You Got Me escrita por Jiggle Juice


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Escute a música "You Got Me" e leia a tradução se for preciso para associar a história a música.
Divirta-se



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201755/chapter/1

Eu estava presa a ela.


Ela realmente havia me pegado.


Seus olhos verdes estavam direcionados a mim. Eu podia vê-los sorrir felizes, assim como o tímido sorriso nos lábios que eu sabia que ela estava fazendo um tremendo esforço para conter.


–-Você disse o que?


–-Vai mesmo me fazer repetir, Q.?


–-Só quero ter certeza do que eu ouvi – Disse colando seu corpo no meu e selando nossos lábios brevemente em um cálido beijo.


Depois que comecei a me relacionar com Quinn, descobri que tinha um apetite sexual bastante poderoso. Ao menos por ela eu tinha. Eu tenho. Por isso, não satisfeita com o beijo rápido que ela me deu, a puxei pelos cabelos loiros e ainda curtos e a beijei de verdade.


–-Quero ouvir você dizer de novo, Rach – Ela falou contra meus lábios, beijando-os novamente e se afastando um pouco para que eu dissesse o que ela queria ouvir.


Eu respirei fundo, tentando repor o ar que ela roubou de meus pulmões. Era sempre assim. A cada beijo, o ar fugia de dentro de mim. A razão e os problemas iam embora junto. Só ficavam eu, ela, e meu coração completamente descompassado por causa de sua presença.


Levei minha boca até sua orelha, afastando os cabelos macios com a mão e sussurrando em seu ouvido logo depois:


–-Eu te amo, Quinn Fabray.


Senti seu sorriso contra a pele do meu ombro enquanto ela me apertava ainda mais contra seu corpo, empurrando-me gentilmente para encostar-me na penteadeira atrás de mim.


–-Eu sei – Quinn me respondeu, sem quebrar o abraço.


–-Eu esperava que você me dissesse um “Eu também te amo”, mas tudo bem – Sussurrei de volta, num tom divertido para que ela soubesse que eu não estava aborrecida.


Ela se afastou de mim, mas ainda mantendo seu quadril pressionado contra o meu. E me olhou no fundo dos olhos, vasculhando minha alma e meus sentimentos como só ela sabia fazer. Aqueles olhos verdes levemente dilatados me tiravam o juízo. Eu sempre me perdi em seus olhos. Mesmo na época do colégio. Quando eu a olhava nos olhos, era difícil me desprender deles.


–-E eu preciso dizer que também te amo? – Ela me perguntou depois de um tempo me analisando.

–-Seria bom ouvir isso de você – Respondi, no mesmo tom calmo em que ela falava.


–-Acredito que não seja necessário.


–-E por que não?


–-Porque eu duvido que você não saiba que eu te amo desde nosso último ano no McKinley – Me disse serenamente – Um sentimento tão lindo e gostoso que nós temos só pode ser amor, não acha? – Ela arqueou a sobrancelha, desafiando-me entre tabela.


Eu sorri envergonhada, encantada com aquelas palavras. Ela acariciou meus cabelos e me deu um beijo amoroso nos lábios. Nada parecido com nosso beijo anterior, mas com muito mais sentimento.


–-Você é perfeita – Eu disse – Você é tudo que eu sempre sonhei. Tudo o que eu sempre procurei em garotos mais que eu nunca encontrei – Ela sorriu, murmurando algo como “Eu também”, o que me fez sorrir de volta – Eu tentei tanto não me apaixonar por você, mas eu não consegui.


E como tentei. Desde que começamos nossa amizade no último ano do colégio, eu venho tentando não me apegar mais que o que uma amiga sentiria uma pela outra. Eu tentava enxergá-la com os olhos fraternais, mas o sentimento que eu havia escondido desde a primeira vez que nos falamos começou a reaparecer. Eu achava que aquele sentimento havia desaparecido. Que ele não existia mais ali. Mas a partir do momento em que ela veio falar comigo na sala de espera do Diretor Figgins, eu senti todas aquelas emoções me atingirem em cheio novamente.


Tentei ignorar o que estava sentindo, me focando cada vez mais no meu relacionamento com Finn. Mas não estava funcionando. E quando eu soube do acidente, exatamente no dia do meu casamento, aqueles sentimentos explodiram como fogos de artifício, expostos a quem quisesse ver. Eu não me preocupava mais em esconder o que sentia naquele momento em que Quinn precisava tanto de mim. No momento em que eu me sentia terrivelmente culpada pelo acidente.


Eu fiquei do lado de Quinn no período em que ela ficou de cadeira de rodas temporariamente e nunca mais saí. Mas quando ela melhorou, o medo voltou. Eu tentei esconder tudo aquilo que eu sentia mais uma vez, alegando veementemente que Quinn era só como uma irmã para mim. Uma grande mentira. Eu seria apedrejada se sentisse algo assim por uma irmã.

E na primeira vez que nos beijamos, já em Nova York, depois de uma peça na Broadway em que ela me levou para assistir, os sentimentos voltaram a tona. Começamos a nos relacionar não apenas como amigas, mas como namoradas. Depois disso, não me preocupei mais em esconder aqueles sentimentos novamente. Eu estava em Nova York, era independente e não havia o preconceito de uma cidade pitoresca como Lima. E não tinha Finn. Porque apesar de eu não amá-lo como amo Quinn, ele foi parte muito especial de minha vida. E doía ver o olhar machucado que ele lançava para mim depois que cancelei nosso casamento. Não queria machucá-lo novamente.


Eu tentei resistir.

Eu tentei segurar.


Mas ela me pegou.


–-Só existe espaço no meu coração para você, Rach – Ela disse, tomando minha mão nas suas e roçando docemente seus lábios em minha pele – Meu coração é preenchido por você, Rachel Berry – E beijou o dorso de minha mão carinhosamente. Eu sorri. Simplesmente me derreto quando ela faz isso.


Como eu amava aquela mulher. Eu não podia mais imaginar minha vida sem Quinn. Simplesmente não fazia o menor sentido. Mesmo que às vezes tenhamos brigas feias, eu simplesmente não poderia viver sem ela porque até das brigas eu sentiria falta. Mesmo que muitas vezes nosso relacionamento seja uma bagunça, estar sem ela me destruiria. Eu amo cada parte pequena parte dela.


Ela me pegou.


Sem aviso, ela colou sua boca na minha e começou um beijo faminto. Eu não hesitei em corresponder, claro. Beijá-la era a melhor sensação do mundo. Sentir seus lábios quentes e macios sobre os meus e sua língua gentil e maliciosa brincando com a minha ou passeando por minha pele era um teste de resistência. Eu não conseguia resistir a ela.


Quinn me puxou pela cintura, dando passos para trás, fazendo com que caíssemos na cama. Eu me ajeitei sobre seu corpo quente, tentando fazer o maior contato físico possível, acariciando suas coxas descobertas pelo short que nada escondia, me deliciando ao sentir sua pele se arrepiar.


Precisando desesperadamente de ar, desloquei minha boca para seu pescoço, respirando em sua pele e sentindo o cheiro doce que ela exalava. Suas mãos acariciavam a base da minha coluna, muito próximas ao meu quadril.


Meu coração batia tão rápido que tive medo dele perfurar minha carne. Batia de uma forma descompassada que só Quinn conseguia fazer. Eu me sentia completa ao lado dela. Sentia-me feliz e em paz com ela. Meu amor é tão grande que às vezes acho que talvez ele não caiba dentro de mim.


Eu desisti.


Eu me entreguei.


Ela me pegou.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem quiser falar comigo, meu twitter é @belamendonc e meu tumblr é http://fabr4y-b3rry.tumblr.com/ e http://rivers-nay.tumblr.com/ :)