“O pior cego é aquele que enxerga, mas não quer ver.”

–Lembre-se, a Sonserina é a casa da família.

Meu pai repetiu pela centéssima vez naquele dia. Era um lindo dia, primeiro de setembro e lá estávamos nós: eu, meu pai, mamãe e meu irmão, Scorpius na estaçao de Kings Cross, plataforma nove e meia.

–Eles já devem estar chegando.

Minha mãe disse sorrindo e meu pai suspirou.

–Será que eu não posso ir embora logo? Eu já trouxe a Dianna até aqui.

Papai resmungou e mamãe fez cara de brava. Não consegui segurar o riso.

–É claro que não Draco! Ah, olha eles ali.

Ela disse, apontando para o meu tio Harry e a tia Gina. Lá estava eles, com James, Alvo e a pequena Lílian. Quando os vi, fiquei um pouco mais calma. Pelo menos eu não entraria no Expresso sozinha.

–Animada para ir pela sua primeira vez? O James está quase surtando de felicidade!

Riu tia Gina, me dando um abraço.

–Para falar a verdade, tô um pouco nervosa.

–Não se preocupe, vai dar tudo certo.

Mamãe disse me dando um beijinho.

–Vamos logo Gracie! Ou será que você quer pegar o trem lotado?

James perguntou impaciente fazendo o tio Harry rir. Papai porém nada disse, não parecia nem um pouco animado. Me despedi de todos e entrei no trem, que por sinal estava lotado de crianças de todas as ideias, correndo, gritando, brincando...

Andamos pelo trem há procura de uma cabine vazia, mas não havia nenhuma. Só no final encontramos uma onde havia um menino que parecia ser da nossa idade. Cabelos castanhos quase pretos, olhos azuis escondidos por óculos fundo-de-garrafa horríveis. Nerd, pensei na mesma hora. Não me julgem mal, eu só tinha 11 anos de idade, ok?

–Ei, será que podemos sentar aqui?

Meu primo perguntou e o menino assentiu timidamente.

–Sou Dianna Malfoy e esse é meu primo, James Potter.

–Aaron Murphie.

O garoto disse, corando ao apertar minha mão.

Não conversamos muito ao longo do caminho. O Si até tentou puxar assunto, mas o garoto não estava a fim de papo. Recostei na janela e fiquei observando a paisagem, sonhando em como seria minha nova escola.

.....

Hogwarts era um lugar incrível, mas não tive muito tempo para pensar nisso pois estava tremendo dos pés a cabeça. Era a hora da seleção e eu não estava bem. Era bem óbvio que meu pai me mataria se eu não fosse da Sonserina e minha mão queria muito que eu fosse uma grifinória. Não que eu ligue muito para o que os meus pais pensem, mas não é uma boa ideia deixar Draco Malfoy irritado. Meu tio Harry disse que eu podia escolhar, mas eu não tinha a menor ideia do que fazer.

A cada nome que passava me vinha a seguinte pergunta na cabeça: E agora Di?