Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Meninas segue mais um cap! Ah, ele é todinho criação minha...
Espero que gostem! bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201480/chapter/5

Meu primeiro impulso foi pegar um dos carros e sair em uma perseguição desenfreada até encontrar Rose. Mas eu não podia agir irracionalmente. Eu tinha planejado tanto essa captura, não podia colocar tudo a perder por causa de um instinto. O fato é que ela estava fora das wards e era a chance perfeita. Eu andava de um lado para o outro do quarto, tentando chamar o controle de volta para mim, enquanto Boris narrava tudo que tinha se passado.

“Nós fizemos tudo como você mandou. Ficamos lá olhando aquelas entradas da Corte o dia inteiro. Todo carro que saía, nós seguimos por fora da estrada. Tudo direitinho, conforme suas orientações. Quando aquele sedan saiu, nós fomos atrás deles. Ele realmente parecia suspeito. Quando o carro parou e aquelas pessoas saíram do porta-malas nós comprovamos a nossa suspeita. Quando eu vi que a garota dhampir estava com eles, nem pude acreditar. Se o sol não estivesse brilhando lá fora eu a tinha pego para você, tinha sido fácil fácil, eles estavam muito despreocupados.”

Eu o olhei perigosamente. “Eu já disse que ela é minha! Minha! Entendeu? Não quero que você e nem ninguém toque em um fio de cabelo sequer dela! Se alguém vai capturá-la, esse alguém sou eu!”

“Desculpe, Belikov... Eu só queria ajudar, sabe... poupar você desse trabalho e-“

Eu dei um passo em sua direção e segurei a sua nuca, de forma que seu rosto ficou frente a frente com o meu. Eu tive que me abaixar um pouco, com sempre acontecia.

“Quantas vezes eu vou ter que repetir isso? Ninguém, eu disse NINGUÉM, toca nela!” Eu o soltei e caminhei novamente para a janela preta, dando as costas para ele. “Espero ter sido claro.”

“S-sim B-Belikov. Perfeitamente claro.” Ele falou baixo.


As horas seguintes foram apreensivas para mim. Eu me mantive em contato direto e constante com o grupo que estava perseguindo o carro onde estava Rose. Com toda paciência que eu podia ter – que não era muita – eu dava orientações de como não serem percebidos. Pelas informações, quem dirigia era um guardião e eu sabia bem que um carro suspeito não passaria despercebido para ele. Mas eu tinha treinado exaustivamente esse pessoal para fazer justamente isso, quando fosse a hora: seguir sem ser notado. Eu tinha que saber o que Rose pretendia.

Eu já podia imaginar que se alguém tomasse conhecimento dessa fuga dela iria julgá-la, considerando isso um ato de irresponsabilidade, que ela estava movida somente pela contravenção. Mas com eu a conhecia bem, eu sabia que não se tratava disso. Se ela tinha se arriscado a sair, mesmo sabendo que eu estaria à sua espera aqui fora, ainda mais levando Lissa consigo, tinha que haver algo grande por trás de tudo. Algo sério e importante. Eu só não conseguia imaginar o quê seria. Mesmo assim, meus sentidos me alertavam que podia ser algo relacionado a mim. Seja o que fosse, ela não conseguiria terminar. Eu não deixaria.

As minhas fontes humanas foram acionadas e não foi difícil saber a rota de vôo deles. Primeiro Filadélfia, de lá para Seattle e depois para Fairbanks, no Alaska. Eu olhei aquela rota de viagem e me perguntei o que afinal Rose estava pretendendo fazer ali. O fato era que eu deveria ir para Fairbanks. Esse era o destino final dela e era onde eu a encontraria. O único problema daquele lugar era o sol que brilhava até tarde da noite. Isso me daria pouco tempo para agir.

Junto com todos os bens de Galinda, eu tinha me apossado também de um jato particular. Era bastante útil para Strigois terem seus próprios aviões, assim não tínhamos que justificar aos outros a nossa estranha aparência e nem os nossos horários alternativos de viagem. Pra os humanos nós não passávamos de ricos excêntricos.

Pelas minhas contas, cheguei em Fairbanks muito depois de Rose. Mesmo com um vôo direto e sem paradas, não consegui ganhar tempo. Desembarcar sempre foi um dos meus maiores problemas. Tivemos que esperar pelo anoitecer e não ter problemas para descer do avião. Parado na pista de pouso, olhei de um lado para o outro, sem ter a menor ideia para onde ir. ‘Pense Dimitri,’ ordenei para mim mesmo. ‘Se você fosse Rose, o quê faria assim que desembarcasse?

“Acho que precisamos de um carro, Belikov.” Um dos Strigois que me acompanhava resmungou atrás de mim, interrompendo meus pensamentos.

Era isso!

Eu o olhei sorrindo.

“Sim, nós precisamos de um carro.” Eu respondi, ainda com um fantasma de um sorriso, sem me importar com aquela falha. Ele me olhou com estranheza, talvez por eu não demonstrar minha usual irritação. “Onde podemos conseguir um nessa cidade?” Perguntei pensativo.

“Eu vou fazer umas ligações agora mesmo, em poucos minutos conseguirei um carro para-“ Um outro Strigoi, chamado Karl, começou a falar, em tom de desculpas.

“Onde podemos alugar um carro?” Eu o interrompi. “ Um lugar onde não se faça muitas exigências?” Claro que Rose não tinha tudo preparado. Ela precisaria de um carro para se locomover mas não podia conseguir isso de maneira muito fácil, já que era jovem demais. Minha intuição dizia que ela teria que apelar para algo não tão legalizado assim.

“Bem, eu conheço um lugar, não muito longe daqui,” Karl, respondeu. Se tinha uma coisa que os Strigois conheciam bem eram lugares onde se fazia negócios escusos. “Eles alugam carro sem precisar de documentos, mas é necessária uma grande quantia de dinheiro para isso. Como tudo, aliás.”

“Vamos até lá.”

Nosso grupo tinha seis Strigois. Andando na noite, misturados nas sombras, não chamávamos muita atenção, já que o tom extremamente pálido da nossa pele não era imediatamente notado. Eu também percebi que poucas pessoas nos olham normalmente nos olhos. Isso nos ajudava com os olhos vermelhos. Mesmo assim, a maioria de nós fazia uso de óculos escuros, mesmo a noite.

Quando chegamos à locadora o movimento era mínimo. Ela funcionava 24h e só um atendente estava ali. Bud Aluguéis de Carros. O mesmo nome do homem que nos atendeu.

Eu olhei para aquele homem. Não era sempre que eu tinha que fazer uso da força. Na maioria das vezes, um pouco de compulsão era bastante eficaz.

“Você pode checar alguns registros para mim.” Perguntei diretamente, já usando a compulsão. “Preciso saber todas as pessoas que alugaram carro hoje sem documentos.”

“Eu posso conseguir pelo nome do cartão com que foi pago.”

Ele rapidamente me entregou uma folha com poucos nomes. A compulsão sempre funcionava bem com humanos. Fracos.

Eu olhei para o papel e meus olhos bateram em um nome ROSEMARIE HATHAWAY. Uma onda de satisfação correu por mim.

E eu nem sabia que Rose tinha cartão de crédito.

“Você tem como rastrear o carro?” Perguntei, apontando para o nome de Rose. Ele olhou, claramente o reconhecendo.

“Não, mas eles ficaram de devolvê-lo amanhã.”

Eu retirei um maço de dinheiro do bolso do meu casaco.

“Eu quero toda informação que você puder me dar sobre eles. Tudo. Inclusive os dados deste cartão de credito aqui.” Eu retirei outro maço de dinheiro e lhe entreguei. “Isso é para você esquecer que nos viu aqui.”

Ele sorriu, pegando o dinheiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!