-Sabe que eu entendi porque você se importa tanto com o fato de eu estar com o Justin?

-Ah, descobriu é?-disse sem dar muita importancia.

-Você ainda gosta dele. Acha que eu não sei Jasmine? 

-Ok, fica se divertindo com suas descobertas e me deixa em paz-ela segurou meu braço com força-Me solta Hanna.

-Você não aguenta perder não é? Não suporta. A Jasmine, a garota mais linda da escola, que fica com quem quer, e rouba todos os caras que eu já gostei. 

-Eu nunca fiz nada Hanna.

-Você não sabe o que é perder os garotos pra sua melhor amiga, quer dizer, agora sabe, porque o Justin é meu, eu ganhei dessa vez.

-Não tem como você ganhar um jogo só seu Hanna, me desculpe.

-Se você não acredita, pergunte à ele como nossa noite foi ótima-ela disse rindo.

-Não me importa o que ele faz ou deixa de fazer, entendeu? 

-Vadia-Hanna disse antes que eu pudesse começar a subir a escada.

-Como é?

-Isso que você ouviu. Você é uma vadia. Nunca namorou com ninguém além do Justin e ele ainda te traiu, e sabe o que eu acho? Você mereceu. Ninguém te aguenta. Ninguém aguenta as suas revoltas e sua raiva sem motivo. E depois disso começou a ficar com qualquer um que aparecesse na sua frente. Eu acho que você nunca deixou de gostar do Justin e por isso o tratava daquela forma, porque não suportava ter sido trocada.

-Cala a boca Hanna.

-Não gosta de ouvir a verdade? Tem medo? Eu sempre soube que você não era tão forte quanto aparentava ser. Você não é nada Jasmine Emerson, não vale nada, não presta pra nada. Percebeu que está acabando com as férias de todo mundo? Tudo porque estamos cansados de fazer o que você quer. Nem o Chaz te aguenta mais. A única coisa que está te interessando nesses dias é tentar reconquistar o Justin, mas ele NÃO vai voltar para você. Desiste.

Aquelas palavras eram absorvidas por mim como se por cada uma delas eu levasse uma facada, uma facada de quem eu costumava chamar de melhor amiga. Eu era fraca, muito fraca, e ninguém parecia perceber isso, além de Justin. Mas foda-se, ele parecia estar muito feliz comendo a Hanna, quer dizer, foda-se nada. Subi correndo para o quarto onde Hanna dormiu e realmente, Justin estava lá, ainda dormindo, só de boxer.Ao vê-lo constatei que era realmente verdade o que ela havia dito, eles passaram a noite juntos. Não queria me importar. Sai rápido e voltei para o 'meu' quarto e bati a porta com força, não me importava se alguém acordaria, eu já tinha estragado a porra daquelas férias mesmo. Entrei no banheiro e ao bater aquela porta, o espelhinho caiu no chão, espalhando aquele monte de cacos pelo chão do banheiro. Nem precisaria ir atrás da merda da lâmina. Eu já estava me afogando nas minhas próprias lágrimas, agaixei e me sentei ao lado da pia, pegando um caco de vidro afiado. 

-Jasmine-Justin entrou correndo no banheiro-Não faz isso.

-Sai daqui-eu gritei e ele se aproximou-Sai daqui caralho!

Justin deu dois passos para trás, eu pensei que ele sairia de lá, mas ao invés disso, ele se abaixou rapidamente e tomou em suas mãos um pedaço de vidro. Ele o examinou.

-Solta essa porra e vai embora-disse.

-Não vou sair daqui, o que aconteceu?

-Pergunta para a Hanna e me deixa sozinha.-ele me encarou por alguns instantes.

-O que ela disse? O que?-ele também gritava comigo. E devagar foi se sentando ao meu lado.

-Vocês-disse em um fio de voz-Vocês transaram.

-Merda, não, não aconteceu nada-a voz dele estava mais calma, tentando me acalmar.O que não adiantou.

-Eu já disse, sai daqui agora-eu o empurrei de perto de mim e gritei o mais forte que pude, o que na real não era muito por eu estar chorando.

Justin me olhou assustado. Fitei aquele caco que ainda mantinha em minhas mãos.

-Jasmine, olha, por favor, não faz isso. Eu te amo Jas-ele se ajoelhou em minha frente-Eu te amo, e sei que você também me ama, larga isso.

Eu estava tão desesperada que o ignorei completamente, peguei a merda do vidro e o levei até meu pulso e o arrastei primeiro devagar. Quando olhei novamente para Justin, antes de realmente fazer um corte, ele estava deitado, com as mãs cheias de sangue que não paravam de escorrer. Demorei para entender o que havia acontecido. Ele provavelemente tinha atingido uma veia e por minha culpa. Tudo por mim.

-Justin, Justin-sentei ao lado dele e o cachoalhei-Jus por favor, fala comigo, fala comigo.

Ele estava inconsciente e eu não sabia o que fazer, para ter ficado naquele estado, meu simples curativo não serviria de muita coisa a não ajudar a estancar o sangue. Mas não daria tempo. Peguei uma toalha e enrrolei no braço dele. Tentei levanta-lo mas não consegui.

-Chaz-gritei-Chaz por favor! Ryan, vem alguém aqui, me ajudem.

Eu estava chorando ainda mais que antes. Rapidamente os dois apareceram correndo e assustaram-se quando nos viram.

-Que aconteceu?-Chaz perguntou.

-Me ajudem, o Justin se machucou, chamem uma ambulância, logo!

Ryan me ajudou a colocar o Justin na cama enquanto a ambulância não chegava.

-Eu ía perguntar que merda que aconteceu aqui, mas você tá muito nervosa pra isso. Depois você tem que me explicar.

-Oh meu Deus, o que aconteceu com o Justin? O Chaz está ligando pra ambulância, o que fez com o meu namorado?

-Vai pra lá Hanna-Ryan disse, eu nem perdi meu tempo desviando meu olhar do Justin.

Os para-médicos chegaram e subiram correndo para o quarto, onde só eu havia ficado com Justin. Foi tudo muito rápido, o colocaram numa maca e quando me dei conta ele já estava dentro daquele carro que me assustava.

-Quem vai acompanha-lo?

-Eu vou-Hanna se pronunciou mas Ryan a segurou

-A Jas vai-ele disse e eu subi na ambulância, me sentei ao lado da maca de Justin.-Mais tarde nós vamos para lá.

Ele era um idiota, um besta, mas mais irritante e insuportável que Justin era a idéia de que ele poderia sair da minha vida. E eu não queria aquilo.Fiquei em silêncio até chegarmos no hospital, rezando para que tudo ocorresse bem com Justin.

-Agora você tem que ficar aqui menina-uma enfermeira disse me afastando da sala para onde estavam o levando.

-Moça, por favor, eu preciso ficar com ele. Eu preciso ficar perto do... meu namorado-obviamente estava mentindo, mas talvez se eu dissesse aquilo ela liberasse.

-Você não pode entrar, se fosse a mãe dele poderíamos abrir uma excessão, mas não é o caso. Fique tranquila ele vai ser bem cuidado, qualquer novidade alguém vem te procurar.

-Então por favor, me diz, ele vai ficar bem, não vai?

-Não tenho como afirmar nada, não sabemos a gravidade do acidente. Agora, com licença.-ela entrou pela porta que apresentava uma placa que dizia 'Somente pessoal autorizado'.

Senti uma vontade imensa de entrar correndo por aquela porta e procurar onde estavam cuidando de Justin, mas eu poderia atrapalhar alguma coisa. Fiquei sentada na sala de espera e não continha minhas lágrimas. Talvez eu nunca tivesse chorado tanto na minha vida.Uma senhora se sentou ao meu lado.

-Garota, está bem? Quer que eu chame um médico?

-Não-passei a manga do meu moletom pelo meu rosto.

-O que aconteceu? Seu namorado?-na realidade eu não queria dizer para ela o que havia acontecido, eu nem a conhecia, mas responder o que eu realmente queria seria muita grosseria da minha parte ainda mais por ela só querer me ajudar.