Era mais um dia de sol no vilarejo de Konoha, mais um dia animado para maioria das pessoas de Konoha, já eram três anos de paz naquele lugar e em todas as outras vilas, mas se eu estava me importando com isso? Não. Eu estava morta de sono, mas a minha melhor amiga Haruno Sakura, que já estava me irritando, me sacudia tentando me acordar.

– Ino-porca, acorda logo. O que há com você? O dia lá fora ta lindo.

Eu nem dei bola ao que aquela testa marquise cor de rosa falava, eu me afudei ainda mais no travesseiro, mas isso não foi o suficiente para desanimar a Sakura de me acordar, ela na mesma hora abriu a cortina do meu quarto fazendo o sol adentrar, aquela luz forte incomodava os meus olhos, esses que eu expremia tentando evitar a luz, não muito satisfeita com isso, ela me descobriu e começou a puxar minhas pernas.

– Ino! Levanta daí.

Eu bufei de raiva, me levantei e a olhei com o olhar mais ameaçador que eu tinha.

– Está satisfeita, Sakura?

Eu me retirei e fui tomar um banho no banheiro do meu próprio quarto, resolvi me demorar por ali, já que ela me acordara agora eu ao menos ía aproveitar um belo de um banho. Alguns minutos depois eu me retirei do banho e vi Sakura sentada na minha cama.

– Pensei que você tinha morrido lá dentro.

– Aha ha, muito engradinha você.

Peguei as minhas roupas e sai do box do banheiro novamente.

– E então vamos?

– Aonde?

– Ué, passear né? O dia lá fora ta lindo, porquinha.

Eu revirei meus olhos. Eu não queria passear, não queria fazer mais nada, eu estava mais do que mal, estava péssima e ela sabia disso, deveria no mínimo me entender, mas a Sakura era assim não gostava de ver ninguém triste, mas ela tinha que entender que uma garota quando está de coração partido não tem força de vontade para fazer mais nada. Eu não tinha mais ninguém, já gostei de Sasuke, mas agora ele tinha voltado e pensava em reconstruir seu clã com ela, também já tive algo com o Sai, mas ele não era garoto pra mim, nós definitivamente não combinávamos, também já me interessei pelo meu companheiro de grupo Shikamaru, mas vi que entre nós era só amizade. Muitas decepções em um pequeno período de tempo. Até que veio ele...Saboku no Gaara...naquele dia...há três anos atrás....

Flash back on

A quarta guerra ninja havia começado, todas as vilas agora estavam unidas contra Tobi ou como achávamos que era Madara.

Estava chovendo muito e já era escuro, eu havia me perdido do meu grupo, quando ouvi passos, era um ninja, ele não era nosso inimigo então eu suspirei, mas ele colocou um sorriso pervertido e foi quando eu percebi que estava em perigo, na hora do medo eu somente dei dois passos para trás.

– Ei, garotinha.

Ele apareceu atrás de mim segurando a minha cintura com força e colocando uma kunai em meu pescoço, eu não conseguia me mexer ele era muito mais forte que eu e eu fiquei desesperada, ele sussurava em meu ouvido coisas horríveis e lambia meu rosto.

– Me solta, pelo amor de Deus!

Eu esperneava, estava com muito medo, mas não adiantava não conseguia me soltar dele.

– Hoje você vai ser min...

Não demorou muito e senti as mãos dele me soltarem devagar e ele escorregar, olhei para trás e vi ele caído no chão com sangue no peito, olhei para cima e vi ele...meu herói, o Kasekage de Sunagakure.

– Gaara-sama.

De repente eu me senti meio tonta e me desequilibrei, acabei por caí em cima dele e o mesmo me segurou em seus braços, nossos lábios ficaram muito próximos e pude ver a face dele rubrar quase no mesmo tom de seu cabelo, meu coração acelerou, nunca havia reparado no quão lindo Gaara era, se antes eu tinha medo dele, agora eu tinha confiança nele, olhei no fundo dos seus olhos, eles eram um verde claro tão lindo que eu queria me perder nele, depois disso eu nada mais vi, mas nunca mais me esqueci daquele dia. O dia em que eu me apaixonei pelo Kasekage.

Flash back off

Eu e Sakura estávamos passeando por Konoha, até que o moço que vendia raspadinhas parou na nossa frente e nós duas pedimos raspadinhas de cereja e continuamos lado a lado passeando. Sakura falava de como amava Sasuke e como os dois estavam felizes e eu apenas ouvia a tudo, prestando atenção em cada palavra dela.

– E então ele disse que me amava aí eu nem fiquei mais chatea... Ei, Ino! Porque você ta assim? Não vai me dizer que ainda está chateada pelo Gaara?

– Sakura, você melhor do que ninguém sabe o que é sofrer por amor.

Na mesma hora em que eu falei isso ela abaixou a cabeça, provavelmente se lembrara dos tempos difíceis longe de seu amado.

– É, sei bem como é, mas acho que você tem uma chance

– Porque?

– Olha lá seu Kasekage.

Sakura disse sorrindo e eu me virei, vendo Gaara um pouco mais afastado, já havia um tempo quase um ano em que eu e Gaara não nos falávamos, ele mal ía lá na vila, quando eu o olhei no mesmo momento ele olhou na direção em que eu estava, nossos olhares se cruzaram e naquele instante meu coração acelerou de tal forma que eu mal podia explicar. Eu pudia sentir minhas pernas tremerem, até que senti as mãos de Sakura no meu ombro e ela disse animadamente:

– Vai lá, Ino. Eu sinto que ele está te esperando.

Naquele momento achei a mesma coisa, se não, porque ele estaria ali parado me olhando? Era como se ele me esperasse mesmo. Sorri para Sakura e fui até ele.

– Yo, Gaara-sama.

– Yo, Ino. Não precisa usar o sufixo "sama".

Disse ele num tão carinhoso.

– Ta bom, Gaara-kun.

Agora eu sorria pra ele, o fazendo corar o que eu realmente achava lindo.

– O que faz por aqui? Já havia um tempo que não lhe via pelas redondezas.

– Bem...

Ele pigarreou um pouco, parecia nervoso com a pergunta, era como se ele quisesse inventar um motivo pra mim.

– Vim resolver uns negócios importantes e também vim visitar minha irmã que agora mora com o seu amigo.

– Sim, o Shikamaru. Fico feliz que tenha vindo, eu realmente gosto de conversar com você.

Eu sorri pra ele e vi ele dar um belo sorriso pra mim, o que era diferente mesmo depois de ele ter mudado era raro ver um sorriso no rosto dele. Nós passeamos juntos, conversamos muito e até tirei alguns sorrisos dele, até que ele me levou em casa.

– Está entregue, Ino.

Eu parei diante dele e o olhei bem nos seus olhos e completei dizendo:

– Obrigada pela compania, Gaara-kun.

Disse isso e lhe beijei a face como por um impulso, nesse exato momento minha face estava corada assim como a dele.

– Gome, eu não...

Antes que eu completasse a frase ele já me beijava, nosso corpo estava colado deixando o pêlo de todo o meu corpo arrepiado, sua mão afundava em meus cabelos e a outra deslizava nas minhas costas, enquanto eu ainda estava paralisada por causa da surpresa, mas não deixei de permitir aquilo, era perfeito, era um sonho realizado e quando ele parou de me beijar o vi corado.

– Desculpe, desculpe mesmo.

Ele se retirou e eu burra não disse nada, não fiz nada só fiquei paralisada o olhando ir embora, como eu era estúpida, porque não disse: Eu te amo, Gaara, fique comigo. Não eu somente fiquei paralisada como um animal com medo do predador. Minhas lágrimas caíam incessantemente, eu estava numa mistura de felicidade e tristeza, ele me beijou e isso pode significar algo, mas como não falei nada ele pode achar que não o amo ou pior que sou fácil. Naquele momento eu só pensei em correr pro meu quarto e me jogar naquela cama, afundando meu rosto no travesseiro. Fiquei chorando a tarde inteira, até que me lembrei de uma coisa que a Sakura me disse uma vez, ela disse que:

– Eu sofri muito por amor, muito mesmo,chorei noites e mais noites, mas não foi chorando que eu consegui o Sasuke e sim tomando coragem, lavando o rosto, levantando da cama e indo até ele demonstrando que era ele que eu queria. Não se consegue o amor se trancando no quarto e liberando lá toda sua fragilidade, se consegue o amor com determinação e coragem.

E foi isso que eu fiz , eu me levantei, lavei o rosto, ajeitei o meu cabelo e saí daquele quarto a procura de Gaara. Eu fui andando de um lado para o outro até que vi Temari na porta de casa chorando e acenando pro que seria Gaara bem afastado dali, resolvi ir até Temari, fiquei preocupada ao vê-la chorando.

– Temari, o que houve?

Aos soluços Temari me explicou que Gaara iria em uma missão muito perigosa, numa vila nada amistosa e que seria difícil e perigoso até mesmo para ele, era tão perigosa que somente o Kasekage poderia ser capaz de sair de lá vivo, o que ainda sim seria complicado e por isso ela chorava. Quando ela me disse eu não pensei duas vezes saí correndo a procura de Gaara eu iria o impedir de ir para essa missão de qualquer jeito, eu não o perderia, não  jamais poderia deixá-lo partir, corri descontroladamente, corri e corri, até que o vi mais a frente, na mesma hora gritei por ele, o mesmo se virou pra mim e percebi que sussurrou o meu nome ainda incrédulo por me ver ali.

– O que ta fazendo aqui?
Eu não pensei duas vezes corri até ele e pulei nos braços dele o beijando, mesmo confuso ele retribuiu o beijo que não fora muito demorado mais ainda sim cheio de emoção, eu chorava senti medo de o perder, ele me colocou no chão e secou minhas lágrimas, não entendia porque eu chorava.

– Porque choras?

– Porque não quero que vá nessa missão, você não pode morrer, não vai porfavor.

Eu o abracei com todas as forças como se fosse a última coisa que eu faria.

– Mas...mas...porque está tão preocupada?

Eu o soltei e olhei fundo em seus olhos dizendo:

– Porque eu te amo, Gaara.

Ele me envolveu pela cintura, me deu um selinho e retirou a franja que caía em meus olhos a colocando atrás da orelha.

– Eu também te amo, minha Yamanaka.

Eu sorri, era a melhor coisa que eu podia ouvir e o abracei novamente.

– Então, você não vai mais?

Disse animada com a possibilidade, mas logo mudei minha expressão ao ver a face dele.

– Eu não posso deixar de ir, é a minha vila, tenho que protegê-la, mas quando voltar, se você aceitar, eu lhe farei minha noiva.

Eu fiquei surpresa ao ouvir aquilo, lhe dei um longo beijo e prometi esperar por ele.

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1 mês depois

Estava eu e Sakura conversando na porta de minha casa, como sempre ela falava do futuro casamento com Sasuke e eu apenas ouvia. Até que eu avistei uma cabeleira ruiva vindo na nossa direção, não pude evitar de sorrir, fazendo-a olhar na direção, deixei Sakura pra trás e corri até ele o beijando o mais fervorosamente possível, nos beijamos até precisarmos de ar, eu o olhei e percebi que pela primeira vez havia um pequno corte na bucheca dele.

– Eu não disse que ía voltar.

Ele dizia retirando a minha mão ,que acariciava a face ferida dele, e a beijava, de repente ainda a segurando ele se ajoelhou diante de mim e disse:

– Yamanaka Ino, quer ser minha noiva?

Eu o beijei, beijei várias vezes como se não houvesse amanhã, aquele era o dia mais feliz da minha vida, agora eu era uma pessoa completa, com amigos, família e um grande amor, o grande amor do Kasekage só pra mim.