Crônicas De Uma Deusa escrita por jujuicer


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Melanie participa de um Conselho, fala com seus pais imortais e com a Rachel.
Eu estou boazinha, então resolvi postar hoje.



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- Eu tenho um requerimento. Na realidade, dois.

Foi assim que eu adentrei o escritório de Zeus, uma semana depois de Alceu ter terminado seu treinamento, e peguei-o com Hera em um amasso daqueles.

- Eu não sei se fico feliz por você estar se amassando com a sua esposa ou se eu o repreendo por aqui ser seu escritório, não seu quarto.

Hera estava roxa de vergonha, e Zeus estava muito sem graça. Ela levantou da cadeira e ajeitou os cabelos.

- Ok, eu devo voltar outra hora ou vocês vão parar de se amassar.

- Pode ficar.

- Volte outra hora.

Hera e Zeus disseram, respectivamente e ao mesmo tempo.

- Desculpe vovô, mas eu vou seguir a pessoa sensata deste reino e vou ficar. – Ele revirou os olhos, insatisfeito. – Como eu havia dito, eu tenho dois requerimentos.

- Diga pirralha.

- Primeiro: eu gostaria de pedir para poder entrar em contato com meus parentes mortais. Apenas meus pais e minha irmã. Caso ela case e procrie, com eles também. Segundo: eu gostaria da presença de minha família mortal em meu casamento.

Eles ficaram em silêncio. Hera entendia minha posição, mas seguia as regras dos imortais. Zeus sentia meu amor por eles, mas não podia me favorecer.

- Vocês ignoraram minha visita à minha irmã há alguns meses, mas eu quero passar a virada de ano e meu casamento com minhas duas famílias. Não seria revelar meu segredo para ninguém, eu não interferiria na vida deles.

- Nós... Nós aceitamos seu requerimento Melanie. Ele será discutido em uma semana, no próximo Conselho Olimpiano. Você precisa de mais da metade de nós para ter seu requerimento aceito.

- Obrigada. Agora vocês podem voltar ao amasso de vocês. - Zeus resmungou e Hera dava risada, enquanto eu ia embora.

~*~

“Fight back, you coward. Fight back!”

Palas, Poseidon, Alceu e eu estávamos assistindo Harry Potter e o Enigma do Príncipe na sala de tevê. Eu estava toda enroscada em Alceu, assim como a mamãe estava em papai. Mesmo não sabendo, eu escolhi alguém bem parecido com meu pai. Eles tinham manias bem parecidas, e se deram realmente bem. Poseidon ainda tinha ciúmes de mim, mas aceitava tudo numa boa.

- Você não está com sono Nie?

- Não. Eu adoro Harry Potter. Você está?

- Um pouco.

- Então durma. Não tem problema. – Eu me arrumei nos braços dele de maneira que pudesse fazer carinho em seus cabelos. Em poucos minutos Al tinha dormido.

O filme terminou, mas Poseidon e Palas não se mexeram, mas eu sabia que eles estavam acordados.

- Estão todos acordados?

- Não mãe. Alceu dormiu não faz muito tempo. Papai, nós podemos nos dar ao luxo de assistir outro filme?

- Hoje nós podemos. Felizmente está tudo bem calmo aqui. Que filme vocês querem assistir?

- Ocean’s Eleven.

- Concordo.

- Ótimo.

Poseidon se levantou e foi procurar o filme. Mamãe se virou para mim.

- Você vai deixá-lo dormir?

- Eu vou. Parece que ele foi abençoado por Morfeu.

Palas deu risada.

- Eu não tenho a menor dúvida.

O filme começou, Poseidon deitou-se e, enquanto o filme rodava, eu dormi.

~*~

- Nie, você ainda não está pronta? O Conselho vai acabar começando sem nós.

Abri a porta.

- Estou pronta. – Abracei-o e ele nos transportou diretamente a sala de tronos.

- Finalmente hein pirralha. Sentem-se logo.

Nós nos sentamos. Enquanto meu trono era todo almofadado, mas cheio de truques, o de Alceu era uma poltrona do papai, em um cinza-chumbo e tinha uma espécie de bainha.

- Bom esse Conselho Olimpiano não tem muitas coisas para discutir. Melanie tem dois requerimentos: ela quer ter o direito a participar da vida da família mortal dela, sem interferir na vida deles e quer que eles estejam junto a nós na união dela com Alceu.

Um silêncio muito forte se passou. Palas e Poseidon estavam incomodados. Alceu estava bem tranqüilo. Eu tinha que conseguir.

- Alguma coisa a acrescentar Melanie?

- Nada Zeus.

- Então, os deuses que aprovam esse requerimento, levantem as mãos.

Alceu, Afrodite, Hefesto, Ares, Palas, Poseidon, Hades, Hera e eu. Nove contra seis. Consegui.

- Seu requerimento foi aprovado Melanie. A partir de agora, sua família mortal poderá fazer parte da sua vida e vice-versa. Eles também poderão estar aqui, no Olimpo, em seu casamento.

- Mas ela vai se casar em Atlântis! Não vai filha?

- Ainda não me decidi papai. Ainda não me decidi.

Zeus queria que eu casasse aqui. Poseidon em Atlântis. Eu e Alceu ainda não tínhamos conversado sobre isso.

- Alceu, faça alguma coisa! Vocês não podem se casar aqui, no Olimpo!

- Por que não podem irmão querido?

- Imagine se Hades tivesse se casado no Mundo Inferior, como você se sentiria? É assim que eu vou me sentir se Melanie e Alceu se casarem aqui.

- Desculpe, mas Melanie e Alceu ainda estão aqui e eles quem vão decidir onde se casarão.

Meu noivo falou, me poupando de mais uma discussão com aqueles dois teimosos.

- Traidor! – Poseidon e Zeus exclamaram juntos, para Alceu. Ele apenas sorriu e se esticou, fazendo com que sua poltrona se inclinasse.

- Bom alguém tem mais algum assunto a ser discutido? – Todos se entreolharam, mas ninguém se pronunciou. – Então, o Conselho Olimpiano está encerrado.

~*~

Era sábado. Alceu e eu estávamos na porta da casa de meus pais mortais.

- Mãe? Pai? Abram aqui!

O barulho da casa cessou. Ouvi minha mãe soluçando, e meu pai veio abrir a porta. Eu estava novamente com a forma de dezessete anos, assim como Alceu. Geralmente nós ficamos como se tivéssemos cerca de 25 anos.

- Melanie? É você mesma? E esse é Alceu?

- Sim, somos nós. Podemos?

- Claro que podem filha!

Ele se afastou e nós entramos. Estava tudo da maneira que eu me lembrava, vários pufes brancos na sala azul claro e ainda um sofá de couro. A cozinha bem ampla, decorada em branca e verde, com um balcão que separava sala e cozinha. Tudo da mesma maneira.

- Melanie! – Minha mãe corre para me abraçar. Eu estava com tantas saudades da minha mãe mortal. Eu amo Palas, mas essa é a mulher que me criou! – Você está tão bonita. E bem mais magra também. Seus cabelos estão bem mais cumpridos, antes eles eram apenas um palmo abaixo dos seus ombros, agora já estão perto de sua cintura.

- Vantagens de ser uma deusa mamãe. Ainda bem que agora eu sou imortal, porque senão esse seu abraço já teria me matado! Mas, alguém não está comemorando minha vinda, onde está Lia?

- Ela já está vindo. Foi apenas comprar um refrigerante.

Alceu, meus pais e eu começamos a conversar. Al e eu sentamos em um pufe, e sua mão não saia de minha cintura. Um tempo depois Lia chegou e fez mais festa para nós.

- Sr Fernandes, nós temos uma coisa para contar. Como vocês devem ter percebido, eu e Nie estamos juntos. Pois bem, nós vamos oficializar isso. Nie entrou com um requerimento para que vocês possam participar do casamento, mas apenas vocês de mortais. Essa é a causa principal de nossa visita: nós estamos comunicando vocês informalmente para o nosso casamento.

Ok, eu vou pular a parte que meu pai tem uma crise de ciúmes e minha mãe e irmã começam a discutir sobre o vestido e tudo mais.

- Chega. Pai, eu vou me casar. Eu quero terminar logo com essa profecia, e essa é a única maneira. Mãe, você, Palas e eu vamos nos reunir um dia e organizar tudo, mas isso vai ser depois de Al e eu decidirmos sobre as coisas mais básicas.

E o resto da tarde girou em torno do nosso casamento.

~*~

- Nie? Posso entrar?

- Pode Al.

Nós estávamos em Atlântis. Eu estava trabalhando em alguns projetos, mas nada que não pudesse ser adiado.

- Acho que nós temos que decidir algumas coisas.

Desanimei. Vai ser tão difícil arrumar as coisas do casamento...

- Nós temos várias opções Nie. Podemos nos casar no Olimpo, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo.

- Eu estava pensando em me casar aqui. No salão de festas. Ele cabe a todos do reino, mais os deuses, mais minha família mortal e qualquer meio-sangue que nós quisermos convidar.

- Sem contar que é muito bonito.

- É. Com todas aquelas pérolas e tudo. Mas Zeus não vai gostar nada disso e vai ficar muito bravo. Ele inclusive ameaçou não vir no casamento caso fosse aqui e não no Olimpo!

- Nie, você não era assim. Você não tem que impressionar os deuses, você apenas tem que ser você mesma. Quer o casamento aqui? Zeus não pode fazer nada. Quer no Olimpo? Poseidon não pode fazer nada. É assim que funciona.

- Ok. E você, onde você quer a festa?

- Tanto faz. Eu só não me sentiria muito a vontade no Olimpo, porque seria lá fora, e é tudo muito aberto. Eu não gosto disso.

- Então nós faremos aqui. Tem alguma coisa que você queira a mais?

- Acho que não. Você e suas mães podem decidir tudo sobre a decoração e seu vestido. Só, por favor, não vá como um bolo. Eu quero poder enxergar minha noiva!

Eu realmente gargalhei.

- Ok, eu prometo que serei sua noiva, e não um bolo!

- Então é isso. A guarda de honra do EM vai cuidar da entrada e da saída. Você vai entrar com o Sr. Fernandes ou com Poseidon?

- Com os dois, claro. Meu pai mortal do lado direito, Poseidon do lado esquerdo. Meu pai mortal vai me entregar e Poseidon vai me abençoar.

- Acho que você não vai ter problemas.

- Também penso assim.

- A Sra. Fernandes pode entrar comigo?

- Claro que ela pode Al! – Alceu era órfão. Não se lembra de seus pais, pois os perdeu muito pequeno. Quando nós nos conhecemos, ele vivia em casa, e minha mãe meio que adotou ele. Era bem divertido, porque muitas vezes que nós saímos, ele ia conosco. Então minha família mortal era dele e agora a imortal também era.

- Então agora só falta o mais importante.

- A data.

Nós dois ficamos em silêncio.

- Não precisa ser pra muito tempo. Nós somos deuses, arrumamos tudo muito fácil. Acho que daqui a dois meses é o ideal.

- Ok Nie. Então nós estamos em outubro. Daqui a dois meses é dezembro. Você realmente quer se casar em dezembro?

- Não. Talvez novembro. Lá pelo dia quinze. Quinze de novembro soa bem, não soa?

- Eu gosto. Mas vai cair de quinta-feira. E seus pais?

- Bom, minha mãe já disse que vai tirar férias durante o mês do meu casamento. Já meu pai tem a próprio laboratório. Ele pode simplesmente não ir por dois dias.

Não havia problema nenhum, tenho certeza. Meu pai não ia para o laboratório nem nos nossos aniversários, que dirá no meu casamento.

- Então nós nos casaremos dia quinze de novembro. Vocês têm um mês e meio para organizar tudo Nie. Dá tempo?

- Claro que dá!

~*~

- NÓS NÃO TEMOS TEMPO SUFICIENTE MELANIE!

- ONDE VOCÊS DOIS ESTAVAM COM A CABEÇA...

-... UM MÊS E MEIO, FRANCAMENTE...

-... VOCÊS NÃO TÊM UM PINGO DE JUÍZO...

Sim, eu acabava de contar a data do meu casamento para Afrodite e Hera.

- Gente é claro que nós...

-... DEVERIAM TER NOS CONSULTADO...

-... IMAGINEM SÓ, OS ALTOS COSTUREIROS ESTARÃO TODOS OCUPADOS...

- Gente, nós somos...

-... EU TENHO QUE PREPARAR UMA BENÇÃO ASSIM, EM UM MÊS E MEIO...

-... SOMOS MUITAS DEUSAS PARA POUCOS COSTUREIROS...

- AFRODITE, HERA, NÓS SOMOS DEUSAS. – Elas finalmente pararam de falar. – Finalmente! Achei que vocês não teriam mais cordas vocais. Por favor, Hera suas cordas vocais são muito importantes para meu casamento. Afrodite, nós temos tempo para tudo. Um mês e meio é mais que suficiente. Vocês duas, minhas mães, minha irmã e eu trabalharemos nisso. Você, Afrodite, além de trabalhar no meu casamento, vai cuidar das vestimentas de todos os meus convidados. A de meu noivo não é necessária.

- Acho que a Melanie não quer que eu rele no Alceu. Fez tanto ciúmes para mim com Hefesto e agora não me quer nem perto de seu noivo.

Eu revirei os olhos, indignada.

- Claro que não estou com ciúmes. É só que ele vai se casar fardado, como um militar. E o meu vestido você não precisa se preocupar.

- Mas isso é um absurdo, eu quero cuidar do seu vestido, é claro que eu sou mais que qualificada...

- Não é isso. O desenho dele já está pronto.

- E quem é que fez, eu posso saber?

Eu.

~*~

- Mãe, pai, eu preciso falar com vocês.

Café da manhã em Atlântis. Eu ia puxar um pouco Palas e Poseidon. Iria pedir o entendimento final.

- Ok. Pode falar.

- Bom vocês sabem que meus pais mortais serão convidados para meu casamento, certo? Então, eu queria pedir um pouco a mais de vocês. Eu gostaria que minha mãe e minha irmã ficassem aqui desde já até um dia depois da data de meu casamento.

Eles, em movimentos idênticos, limparam a boca e colocaram o guardanapo em cima da mesa.

- Você sabe que nós não somos... – Poseidon começou, mas não conseguiu completar a frase.

- Nós não somos o que se pode chamar de amigos Mel. Seus pais não são grandes fãs nossos porque eles se apegaram a você, mas você teve que voltar a nós.

Eu fiquei realmente triste.

- Nós não temos nada contra eles. Não se esqueça que nós os escolhemos para cuidar de você Mel, e você é o nosso bem mais precioso.

- Ainda mais precioso do que nossos reinos ou poderes – Palas completou. – Caso elas não tenham problemas em ficar conosco, está tudo certo. Eu entendo que você as queira no processo, e nós já havíamos conversado sobre essa possibilidade. Então, desde que eles não se importem em ficar conosco.

- Ok, meu pai não sabe se vem ou não, haveria algum problema?

- Problema nenhum Mel. Nós só queremos nossa novata feliz.

Eu sorri.

- Obrigada. Vocês são os melhores.

~*~

- Lia? Mãe?

- Entra Mel.

Entrei em na casa de meus pais mortais. Os três estavam na sala.

- Quem vai quem fica?

- Todos vão Mel. Eu deixei o laboratório na mão do Toni. É bom ele me devolver inteiro.

- Ok então. Eu tenho apenas um pedido: sejam amigáveis. No palácio moram Palas, Poseidon, Mark; nosso mordomo, Stacy; nossa cozinheira e Alceu. Ao redor do palácio tem a nossa vila. Tem a sala dos tronos, a de jogos, a de tevê, a de jantar, a copa, a cozinha e cerca de quinze quartos. Nós temos um elevador e três andares. O último andar é o salão de festas, onde será feito meu casamento. Outras explicações eu farei lá. Onde estão as malas?

- Ali no canto Mel. Nós temos que segurá-las?

- Não mãe. Eu vou mandá-las para seus quartos. – E acenei com a mão. – Por favor, relem em mim. Todos prontos? – Eles assentiram. – Então vamos.

E nos transportei para os portões do palácio.

~*~

- Bem vindos a Atlântis. – Eles estavam impressionados. Eu também fiquei quando vi Atlântis pela primeira vez. Ainda bem que o reino era envolto por uma bolha de ar. A vila era água, normal. E viviam ali sereianos, mas eles também podiam entrar no palácio normalmente. É que sereianos não são como nas histórias dos mortais, não é metade humana metade peixe. Quando eles estão na água, eles têm uma cauda e escamas por toda pele. A composição do cabelo muda, e a face também. Quando estão fora, assumem uma forma humanóide. Mas seu habitat mesmo era a água.

- Isso aqui é lindo Mel.

- Bom isso aqui é minha outra casa agora Lia. Que Zeus não me ouça, mas eu gosto mais daqui do que do Olimpo. Vamos entrar?

Eu apresentei toda a casa para eles. Meu pai adorou que o palácio inteiro era controlado por alguns tablets, e os quartos tinham comando de voz. Quando eu mostrei onde seria meu casamento, eles ficaram apaixonados. Todos amavam aquele salão, porque ele parecia mágico.

- Vocês estão bem acomodados agora. O último quarto do corredor é o de Poseidon e Palas. O da direita é meu, o da esquerda de Tritão. Ele não mora aqui, mas tem um quarto por ser filho de Poseidon. Ao lado do meu é o de Alceu e o de vocês dois – olhei para meus pais – é ao lado do de Tritão. O seu quarto Lia é ao lado do de Alceu. É só olharem os símbolos. Caso vocês se percam, rezem a mim ou aos meus outros pais. Nós iremos socorrer vocês.

- Filha, e onde estão nossas coisas?

- Relaxa mãe, já está tudo guardado. Mark fez esse favor. Oh, quase esqueci. Cada quarto tem um banheiro com banheira de hidromassagem. Aproveitem.

~*~

- Nós temos que começar a arrumar as coisas. Hera e Afrodite já devem estar chegando. Nós vamos fazer isso na biblioteca ou no escritório de Poseidon? – Palas perguntou, se dirigindo a ninguém especificamente.

- Bom, a biblioteca não tem mesa para nós escrevermos nada, nem para Afrodite desenhar nossos vestidos. Acho que o escritório de Poseidon é o melhor. – Eu respondi, ansiosa.

- Vocês quem sabem. Eu só acho interessante nós termos a mão uma planta do salão, para marcarmos aonde vai cada arranjo e mesa. Você já tem algo decidido Melanie?

- Meu vestido já está desenhado mãe. Eu acho que vou querer apenas rosas vermelhas decorando o salão. Já tem muito branco das pérolas e do meu vestido.

- Vamos ao escritório para poder avisar Mark onde levar Hera e Afrodite.

E começamos a caminhar. Essa tarde eu não pude passar no palácio, houve algumas coisas no mundo dos mortais para resolver, e ficaram apenas Palas, Lia, Liliane, minha mãe, e Julio, meu pai, no palácio. Hoje Poseidon saiu para ficar no EM e olhar algumas embarcações. Então eu não sabia o que havia acontecido, nem se elas tinham conversado.

Quando nós chegamos ao escritório de meu pai, eu sentei em sua cadeira e fiz contato com Mark pelo tablet do escritório para o da cozinha.

- Mark? Quando a Lady Hera e a Lady Afrodite chegarem, tragam-nas para o escritório de meu pai, ok?

- Como quiser Milady. Elas, inclusive, acabaram de chegar.

- Ótimo. Pode trazê-las.

Nós apenas esperamos. Ouvi os passos dos três, e Mark parar em frente à porta. Adiantei-me.

- Pode entrar Mark. – Ele apenas abriu a porta, e deu passagem para as deusas. – Traga, por favor, dois sucos de laranja, um para mim e outro para Lady Afrodite, um café para a Sra. Fernandes, um cappuccino para a Srta. Fernandes, um achocolatado para Lady Hera e um café pingado para Palas.

- Com todo prazer Milady.

- Obrigada Mark.

Eu esperei ele fechar a porta.

- Afrodite, Hera, essa é minha mãe mortal, Liliane. – Minha mãe se levantou e se curvou para as duas. – E minha irmã mortal Lia. – Ela fez o mesmo que minha mãe. – Mãe, Lia, essa é Afrodite, deusa da beleza, do amor e da sexualidade, e essa é Hera, deusa...

-... Dos ciúmes, do casamento e Rainha dos Céus.

- Exatamente Lia. Sentem-se todas. Afro, você sente-se aqui ao meu lado. Eu vou vigiar o seu trabalho bem de perto.

- Assim parece que você não confia em mim Melzinha. – Ela falou docemente, piscando os olhos para mim.

- Nossa Afro, essa possibilidade de não confiar em você nunca passou pela minha cabeça! – Abri a primeira gaveta da escrivaninha de meu pai - aqui você tem papéis, e os lápis estão ali – apontei para o porta-caneta de Poseidon. – Desenhe minha querida. Não quero ninguém, nem deusa nem mortal, de preto ou vermelho. Essas duas cores estão proibidas. Desenhe também os sapatos.

- Mas não vai dar tempo de mandar fazer os sapatos!

Eu sorri.

- Você está falando com Melanie. Se quando mortal eu já dava um jeito para tudo, agora como deusa eu estou pior ainda. Apenas desenhe Afro.

Ela resmungou um pouco, mas analisou Liliane e começou a desenhar.

- Tem a planta do salão Mel?

- Tenho mãe, só um minuto.

Levantei e abri a porta do armário de Poseidon. Ali ele tinha a planta de cada casa da vila, tudo organizado por ordem alfabética. Fui direto ao ‘s’, de salão, e peguei a planta etiquetada com “Salão de pérolas”.

- Aqui nós temos a planta do salão. Na entrada eu pensei em dois arranjos de rosas vermelhas em cima de duas pequenas colunas de granito, e os arranjos teriam catorze rosas cada. Serão mais ou menos cinqüenta mesas com oito pessoas em cada uma, portanto, oito rosas em cada mesa.

- Você não acha melhor colocar sete pessoas em cada mesa? Sete é um número mágico poderoso, Hécate pode te confirmar isso.

- Para mim tanto faz. Você vai nos abençoar de qualquer maneira Hera, então para mim o resto não é importante. – Ela me olhou sem concordar muito. - Então nós podemos colocar cinqüenta e duas mesas. Sete rosas em cada mesa, em um vaso de granito.

- Vou pedir a Perséfone que cuide das rosas.

- Faça isso Palas, por favor.

- E seu buquê? Rosas vermelhas também?

- Na mosca mãe. Catorze rosas vermelhas e duas rosas negras. Peça esse favor à Perséfone também Palas.

Minha irmã estava anotando cada item necessário.

- Deixe-me ver se não perdi nada Mel. Lady Athena pedirá à Lady Perséfone quatrocentas e seis rosas vermelhas e duas rosas negras. Duas colunas de granito maiores, eu estimei em um metro cada uma, e cinqüenta e dois vasos de granito com cerca de vinte centímetros.

- Perfeito Lia. Mamãe marque para mim na planta as duas colunas, e tente fazer a disposição das mesas, do Buffet e da música.

- As ninfas ou as musas cuidarão da música?

- Estou pensando em deixar as ninfas Hera. As musas não vão vir para cá, ficarão no Olimpo. Alguém deve ficar por lá.

- Ou então e Melanie não quer ninguém dando em cima do noivo dela como outro dia.

Eu demorei apenas dois segundos para processar o que Afrodite havia dito.

- Dando em cima do Al? Eu ouvi isso mesmo? Quem foi a vadia que deu em cima do meu noivo?

Eu comecei a ficar realmente brava. Não tenho ciúmes de ninguém, a não ser que seja do Alceu. Então eu escutei as risadinhas de todas elas.Até suas duas mães!

- Como você é engraçada Afrodite. Estou rolando de rir aqui.

- É mesmo Mel? Engraçado, você continua ao meu lado.

Eu respirei fundo.

- Fique quieta Afrodite.

- Sinto muito, mas não. Terminei o vestido da Liliane. Vai ficar lindo em vinho, já que você proibiu qualquer um de usar vermelho. Seu sapato também está ai. Eu coloquei o vestido de um ombro só, todo bordado a mão com pequenos brilhantes. Ele é de um tecido bem leve, e é longo. Coloquei a sandália em prata, ela é bem normal, porque o vestido já vai chamar muita atenção. Coloquei o salto em dez centímetros.

Minha mãe tinha achado tudo lindo, mas ainda estava presa nos pequenos brilhantes bordados a mão. Eu sabia disso, e as outras deusas também.

- Pare de pensar nisso agora mãe. Nada disso vai nos fazer falta, eu expliquei para Lia, mas acho que vocês não entenderam. Olhem meu anel. – Estiquei a mão direita, e mostrei o mindinho e o diamante incrustado nele. – Viram? Agora prestem atenção. – Levantei-me, dei um pouco de espaço e apertei o diamante, e no lugar do anel surgiu meu escudo com o diamante gigante. – Estão vendo? Isso foi um presente de Hades e Perséfone, Senhores do Submundo. Isso não é nada mãe. Os mortais não têm tecnologia nem dinheiro o suficiente para escavar tão profundamente e achar essas pedras preciosas enormes. Nós temos dinheiro e poder o suficiente, ou melhor, Hades tem. Então, por favor, pare de se preocupar com isso.

- Sua mãe ainda não viu o presente dele para Deméter.

Eu dei risada.

- Ela ia achar um absurdo dar tudo aquilo para apenas uma mulher, só porque sua esposa pediu. Ele deu um conjunto de diamantes com ouro branco para Deméter. E junto um vestido de fios de ouro branco com diamantes bordados. Acredite em mim, alguns brilhantes não farão falta para O Rico.

Minha mãe ainda não parecia muito convencida, mas aceitou minha explicação. Era o suficiente.

- Os convites Mel. Provavelmente o Sr. Hermes, o deus mensageiro, vai entregá-los, mas é preciso que eles sejam feitos.

Minha mãe mortal entendia de mitologia?

- Claro que a Liliane entende de mitologia. Assim como Julio e Lia. Nós nunca iríamos entregá-la a uma família que não conhecesse nada sobre nós filha. Agora, como você vai fazer seus convites?

- Manualmente. Eu farei um a um. São cerca de cento e um convites. Um para todo o Acampamento Meio-Sangue, mais o dos deuses e o dos meus pais.

- Você quer que eu peça para meus filhos fazerem um dia de noiva para você?

- Não Afro. Você vai cuidar de mim. Mas eu ainda preciso de vários dos seus filhos e dos filhos de Palas. Os filhos de Palas porque são ótimos tecelões e os seus porque vão fazer o cabelo e a maquiagem de todas as minhas convidadas.

- E as meninas do Acampamento? Elas não podem sair de lá Mel.

- As filhas de Afro que estão lá cuidarão de tudo Lia. Alguém se lembra de mais alguma coisa?

Comecei a repassar mentalmente todas as coisas. Vestidos, maquiagem e cabelo Afrodite cuidaria.

- Buffet?

- Ambrosia e néctar para os deuses, Deméter vai cuidar das frutas e Dionísio das bebidas. Não vou servir jantar, porque os deuses não vão comer e eu não quero um braseiro só para nós sentirmos o cheiro da comida. Nós não teremos outra bebida alcoólica que não champanhe. Coca-Cola e Pepsi também não. Pensando bem, eu só vou pedir para servir suco e água, muita água. É isso.

- Vamos ver se falta algo. Bebidas, Sr. Dionísio. Frutas, Lady Deméter. Pedras para vestido, Sr. Hades. Rosas, Lady Perséfone. Vestidos, alguns filhos de Lady Athena. Maquiagem e cabelo de todas as convidadas, alguns filhos de Lady Afrodite. As colunas e os vasos de granito, você vai pedir para o Sr. Hades também Mel?

- Vou sim Lia. Já as lembrancinhas do casamento, eu pedirei aos ciclopes forjarem.

- Segundo vestido pronto. Lia, aqui está. Você é morena, então seu vestido será em dourado, vai ficar lindo. Ele é rodado e vai até seu joelho, tem um decote em ‘v’ e é aberto até o meio das costas. Mesmo você sendo madrinha da Mel, vai ficar bem bonito. Eu também sou madrinha dela e estou de vestido curto.

Palas, Hera e Liliane me olharam surpresas. Ninguém além de mim e Al sabiam os padrinhos e madrinhas. Eu apenas ignorei.

- Seu vestido já está desenhado? Eu poderia ver?

Ela invocou um papel e o estendeu para mim. O vestido de Afro era perfeito, todo franzido e de um ombro só, em uma tonalidade de salmão que iria destacar muito os olhos azuis daquela linda deusa. Eu estava embasbacada.

- Realmente muito bonito. Você, mais uma vez, vai ser a mais bonita da festa.

Ok, eu sei que eu era a noiva, mas ela iria ser a mais bonita. E eu não tinha ressentimento algum com isso.

- Claro que não Mel, sua bobinha. Você vai ser a estrela. Vão comentar de mim, sempre comentam, mas você vai ser a beleza real da festa.

Antes que eu me emocionasse, eu mudei de assunto.

- Eu tenho um pedido a você Hera. – Ela se ajeitou na poltrona. – Ninguém sabe, porém minhas madrinhas são Lia, Afro e Héstia. Para padrinhos do Al, ele disse algo sobre Tritão, Hefesto e Zeus. Então eu, em nome de nós dois, estou pedindo sua permissão para que Zeus seja nosso padrinho com Héstia. Como ela é uma deusa casta tão convicta quanto Artemis, eu pensei que não haveria problema.

Ela passou algum tempo analisando a situação.

- Não, não há problema. Eu confio em Héstia e em Zeus. Ele não cometeria a mesma burrada duas vezes.

É o que eu espero, pelo menos. Mas agora eu podia suspirar aliviada.

- Obrigada Hera. Muito obrigada.

Ela apenas sorriu. Eu peguei alguns papéis e comecei a esboçar os convites.

“Os deuses Alceu e Melanie têm o prazer de convidar-lhes para seu enlace matrimonial.

15 de Novembro

Horário: 21h00min

Local: Salão das pérolas, Palácio de Atlântis, Reino de Poseidon.

PS: Nenhuma mulher deve se vestir de vermelho e/ou preto.”

- Você realmente não vai deixar as pessoas irem de preto e vermelho?

- É não vou.

- Mas sua mãe ficaria tão linda de vermelho...

- É uma decisão e não uma possibilidade. Ninguém de preto ou vermelho. Ponto final.

Ficamos alguns minutos em silêncio. As bebidas chegaram (“Desculpe pela demora, miladies. Sinto muito”), Afrodite terminou o vestido de Hera, que era uma mescla entre azul e roxo, tomara que caia e ia até o tornozelo. Ela usaria uma sandália nude, sem salto.

- Agora que você já terminou minha roupa, voltarei ao Olimpo. Zeus e eu temos alguns compromissos para essa tarde.

“Como um amasso no escritório, Rainha dos Céus?” Eu enviei essa pergunta para ela mentalmente, e ela, com toda dignidade possível respondeu “Pode ser. Assim você já sabe que não deve passar no escritório até o final do expediente.” Minha própria avó falando isso pra mim. O mundo está perdido!

~*~

Duas semanas depois...

- Você ainda não me entregou o desenho do seu vestido Melanie. Assim ele não ficará pronto a tempo.

Eu bufei.

- Afrodite, você não vai cuidar do meu vestido. Athena e eu, nós somos as responsáveis pelo meu vestido. Nós já conversamos sobre isso.

- Mas... Mas eu sou a deusa da moda.

- Eu sei. E você me abençoou. Então de mim só saem coisas lindas, lembra? Relaxe.

- Relaxar como? Ainda falta tanta coisa, você e Alceu foram uns irresponsáveis...

Eu me desliguei do que Afrodite estava falando. Não importava, ela daria conta. Eu comecei a pensar em meu vestido, em minha entrada, em como eu queria tudo perfeito. Não por mim, mas pela minha família. Pensei no meu buque de dezesseis rosas, para representar minha família, os catorze Olimpianos representados por rosas vermelhas e meus pais mortais por duas rosas negras. Em minhas mães, que estavam se dando muito bem e apenas queriam me ver feliz. Meus pais que projetavam várias embarcações no tempo que eles podiam passar juntos. Que isso ia acabar logo, e meus pais teriam que voltar para a vida normal deles, e que eu não os teria ao meu lado todos os dias.

- É, está acabando a folga de vocês.

Afrodite tinha sentado ao meu lado em sua cama, e estava mexendo em meus cabelos. Eu apenas fiquei em silêncio.

- O que você pretende fazer a respeito disso?

- Nada. Não há nada a fazer. Zeus não os transformaria em deuses ou imortais apenas para satisfazer minha vontade. Eu posso ser a deusa favorita dele, mas não pode ser assim.

- Você pretende apenas desistir então?

- Não sei. Eu não tenho certeza de nada, nem se eu realmente vou casar!

- Nem pense nisso, porque causaria vários problemas e...

- Eu sei, eu sei. Eu apenas queria dizer que eu não sei o rumo que vai levar minha imortalidade.

- Nenhum de nós sabe. Apenas as Parcas têm o controle sobre o destino. Apollo também deve saber alguma coisa. Ou a mortal que porta o espírito de Delfos, a ruiva...

- Rachel?

- Isso, ela mesma. Ela sabe alguma coisa.

Tive a luz. Sabia o que fazer.

- Você é um gênio Afrodite. Obrigada. Continue cuidando da minha festa.

~*~

- Quíron, eu gostaria de falar com Rachel.

Eu me transportei diretamente para a Casa Grande no meio da sala, interrompendo o jogo de Quíron e Dionísio. Ele me encarou surpreso, mas quem falou foi Dionísio.

- Boa tarde Melanie. Sim, nós estamos ótimos e o Acampamento também.

- Como se você se importasse com o Acampamento. – E revirei os olhos. – Mas voltando ao assunto principal, eu gostaria de falar com a Rachel.

- Ela está...

- Eu estou aqui, Milady. Achei que a Srta precisava falar comigo.

Ela maneou com a cabeça, em respeito. Eu aceitei o gesto.

- Achou certo. Eu realmente preciso falar com você.

- Mas, Milady – e quem estava falando era Quíron – vocês deuses podem consultar Apollo. Por que se deslocar até aqui?

- Eu achei que precisava de um mortal, não de um deus. Acho que essa minha visita será proveitosa para mim, e para Rachel. Com licença.

Rachel entendeu e começou a subir me guiando para seu quarto.

- Entre. Esse é meu ateliê. Se você preferir, nós podemos ir à minha caverna que é onde eu realmente faço as profecias e...

- Não, aqui está bom. Bem como você já sabe, eu sou Melanie. Eu gostaria de saber algo sobre mim.

- Não é sobre você, é sobre sua família mortal. Eu entendo. Há uma razão para Febo Apollo não ter te contado sobre isso, geralmente ele conta a todos o destino de várias pessoas. Ele não pode te contar, mas eu posso.

Eu respirei fundo. Apollo sabia, mas não podia me contar. Isso tinha dedo de todo o Conselho.

- Sua família tem um destino. Uma parte desse destino já se realizou. Falta uma parte, que não vai demorar muito. Seus pais têm uma sina que será cumprida em pouco tempo.

- Você pode me contar qual essa sina?

- Não. O Espírito de Delfos não me mostra tudo. Sabia que você viria e o que você perguntaria, mas não tinha toda a informação. Se você quer um conselho, não peça a imortalidade deles para o Conselho.

- Por que eu não pediria?

- Porque, caso você peça e o Conselho conceda, a existência deles será amaldiçoada. Menos de um. Um mortal terá a imortalidade concedida de bom grado por todos, mas não será você quem pedirá.

Ela virou as costas para mim, e eu estava impressionada. Ela mexeu em alguns quadros empilhados dela.

- Eu fiz isso há cinco anos, alguns dias depois da derrota dos Titãs. Eu vi você em vários momentos, mas esse foi o mais mágico. Acho que você vai gostar.

Era um quadro meu, logo que eu fui transformada em deusa. Mostrava-me de perfil, até a linha do busto. Aquele quadro parecia que tinha vida, que podia respirar.

- É lindo Rachel. Obrigada. Você me deu respostas e um presente. Escolha algo que esteja ao meu alcance para sua vida.

Ela parou para refletir. Ela teria um desejo concedido de uma das deusas mais poderosas do Olimpo (palavras de Zeus, não minhas!).

- Eu resguardo esse direito. Declino seu presente agora, mas quero poder exigi-lo mais tarde.

Conjurei uma pulseira com um relevo de lírio escoteiro, meu símbolo.

- Quando você decidir pelo seu desejo, aperte o lírio e pense, diga ou grite seu desejo e eu lhe atenderei da melhor maneira possível.

Ela se curvou e eu fui embora.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, adicionem aos favoritos, recomendem, pintem e bordem. Beijos ;**



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