Maluca,eu?! escrita por AnnieWeasley


Capítulo 19
Casa dos Gritos


Notas iniciais do capítulo

A gente muuuitíssimo obrigado pelos reviews serio mesmo...me anima a continuar!
então esse capítulo cheinho de problemas é pra todos vocês que estão lendo a fic ;]



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Uma lua cheia muito clara surgia no céu, iluminando de forma horrível o cenário onde nos encontrávamos. O vento frio cortava a paisagem escura. Vários feridos no chão, poucos ainda de pé. Lentamente, as portas das casas do povoado iam se abrindo, e as pessoas iam saindo.

Desolada, olhei para o campo de batalha. Não tinha me dado conta da guerra que tinha acontecido ali, aquela noite. Sentia meu coração apertado. Agora, varias mulheres e homens saiam para a noite iluminada apenas pelo luar gélido, e ajudavam da melhor forma possível.

'- Precisamos ir. Me impressiona que Dumbledore não esteja aqui, mas tenho certeza de que logo chegará. – Tiago falou, com um certo tom de urgência na voz, me pegando pela mão e me guiando. – O caminho pelo tronco é comprido demais, demora muito para chegarmos. Vamos ter que usar outra passagem.

Eu não disse nada, apenas acompanhei seu passo rápido, com a cena triste dos feridos ainda na minha cabeça, e tentando ignorar meus joelhos trêmulos. Não sabia se era efeito do Cruciatus ou o que, mas me sentia fraca.

Então, enquanto subíamos a colina que, se não me engano, daria na Casa dos Gritos, Tiago parou de supetão, fazendo-me trombar nele, e devido à minha fraqueza, cair no chão.

'- Que foi? – perguntei, preocupada, surpresa com a rouquidão da minha voz.

Tiago virou-se para mim, levemente pálido.

'- Não podemos usar essa passagem.

'- Por que—comecei a perguntar. Mas não precisei terminar: senti toda a cor sumir do meu rosto. Por uma das janelas da Casa dos Gritos, um vulto animalesco era facilmente reconhecível, contraindo-se sob o luar. Da lua cheia.

'- Ah, não. – murmurei, em choque.

Tiago, alerta, pegou-me pela mão, me ergueu e começou a me puxar, correndo. Tínhamos percorrido alguns metros quando ouvi: um uivo agoniado, cheio de dor, cortando a noite fria e horrível. Paralisei, sentindo uma enorme dor no peito. Aquele era meu amigo Remo, sofrendo horrivelmente.

'- Lily, venha! – Tiago exclamou, com urgência. Mas era tarde demais. Ainda paralisada, vi o enorme vulto virar-se para nós, nos encarando pela janela da casa.

Finalmente acordei e sai correndo, guiada por Tiago. Mas, como já disse, era tarde demais: o lobisomem, não sei como, tinha saído da casa, e farejava o ar em nossa busca.

'- Tiago, ele já nos encontrou! – exclamei, em pânico, vendo o lobo enorme correr rapidamente em nossa direção. Tiago parou e olhou para trás, vendo as possibilidades: o lobisomem era muito mais rápido do que nós, nos alcançaria em instantes se continuássemos a correr. Eu não sabia que outra opção tínhamos, mas Tiago aparentemente tinha ela em mente.

Então, embaixo do luar esbranquiçado, eu pude vê-lo.

Enormes presas saiam pela boca, perigosamente arregaçada. O focinho feio que farejara o ar na nossa cola pouco antes era obviamente canino, mas tinha toques reconhecíveis humanos nele. As patas traseiras eram caninas, mas mantinham-no em pé, dando ao lobisomem um ar patético e apavorante ao mesmo tempo. Os braços também eram humanos, porem peludos e com enormes garras. Mas o mais impressionante eram os olhos: eram vermelhos. Havia neles crueldade, violência, maldade, instinto. Mas havia traços quase extintos de castanho. Era o Remo que ainda sobrara na fera. Por essas pequenas fendas que escapavam, eu podia ver desespero, dor, aflição, razão. E o pior: uma tristeza infindável, cheia de sofrimento.

Não era Remo ali. Era o que sobrava dele toda noite de lua cheia, uma vez por mês.

Então, de repente, Tiago me empurrou, falando:

'- Lílian, corra! Corra agora, não se preocupe! Eu sei o que fazer!

Eu não podia fazer isso. Não podia deixa-lo atrasar Remo com a vida para me salvar. Lógico que não. Mas quando o encarei nos olhos, aqueles olhos que antes tinha encarado apaixonada, prestes a beija-lo, ou preocupada, quando íamos lutar com os comensais, vi que ele dizia a verdade. Ele sabia o que fazer. Algo naqueles olhos me diziam para ficar tranqüila, que tudo ia dar certo, ele não se machucaria. Mas eu tinha que ir.

Tropeçando nos meus próprios pés (até que ponto uma pessoa pode ser para tropeçar nela mesma nessa ocasião?) sai correndo o mais que pude. A uns bons metros, havia uma pequena floresta, e quando cheguei suficientemente perto dela, me virei, imediatamente procurando vê-los no campo verde, abaixo da Casa dos Gritos.

Mas o que vi não foi Tiago e um lobisomem.

Eu vi um animal e um lobisomem.

Um cervo, mais precisamente. Pelo menos era o que parecia.

Então não agüentei mais: o dia tinha sido incrivelmente cheio: pela manha, eu e Walsh tivemos uma briga realmente feia, e três arranhões em meu rosto ainda me lembravam disso; depois, Potter e Walsh terminaram, na Ala Hospitalar, de onde, alias, eu e Tiago partimos, matando todas as aulas restantes do dia, para Hogsmeade, ironicamente o local onde eu me recuso a visitar com ele por três anos; nós temos um dia maravilhoso e incrível e nos beijamos no fim do passeio; então, de repente, surgem comensais no vilarejo, e nós vamos combater o mal; nessa luta para salvar o mundo, temos uma conversa-discussao com Voldemort; quando tudo isso acaba e estamos indo embora, nos deparamos com Remo transformado, devido à lua cheia; por fim, para me proteger, Tiago fica para lutar com Remo, mas agora não o vejo lá. Ah, sem contar que fui atingida duas vezes seguidas pela maldição da tortura.

Realmente o dia tinha sido extremamente cheio. Então não me culpem. Eu não tive escolha: eu chorei. Ali mesmo, na orla da floresta. Chorei até minhas lagrimas secarem.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo: "Tiago está lutando contra um lobisomem que por acaso é um amigo nosso para me manter a salvo. Eu tinha que fazer alguma coisa!
Bem, digam isso para a minha mente. Ela estava totalmente em branco. Mais vazia que a biblioteca em dia de final de quadribol, ou que a mente da Walsh, ou que um saco de chocolate nas mãos de Pedro! O caso era serio!
Foi mais ou menos aí, quando eu estava considerando seriamente me jogar no chão e rolar na grama (não que fosse dar resultado, mas eu não conseguia pensar em nada melhor) que os tambores da cavalaria soaram e a luz celestial decaiu-se sobre um ser divino...
'- Lily! O que está fazendo aqui!"



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