A Presa do Dragão escrita por Igorsambora


Capítulo 4
Amar é...


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capitulo dessa short.

Espero que vocês tenham se divertido lendo,tanto quanto eu me divertie me memocionei ao escrevê-la

Obrigado por todo o Carinho e até a próxima!!!


R&R



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O sol já estava alto quando eles finalmente chegaram ao templo do dragão. Naruto conduzira Hinata em segurança até ali, mas estava apreensivo com o que poderia acontecer lá dentro. Demorara muito tempo para realmente descobrir o que era o amor e pensava em que sorte os deuses lhe preparavam, já que nunca fora tão feliz na vida quanto era naquele momento, de mãos dadas com Hinata.

A Hyuuga tomou a iniciativa de entrar, mas foi Naruto quem o fez, desconfiado. Talvez houvesse outros ninjas ali, prontos para atacá-los. Ele havia lhe contado alguma coisa sobre o seu passado, mais a título de distração, o que a fazia lembrar-se de como ele falara sobre o seu clã, seus alunos, a vila, a vida como kunoichi. Isso era outra vida, outro mundo. O agora era ele. Aquele loiro era o único elo dela com a sua antiga vida. Não sabia por que, mas sabia que, independente do que acontecesse, estaria pronta. Se ele, apesar das dúvidas que seus olhos denunciavam, não desistira, não seria ela, que confiou no loiro todo o tempo, que colocou a vida em suas mãos há poucas horas atrás e descobriu finalmente aquela parte da sua alma que lhe fugira desde o nascimento, que iria fraquejar. Estava decidida a ir até o fim.

- Esse é meu jeito ninja! – sussurrou apenas para si mesma, tentando afastar as dúvidas que pairavam em sua mente.

- Sejam bem vindos ao templo do dragão – disse uma voz baixa atrás do casal, fazendo com que ambos se assustassem.

- Dattebayo! Não faça isso de novo padre... Eu quase ataquei você! – disse Naruto, divertido, quebrando o clima pesado que se instalara.

- O que traz os ninjas de Konoha tão longe? – respondeu o monge, com uma voz muito calma.

- É a minha amiga. Ela foi amaldiçoada por esse cordão – falou o loiro, sério, enquanto mostrava o colar para o monge, que fechou a cara quando entendeu o que acontecera.

- Ela perdeu a memória?

- Sim – respondeu Hinata, finalmente entrando na conversa.

- Desculpe – disse o monge, tristemente. – Mas as únicas coisas que podem salvar a sua amiga são: primeiro, você e ela teriam que fazer um sacrifício para o deus dragão na caverna das provações. Segundo, vocês teriam que se amar profundamente a ponto de perderem a vida um pelo outro.

Era visível a marca da tristeza que explodira nos rostos de Naruto e Hinata. Naruto estava preocupado com a tal caverna, já que facilmente entregaria a sua vida por Hinata. Hinata, por sua vez, também não tinha medo de morrer por Naruto, mas não sabia o que lhe esperava. O monge explicara que a caverna era diferente para cada pessoa que ali entrava. Ali, ela teria que enfrentar o seu maior medo: enfrentar a si mesmo e, depois, um teste último em frente ao trono do dragão-rei. Como enfrentaria a si mesma? E o desafio do dragão? Muitas perguntas e poucas respostas.

Antes de adentrarem a caverna, resolveram se olhar por último instante e tentaram nesse único olhar dizer e sentir tudo o que não pudera ser dito e sentido durante todos aqueles anos.

Naruto’s POV

A caverna era imensamente espaçosa, mas parcamente iluminada por uma luz branca que, dali da onde estava, não poderia saber se era o sol ou a lua. O chão era de pedra úmida e o ar era pesado e sufocante. Mas por que não aparecia o medo maior dele?

Demorou horas, talvez dias.

Por que estava naquela caverna escurecida e úmida?

Por que não apareceu nenhum monstro? Ou inimigo? Ou coisa que o valha?

Entendera qual era a sua provação.

Sempre tivera a companhia de alguém, mesmo maltratado na academia e excluído pelas pessoas da vila por causa da Kyuubi, mesmo quando ninguém o queria. Tivera ela.

Ela nunca desistira dele. Não era interesseira como a raposa que morava dentro do seu corpo e que também fora companheira muitas vezes. Ela nunca pedira nada, nem mesmo atenção.

Eram raros os momentos em que não a tinha ao seu lado, apoiando-o nos dias em que o cansaço de lutar contra si mesmo, a Kyuubi, a vila de Konoha, os inimigos o desgastava a ponto de pensar que, sem ela, era insuportável.

Fora a amizade de Hinata que o ajudara a superar sua fossa quando Sasuke voltou e roubou-lhe o seu amor, aquele que ele cultivara desde a infância. Era ela quem estivera ao seu lado quando fora descartado, pisoteado e apunhalado em seu coração e a dor transpassava sua alma.

Nunca estaria sozinho enquanto estivesse com ela no seu coração.

Hinata’s POV

Para Hinata, a caverna era muito parecida com uma ponte de Konoha. Ela pôde ver Naruto tomando mais um fora de Sakura, que, para humilhá-lo, ainda jogava na sua cara que ele era tão burro que era mais fácil achar uma agulha num palheiro do que perceber que Hinata o amava.

Ela estava impotente diante da cena.

Revelara o seu segredo para Sakura num delírio que tivera quando estava no hospital, durante uma febre muito alta.

Ele olhava para a Haruno com uma cara de quem foi atropelado por um mamute atroz.

Nada partiria mais o seu coração do que vê-lo sofrendo.

Estava sempre ao seu lado, por vários motivos: era para ela, Hinata, que ele confessava os seus problemas; ninguém o entendia mais do que ela; era bom ser sua amiga, mas sua alma desejava, ansiava, clamava por mais.

Entendera a sua provação: medo de ser a segunda, de nunca ser notada como a companheira que sempre fora para ele, de nunca poder bater no peito e dizer "esse é o MEU NAMORADO!"

Talvez ela realmente fosse destruída naquela caverna há dois dias. Mas não agora!

Afinal, ela sabia que ele a valorizava, que, mais do que isso, a amava.

Não era mais a segunda, a amiga. Agora ela era ela mesma.

fim dos POV

- ESSE É MEU JEITO NINJA! – gritaram ao mesmo tempo.

E, tomando conhecimento do espaço onde se encontravam, viram um grande dragão sentado numa nuvem. Eles estavam numa espécie de coluna e se surpreenderam quando o rei-dragão lhes dirigiu o olhar e disse:

- Sejam bem-vindos, Uzumaki Naruto e Hyuuga Hinata, ao meu palácio – disse o rei, dando a impressão de que estava feliz por ambos terem superado os seus medos, vencido a si mesmos e, finalmente, terem chegado ali, na sua presença.

Diante da mudez repentina em que nossos heróis se encontravam, tamanha a emoção que ainda vivenciavam daquela experiência na caverna, o dragão-rei resolveu dar-lhes logo o último desafio.

- Foram os primeiros a chegar tão longe em minhas provas, a ponto de poder realizar a última, que consiste em doar-se totalmente pelo outro, provando para mim o seu amor. Se o amor que sentem for verdadeiro e puro, as chamas que cuspirei em vocês não lhes farão mal, mas se mentiram para mim ou para vocês esse tempo todo, perderão suas vidas e almas para sempre. Vocês escolhem.

Hinata tentava pensar na proposta, quando Naruto deu um passo à frente e disse corajosamente para a divindade:

- Essa escolha é injusta. Amar é doar-se pelo outro, então se ambos fizermos isso, acabaremos torrados porque, antes de amar alguém, é necessário amar a si mesmo. Então, qualquer das opções dadas é uma resposta vazia – disse Naruto, com firmeza nos olhos. – EU ESCOLHO NÃO TE DAR NENHUMA PROVA DE AMOR! – gritou para o rei.

- Por quê? – perguntou o sábio deus à sua frente.

Naruto estava pronto para vociferar fosse o que fosse na cara daquele lagartão, quando sentiu as mãos de Hinata no seu ombro, pedindo licença para dizer um pouco do que tinha aprendido.

- Simplesmente porque provas de amor não existem – disse a Hyuuga, com um sorriso calmo nos lábios. - O amor não pode ser medido nem provado. O amor é uma planta delicada e qualquer tentativa de fazê-la mudar seu lento ritmo pode causar danos irreparáveis.

Tanto Naruto como Hinata se espantaram a ver o sorriso e a gargalhada que o dragão deu ante as respostas.

- Vocês nem perceberam que já conseguiram o que tanto queriam! – disse ele, fazendo-os perceber que a memória de Hinata voltava a ser exatamente do jeitinho que era. – Peço apenas que jamais se esqueçam do que venceram na caverna. Aquela é chamada "a caverna do autoconhecimento" e ela existe dentro de cada um de nós, para que possamos voltar a visitá-la todas as vezes em que nos sentirmos confusos de nossos sentimentos. Esse ensinamento é o maior tesouro que eu poderia dar a vocês. Vão em paz e vivam esse amor intensamente, até que chegue a hora de amar para sempre.


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Notas finais do capítulo

Eles merecem muito serem felizes juntos...

Obrigado pelo incentivo que vocês me dão!

Bjão galera