Um Mistério Chamado Amor escrita por GabiCullenRock


Capítulo 3
Capítulo 3 - Máscara


Notas iniciais do capítulo

Aí vai mais um capítulo, espero que gostem!



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PDF. Edward

           Chegamos à enfermaria que era uma sala pequena e branca com algumas camas. Deitei Bella em uma delas, mas não me afastei. Ela ainda agarrava o meu braço. A enfermeira mandou ela se sentar, mas a dor devia ser tanta que ela nem conseguia escutar. Eu sentei na cama com ela e a puxei para que repousasse a cabeça no meu ombro. Enquanto a enfermeira examinava a mão eu não sabia o que fazer. A mão de Bella estava meio verde no ponto em que o ácido pingou. O ácido havia deixado um pequeno buraco naquele ponto, era horrível demais ver. Virei o rosto na direção do rosto dela.

         Agora ela se esforçava para não chorar mais e gemia de dor. Ela me viu lhe observando e agarrou o meu pescoço, enquanto se forçava a não chorar de novo.

         -Oh Edward, dói tanto... Faz isso passar – ela pedia pra mim com a voz cansada. Como se fizesse esforço até mesmo para falar. Eu queria lhe ajudar, mas o que eu poderia fazer? Não sou médico. Só o que eu podia fazer era torcer para que a enfermeira resolvesse o problema. Eu lhe acariciei o rosto.

         -Não se preocupe, a enfermeira vai dar um jeito – eu murmurei. Ela preferiu não falar nada e só fechar os olhos esperando a dor passar.

         -Esse remédio é bom. Sua dor vai passar, depois disso – disse a enfermeira abruptamente. Ela tinha um remédio de gotas. Ia pingar na queimadura ou machucado, ou sabe-se lá o que o ácido fez nela, mas Bella recolheu a mão rapidamente.

          -Não quero gota nenhuma em mim! – ela falou com a voz dura e decidida.

         -Isso é um remédio! Vai melhorar, querida – disse a enfermeira.

          Bella me abraçou com mais força e escondeu o rosto em meu peito. Eu segurei seu rosto e o afastei de mim com delicadeza.

           -Bella escute, olhe pra mim – ela me olhou relutante. Os olhos estavam vermelhos e o rosto inchado e retorcido em dor. Ainda assim ela era linda. – Esse remédio vai fazer a sua dor passar, confie em mim. Pode doer no início, mas depois tudo vai ficar melhor.

            Ela desviou o olhar de meu rosto e pareceu decidir-se. Esticou a mão machucada e fechou os olhos. Eu a abracei e segurei sua outra mão que era quente e macia. A enfermeira se aproximou com o remédio e pingou no local queimado da mão dela. No momento que a gota de remédio caiu na mão de Bella, ela se retorceu e enterrou o rosto ainda mais no meu peito. Eu conseguia ouvir os gemidos dela enquanto se segurava para não gritar. Apertei sua mão gentilmente.

          -Agora tudo vai ficar melhor – eu a tranqüilizei. Ela continuou abraçada em mim por um longo tempo. A enfermeira enfaixou a mão dela com ataduras e depois falou mais pra mim do que pra ela.

         -Ela tem que ir pra casa e ficar em repouso. Nada de aula amanhã – ela me entregou o remédio que usara. – Usar isto de quatro em quatro horas e se inchar ou voltar a doer, ela tem que procurar um médico.

          Assenti confuso. O que aquela enfermeira pensava que eu era? Irmão dela? Amigo dela? Eu nem conhecia a menina e ela nem gostava de mim. Eu não podia cuidar dela. Levantei e Bella levantou junto. Saímos juntos e a dor dela deve ter passado, pois logo depois que eu lhe entreguei o remédio ela se afastou um pouco de mim.

          -Bella, parou de doer? – perguntei, enquanto caminhávamos.

          -Está bem melhor – ela respondeu com a voz rouca.

         -Eu achei irresponsabilidade do professor de ele não nos avisar do perigo da experiência. – murmurei mais comigo mesmo do que com ela. – Se eu tivesse... – mudei de idéia e falei. - Eu vou te deixar em casa, ok?

         Bella não me respondeu, só ficou me olhando com uma expressão estranha.

         -O que foi? – perguntei sem entender a expressão dela.

         -Você... Você sabia que a experiência era perigosa? Você sabia que borbulhava? – a voz dela era calma, mas acusadora.

         -É... Eu tinha lido em algum lugar, mas...

         -E não me avisou! Você deixou que o ácido me machucasse! – ela agora berrava como se eu a tivesse traído de alguma maneira.

            -Não Bella, eu... Eu pensei que você já soubesse! Pensei que estaria te subestimando pela terceira vez... – eu tentei explicar, mas sabia que de nada adiantaria.

            -Ah Edward! Seu desgraçado! Você queria que isso acontecesse! Que eu me machucasse! Só pra se aproveitar de minha fraqueza! Nunca mais olhe na minha cara – ela berrou e foi embora com raiva.

           Eu só pude observá-la ir. Ela pegou o telefone celular e começou a discar. Provavelmente para os pais virem buscá-la. Ela era louca? Por que eu iria querer que ela se machucasse? E eu nunca me aproveitei dela, só lhe dei consolo. Sacudi a cabeça e fui pegar meu carro pra ir pra casa. Era muita coisa pra um dia só.

           Cheguei em casa e me atirei na minha cama. Meu quarto tinha paredes de cor meio branca, meio cinza e pôsteres de bandas colados nas paredes. Em um dia normal eu iria ligar o PC e entrar no MSN pra falar com o pessoal. Hoje não era um dia normal. Fiquei deitado pensando em tudo o que aconteceu.

           Bella não gostava de mim. Isso era óbvio. Ela era grosseira por alguma razão. Mas algo nela me tocou hoje. Eu acho que foi a maneira delicada como ela falou quando sentia dor e chorou em meus braços e como ela se desarmou me abraçando e chorando. Eu vi quem ela realmente era. Uma jovem doce e meiga. Ela escondia isso tudo atrás daquela máscara durona e rude, mas eu consegui ver seu verdadeiro eu. Não sei por que ela usava uma máscara, mas eu ia descobrir. Eu tinha certeza que ela valia à pena.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem e deem suas opiniões! bjs e até o próximo capítulo.



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