A Caminho Do Destino escrita por De Freitas


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

espero que nao tenha ficado tao dramatico
se preferirem apaguem as luzes e boa leitura:



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POV Der:

– Oi – Uma garota pouco atrás de Apolo me encarou fixamente, como se eu fosse um pedaço de carne, e ela um cão faminto, assumo que fiquei intimidado, não sabia muito sobre como me relacionar porque o que eu sabia deste mundo vinha de minhas ligações empáticas inconscientes, e elas não tratavam muito sobre namoro e essas coisas, então não entendi muito bem a principio aquele olhar, só depois liguei um ponto ao outro e me ressaltei um pouco.

Apolo não pareceu perceber nada disso, e, depois de mandar os filhos, sob promessas de um jogo, pra quadra, se aproximou de mim.

– E então? O que achou deles? – Perguntou com uma animação assombrosa.

– São a sua cara. – Disse como se não fosse a coisa mais obvia da existência, e emendei antes que ele puxasse a conversa:

– Quem são aqueles gêmeos? Os que saíram ao te ver? – Quando eu disse isso toda aquela animação pareceu ser drenada dele.

– Eles são recém-chegados, os reclamei ontem, a história deles não é feliz e, pra variar, eles acham que foram abandonados por mim. – E enquanto ele dizia isso, o céu ao redor do acampamento, já escurecido pelo cair da noite, ficou completamente nublado.

– E porque isso? Porque vocês os abandonam? – Ao ouvir isso ele parou, interrompendo nossa caminhada à casa azul, e se virou pra mim, em seus olhos, agora vermelhos, tornou-se visível um ódio destilado, uma raiva contida, seu maxilar trancou exibindo o músculo a tremer em sua face, que agora parecia dez anos mais velha, ele me encarava como se seriamente estivesse tentando, sem sucesso, me fulminar, eu podia sentir algumas ondas de calor percorrerem o meu corpo, mas elas não eram incomodas, pareciam tão normais quanto o pulsar de meu coração, então sua expressão vacilou, seus olhos desfocaram, e ele disse:

– Claro, absolutamente nada.

Eu não entendi e perguntei:

– Apolo, você esta bem? Como assim nada? – Os olhos dele retomaram o foco, agora mais calmo, ele respondeu:

– Não falei com você garoto, e desculpe pelas roupas. – Só então percebi que de minhas roupas, que já não eram muita coisa, apenas uma calça e uma camisa que apareceram quando fui transportado ao acampamento (antes era uma toga simples), só restavam cinzas, eu estava coberto apenas com os restos da gola da camisa e um pedaço da parte de cima das calças.

– Eu dou um jeito, melhor agora? – E enquanto falava fez surgir uma bermuda, e uma camisa alaranjada igual a dos seus filhos em mim.

– Garoto, nos não os abandonamos porque queremos, são as leis, sem elas o universo não funciona, não rola entende? – Ele dizia em meio a tentativas de reassumir o controle de suas emoções. Chegamos à varanda da casa azul, onde pude ver um homem gordo e de aparência infantil jogando algo com um homem metade cavalo. Ao perceber minha confusão Apolo, mais calmo, me apresentou a eles.

– Der, estes são Quíron – Ele disse indo em direção ao homem-cavalo, que me encarava sobressaltado e confuso.
- E Dioniso – Desta vez, se dirigiu ao gordo, que por sua vez, me olhou com um misto de rancor e conformismo inexplicável.

– Você deve ser muito importante para ser acompanhado pessoalmente pelo seu pai até aqui. – Disse o, agora sorridente, centauro (as ligações pareciam ter um raciocínio independente, como um tradutor simultâneo, assustador).

– Ele não é meu pai, só esta me acompanhando a pedido de minha mãe. – Eu disse áspero, ao perceber isso emendei o mais rápido o possível:
- Perdão, não sei quem é meu pai. – E tentei imitar um dos sorrisos amigáveis de Apolo, o que pareceu dar certo, pois Quíron respondeu:

– Não há porque se desculpar garoto – Ele disse de forma amigável, e se virando para Apolo – Perdão, mas porque acompanhar um indeterminado até aqui? A pedido de uma mortal? – Agora sim, ele parecia completamente confuso.

– A mãe dele não é uma mortal Quíron, e ele não é só mais uma dessas crianças, antes fosse. –Dioniso cuspiu as ultimas palavras como se fosse o maior insulto possível.


POV Ófion:

– Quem? Somente me diga quem lhe fez isto. – Eu implorei consternado.

Como se a cada palavra um pedaço de seu pulmão fosse arrancado ela respondeu:

– Minhas escolhas, fui livre à fazê-las, sou presa as suas consequências. – Sua voz foi profunda e cavernosa, porem firme, como ecos profundos de uma força intolerável, exatamente como os terremotos são para o magma.

– Deixe-me ajudar...

Ela sorriu amargamente, como quem ri da própria sorte.

– Ninguém pode, me condenei a uma imortalidade solitária. – Ela tremeu.

Apertei-a contra meu peito.

– Não enquanto eu estiver aqui... – Ela sorriu, e eu pude ver um resquício da Gaia poderosa ali.

– Não cometa os mesmos erros que eu... – Ela dizia enquanto fechava os olhos e adormecia em meus braços, seu corpo retornando lentamente ao solo.

Eurínome se aproximou,

– Se pudéssemos ajudar... – Ela disse, parecia ainda mais chocada que eu.

– Não sei oque aconteceu por aqui durante nosso exilio, mas temos que descobrir o quanto antes. – Eu disse tentando me recuperar do choque.

Assim que eu disse isto, surgiu da terra um pequeno golem de argila, parecia extremamente frágil, como se estivesse prestes a se dissolver, mas, para a nossa surpresa ele se ergueu e começou a dizer:

– Eu posso explicar o que aconteceu. – E fez uma pausa, esperando autorização para continuar.

– Continue.

– Como sabem, minha criadora libertou de seu próprio ventre, Cronos e os titãs, os quais castraram Urano separando-o definitivamente de Gaia, e aprisionaram no ventre da mesma, os hecatonquiros, ciclopes e até mesmo vocês, Gaia, furiosa por ser abandonada com o ventre ainda mais cheio, e Urano, furioso por ser separado de Gaia e castrado, lançaram sobre Cronos uma maldição, dizendo que ele estava fadado a ser derrubado por seu próprio filho, Cronos, em uma tentativa frustrada de impedir que a maldição funcionasse, começou a devorar os próprios filhos, entretanto, sua irmã e esposa Réia, o enganou dando a ele, no lugar de seu filho mais novo Zeus, uma pedra enrolada em panos, Zeus cresceu, criado por Gaia e as ninfas que a serviam em uma caverna, e quando atingiu a idade adulta, foi até seu pai disfarçado de viajante e deu-lhe uma poção, que o fez vomitar todos os irmãos de Zeus, que sendo deuses atingiram a idade adulta no estomago deste, Zeus e seus irmãos tomaram o poder de Cronos após uma guerra de 100 anos, a titanomaquia, eles libertaram os hecatonquiros, entretanto, prenderam no ventre de Gaia quase todos os titãs, menos Atlas, que foi punido ficando encarregado de segurar Urano nas costas, separando-o de Gaia, Zeus após varias tentativas de recriar a raça de ouro, obra de seu pai que ele destruiu, criou a raça de ferro, os humanos os quais estão espalhados por este mundo, assim Gaia foi reduzida à prisão divina, conhecida agora como Tártaro, e a fonte de exploração dos humanos.

Depois de tudo aquilo, eu realmente fiquei chocado.

– Conte-nos tudo sobre estes humanos e sobre Zeus...



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Notas finais do capítulo

eu não devo postar nada esse fim de semana senão vai ficar mais melancólico do que já está,enfim se você não liga se é melancólico ou não só quer ler mais, diga que eu escrevo :)
e olha
eu acho que a pior critica é o silencio,
assim, quando você não diz nada eu entendo que:
1_ Você não leu, e como eu escrevo pra que você leia ...
2_ A história esta muito ruim
Então, mesmo na segunda opção, critiquem, eu farei melhor no próximo.



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