Coisas Do Coração escrita por Mayara Rabelo


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Aviso: Extremamente romântica.
Música: Coisas do Coração - Roberto Carlos



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 Quantas vezes eu te falei

Que este amor é tudo para nós dois

Eu te quero e sempre vou te amar

Agora e depois.

Amar. O que significaria amar? Seria sentir-se feliz pelo simples fato de estar ao lado de uma pessoa que se é apaixonada mesmo que a ela não te corresponda? Bom, se assim fosse, o que Sara sentia era amor. Primeiramente, em uma de suas reflexões, decidiu que amava Grissom de todas as maneiras. Seu perfume, sua voz, seu jeito de ser, seus olhos lhes mandando uma mensagem oculta, até mesmo como a tratava. Com certeza, havia transformado a vida dela sem ao menos perceber.

- Até mais, meninos! – Sara despediu-se dos amigos enquanto saia da cena de crime próxima a sua casa. Iria andando. Quem sabe pensar um pouco.

Ao vê-la sair da casa abandonada onde haviam encontrado um corpo em decomposição, Grissom seguiu-a com os olhos, poderia fitá-la por tempo indeterminado. Há algo nela que o deixava aflito, um tanto abobalhado, sem razão. Simplesmente o coração falava, ou melhor, gritava bem mais alto que sua racionalidade quando o assunto era Sara Sidle.

Em seus pensamentos a voz de Catherine ainda ecoava: “Mudar. É disso que você precisa. Além de ter alguém pra quando abrir os olhos de manhã, enxergar. Pelo menos assim você conseguiria mudar esse seu humor.” Havia tido uma discussão com Catherine por conta de seu humor irritante.

Pediu desculpas. Mas ela continuou magoada e disparou essas palavras que o atingiram bem no meio. Dessa vez, ele não tinha como dizer que estava certo. Suas atitudes estavam mudando para piores, e pareciam concretizar. Seu coração estava cada dia mais sem calor, sem vida. Tudo isso por causa do amor que tanto tem pra dar para Sara, mas que seu orgulho não consegue deixar escapar.

Medo.

Esse sentimento era ridículo para um homem tão experiente como Grissom. Tinha seus dotes de homem que fragilizava qualquer mulher, deixando-a derretida por ele. E sabia que, mesmo evitando, causava transtornos em Sara. A pessoa que ele menos queria magoar. Seu medo era que quando desse tudo que tinha, todo seu amor, ela se encantasse por um mais novo, e jogasse fora o velho que não presta mais.

Mas hoje sentia uma força maior.

Quanto tempo eu não sei

Não se mede em tempo uma paixão

Mas eu sinto cada dia mais

Você no coração

Algo dentro de si que insistia, que suplicava desesperadamente para que desse uma chance. Há quanto tempo a amava e prendia isso em si? Tanto tempo... Mas a amava cada dia mais. E agora era como se seu coração confiasse em Sara, que ela jamais o deixaria. E foi em uma guerra com seus sentimentos que saiu da casa, com o crime encerrado, atrás do seu bem maior, atrás da razão de seu coração bater.

......

- Sara? – Gritou ao vê-la caminhando ao longe, sozinha na rua que só estava sendo iluminada por um poste fraco.

Sara parou de andar e não se virou para vê-lo. Parecia delírio, sua mente estava lhe pregando uma peça? Quem dera fosse... Mas, era somente o dono de seus devaneios que estava a chamando justamente para fazer seu coração corroer de dor. Sabia que a procurava quando “precisava dela”. Estava cansada de ouvir que o laboratório precisava dela para continuar entre os primeiros. Mas queria que Grissom percebesse a sua necessidade, a sua precisão. Não a dos outros. E nem trabalho, nem nada se compararia ao que desejaria. Era tão difícil estar com ela? Era essa sua maior necessidade, sua fraqueza. Precisava dele tanto quando precisa de ar.

Virou-se lentamente, e o encontrou chegando perto:

- Precisa de mim? – Disse irônica.

- Onde está indo? – Evitou a pergunta anterior.

- Pra casa. E você, Grissom?

- Eu... – Como dizer que a queria apenas sua presença? Uma coisa tão fácil, ao mesmo tempo tão complicada. – Fiquei com medo de te deixar ir sozinha. Está escuro e vazio. Vegas, você sabe... – Forçou um sorriso tímido. – É perigoso.

- Obrigada pela gentileza, Grissom. – Sorriu sem paciência. Ele tinha o poder de deixá-la inquieta por dentro. – Mas não precisa. Tenho uma arma na cintura, eu me viro sozinha, sempre me virei. – Riu baixinho, encarou o chão, e o olhou novamente. – Volte para seu trabalho... Ou melhor, sua vida.

Sara virou-se e voltou a andar lentamente, com as mãos na jaqueta para esquentá-las do frio, os olhos fundos e tristes, de noites mal dormidas e sonhos aterrorizantes.  Só queria chegar logo em casa.

Grissom sentiu seu coração latejar tão forte, como se estivesse dando um empurrão para ele ir atrás dela. Todas aquelas palavras... Sara conseguia passar nelas, mesmo sendo sem nexo, dores profundas, sem real sentido. Porque tudo que saia de sua boca, ficava gravado em seu coração... E marcou.

- Espere! – Disse, enquanto observava Sara parar novamente, mas sem olhar para trás. – Me deixe ir com você... Por favor. – Seu tom de voz saiu como uma súplica, um sussurro desolador.

- Não dá pra entender. – Falou ainda de costas, olhando para frente, onde seu prédio se encontrava á uns 300 metros de distância apenas. – O que está querendo?

- Você.

Uniu todas as suas forças, e foi até ela, atravessando a pouca distância que os separava. Sara ainda permanecia de costas, mas sentiu-se ser abraçada pelos braços que sempre desejou estar em volta de si. Seus corpos, em um simples gesto, reagem de forma surpresa, uma corrente elétrica atravessa, fazendo com que só desejem e esperem por mais. Mais e mais.

A mão de Sara subiu e tocou o rosto dele, mesmo virada de frente, acariciou sua nuca passeando as mãos por entre os fios de cabelo. Grissom começou a beijar seu ombro e pescoço, roçando sua barba crespa causando-lhe arrepios. Aspirou seu perfume profundamente, ao mesmo tempo em que alisava a barriga dela com ambas as mãos. De olhos fechados, Sara não acreditava que isso estivesse acontecendo.

Virou-se. Dessa vez para encarar aqueles olhos que lhes dizia tudo.

Quantas coisas entre nós

Foram ditas quase sem falar

De repente um gesto e um olhar

Dizem: Te amo

Seus olhares se encontraram para a doce redenção. Nada precisava ser dito... Aquele gesto, aqueles toques, tudo dizia mais. Um olhar fala mais que milhões de palavras, e o de Sara dizia, em alto e bom som, o quanto era grande seu amor por Grissom. De repente, travou uma luta em seu próprio rosto, a lágrima teimou em descer, e Sara não teve forças para vencer. Desceu lenta e tristemente.

- Não chore. – Grissom vai em direção á ela. – Por Deus, não faça isso. Me despedaça por dentro. – Abraçou-a.

- Não vou chorar. – Limpou a lágrima na blusa dele. – Foi uma lágrima traiçoeira. – Levantou seu rosto para olhá-lo e sorrir. – Então, Grissom. O que foi isso? Isso tudo... Eu ainda não entendo. – Sua voz era distorcida.

- Não precisa entender. – Sua mão foi para o pescoço, acariciando sua bochecha com o polegar. – Nunca conseguimos entender as coisas do coração. Não sai palavras da minha boca... Eu só penso... – Sua voz falou, mas resistiu. – Só quero te beijar e estar com você todo o momento.

- Me beijar? – Repetiu em forma de pergunta. Parecia mentira.

- Assim...

Aos poucos, seus rostos foram se juntando, o mundo ao redor sumindo, e fazendo existir somente eles. Estando bem ali, frente a frente, com suas respirações coladas, o ardor dos seus lábios para colar um ao outro, e não deixar que aconteça? Desculpe, mas há momentos em que não conseguimos resistir á um beijo.

Beijaram-se.

Grissom fez com que esse beijo, reagisse como perdão. Perdão por todas as rejeições que não soube por que teve que dar. Por seus erros. Por ter feito-a sofrer. Amar é uma decisão, uma promessa, um sentimento forte e avassalador. E de agora em diante, não há nada que o faça desistir.

E sem nada prometer

Nos amamos sem querer saber

Se é paixão ou se é um grande amor

Tudo existe em nós

- Você me ama? – Perguntou Sara, inocentemente.

- O que importa agora? Se o que eu quero é estar com você? – Deu-lhe um selinho profundo. – Não queira desvendar as coisas do coração... Agente se ama, Sara. Eu te amo. Acredite em mim. – Suplicou. – Fique comigo.

- Tenho medo... – Saiu dos braços dele. Suspirando forte. – Eu sei que esperei muito para desistir agora, mas e se você desistir?

- Não! – Falou alto. – Não vou desistir agora. Vamos nos amar, vamos deixar que aconteça naturalmente... Se é paixão, amor, ou algo desse tipo, que seja! Mas que seja eterno enquanto dure... – Chegou mais perto, tocou-a no pescoço e encostou suas testas uma na outra.

- Sou apaixonada por você. Louca, alucinada. – Disse sorrindo. Estava mais feliz. Grissom sorriu também. – Por Deus, não me deixe mais. – Beijou-o. – Não me deixe.

- Não vou. Não quero.

Até quando poderiam negar? Não dava mais. O sentimento estava tão forte, que não se agüentava mais só dentro de seus corações. Precisavam sentir. Pele com pele, boca com boca, corpo e alma.

- Então? – Disse mexendo nos cabelos dela. – Quer namorar comigo?

- Jura? – Seu sorriso veio de orelha á orelha.

- Yeah. – Deu-lhe novamente um beijo. Bem profundo. – Diz que sim, estou começando a me viciar em sua boca. – Beijou-a.

- Não sei... – Brincou mexendo na gola da camisa pólo de Griss.

- O que eu faço pra você dizer que sim?

- Diz que me ama... Só isso. – Agarrou-lhe no pescoço. Sorriu.

- Eu te amo, amo, amo e amo.

- Então a resposta é sim... – Não se cansavam de se beijar. – Me diz... Vamos namorar escondido? Um amor proibido?

- Pode ser proibido... Mas ninguém precisa saber.

Pode ser amor, pode ser paixão

Pode ter até outra explicação

Só sei que quero ter você

Sempre ao meu lado...

Pode ser amor, pode ser paixão

Mas seja qual for a explicação

Meu bem por que querer saber

Coisas do coração...

*The End*


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Notas finais do capítulo

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