H - Ponto Zero escrita por Siadk


Capítulo 23
023 - Aliados


Notas iniciais do capítulo

[Daniel]

Todos os personagens dessa história pertencem à mim. Por Favor não usar sem minha permissão!



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23 – Aliados

 

 

[Daniel]

 

 

 

 

 

O ultimo dos vários Lucas passou voando a centímetros de mim. Por um segundo eu cheguei a pensar que a intenção era me acertar, e talvez fosse mesmo. O cachorro Rufus parou de latir e se posicionou ao lado de Rafael. Ou melhor dizendo, do que era o Rafael a poucos minutos atrás. Agora eu tinha minhas duvidas se aquela criatura podia sequer ter um nome.

 

 

 

Contrariando meus instintos, eu me aproximei. E quando estava à apenas alguns passos dele ouvi um rugido grave, que chegou a vibrar meus ossos. Eu teria colocado a mão em minha katana se ela não estivesse jogada no chão, bem longe de mim, ao invés disso, fechei os punhos em posição de defesa. A besta continuava me encarando, cautelosa. Se ela me atacasse eu seria obrigado a reagir. Mas havia algo em seus olhos negros, algo que me dizia que eu não precisava me preocupar, algo... Humano demais.

 

 

 

Aos poucos o monstro se aproximou de mim. Eu permaneci parado, esperando pelo que viria a seguir. Suas garras voltaram a se tornar simples mãos, o corpo voltou aos poucos à forma original. Os olhos já não eram mais de um negro atento e continuavam tão humanos como sempre foram.

 

 

 

– Não fui eu quem a matou! – Foi a primeira coisa que ele disse, quase chorando. – Juro que não fui eu.

 

 

 

– Você não precisa se explicar para mim, eu...

 

 

 

– Sim eu preciso! – Interrompeu ele, rispidamente. – Eu preciso, porque o que aconteceu com a Carol é exatamente o que poderia ter acontecido com sua Alice. O verdadeiro culpado é o mesmo.

 

 

 

O olhei atentamente. Ele estava mesmo falando de Eric? Ou estava apenas usando a história que eu contei minutos atrás para parecer inocente. Não me importava o quão humano eram seus olhos, humanos mentem. Sempre mentem.

 

 

 

– Você não está acreditando em mim, não é?

 

 

 

– Não leve a mal, Rafael, é só que...

 

 

 

– Daniel! Eu estou dizendo a verdade. Eu queria ter mencionado isso antes, mas não tive tempo. – Disse ele. – Eu amava a Carol, cara, mais do que tudo nesse mundo.

 

 

 

Antes que eu pudesse responder fomos interrompidos pelo barulho do que provavelmente era uma moto. Rafael se preparou para fugir se fosse necessário.

 

 

 

– Calma, eu acho que conheço esse barulho.

 

 

 

E eu realmente conhecia. Era Beatriz, mas por que ela tinha voltado?

 

 

 

– Eu saio por alguns minutos e você já faz amizade com desabrigados? – Disse ela cinicamente. Tinha algo estranho em seu jeito de falar, parecia que ela tinha acabado de passar por maus bocados.

 

 

 

– O nome dele é Rafael e...

 

 

 

– E ele não é um desabrigado, está apenas fugindo desses dois caras caídos no chão... Além de possuir a habilidade de se tornar um lupino. Estou certa? – Disse ela me interrompendo.

 

 

 

Rafael deu dois passos para trás, sem entender como era possível alguém saber tanto sobre sua vida.

 

 

 

– Sim você está certa... – Respondeu ele, e depois se virou para mim. – Como ela sabe tudo isso?

 

 

 

Eu me aproximei da fogueira e a apaguei com um pouco de terra.

 

 

 

– Ela pode ler a mente das pessoas, se eu não estou enganado. – Respondi a pergunta de Rafael e me voltei para Beatriz. Ainda precisava saber por que ela tinha voltado. – Porque você...

 

 

 

– Eu voltei porque preciso de uma resposta. Eu posso tranquilamente arrancá-la de você a força, mas acabei de aprender, da pior maneira possível, que a mente humana é mais perigosa e traiçoeira do que eu pensava.

 

 

 

– E qual a pergunta?

 

 

 

– O assassino que matou seu amigo... Quem é?

 

 

 

Por que ela quer saber isso?” Pensei, e percebi que ela não estava lendo os meus pensamentos já que sua expressão não se alterou.

 

 

 

A assassina! – A corrigi, antes de responder sua pergunta. – Era uma pessoa muito querida para mim, uma pessoa que me traiu por completo.

 

 

 

Ela suspirou antes de continuar o que queria dizer.

 

 

 

– Decidi que vou te dar uma carona até North Gare. E é só isso, depois que chegarmos lá você cuida da sua vida e eu cuido da minha. Está entendido?

 

 

 

Aquilo era uma boa noticia, eu finalmente tinha uma carona. Estava um passo mais próximo do meu destino.

 

 

 

– Er... – Dessa vez quem disse foi Rafael. – Se você não se importa cara, eu vou com você. Também tenho contas a acertar com o tal Eric.

 

 

 

Olhei para ele com um sorriso no rosto. “Uma pessoa para me dar carona E uma pessoa para me ajudar, as coisas estavam melhorando para mim pelo visto.

 

 

 

– Claro que não me...

 

 

 

Beatriz me interrompeu.

 

 

 

– Não é por nada não, menino lobo, mas só posso dar carona para uma pessoa na moto.

 

 

 

– Não é por nada não, garota bisbilhoteira, – Respondeu ele. – mas eu tenho certeza de que posso acompanhar sua motoca tranquilamente... Enquanto carrego o Rufus, ainda por cima.

 

 

 

Olhei de um para o outro. Pelo visto minha ajuda não estava se dando muito bem com minha carona. Não que eu pudesse fazer algo. Teria que agüentar a rivalidade dos dois pelo menos até chegar em NG.

 

 

 

 

 

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