Ice Heart escrita por MyHeartBeating


Capítulo 4
Delírio




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Fui acordada naquela noite por Ino, que me ajudou a arrumar uma roupa para a festa de boas-vindas. Antes de descer as escadas liguei para Tenten contando sobre tudo que havia acontecido e ela prometeu me visitar no fim de semana, o que significava que teria que me localizar e manda-la o endereço da mansão.

As outras duas garotas, Temari e Hinata apareceram logo depois de Ino.

– Este meu antigo vestido ficou lindo em você, Saki. - Disse Ino que acabara de me dar esse apelido.

–Você acha? - Perguntei admirando-me no espelho.

–Mas é claro. - Concordou Hinata que estava comendo uns doces daqueles que Sasuke trouxera.

– Meu cabelo está bom? - Temari parecia bastante ansiosa.

–Tá ótimo, relaxa. Vou conversar com Gaara, o Shikamaru precisa tomar uma iniciativa hoje, cansei dessa enrolação de vocês. - Confessou Ino.

–O que você vai falar? - Perguntou Temari assustada.

–Vou dizer que você gosta dele mas que não vai fazer nada, se ele quiser algo, que corra atrás. -

–Ai Ino, não dê detalhes, apenas peça para Gaara dizer que ouviu algo sobre eu gostar do Shika. -

–Se é assim que você quer...-

E então alguém bateu na porta.

–Quem é? - Interroguei.

Naruto.– Respondeu do outro lado.

–Está aberta. -

O loiro entrou no quarto, estava vestindo uma blusa para ocasiões especiais com a gravata pendurada ao redor do pescoço.

–Hina, pode me ajudar? - Ele pediu á namorada carinhoso.

Hinata levantou-se da cama e foi ajudar o Uzumaki com o nó na gravata.

– Como você quer? Acho que mais fino vai ficar melhor para uma festa casual como essa.- Analisou ela concentrada, perto do garoto ela se transformava em uma pessoa atenciosa, mas não perdia totalmente a vergonha.

–Faça o que achar melhor linda, minha mãe que me obrigou a colocar essa coisa e nem sequer ajudou. - Resmungou Naruto coçando a cabeça.

–Pronto. - Disse Hinata terminando o trabalho, depois deu uns tapinhas sobre o peito do namorado desamassando um pouco a camiseta, os dois pareciam muito íntimos.

–Quer descer? - Convidou ele.
–Vocês se importam meninas? -

Todas balançamos a cabeça mostrando que poderiam descer.

Naruto e Hinata saíram do quarto e depois de retocar a maquiagem leve, todas fomos também.

Chegando ao pé da escada deparei-me com uma multidão de pessoas se divertindo, provavelmente mais de 100 convidados estavam ali.

Durante a festa descobri que Ino e Gaara eram namorados, e que rolava um super clima entre Temari e Shikamaru.

Por onde passava as pessoas vinham desejar-me boas-vindas e começava a pensar se sempre aconteciam festas como essa para cada novo morador.

Bebi um pouco de ponche e depois de meia hora passeando pelo salão ainda não tinha visto Sasuke.

A música estava bem alta, Ino e Gaara se acabavam na pista de dança enquanto Naruto e Hinata estavam sentados em uma mesa perto á parede trocando carinhos.

Os pais de Naruto se retiram do lugar depois das onze horas e a verdadeira comemoração se iniciou.

Todos os convidados começaram a utilizar seus poderes e meus olhos não conseguiam captar tudo que acontecia na festa.

Um garoto de óculos se transformou em uma espécie de bicho azul e começou a andar sobre as paredes, manchando-a com marcas de pé.

Ao lado dele uma garota transformara a bebida em um microfone e começara a cantar um rock pesado.

Tinha cerca de quatro garotos que podiam correr super rápido, e tudo que conseguia ver era um grande borrão por onde passavam. Olhei de esguelha para alguns que conhecia e nenhum deles estava fazendo algo de anormal, mas as coisas começaram a ficar realmente feias quando um grupo de pessoas decidiram ficar invisíveis, e como conseqüência saias e vestidos começaram a levantar, taças flutuarem e pessoas serem assediadas.

Para não passar vergonha decidi me sentar á mesa de Naruto e Hinata que me convidaram para se juntar a eles.

– Seus pais não deveriam ter ido dormir tão cedo. - Disse para o loiro.

–Eles nunca fazem idéia do que acontece aqui embaixo quando eles sobem, tem sempre alguém colocando uma barreira de som ou coisa do tipo. - Bufou Naruto. - Eu tento alertar minha mãe porque sei que ela odeia bagunça mas ela só acredita naquilo que possa ver com os próprios olhos. -

–Eles que cuidam de todos esses adolescentes? - Estava indignada, todos ali pareciam um bando arruaceiros.

–Você pode se surpreender com o que eles podem fazer. - Respondeu sério.

Ino e Gaara apareceram e sentaram-se com a gente, estavam muito ofegantes da dança.

–Cansei. - Ino jogou-se no colo de Gaara. - Dançar de salto é terrível. Amor, preciso que você faça uma coisa pra mim. - Pediu ela ao namorado. Gaara olhou-a com curiosidade. - Quero que converse com o Shika, diz pra ele virar homem e pedir Temari em namoro. -

–Olha pra minha cara de quem arruma par para a própria irmã. - e o ruivo deu um grande gole no ponche.

–Ela gosta muito dele, não quer ver sua irmã feliz ? Anda Gaara vai lá falar com ele. -

– Então você vem comigo. -

Gaara segurou Ino fortemente pela cintura á arrastando pelo meio da multidão, a garota tirou os saltos cambaleando e teria caído se não estivesse presa a ele.

Naruto e Hinata se retiraram para dançar, e nem sequer tive a oportunidade de pergunta-lhes onde estava Sasuke.

Provavelmente era contra as regras garotas irem até o dormitório masculino, mas ninguém me alertou sobre nada e Naruto havia entrado no feminino, então não seria nada muito grave ir ao quarto de Sasuke e ver se estava tudo bem, certo ?

Esta idéia brotou na minha cabeça e como impulso resolvi segui-la, levantei-me e comecei a atravessar o grande salão, senti alguns empurrões daqueles que dançavam loucamente mas continuei em frente até chegar a escada.

Comecei a subir pelo lado direito que era a direção certa, assim que cheguei ao topo o barulho da festa lá embaixo cessou. Então isto que era uma barreira de som? Incrível.

Continuei andando pelo corredor lendo os nomes nas portas...Sai...Neji...Chouji...Shikamaru...

Neste andar haviam vários nomes diferentes de garotos que ainda não conhecia, caminhei uns 30 longos metros sem reconhecer nenhum, então os dois últimos quartos eram de Naruto e Sasuke, um em frente ao outro.

Fui até a porta de Sasuke e bati três vezes.

Silêncio.

Insisti com mais três batidas um pouco mais fortes, mas continuei sem resposta.

–Sasuke, você tá aí ? -

Silêncio. Será que ele havia saído?

Fiquei alguns segundos parada com os ouvidos colados na porta na esperança de escutar algo vindo de dentro do quarto.

–Sasuke se eu descobrir que você estava aí dentro o tempo todo e não me aten-

Fui interrompida com a porta se abrindo, como estava apoiada na mesma meu corpo foi jogado para frente, esbarrei em algo quente, macio e molhado... Molhado? Abri meus olhos intrigada e Sasuke havia me segurado evitando minha queda.

Ele estava apenas com uma toalha enrolada na cintura, seu cabelo pingava água e era óbvio que tinha acabado de sair do banho. Minhas mãos estavam sobre seu tórax molhado e definido, o ar escapou-me com essa visão.

Saí dos braços fortes imediatamente e me recompus.

–D-desculpe, não sabia que você estava tomando banho. - Gaguejei, e provavelmente parecia um pimentão. - Espero você se trocar. -

–Pode ficar aqui no quarto, vou no banheiro colocar a roupa. -

E o garoto deu meia volta e fechou a porta do banheiro, ele não pareceu incomodado com o fato de estar quase pelado na minha frente, isso me fez pensar que com certeza Sasuke não era mais virgem e que não sentia vergonha com nada. Ou talvez ele fosse muito maduro.

Receosa e lentamente fui até a beirada da cama dele e me sentei esperando ele se vestir.Olhei ao redor e percebi que Sasuke gostava muito de música, tinha um violão, uma guitarra e um baixo organizados em um canto. Caixas grandes de som e até um vídeo-game, uma TV que parecia mais uma tela de cinema e alguns livros sobre uma cômoda.

Atrevi-me a levantar e ver de quais livros Sasuke gostava de ler, e me surpreendi ao ver dois dos meus preferidos.

– Você gosta de livros românticos, Sasuke ? Definitivamente não combina com você. - Falei alto para que pudesse escutar de dentro do banheiro.

Bisbilhoteira. -A voz abafada dele me apelidou.

Fui obrigada a rir, e para provocá-lo mais ainda abri o livro na pagina 72 onde sabia que tinha um dialogo super apaixonado do personagem.

Caminhei até a porta fechada do banheiro, encostei-me de costas ali e iniciei citando :

“Seus lábios me deixam alucinado e não posso descrever como é ficar longe deles, parece que algo me falta, me sinto incompleto. Suas mãos sempre tão delicadas me matam com tanta ternura e me aquecem tarde da noite. Se soubesses os efeitos que causas sobre mim me chamaria de louco, e talvez realmente esteja louco Luce, mas louco de amor por você.”

Você é bem chatinha sabia. - Resmungou Sasuke, e senti duas mãos me agarrem através da porta, era injusto ele saber atravessar coisas, as mãos do garoto começaram a fazer-me cócegas e comecei a perder as forças, essa brincadeira sempre acabava comigo.

–Aí Sasuke, para! Para! Não agüento mais! - Disse entre risos buscando por ar. -Isso é injusto! Você deveria usar seu poder para o bem, para! -

–Você acha que sou algum tipo de super-herói por acaso? - Continuou ele ainda me torturando.

–Tá mais pra vilão! Seu malvado, para! É sério, vou passar mal. - Então as mãos dele recuarem para dentro da porta mais uma vez. - O único chato aqui é você. - E saí correndo para que não pudesse me torturar de novo.

Deitei-me ofegante na cama com a barriga doendo.

–Eu simplesmente odeio cócegas. - Suspirei.

A porta do banheiro se abriu e Sasuke apareceu com uma calça de moletom e a toalha pendurada sobre o pescoço, continuava sem camisa.

–Vai se vestir seu pervertido. - Disse tapando os olhos.

–Você é lésbica? - Ele perguntou, parecia sentir prazer em me provocar.

–Idiota. - Peguei um dos travesseiros dele e joguei em Sasuke. Ele desviou rapidamente do meu ataque.

–Sabe quantas garotas matariam para estar comigo assim em um quarto? -

–Sei, exatamente a mesma quantidade de garotas que moram no hospício . - E senti o travesseiro que outrora tinha jogado ser lançado bem em cheio no meu rosto. - Grosso. - Briguei.

Vi Sasuke pegando o controle remoto da TV e ligá-la, depois se acomodar na cama bem ao meu lado.


–Você não vai para a festa? - O moreno me perguntou enquanto trocava os canais tedioso.

–Não, aquilo lá está uma bagunça. E você? -

–Também não. - Disse simplesmente o garoto.

–Porque? - Questionei deitando de lado para poder ver Sasuke melhor.

Ele fez o mesmo, estávamos cara a cara, e eu gostava bastante disso.

Sasuke estava bem quente por causa do banho, podia sentir o calor emanando do seu corpo.

–As pessoas não iam gostar da minha presença. - Respondeu sério.

–Isso é verdade, você é um pé no saco. - Zombei.

Ele deu um sorriso de canto, mas não parecia feliz. A expressão em seu rosto me dizia que era verdade.

– Porque não gostariam? -

O moreno pareceu um pouco agitado com a minha pergunta e pensava bem no que iria responder, mas uma dor de cabeça me atingiu, uma tão forte que me fez perder a consciência por uns instantes.

–Ah..- O gemido de dor saiu involuntariamente, apertei os lençóis da cama de Sasuke com força para tentar resistir aquela dor, sentia como se minha cabeça fosse explodir. - Sasuke... - Chamei por ele pedindo ajuda.

–Sakura, o que você tem? - Escutei a voz dele preocupada, ecoou um milhão de vezes.

Não podia enxergar praticamente nada, minha vista estava embaralhada e meu corpo dormente, não sabia o que estava acontecendo comigo, mas apenas pedia para que parasse. Senti as mãos de Sasuke indo até a minha testa, e depois abaixo de minha garganta.

–Você está delirando de febre... - Escutei distorcidamente ele falar, assimilei o que isto significava e me coloquei a perceber o suor por todo o meu corpo e que o calor que pensei vir de Sasuke depois do banho era na verdade a sensação que tinha por causa da febre.

Minha cabeça latejou mais uma vez, pior do que antes e gritei, imaginei que fosse desmaiar.

–Fique aqui, vou chamar alguém para ajudar. Não se mexa Sakura, eu volto logo. -

Sasuke saiu rápido do quarto, mas não fui capaz de ouvir barulho algum de porta abrindo então ele provavelmente atravessou a parede na pressa.

Perguntava-me o porque de tanta dor, de onde isso tinha vindo, entretanto não estava em posição para pensar.

Começava a perder um pouco do que me restava de consciência e meu corpo se revirava sobre a cama, não tinha noção do espaço e como conseqüência cai no chão sobre o meu ombro que fez um barulho audível, será que tinha quebrado?

A partir desse ponto não me recordo de mais nada, ao que parece desmaiei ali no chão mesmo.


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