Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 32
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oioi como vão vocês?
Bem, bem amigos não deu para postar na quarta porque a Light está de graça com a cara do povo daqui onde moro...
Mas graças a Deus aqui na escola ainda tem luz!!
Então vim postar rapidinho o capitulo de hoje, que está um tanto quanto curto, MAS o próximo será bem longo já que... Bem vocês irão descobrir ao lerem esse de hoje.
As coisas estão ficando muito boas, isso eu posso garantir...
Boa Leitura!!



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Um vento frio entrava pela sacada balançando as cortinas.

Kisa estava dormindo em sua cama com Haineko deitada em seus pés. A televisão estava ligada no volume mudo apenas para clarear o ambiente sem acordar as meninas. Para horas como essa deixava uma pequena garrafa de saquê guardada dentro de uma de suas gavetas com um copo de esmalte.

  Nada melhor que beber sozinha...

Pensou com ironia.

A noite estava fresca, mas o tempo ainda estava abafado por conta do forte sol que teve durante o dia. Usava sua curta camisola vermelha que ganhou de Keith na festa da faculdade do ano retrasado. Kisa dormia apenas de calcinha muito tranquilamente para uma criança que acabou de ver um filme de terror.

Deu um leve suspiro e passou a mão pela nuca.

Seu dia havia sido muito agitado. O projeto Wakasa estava a todo o vapor com todos os recém-formados que ingressaram agora como ela. Os grupos foram divididos e enviados para setores determinados, seu grupo era encarregado de acompanhar os jovens no período depois do recolhimento das ruas. Eles tentavam criar um novo contato entre o jovem e a família que na maioria das vezes estava desestabilizada e sem condições, e ai começava um novo trabalho para reestruturar e encaminhar as crianças a qual não se adaptavam mais com seus próprios lares.

O trabalho era difícil e desgastante, mas sentia se gratificada por ver um sorriso estampado nos rostos das crianças que se alegravam de terem um lugar com pessoas que as queriam bem. É uma pena que nem todas fiquem, a maior parte foge ou volta para suas famílias que pouco fazem para as manterem e assim se veem novamente nas ruas.

Era assustador o numero de jovens largados e crianças abandonadas. A violência estava tirando a vida de pessoas que mal começaram a viver, as drogas tiravam a chance da maioria de ter um futuro melhor. Mas apenas uma que conseguissem reincorporar na sociedade, uma que decidisse ter o que jamais pode sonhar... Essa única criança seria a grande vitória.

Kisa se mexeu em seu sono atraindo sua atenção. Deu uma olhada por cima do ombro e caminhou em direção à menina.

Já havia crescido tanto, aprendido tanto, passado por tanta coisa. Mas nunca perdeu a graça de ser criança, a coisa que os meninos de rua deixaram de lado ha muito tempo.

Acariciou o rosto da menina e tirou alguns fios dourados do seu rosto.

Hoje havia visitado uma jovem que conheceu no inicio do ano retrasado. Seu nome era Akito, vivia sob a custodia do Estado e morava em um abrigo com seu filho que é um pouco mais novo que Kisa. Quando se conheceram, Akito estava com 17 anos e seu filho Noah com apenas 2. Sua historia de vida tocou o coração de todos os estudantes que a conheceram, mas o que chamava mais a atenção era a força de vontade e confiança que Akito tinha, seu único problema era a falta de oportunidade.

Com empenho de quase parte da turma, conseguiram uma vaga em uma escola no turno da noite para a jovem, fizeram organizações para ajudar a melhorar o abrigo e tentaram mesmo que com muita dificuldade dar a Akito e todas as outras uma nova chance. Infelizmente ou felizmente Akito foi a única que soube aproveitar.

Passava horas a fio tentando repor o tempo que perdeu dos estudos ao engravidar, conseguiu com permissão do Estado um emprego de meio expediente e uma vaga em um curso de matemática aplicada. Há cerca de uma semana recebeu uma ligação de Akito contando animada que ganhou uma bolsa em uma faculdade de engenharia e agradecendo o belo trabalho que todos fizeram.

Ao encontra-la viu o quanto a menina havia crescido. Desejou a ela tudo de bom possível e se despediu tendo certeza que o bom trabalho que fizeram ao ajuda-la estava frutificando hoje na oportunidade que ela conseguiu. O sentimento de orgulho que sentiu foi algo bom demais para não repetir.

Haineko então começou a se espreguiçar nas pernas de Kisa.

 — Assim você vai acorda-la. — Ela disse afastando a gata da menina.

Teimosa como só ela, a gata voltou miando para o colo de Rangiku.

  — Eu estou te dando pouca atenção não é? — Ela perguntou acariciando os pelos cinzas da gata gorda. — Vamos dormir todas juntas para ver se compensa ok? — Ela disse sorrindo.

A gata apenas ronronou.

Com cuidado Rangiku se deitou ao lado de Kisa e pôs Haineko deitada entre seu corpo e o da menina.

  — Boa noite meus amores. — Ela sussurrou.

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Como o de costume o dia havia começado cedo.

Acordou às seis e preparou o café da manhã. Chamou Kisa às seis e meia para se arrumar para a escola. Às sete deixou Haineko na casa da vizinha que gostava de ser babá de gatos. Sete e meia deixou Kisa na porta da escola e foi andando a pé para a sede do Projeto que ficava a menos de 15 minutos da escola de Kisa.

  Como sempre dentro do horário.

Estava andando tranquilamente pela Avenida central e em menos de alguns minutos estaria a par do que faria no resto de seu dia. Talvez fosse manda visitar alguma instituição e ficar a par de alguns acontecimentos, ou então alguma inspeção nas casas das crianças que foram adotadas ou até mesmo encontrar os responsáveis de algum jovem.

Seu celular então começou a tocar. Procurou ele na bolsa e parou no meio da rua para atender.

  — Alô?

  — Matsumoto?

  — Sim. Quem é?

  — É a Liandra. Bom dia querida.

  — Bom dia, como vai?

  — Bem Matsumoto, eu não estou muito legal...

  — O que houve?

  — Sabe a copia do relatório que você fez sobre o centro de recuperação infantil na semana passada?

  — Sim.

  — Amiga, eu perdi ele.

  — Perdeu? Como assim?

  — Eu não sei... Estou procurando ele dês de ontem e não achei. E para piorar a diretora adjunta pediu uma copia dele para levar para a prefeitura hoje de tarde. Eu não sei o que faço!

  — Não se preocupe. Acho que ainda tenho o relatório original em minha casa.

  — Matsumoto eu estava contando com isso!! Você pode trazer?

  — Eu já estou no meio do caminho para chegar... Se voltar irei me atrasar.

  — Não se preocupe com isso, pode deixar que eu seguro as pontas para você aqui. Apenas traga o relatório. É uma questão de vida ou morte.

(No mesmo instante Rangiku deu meia volta)

  — Como você conseguiu perder aquilo? Era uma pasta com mais de 15 folhas.

  — Eu acho que misturei com os relatórios que foram para o assessor, mas eu esperei até hoje e ninguém me devolveu ou ligou para reclamar.

(Rangiku suspirou)

  — Ok. Cuida de tudo até eu chegar, estarei ai em menos de uma hora.

  — Ótimo! Pode ir despreocupada que eu me viro aqui. Até mais.

  — Até.

Ela desligou e tentou pegar um táxi na porta da escola de Kisa.

Liandra era uma espécie de secretaria a quem todos passavam os relatórios e as conclusões de cada trabalho feito. Já trabalhava nisso a mais 10 anos e foi uma de suas primeiras amigas no projeto. Mas o que tinha de experiente, ela tinha de avoada. Já havia ouvido muitas conversas e reclamações sobre ela perder documentos e informações, mas nunca havia acontecido com um de seus papeis... Até hoje.

Claro que Rangiku não era o ser humano mais bem planejado do mundo, mas sempre imaginou coisas desse tipo e por via das duvidas dava a ela apenas as Xerox de tudo que escrevia. Os papeis originais ficavam guardados em sua casa, para possíveis momentos uteis, como agora.

O táxi chegou em seu prédio em menos de vinte minutos. Atravessou o saguão estalando o pequeno salto do seu sapato preto, nesse horário poucas pessoas circulavam por ali. Todos já haviam ido ou estavam se preparando para trabalhar.

Foi direto para o elevador e apertou o botão do terceiro andar. Esperou pacientemente até que o elevador parou e correu para seu apartamento.

  — Onde está? Onde está? — Começou a procurar na pasta que deixava em cima do armário da sala. — Achei!

Estava ali. Cerca de 15 folhas com opiniões, informações e algumas reclamações sobre um centro de reabilitação e tratamento de jovens que passavam pelo período de desintoxicação.

Pôs todas as folhas dentro de sua bolsa e saiu trancando a porta.

Ainda no corredor para o elevador seu celular começou a tocar novamente. Não deu muita atenção para a pessoa que estava dentro do elevador quando as portas se abriram, apenas entrou procurando o celular na bolsa.

  — Bom dia. — Ela disse sem olhar para cima.

O celular estava debaixo de todas as folhas e quando ela conseguiu pegar ele já tinha parado de tocar.

  — Droga. — Quem estava ligando era Liandra, Talvez tivesse encontrado os papeis...

Discou o numero rápido e enquanto chamava arrumou a bolsa no ombro. Quando Liandra atendeu ela olhou para seu reflexo no espelho e sentiu seu coração parar ao ver a imagem da pessoa que estava atrás de si.

  — Alô Matsumoto. Você já está em casa? Matsumoto? Querida eu encontrei os papeis, estavam na minha gaveta... Está me ouvindo?

Deixou o celular cair no chão.

Virou-se assustada para o homem que estava de braços cruzados escorado do outro lado do elevador. Seu sorriso aumentou com sua reação e por um momento ela achou que tudo era apenas um sonho... Um sonho ruim. Até que ele disse:

  — Bom dia Rangiku.


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Notas finais do capítulo

E então, e então??
Há eu sei o que estão pensando:
'LL sua infeliz por que não continuou de onde parou!?'
Tudo pelo bom humor meus caros leitores, bom humor... rsrs
Até semana que vem povo!!



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