-Graças aos Deuses. Encontrei você, Arya. -Ouvimos alguém gritar. Septa estava vindo. -Ainda bem que Sansa me disse onde estava. Você esta atrasada para o almoço. -Olhou para mim e para os garotos. -Vocês também. -Então percebeu o animal morto e aos pedaços perto de nós. -O que é isso? Esses cães malditos mataram esse bicho?

-Não, Septa. -Jon declarou. -Eles são filhotes. Nunca poderiam ter feito isso.

-Não importa! -O fitou com desdem. Ela provavelmente devia tratá-lo assim por ser bastardo.

-Realmente, minha Senhora. Os lobos não fizeram isso. Eu fiz. -Ela me encarou boquiaberta. Examinou minhas roupas.

-Você não devia fazer isso. Você é uma dama.

-Eles são pequenos demais para caçar. -Arya me defendeu.

-Sem discussão, Senhorita Arya Stark!Todos, deixem esses animais selvagens e vão se lavar para o almoço.

Sem questionar, todos fomos para o castelo. Cada um segurando seu filhote no colo, e eu, com Lady. Os deixamos no canil. Não conseguimos pensar em outro lugar. Fomos cada um para seu quarto e nos encontramos no corredor, de onde partimos para o salão de refeições. Nos apressamos o quanto nossas pernas puderam. Chegando ao nosso destino, pedimos desculpas por nossa falta a Senhora e ao Senhor Stark. Eles apenas acenaram e voltaram a conversar com seus vassalos e convidados. Comemos e conversamos durante todo o almoço.

-Sansa! -Arya a cutucou. -Como se chamará sua loba?

-Dei-lhe o nome de Lady. Vou ensiná-la a se portar como tal. -Respondeu sem nos olhar muito.

-Nome legal. -Arya sorriu.

O almoço foi muito agradável. Eles contavam o que fariam com os lobos e sempre estavam sorrindo. Acho que Lorde Stark percebeu isso, pois sempre olhava para o brilho nos filhos ao falar de seus filhotes. Quando o almoço foi encerrado, todos voltaram a suas tarefas. Como eu não tinha nada, resolvi voltar para os lobos.

Todos estavam ficando bem estressados pela chegada do rei. Haviam muitas coisas para fazer em 4 dias. Sansa e Arya praticamente viviam com a Septa, tudo para saberem o que tinham que fazer perto da corte. Robb, Theon, Bran e até Rickon não faziam menos. Também tinham de aprender a se portar com a corte, praticavam lutas para se manterem em forma, fora que agora estavam começando a vestir seus melhores couros e peles que tinham.

”Provavelmente por causa da Cersei.”

Minhas companhias mais comuns eram os lobos, já que seus donos não passavam mais tempo com eles. O impressionante é que cada lobo parecia estar se adaptando as características de seus donos. Nymeria era sempre enérgica. Lady, praticamente uma dama. Vento Cinzento era forte e determinado. Cão felpudo, rebelde e tipicamente infantil...

Aproveitei esse tempo para observar as pessoas do castelo e de fora dele. Olhei o jeito que tratavam umas às outras, o jeito que andavam, como conversavam, o que faziam... Afinal de contas, brevemente eu teria que por tudo isso em prática com a realeza. Consegui alguns materiais de costura e comecei, sozinha, a costurar uns vestidos. Fiz o que lembrei de algumas descrições em livros medievais e de filmes históricos. Coloquei um pouco da moda francesa do século XVII e XVIII neles, com bordados e babados. Isso me custou um dia inteiro. Agora, apenas saía para comer, alimentar os filhotes e, uma vez ou outra, praticar arco e flecha. Só via os Stark nas refeições, onde conversávamos sobre nossos dias.

O Lorde e a Senhora Stark estavam cada vez mais próximos de mim. Me tratavam de um jeito que me lembrava um pouco dos meus pais. Depois de me alimentar, voltava para o quarto. Como havia terminado de customizar 4 dos vestidos, arco e flecha eu praticava 2 horas por dia e matava algum animal para os lobinhos, peguei meu celular e escrevi o que acontecia em Winterfell no bloco de notas. Enquanto fazia isso, cantava uma música que gosto muito: I'll be do Edwin McCain. Nisso, acabei caindo no sono.

Acordei segurando o celular. O coloquei em cima da penteadeira. Passei uma água no rosto e tratei de descer. Estavam todos correndo, arrumando comidas, velas, panos...

-É. Hoje é o dia que o rei chegará! -Sussurrei para mim mesma. No meio da confusão toda, consegui achar Carmel. Pedi para que ela me ajudasse com o banho e, rapidamente voltamos para o quarto. A água da banheira estava quente. A formigação que senti por causa do calor intenso sob minha pele era maravilhosa. Carmel colocou algo em mim. Algo extremamente cheiroso. Lembrou-me lavanda. Meu corpo foi tão esfregado, que ficou num tom corado. Peguei um dos vestidos que eu havia costurado e me vesti. Pedi para que Carmel e sua irmã me ajudassem com um penteado da época. Elas me arrumaram com um simples. Eram tranças que ficavam presas em forma de coque. As agradeci e, colocando a minha capa de pele, passando gloss e apertando levemente as bochechas, desci novamente.

-Agatha! Agatha! -Bran correu em minha direção. Ele estava meio suado. -A corte está aqui. Eu os vi de cima dos muros do castelo!!!