Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, adorei os reviews! Vcs são uns amores!
Não vale só elogiar... pode criticar tb, eu aceito! rs
Ah, e adorei tb as recomendações! Milakarina123 e Lêh, mil obrigadas!
Bem, vindo para o capítulo, vamos algumas contextualizações:
Essa parte que Dimitri vê a Rose eu quis associar ao que tem no livro, quando Rose diz que tirou o dia para se despedir da Academia... é qdo ela encontra Jill indo embora...
Quanto as wards, eu sempre imaginei qu elas tinha sobre os strigois o mesmo efeito que a kriptonita tinha no superman kkkkkkk espero que nao seja uma viagem minha!!!
Ah, e este Strigoi, Boris, é mesmo o que Dimitri telefona para ele em Last Sacrifice.
E pra finalizar, essas partes dos sentimentos de dimitri como Strigoi não consta em nenhum livro. Eu apenas achei interessante narrar como ele vê o mundo agora e como se sente, mas é pura imaginação minha, já que nossa tia richelle deu poucas dicas sobre os Strigois nestes livros.
Bem chega de conversa e vamos ao capítulo! Divirtam-se!



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Eu podia colocar várias pessoas para vigiar a Academia, mas havia dias que eu não suportava ficar somente à espera de notícias que nunca vinham. E hoje era um dias destes. Assim que o sol se pôs, vesti meu casaco e saí sem dar maiores explicações. A primavera estava começando e mesmo que estivesse fazendo frio, eu não precisava de algo que me aquecesse. Eu sempre gostei destes sobretudos longos, talvez por minha altura acima da média, eu gostava de pensar que me deixavam com ar imponente.
Comecei a rondar a St. Vladmir, não pelo lado das construções e da estrada de acesso, mas sim pelas fronteiras com a floresta. E como sempre acontecia, uma sensação estranha de desconforto me dominava. Ser um Strigoi tinha uma série de vantagens, mas a memória da vida que eu tinha anterior servia como um castigo que me atormentava. Existia um vazio enorme dentro de mim, que por nada era preenchido. Eu sabia que tinha perdido a minha alma, e achava melhor pensar que ela não me faria falta, mas eu também sabia que esse vazio era decorrente disso. Eu tinha lembranças da minha família na Sibéria, minha infância, os meus sonhos, tudo que eu desejei e tudo para o qual me preparei, tudo acabado. Eu só conseguia pensar nessas coisas vendo o fim de tudo. Eu sabia que eu estava morto para o mundo, mas consciência de que o mundo também estava morto para mim, era algo terrível. Talvez por isso eu sentisse tanto prazer com a destruição. Se eu não podia ter, então era melhor que não existisse.
Eu tinha andado em volta da escola por muitas e muitas vezes, sempre na esperança de ver Rose, mas nunca acontecia. Eu sempre avistava de longe a cabana onde havíamos passado aquela noite que ainda se repetia constantemente na minha mente. Mas nunca Rose sequer passava por ela.
Eu não conseguia me aproximar muito, wards cercavam toda propriedade da Academia e apesar de serem invisíveis, elas eram fortíssimas contra mim. Como era de se esperar, depois do ataque sofrido, os guardiões triplicaram a vigilância e diminuíram o espaço de tempo para reforço das wards, de forma que nós, Strigois, não precisávamos chegar muito perto para sentir a magia contra nós. Ela embaralhava meus sentidos e fazia com que eu me sentisse quase sem forças. Eu tinha que admitir que eram poderosas armas e que os guardiões eram eficientes em se precaverem.
Dificilmente esta Academia seria atacada novamente, no entanto outras... Pensamentos maquiavélicos começaram a surgir na minha mente, a sede por sangue me fazia quase que delirar ao imaginar uma escola cheia de Morois para serem devorados, mas sons de passos vieram de dentro da floresta. Rapidamente, assumi uma postura de combate e fiquei totalmente em alerta, afiando meus olhos que podiam enxergar perfeitamente na completa escuridão que me cercava. ‘Deve ser algum guardião fazendo sua ronda,’ pensei.
Meu corpo ficou rígido e meu coração acelerou de forma estranha quando eu vi quem era: Rose. Ela andava calmamente em torno da cabana, com olhos tristes e um ar muito melancólico. Era a primeira vez que eu a via desde a Sibéria, e como sempre acontecia, sua beleza me golpeou. Eu realmente não conseguia mais ver nada bonito à minha volta, ou admirar o que quer que fosse, mas ela tinha algo que me atraía de forma que eu não conseguia explicar. E sua beleza era uma dessas coisas. Eu era atraído por coisas bonitas. Pessoas, objetos, propriedades, como se isso pudesse compensar toda essa vida sombria que eu levava.
Eu continuei a observando, até que ela se afastou e saiu do meu campo de visão. Minha respiração estava pesada e meu corpo estava tenso ao extremo. Eu fechei meus olhos me permitindo resgatar a memória do sabor do seu sangue na minha boca e do seu cheiro. Era uma sensação completamente inebriante. Eu precisava ter isso novamente. Era mais forte que eu. Ela não iria escapar de mim. De jeito nenhum. Nem que  para isso eu precisasse mover o mundo inteiro. E eu iria fazer isso.
Juntei minhas forças para restabelecer meu controle. E isso era algo que eu sabia fazer muito bem, embora não me fosse mais útil. Quando eu era um dhampir, eu era conhecido por ser estoico e controlado. Parte disso era devido ao senso de dever que me movia. Agora eu não tinha mais isso. Eu não precisava mais disso. Eu era um líder entre os Strigois e eu dominava em vez de ser dominado.
Comecei a andar pela floresta, ainda com Rose nos meus pensamentos. Cheguei até a minha casa, e antes que eu pudesse tocar a maçaneta, a porta se abriu, revelando um Strigoi sorridente – bem, de certa forma sorridente – do outro lado. Boris. Ele era um dos mais leais e dedicados que trabalhava para mim e, eu tinha que reconhecer, ele também era bastante eficiente. Ele não era muito bom em luta mas compensava isso fazendo tudo que eu queria. E de forma eficaz. Como ele não tinha outra escolha – era viver para me servir ou morrer – ele preferiu viver me agradando.
“Belikov! Eu estava à sua espera!” Ele me saudou em russo. Ele tinha vindo comigo da Sibéria e falava um inglês péssimo, então, para o seu próprio bem, nós só nos comunicávamos em nossa língua nativa.
Eu senti uma enorme repugnância com o tom quase feliz dele. Apesar de tanta dedicação, eu não conseguia sentir nenhuma sombra de gratidão por tudo que ele fazia por mim.
“Fale logo, o quê você tem para mim, dessa vez?” Perguntei desdenhando. Provavelmente ele tinha capturado uma bela mulher humana – talvez até uma Moroi ou dhampir – que me serviria de jantar, como sempre fazia.
“Boas notícias.”
“Ande, fale de uma vez!” eu disse, sentindo a impaciência tomar conta de mim.
“As nossas fontes, que cuidam do controle aéreo receberam o comunicado que alguns aviões partirão da Academia para a Corte amanhã. Eles solicitaram autorização para voar.” Ele narrou, e eu entendi que quando ele falava ‘eles’, estava se referindo aos Morois e guardiões da Academia. Eu tinha humanos trabalhando para mim em várias instâncias, não só me servido como empregados. Alguns se infiltravam onde era preciso. Tudo em nome da imortalidade, ou quando não, eram viciados em endorfinas das mordidas e faziam de tudo para serem mordidos novamente.
Mas essa informação foi completamente inútil. Eu já esperava que ela fosse para a Corte por estes dias.
“Eu acho que isso já era esperado, não é?” Respondi sarcasticamente. “Já era mesmo tempo disso acontecer.”
“Mas nós não sabíamos do dia exato.” Ele falou, ainda sorrindo.
“Você pensa que está lidando com alguém idiota?” Falei perigosamente, andando calmamente na direção dele. “Nós saberíamos do dia exato, assim que ouvíssemos o barulho dos aviões no céu, seu imbecil! A Academia está há poucos quilômetros daqui!”
“N-não, n-ão, B-Belikov.” Ele respondeu, andando cautelosamente para trás, tentando se afastar de mim. “Isso me possibilitou obter outras informações. Por favor, me escute.”
“Fale! Não estou com paciência para esse suspense todo!”
“Bem, a garota humana, aquela que o Paul-“
“Eu sei de quem você está falando!” Eu o interrompi, sentido toda a impaciência me invadir. "Pare com este arrodeio! Não vou mais admitir esse seu jogo, se você não falar o que sabe, eu acabo com você agora mesmo!”
“Ela conseguiu a listagem dos passageiros” Ele falou rapidamente, emendando as palavras, umas nas outras, sem respirar, puxando um papel do bolso de sua jaqueta jeans. “Eles têm que comunicar o nome das pessoas que estarão em cada vôo às autoridades humanas, no caso de acontecer algum acidente e-“
Eu tomei o papel dele abri. Meus olhos bateram imediatamente no nome de Rose. Somente após alguns momentos consegui ler as outras informações ali contidas. Coisas como horário de partida e chagada.
“Prepare tudo.” Ordenei. “Partiremos amanhã.”


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