The One That Got Away escrita por GabanaF


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Bom, como vocês pediram, aqui está a segunda e última parte da fic. Agradeço aos comentários do capítulo anterior, muito obrigada mesmo.
E, hm, se vocês quiserem, sugiro que leiam ouvindo A Thousand Years, da Christina Perri. Acho que essas é uma das músicas que mais demonstram Faberry por esses dias, principalmente se olharmos pelo lado da Quinn.
Espero que gostem!



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— Então eu parei o casamento? — perguntou Quinn outra vez, ainda impressionada com o próprio feito. — Que demais!

— É, mas olha o que isso lhe causou — observou Rachel triste, olhando para as pernas imóveis da garota.

Quinn abanou a mão num gesto displicente, dando uma risada. Rachel revirou os olhos, porém não deixou de ficar um pouco deprimida. Fazia mais de duas semanas que Quinn acordara do coma, e o doutor Jones anunciara no dia anterior que ela já estava pronta para ir embora do hospital na manhã do dia seguinte.

Ela continuava com as fisioterapias, mas nada não dava muito resultado. Artie agora a visitava constantemente, tanto quando Rachel, prevenindo-a com dicas se por acaso aquilo tudo ficasse permanente, o que causara uma onda de fúria em Santana nos últimos dias de aula, ela começara a pegar no pé de Rachel muito além que o normal. Rachel quase obrigara Judy a deixá-la visitar Quinn, mas a mãe da garota decidira que não, e ninguém podia mudar a cabeça de uma Fabray, ela sabia muito bem disso.

— Ah, Rachel, isso foi só um presságio — disse Quinn sabiamente; Rachel franziu o cenho para a garota. — Saca? Quando uma coisa ruim acontece para depois acontecer algo bom.

— Meu conceito de presságio não é bem assim — Rachel retrucou séria. — E eu ainda não vejo nenhuma coisa boa que tenha saído desse seu acidente.

Quinn não respondeu. Seu semblante ficou subitamente infeliz, e Rachel percebeu tarde demais que falara a coisa errada. Para ela ainda não tinha um motivo de comemoração, afinal Quinn continuava sem ter seu movimento nas pernas, seus sonhos haviam sido massacrados por ela, a chance de Quinn para ir a Yale não eram das melhores, já que era possível que passaria os próximos meses em Lima fazendo reabilitação.

Mas para Quinn... o simples fato de estar acordada parecia uma grande vitória para ela. Rachel se lembrava vividamente dos momentos de sofrimento dela quando acordara, e dos seus sorrisos sôfregos, das suas lágrimas de felicidade por sentir o mindinho há quatro dias... Quinn queria viver uma conquista de cada vez e aparentava estar levando isso muito a sério.

— Rachel — chamou uma enfermeira enfiando a cabeça dentro do quarto e quebrando o silêncio constrangedor que se instalara. — Hora de ir.

— Mas... — Quinn tentou argumentar para a enfermeira, perdida. — Minha mãe não vai dormir aqui... Deixe Rachel ficar!

Rachel deu um sorriso bondoso, afagando a mão de Quinn. Judy arranjara um turno à noite durante três dias da semana para continuar a pagar o apartamento de Quinn (o orgulho Fabray não a permitira ligar para o pai da garota), e pelo jeito, um dia antes da filha sair do hospital era uma dessas noites.

— Você sabe que eu não posso Quinn... — a enfermeira retrucou, seus olhos pousados nas mãos unidas das duas. Rachel sempre tinha que confirmar com ela que era somente amiga de Quinn e nada mais. — Doutor Jones me demite se eu deixá-la aqui.

— Mas é minha última noite aqui! Se eu não posso ter uma festa, quero pelo menos que minha melhor amiga fique aqui comigo!

Quinn se desvencilhou de Rachel e cruzou os braços, emburrada. O olhar da enfermeira e de Rachel se encontraram, as duas reviraram os olhos. Quando Quinn colocava alguma coisa na cabeça, muito raramente você fazia tirá-la. Rachel encarou a enfermeira com olhos pedintes, o que geralmente funcionava com seus pais, Finn e Kurt. Se fosse tão importante para Quinn, é claro que ficaria.

A mulher mordeu o lábio, mas no fim concordou. Quinn abriu um sorriso alegre.

— Valeu! — agradeceu com os olhos brilhantes.

— Não saia daqui durante a noite, entendeu? — disse a outra para Rachel num tom de aviso. Depois, ela saiu do quarto reclamando o quanto adolescentes eram chatos.

Rachel virou-se para Quinn, animada.

— Então, o que você faz aqui à noite? — perguntou maliciosa.

— Durmo — respondeu Quinn rindo. Ela bateu a mão no colchão, pedindo silenciosamente para que Rachel deitasse ali com ela.

Rachel hesitou por um momento na poltrona de plástico barato. Ela já deitara com Quinn inúmeras vezes no colchão — a maioria delas para consolá-la pela fisioterapia estar indo tão mal —, mas dormir com ela era outra coisa. Quinn viu sua indecisão e riu novamente.

— Vamos Rachel, é só uma noite, depois você pode voltar para o Finn — disse Quinn, deixando o ressentimento marcar o nome do namorado de Rachel.

O sorriso de Quinn iluminava o quarto 21B de uma maneira que as luzes não conseguiam. Trazia a Rachel mais esperança, uma vontade imensa de viver. Não conseguia dizer não para àquele sorriso. Levantou-se com dificuldade da cadeira e sentou na cama de Quinn, acanhada. Olhou para ela, e as duas caíram na risada.

— Para de besteira, deita logo.

Rachel rolou os olhos e afastou as pernas de Quinn. A garota fez uma careta, mas Rachel se acostumara com isso; ela sempre fingia que suas pernas tinham movimento e tentava imitar suas reações de antes do acidente. Nada doía mais nela que isso.

Ela estendeu as pernas na cama e passou um de seus braços pelo pescoço de Quinn, apertando o seu ombro esquerdo. Sua cabeça deitou no outro ombro da garota confortavelmente. Quinn beijou o topo de sua cabeça, e Rachel passou o braço direito pelo seu abdômen, apertando-a contra o corpo pequeno.

Nenhuma das duas falou por um bom tempo. Ela não achou que precisavam de muitas palavras. A posição ficou desconfortável com o passar das horas, mas Rachel não se importou.

Quinn estava bem. Quinn voltaria para a escola. Quinn voltaria a ser sua por um período maior do que uma hora diária. Ela esboçou um sorriso com o pensamento. Tudo voltaria ao normal.


— Sua mãe é uma vadia, Fabray — comentou Santana assim que viu a cadeira de rodas de Quinn entrar na sala do coral.

Rachel a guiava por toda a escola na parte da tarde, pois sua alta havia demorado mais que o normal e elas haviam perdido o período da manhã na escola — nada que Quinn pudesse reclamar muito. Sua mãe não lhe esperava na saída do hospital, infelizmente, mas ela tivera uma viagem muito divertida com Hiram e Leroy durante o caminho até a McKinley High onde eles discutiram o que uma atriz cadeirante poderia fazer.

A conversa, ao contrário do que a filha deles poderia pensar, não deixara Quinn triste. As opções que Hiram lhe dera para após terminar Yale haviam sido ao mesmo tempo engraçadas e sérias. Quinn já estava um pouco melhor, achava que poderia fazer graça da sua situação.

— Me fale algo que não sei — Quinn retrucou, sentindo o abraço de Santana quase quebrar suas costelas. Os outros membros do Glee faziam fila atrás dela para que pudessem abraçá-la, menos Finn, que parecia discutir com Rachel a um canto.

Brittany sentou em seu colo sem nenhuma cerimônia e a abraçou com a mesma intensidade de Santana. Quinn tentou parecer animada ao conversar com os colegas, porém seus olhos não paravam de ir e vir entre Finn e Rachel, mais distantes.

Ela mordeu o lábio, um tanto decepcionada. Rachel voltara para o Finn, é claro. Nem mesmo duas semanas de puro amor e carinho entre elas poderia separá-los. Nem mesmo o fato de Rachel ter dormido com ela na noite anterior e ter ficado com Quinn o dia inteiro faria Finn desistir da sua loucura de casamento.

Rachel não entendia... Mentira para ela na noite anterior. Ela mal conseguia dormir nas últimas duas semanas. Ela ficava acordada, na maioria das vezes zapeando os canais da TV. Tinha medo de adormecer. Por que quando conseguia, os sons do vidro batendo contra seu corpo voltavam, os ossos voltavam a doer, sua consciência se perdia e tudo o que ela podia pensar era no quanto decepcionara Rachel por não estar lá, apoiando-a, no dia do casamento.

Não fazia ideia de como conseguira dormir tão profundamente na noite anterior. Talvez fosse o calor de Rachel invadindo todo seu espaço vital, lhe dando energia. A simples presença de Rachel fazia seu coração bater mais forte, descompassado, e Quinn, por um milésimo de segundo, sentiu suas pernas, os músculos delas trabalhando agilmente para que pudesse voltar a andar.

Uma pequena conclusão Quinn tirou daquela noite: Rachel Berry era a luz da sua vida, a razão por ela continuar ali, naquele mundo.

— E aí, Fabray! — cumprimentou Artie por último, tirando Quinn de seu devaneio. A garota bateu um high-five com ele, deixando Finn e Rachel de lado. — É bom ver você nessa sua caranga nova.

Quinn riu do tom hip-hop dele. Artie fez alguns movimentos com sua cadeira de rodas e forçou Quinn a imitá-lo. A garota tentou fazer a maioria, mas quase caiu, e acabou sendo salva por Puck, que empurrou ela até as cadeiras da sala de coral bem na hora que Mr. Schue entrara.

— Quinn! É um prazer ter você de volta — disse o professor com um sorriso animado, cumprimentando-a com mais um abraço. — Eu não sei se sua condição é permanente...

— Não é — disse Quinn imediatamente, querendo poder levantar da cadeira naquele momento para provar seu argumento. Porém, suas pernas não lhe deram ouvidos. — Só alguns meses de fisioterapia, e eu vou estar novinha em folha.

A turma aplaudiu. Artie deu tapinhas em suas costas. Os olhos de Quinn procuraram os de Rachel, mas a garota continuava atracada com Finn perto da bateria. Ela bufou, deprimida.

— Eu espero que o Artie possa ajudar você a fazer nosso número para as Nacionais, poderia ser até interessante ter um dueto entre vocês!

Quinn e Artie se entreolharam, assustados.

— Menos, Mr. Schue — retrucou Quinn. O professor pareceu um tanto chateado. Ela rolou sua cadeira para ficar de frente aos colegas, e convenientemente para dar às costas para Rachel e Finn na bateria. —Eu sei que estamos a pouco menos de um mês das Nacionais, mas eu prometo não estragar o trabalho duro de vocês. Vou fazer o possível pra que eu possa ir à viagem. Andando.

Santana levantou-se junto com Brittany e abraçou-a novamente, sufocando a garota com o tanto de amor que davam. Quinn começara a ficar com medo, porque quando a amiga iniciava suas demonstrações de amor em público, era por que queria alguma coisa.

Não deu outra: mais tarde, quando a reunião do Glee terminou, Santana empurrou Quinn para fora da sala na direção do auditório, e murmurou em seu ouvido:

— Agora, você vai me contar o que você e a Berry fizeram naquele quarto limpinho do hospital depois que acordou.

Quinn revirou os olhos, mas se deixou levar. Não tinha nada com que pudesse combater Santana Lopez mesmo...


— A gente não fez nada — disse Quinn pela milésima vez. Santana deu de ombros, não ouvindo. — Só se ela abusou de mim enquanto eu tava desacordada.

Ela focou seus olhos nos de Quinn, dando um sorriso malicioso. Quinn passou a língua pelos lábios, cansada, apoiando-se no corrimão da escada do auditório. Brittany a segurava por trás na cadeira, e não havia outra forma de sair dali senão atropelando Santana, o que parecia ser uma boa oferta no momento.

— Ela e Finn não terminaram — contou Santana de repente. Os olhos de Quinn, distraídos com uma formiguinha no chão do auditório, voaram para a garota. — Acho que ela não te falou isso, né?

— Rachel me disse que eu tinha parado o casamento, e que não voltaria a pensar nele tão cedo — admitiu Quinn, desviando o olhar de novo. — Mas não falou nada sobre término.

Santana suspirou solidária. Brittany demonstrou seu apoio quase deixando Quinn passar por cima de Santana ao soltar uma das mãos da cadeira de rodas para acariciar-lhe as costas.

— Quando você vai pegar sua garota de volta, Quinn? — Santana perguntou insolente, cruzando os braços e a olhando por cima.

Ela sorriu envergonhada, sentindo as bochechas corarem. Rachel não era sua garota, mas desde que contara para Santana e Brittany que tinha sentimentos além de amizade para com ela — num ponto durante a semana Michael e a dos Dias dos Namorados —, elas não paravam de lhe encher com isso. Era “sua hobbit” para lá, “sua nariguda” para cá, e esses eram os apelidos mais amigáveis vindos de Santana. Brittany se contentava em apenas chamar Rachel de “sua garota”.

— É, Quinn! — concordou Brittany animada, quase soltando as mãos da cadeira outra vez. — Nós podemos fazer um número de cadeira de rodas de novo, como em Proud Mary, só que sem essa música sobre rios, e o Artie poderia ajudar você a montar a coreografia, e no fim...

— Não, Brittany, obrigada — recusou Quinn delicadamente. — Eu vou fazer isso por conta própria.

Santana agachou para ficar na altura de seus olhos. Quinn bufou. Das coisas chatas de estar numa cadeira de rodas, a pior delas era ter as pessoas se curvando para falar com você. Ela não sabia como Artie agüentava durante todos aqueles anos.

— Posso perguntar como vai fazer isso? — questionou Santana calmamente, ou o mais calmo que ela podia.

— Não — disse Quinn categórica.

Santana não iria intervir no seu relacionamento que não havia sequer começado com Rachel. A garota teria que esperar um pouco para ver as coisas dando certo. Um bip no seu celular, no entanto, varreu as garotas de sua cabeça: Judy estava lhe esperando do lado de fora do colégio para que pudessem ir à fisioterapia.

— Me levem para fora, por favor — pediu Quinn relutante. Odiava ter que exigir ajuda das outras pessoas. Isso simplesmente não era com ela. — Minha mãe está aqui, tenho que ir à fisioterapia.

A expressão de Santana mudou drasticamente.

— Então sua mãe tá no colégio? — Ela olhou para a namorada. — Vamos, Britt, tem um monte de coisa que eu quero conversar com a Sra. Fabray.


No começo da manhã do outro dia, Quinn achou que Santana tinha até sido boazinha com sua mãe. Sua amiga não xingou em espanhol e nem avançou em Judy — mesmo que Brittany tivesse arranjando de forma misteriosa um bastão de baseball. Apenas gritou com ela para que da próxima vez em que Quinn entrasse em coma, ela deixasse seus outros amigos visitá-la.

Ao chegar da fisioterapia, Quinn não ligou para Rachel. Desejava muito falar com ela, pedir uma explicação, mas percebeu tarde da noite que Rachel não lhe devia nada. As duas não tinham um relacionamento amoroso, e Quinn tinha que encarar que a garota a veria para sempre como sua melhor amiga. Essa era a triste verdade.

— Droga! — Quinn exclamou durante o intervalo entre o segundo e o terceiro período, lutando para pegar um livro de História Antiga em seu armário. Na cadeira de rodas, ela não conseguia alcançar sequer a primeira prateleira direito.

Mãos surgiram na terceira prateleira e pegaram vários livros seus. Quinn olhou para cima e se deparou com uma Rachel a encarando com a expressão triste. Ela olhou os exemplares e entregou a Quinn o livro de História que queria.

— Você tem que trocar de armário, Quinn — sugeriu Rachel num tom de funeral. Quinn apertou os olhos: alguma coisa estava diferente na garota que amava. — Figgins pode te dar um novo.

— Eu sei — respondeu a garota emburrada, colocando o livro que Rachel lhe dera no colo e preparando para sair, sofrendo para fechar a porta do armário. — Mas eu não vou fazer isso.

Ela não queria ajuda de ninguém. Metade das coisas conseguia sozinha, abrir um armário e pegar seus livros também era um desafio a ser cumprido. Quinn colocou as mãos, envoltas por luvas emprestadas por Artie, nas rodas e saiu rodando em direção à próxima aula. No entanto, antes que pudesse dar duas voltas nas rodinhas, Rachel a segurou.

— Precisamos conversar — falou Rachel num murmúrio. Com o corredor praticamente vazio, ficou difícil para ela fingir não ter ouvido.

Quinn engoliu em seco. Ela prometera a Santana que consertaria as coisas naquele dia sem exceção. Mas agora que Rachel estava parada atrás dela, segurando seu braço com tanta força que chegava a doer, as coisas não pareciam ser tão fáceis de ser consertadas. Respirou fundo e desvencilhou da garota, virando-se para ela outra vez, sua conhecida expressão de pura vadia da época das Cheerios voltando ao seu rosto.

— Você me ignorou ontem durante o Glee Club inteiro — começou Rachel num suspiro só —, não disse tchau para mim e foi embora sem me avisar. Tem ideia do quanto de tempo que fiquei aqui te esperando?

Quinn desviou o olhar dos enormes olhos de Rachel, que agora brilhavam de lágrimas. O sinal já tocara há tempos, mas nenhuma das duas estava interessadas em voltar às salas.

— O que foi, hein? — indagou Rachel, dando um ultimato. — Por que você tá de mal comigo? Sou sua melhor amiga, Quinn, me lembro de você ter dito isso para aquela enfermeira, o que aconteceu...?

— Eu gosto de você, Rachel — interrompeu Quinn, surpresa com suas próprias palavras. Ela levantou os olhos para Rachel; estavam perdidos. — Não como eu gosto da Santana ou do Artie, eu gosto mesmo de você, saca? E-eu...

Quinn desistiu de falar, sabia que não agüentava mais. Passou as mãos pelos cabelos loiros e curtos, começando a se arrepender do que falara. Parabéns, Fabray, sua mente dizia. Estragou sua amizade com a garota mais linda do mundo por um motivo egoísta. Novamente.

— Eu sinto muito — murmurou, quebrando o silêncio inquietante.

Quinn deu ré com a cadeira, procurando se afastar da confusa Rachel Berry no meio do corredor. Iria para Yale sozinha. Sua melhor amiga não a visitaria na sua faculdade por que teria medo dela. Quinn não iria para New York visitá-la por que Rachel estaria muito ocupada tendo um de seus ataques de loucura por que sua melhor amiga estava apaixonada por ela.

— Dois meses atrás, nesse mesmo corredor, você me perguntou se eu havia cantado aquela música nas Regionais para o Finn, e apenas para ele — ponderou Rachel, saindo do choque. Quinn, por outro lado, continuou rolando com a cadeira para dar o fora dali o mais rápido possível. — Eu não estava.

Quinn parou a cadeira tão rápido que suas mãos arderam com a fricção. Ela queria dar a volta e encarar Rachel, pedindo uma explicação, mas antes disso, ouviu passos fortes no corredor e então, Rachel parava na ajoelhada na sua frente, as lágrimas escorrendo por suas bochechas.

Quinn pensou que Rachel faria um discurso sobre como a amava acima de todas as outras coisas no planeta — incluindo Finn Hudson —, mas ela fez coisa melhor: igualou a altura de seus rostos, seus olhos castanhos cintilando, e inclinou-se sobre ela para colar seus lábios num selinho demorado (que custou as duas uma semana de detenção depois).

O corpo inteiro de Quinn formigou, não só as mãos ou os braços, mas também suas pernas e os pés. Quando se separaram, Quinn sentia os dedos dos pés. Com dificuldade, dentro das sapatilhas, ela os moveu lentamente. Quinn riu, tentou explicar para Rachel o que acontecia com seu corpo naquele momento, mas não obteve sucesso. Ela só ria e ria, e Rachel queria saber o que estava acontecendo, e um dos professores de uma das salas do corredor as viu matando aula, e elas foram mandadas para a sala do diretor Figgins, mas Quinn não se importava.

Por que estava carregando Rachel na cadeira de rodas. Porque as duas iriam passar por aquilo juntas. Por que elas passariam o inverno no Central Park.

Por que Quinn estaria andando antes mesmo que percebesse.



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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Só de imaginar a Quinn cadeirante me dá uma coisa estranha, mas ainda assim muito fofo. Imaginem a Rachel sentando no colo dela e indo para a aula? KKK
Espero que tenham gostado, deixem suas opiniões para a autora aqui, OK? Muito obrigada para quem leu!
Beijos :*