! Estão me revelando seus secretos! Ah, então... esta não é a primeira vez que cumpro meus desígnios, porém das outras vezes você me atrapalhou! Então Kaileena desfez tudo... Mas desta vez farei tudo diferente, não deixarei que você me atrapalhe!”


Com um grito e uma descomunal liberação de poder o Vizier desaparece junto com as areias, levando também seus guerreiros e deixando o príncipe sozinho. Neste instante, Farah, acompanhada da guarda do palácio chegam as câmaras perguntando desesperadamente, ainda mais depois de constatar o desaparecimento da adaga e ver a ampulheta vazia, o que ocorrera. Ao que o príncipe informa:


– “Zurvan... Ele estava aqui com mercenários cuxitas e levou a adaga... mas não sem antes usá-la para liberar as areias...


Farah se desespera ainda mais com tais palavras, porém, antes que qualquer outra coisa seja dita, ele sentem todo o palácio estremecer e começam a ouvir um forte e assustador ruído. Eles correm até uma das varandas do palácio de onde vêm uma colossal tempestade de areia engolindo a cidade e vindo na direção deles. O príncipe apenas tem tempo de reconhecer que se tratavam das Areias do Tempo, antes que estas engolissem a todos.




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