P.O.V Percy

Como eu me sentia? A pessoa mais infeliz do mundo. Era isso que ela pensava sobre mim? Um duas caras?

Não pude conter as lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos. Ela era diferente de qualquer garota que eu já conheci, mas ai quando eu tento ser legal com ela, ela faz isso comigo.

Não sei quanto tempo fiquei ali jogado na minha cama, até que ouço alguém entrar no meu quarto, mas não me dou ao trabalho de olhar que é.

-Sua mãe me contou sobre Annabeth. –ouvi meu pai dizer- De todas as garotas que você já ficou, ela é a mais bonita. E a mais esperta. Sabe, sua mãe acha que vocês vão se casar um dia. E eu também acho. –ele fala se sentando na minha cama-.

-Por que vocês pensam isso? –eu pergunto com a voz embriagada pelas lágrimas-.

-Por que eu era exatamente assim como você. Até eu conhecer Sally. Por que você acha que nós dois, eu e sua mãe, nunca te repreendemos pelo modo que você agia. Era por que sabíamos que um momento você iria encontrar alguém, que iria te fazer sossegar. Assim como sua mãe fez comigo.

Meu pai nunca havia falado sobre isso, de ele ter sido um “pegador” quando era mais novo e só ter sossegado quando conheceu minha mãe.

-É, mas pelo menos minha mãe não disse que você tinha duas caras ou mais. –eu disse ainda sem olhá-lo- .

-Ela te disse isso? –ele pergunta-

-Isso e mais um monte de outras coisas. –eu respondo me lembrando das palavras ditas por Annabeth-.

-Ei, filhão. Calma, você ainda vai tê-la. –meu pai diz tentando me consolar em vão-.

-Não, não vou pai. Ela não acredita em mim. Ela não acredita que eu possa mudar por ela.

-Então prove para ela que ela estava errada. Prov...

Meu pai é interrompido pelo fato de meu celular estar tocando.

-Você não vai atender? –meu pai pergunta e eu nego com a cabeça.-

Pelo canto do olho vejo meu pai pegar meu celular e olhar quem é.

-É o Luke. Não vai atender mesmo? –ele insiste e eu nego novamente-

Meu pai atende e logo que coloca o celular no ouvido o tira rapidamente, pelo que parece, Luke gritou no ouvido de meu pai.

-Ei, calma Luke, é o pai de Percy. –meu pai fala novamente com o celular no ouvido- Percy não quer falar. Ok, vou dizer para ele, um minuto. Percy –meu pai diz se virando para mim- Fala com o Luke, por favor, ele diz ser mais que urgente. –Vendo que meu pai não iria desistir, me sento e pego o celular-

-O que é Luke? –eu digo de mau humor-

-O QUE DIABOS VOCÊ FEZ OU FALOU PARA A ANNABETH SEU DESG*AÇADO? –Luke grita do outro lado da linha, muito bravo-

-Ôpa, espera ai, foi ela qu... –Exatamente. Luke me interrompeu-

-E GARAÇAS AS SUAS MERDAS. ANNABETH BATEU O CARRO DELA SEU VAGAB*NDO! SE ALGUMA COISA ACONTECER Á ANNABETH, A CULPA SERÁ INTEIRAMENTE SUA.

-Espera ai.- eu disse me levantando Ca cama rapidamente, sentindo meu coração pesar-. Como assim bateu o carro? –eu pergunto preocupado-

- Ronald Reagan UCLA Medical Center. –ele diz apenas e desliga o celular-

Fico paralisado. Estático. Com medo de que pode ter acontecido alguma coisa grave com Annabeth.Isso não pode estar acontecendo com a minha Annabeth.

Quando percebo. Meu pai está me sacudindo.

-Percy. –ele continuava a me sacudir- O que aconteceu meu filho? Você está pálido. –meu pai dizia preocupado-

-Annabeth –eu consegui sussurrar-

-O que tem ela filho? –meu pai pergunta me soltando-

-Ronald Reagan UCLA Medical Center. Agora. –eu digo apenas-

Saio correndo do meu quarto. Desço para a garagem, e posso ouvir meu pai e minha mãe me chamando, mas não dá tempo. Tenho que ir ver minha Annabeth.

Entro no meu carro e sai na maior velocidade possível. Começo a ir em direção de onde eu sabia ser o hospital. Sinto o celular vibrar no meu bolso, provavelmente meus pais, mas não paro para atender. Meu coração bate rápido, e estou suando frio. Quando isso acontece, pode ter dois nomes: paixão ou medo. Nesse caso, é medo de perder a minha paixão. Provavelmente é hoje que eu perco minha carteira de motorista. Provavelmente furei todos os faróis vermelhos no caminho, e em vinte e cinco minutos cheguei no meu destino, no qual indo normalmente gastaria aproximadamente cinqüenta minutos.

Deixei o carro em um lugar qualquer, e entrei correndo no hospital. Logo me dirigi á recepcionista.

-Qual o andar onde Annabeth Chase está? –perguntei num fôlego só-

-Só um minuto, vou descobrir para o senhor. –ela disse calmamente e educadamente-

Eu estava quase pulando no pescoço daquela mulher. Que demora, será que ela não sabe que é uma emergência? Xinguei mentalmente todos os nomes feios que conhecia.

-Olha, será que dá para a senhora ir mais rápido? É emergente. –eu apressei-

-Sim, senhor, já estou verificando. –ela disse conferindo algo no computador- Ela está no sétimo andar, no quarto 402 e...

Não esperei ela terminar de falar, sai correndo para o elevador mais próximo. Quando as portas estavam se fechando, uma mão masculina a parou. Ótimo, mais alguém para me atrasar, pensei.

Confesso que me surpreendi. A mão era de ninguém menos que meu pai.

-O que você está fazendo aqui? –eu perguntei quando ele entrou no elevador e logo atrás minha mãe.-

-Você saiu como um foguete de casa, filho. –Meu pai explicou- Ficamos preocupados e viemos atrás de você.

-O que aconteceu Percy? –minha mãe perguntou preocupada-.

-Annabeth bateu o carro e está internada aqui. –eu disse enquanto o elevador subia para o sétimo andar-.

-Ó meu Deus. –minha mãe exclamou com as mãos na boca-

Depois de alguns segundos em silêncio, ouvi o tilintar das portas se abrindo. Meu coração disparou ainda mais. Sai do elevador em silêncio. Meus pais estavam logo atrás de mim.

Não foi difícil encontrar o quarto 402. Havia muita gente parado na porta. Eu reconheci todos. Thalia, Nico, Piper, Jason, Leo, Rachel, Bianca, Silena, Charles mas um monte de gente, até que vi Luke, sentado em uma cadeira. Ele olhou para mim, e pude ver que ele esteve chorando. Seus olhos quando me viram, eram de completa fúria, raiva, ódio.

O que aconteceu depois eu não entendi muito bem. Num momento Luke estava me olhando, no outro ele estava com uma mão cerrada no meu olho e a outra mão na minha garganta, tentando me enforcar.

O que aconteceu depois foi tão rápido que novamente eu não entendi. Juntaram umas dez pessoas, e eu não sei quem retirou Luke de cima de mim.

Eu estava de pé. E Leo e Nico seguravam Luke que se debatia para vir para cima de mim novamente.

-Você é louco? Por que você fez isso? –Thalia perguntou exasperada-

-Ela estava na casa dele. No mínimo foi algo que ele fez. –Luke me acusou, olhando mortalmente em minha direção.-

Não desmenti. Por mais que a culpa não tivesse sido inteiramente minha, eu me sentia completamente culpado.

Me sentei em uma cadeira e escondi meu rosto com as mão. Não podia evitar as lágrimas. Agora, além de Annabeth estar internada no hospital, meu melhor amigo coloca toda a culpa em minhas costas.

-Ok, bem, Percy, o que aconteceu na sua casa? –Piper me pergunta-

Eu contei a eles o que aconteceu. Ninguém me interrompeu.

-Annabeth vai ficar bem. Afinal, ela é uma garota londrina não é? –Thalia tentar levantar esperanças-

-O caso dela é grave? –Eu pergunto para Hermes-

-Nós não sabemos ainda. Os médicos ainda não falaram nada. –Hermes respondeu sério-

Thalia se senta ao meu lado e me abraça. Eu enterro meu rosto em seus cabelos. Thalia é a melhor prima do mundo. Agente briga, mas ela sempre está presente quando eu preciso.

-Ela vai ficar bem. Fica de boa ai. –ela sussurra em meu ouvido-

-Como você sabe? –sussurro de volta- Digo, que eu gosto dela?

-Eu te conheço Percy. –ela diz e desfaz o abraço- Não perca as esperanças ok? Promete.

-Prometo. –eu respondo-

P.O.V Luke.

No Ranking dos piores dias da minha vida. Esse dia está em primeiro lugar.

“FLACHBACK ON”

Agora era oficial. Thalia é a minha namorada. Não podia estar mais feliz.

Estava no meu carro, voltando para casa como o cara mais feliz do mundo. No caminho, passo por um acidente de carro, pelo menos é o que parece. Tinha muita gente em volta. O que não me permitia ver nada, apenas os carros parados na encosta da rua para ver e... espere ai. Aquele é o carro do meu pai?

Estacionei o carro, e desci. Fui entrando em meio a multidão, procurando os meus pais. Quando os achei, vi o rosto da minha mãe manchado de lágrimas, e meu pai abraçado a ela.

-O que acontec... –não precisei terminar a pergunta para descobrir o que aconteceu-

Tinha um carro, que aparentemente havia capotado. E o pior, era o carro de Annabeth.

Procurei com os olhos, e encontrei-a colocada em uma maca. Ela estava com um corte feio na testa, o qual sangrava sem parar. Estava com sangue escorrendo pelo nariz, e sua boca também estava cortada. Seu cabelo, antes louro brilhante, agora estava manchado de sangue.

Seu braço estava torcido em um ângulo estanho. Seus braços e pernas estavam todos arranhados e sangrando.

Toda a felicidade que eu estava sentindo se foi de uma vez. Como isso foi acontecer? Ela é a minha priminha loirinha, que me fez ir falar com a Thalia hoje, que sempre está comigo mesmo estando do outro lado de planeta.

Colocaram-na na ambulância. E ai que começou a discussão. Quem iria acompanhá-la na ambulância? Meu pai dizia que deveria ser ele, já que ele é irmão da mãe de Annabeth. Minha mãe disse que devia ser ela. Eu disse que devia ser eu. Acabou que foi minha mãe. Eu entrei no meu carro e meu pai no dele, e fomos atrás da ambulância.

No caminho, peguei meu celular, e coloquei para chamar o numero de Percy, afinal, ela estava na casa dele antes disso acontecer.

-PERCY, SEU IDIOTA, ESTUP...

-Ei, calma Luke, é o pai de Percy. –Ouvi Poseidon dizer- Percy não quer falar.

-É urgente Sr. –eu disse impaciente-

-Ok, vou dizer para ele, um minuto. –o momento seguonte foi silêncio, até que Percy falou-

 -O que é Luke? –ele diz de mau humor-

-O QUE DIABOS VOCÊ FEZ OU FALOU PARA A ANNABETH SEU DESG*AÇADO? –eu grita do outro lado da linha, muito bravo-

-Ôpa, espera ai, foi ela qu... –eu interrompi-

-E GARAÇAS AS SUAS MERDAS. ANNABETH BATEU O CARRO DELA SEU VAGAB*NDO! SE ALGUMA COISA ACONTECER Á ANNABETH, A CULPA SERÁ INTEIRAMENTE SUA.

-Espera ai.- ele disse-. Como assim bateu o carro? –ele pergunto e eu posso perceber que ele está preocupado-

- Ronald Reagan UCLA Medical Center. –eu digo apenas e desligo o celular-

Chegamos ao hospital, e Annabeth entrou com alguns médicos em um quarto, e nós ficamos ali, sem nada nos dizerem.

“FLASCHBACK OF”

Estamos até agora sem nenhuma noticia. Pude ver Thalia consolar Percy. Pelo que ele contou, a culpa não foi só dele. Mas eu estou ocupado de mais preocupado com Annabeth para me desculpar com ele.

Finalmente. Uma alma viva veio nos da noticias.

-Bem, -disse o médico- Eu sou o Doutor Holmes. –ele disse apertando a mão do meu pai e da minha mãe.-

-Como Annabeth está doutor? –Minha mãe pergunta diretamente-

-Bem, antes era bem grave, ela sofreu uma fratura craniana, quebrou o braço direito e a perna esquerda, e sofreu alguns cortes. Mas o risco de morte não existe mais. Ela ainda está desacordada, mas agora seus batimentos cardíacos estão normais. Ela está com um pouco de dificuldade para respirar, por isso ligamos alguns aparelhos nela, mas, bem, ela poderia estar pior. Poderá ficar com ela no quarto 1 pessoa. No horário de visitas poderão entrar mais.

O médico saiu, nos deixando a sós novamente. Pairou agora na sala de espera, uma sensação de alivio, por saber que ela não corre riscos.

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Eram 23:30 hrs. Quando Hermes conseguiu fazer com que quase todos fossem embora, por ter aula no outro dia.

Ficamos agora, eu, meu pai, minha mãe, Percy, Sally, e Poseidon.

Minha mãe que ficaria com Annabeth no quarto. Os adultos tentavam convencer a mim e a Percy á irmos embora. Mas nós dois no recusávamos a ir.

-Mas amanhão vocês tem que ir para a escola. –Sally disse-

-Que se dane as aulas, mãe.  –Percy disse impaciente-

-Eu não saio daqui. –Eu disse teimoso-

-Vai embora meu filho- Hermes dizia- O que você poderá ajudar se ficar aqui? Pense no que Annabeth diria.

Na verdade eu sabia o que ela diria. “Vocês não podem perder a aula. Vocês tem que estudar” . Essa foi a carta jogada que me convenseu, e parece que convenceu a Percy também.

-Ok, tchau. –eu disse de mau gosto, e desci o elevador com meu pai, Percy, e os pais dele.-

Nos despedimos, e fomos embora. Quando cheguei em casa, tomei um banho e me joguei na cama. Hoje, com certeza,foi um dia de grandes acontecimentos. Mas Annabeth é uma garota forte. Eu sei que ela vai ficar bem.