Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 8
Capítulo 8




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Ainda era dia quando desembarquei em Las Vegas. Sair do avião com sol a pino não foi uma tarefa nada fácil. Porém não era impossível, eu não era o primeiro Strigoi a viajar durante o dia. Era complicado, chamava bastante a atenção das pessoas e, apesar de sempre usarmos algo para bloquear os raios solares, o incômodo era grande. Esse era um dos nossos maiores pontos fracos. Não só porque todo Strigoi queimam no sol, mas também por causa do sentido apurado. Os olhos ficam ofuscados com a claridade que é multiplicada, já que à noite conseguimos ver tudo claro como o dia, além de ser um horário no qual eu me sentia mais fadigado.

Eu me mantive em contato com Bud durante todo percurso. Ele havia rastreado os dados do cartão de crédito de Rose e eu me surpreendi com as informações que ele passou para mim. Era um cartão de crédito com limite altíssimo, cujo titular era Adrian Ivashkov. Eu me recusava a pensar em troco de quê ele daria um presentinho desses a Rose. Eu sentia uma verdadeira raiva arder em mim, só de cogitar as possibilidades. Depois que eu resolvesse meus assuntos com ela eu definitivamente iria dar um jeito em Ivashkov. Eu teria bastante tempo para isso e ele era descuidado...

“Ela está no hotel Luxer. O check in acabou de ser feito.” Bud narrou por telefone e eu achei melhor não perguntar como ele conseguia tantas informações. O fato era que ele tinha ficado assustado demais comigo para me negar favores. Com isso e um pouco de compulsão, ele se dedicou bastante em conseguir tudo que eu queria.

O que me intrigava era não saber o objetivo que estava movendo Rose. Eu não conseguia imaginar, em momento algum o que ela pretendia com essa viagem maluca. Atravessar Estados dessa forma, fretando avião e se hospedando em hotel luxuoso, podia ser esperado da Rose que todos imaginavam. Somente pura aventura e diversão. Mas não era algo que viria da Rose que eu conhecia. Eu também não tinha conseguido descobrir o que ela tinha ido fazer no Alasca. Definitivamente não parecia somente uma contravenção.

Passamos com o carro para o estacionamento do subsolo do hotel, como qualquer outro hóspede que chegava em seu próprio carro, recusando a ajuda do manobrista. Eu já tinha o número da suíte onde Rose e seus amigos estavam hospedados. Eu só precisava de um tempo para organizar meus pensamentos e planejar este ataque. Eu sabia exatamente o que fazer, mas também sabia que Rose era esperta e poderia fugir facilmente.

Observei os arredores do estacionamento com cuidado, assim que saí do carro. Era um estacionamento como outro qualquer, exceto por algo que me chamou a atenção. Havia câmeras de monitoramento por toda parte. Eu realmente precisava cuidar disso. Eu só queria pegar Rose, não me tornar um criminoso procurado pelo país.

“Boris.” Chamei, ainda pensativo. Boris tinha vindo juntamente com o avião e se juntado ao nosso grupo. Eu tinha que admitir que ele era eficiente e me poupava de muitas preocupações. “Preciso que você localize a sala da central de monitoramento das câmeras deste hotel.”

“Claro, Belikov. Vou até lá e quebro todo equipamento.” Ele respondeu soando prestativo, apesar de cruel.

“Não!” Eu rosnei. “Claro que você não vai quebrar tudo. Use a compulsão nos operadores, seu idiota.” Eu dei alguns passos, ainda sentindo o plano de ataque surgir em minha mente. “Eu preciso saber diretamente onde Rose está. Não imagino que ela veio a um hotel deste porte para ficar trancada dentro de um quarto. Não quero perder tempo procurando. Você vai localizá-la através deste circuito interno.”

“E quanto a nós, Dimitri?” Brigite perguntou baixo. Eu senti um enorme desprezo tomar conta de mim. Era incrível como Strigois conseguiam ser patéticos. Eles não tinham discernimento para perceber que o fato de eu não tê-los matado naquele galpão não queria dizer que a sentença de morte deles não estava decretada. Eu os deixei viver para serem uma distração para Rose, enquanto eu tentava capturá-la. E eu também sabia o quanto Rose era letal, logo, Brigite e Karl estariam mortos brevemente. Esse pensamento me deu uma onda de satisfação, tanto que um breve sorriso cruzou meus lábios.

“Vocês ficam comigo.” Eu falei brandamente. “Vou precisar de vocês, quando a hora chegar.”


No final de tudo, eu estava certo. Rose não ficaria no quarto, tendo tantas opções de diversão há poucos metros. Boris conseguiu rastreá-la pelas câmeras e a localizou em um dos restaurantes do cassino.

“Mas ela não está só.” Boris narrou ao telefone o que ele via pelo monitor de vídeo. “Tem um bom grupo com ela. Eles estão em uma mesa reservada, do canto esquerdo.”

Eu passei discretamente pelo cassino, até ver de longe o que Boris tinha acabado de descrever. Senti uma onda de choque passar por mim. Rose estava com Victor Dashkov. Lissa, Edie e Adrian também estavam com ela. Havia também um outro Moroi com eles, alguém que eu não conhecia. Não pude deixar de achar aquela visão estupidamente estranha. Eu podia imaginar qualquer coisa. Qualquer coisa menos isso. Rose odiava Victor com todas as suas forças, tornando tudo surreal. Eu continuei observando, com certa dificuldade. O cassino estava cheio e o movimento de pessoas só crescia à medida que o tempo passava. Eu parei ao lado de uma das mesas de jogos e me foquei na mesa do restaurante onde eles estavam. Era uma distância considerável, mas eu tinha olhos e ouvidos aguçados. Mesmo assim, por mais que eu me esforçasse, não conseguia ouvir uma conversa inteira deles. Apenas fragmentos.

“Eu soquei, não soquei?” Pude ouvir a voz de Lissa exaltada, no meio da multidão. Apesar do esforço, foi apenas uma frase solta, não consegui ouvir o restante.

Apesar da minha curiosidade estar atiçada e de uma luz alerta estar piscando dentro de mim, eu não conseguia me focar em nada que não fosse a própria Rose. Ela estava ali, há poucos metros de mim, tão vulnerável, tão desatenta. Isso era mais importante do quê qualquer plano dela. Seja o que fosse, ela não conseguiria levar adiante. Ela seria minha e agora isso era uma questão de pouquíssimo tempo.

Eles terminaram o jantar e o grupo começou a se retirar. Eu dei um sinal para Brigite e Karl ficarem em alerta e seguirem os meus passos. O cassino estava lotado e o barulho da música e vozes altas completavam o cenário. Eu sabia que não podia começar um combate com Rose ali, mas também sabia que eles não iriam ficar ali para sempre. Eu conhecia os movimentos de Rose e seu olhar de preocupação, juntamente com a postura tensa, denunciavam que ela estava em ação. Ela não estava se divertindo. O assunto tratado era sério.

Continuei olhando o caminho que eles faziam, enquanto tentavam se manter juntos, apesar da multidão de pessoas, até que vi quando eles se dirigiram para a parte da saída de emergência. Senti a satisfação crescer dentro de mim e me fez esquecer qualquer outro pensamento que eu podia ter.

Eles estavam indo para um lugar isolado! O que poderia ser mais perfeito?




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Notas finais do capítulo

Desculpem, estava meio sem inspiração...