Fale Agora escrita por Faberrittana


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira fanfic sobre Glee, e consequentemente sobre Faberry.Inspirada na música de Taylor Swift, Speak Now. Espero que gostem!



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Finn, me pediu em casamento.”

Essa frase se repetia várias vezes em minha cabeça, eu ainda não conseguia aceitar as verdades nela. Rachel havia me dito isso no banheiro da escola, onde nos encontramos da ultima vez. Eu não podia deixar isso acontecer, quero dizer, ela estaria jogando todo seu futuro de uma grande estrela da Broadway fora antes mesmo de realmente tentar. Finn jamais iria dar a ela o que ela realmente merece, e ela com certeza merece algo melhor do que ele. O que Finn Hudson poderia oferecer de bom a ela, a não ser uma vida instável onde ele trabalha na oficina de Burt e ela fica em casa cuidando dos filhos do maldito casamento?

Eu me lembro exatamente do que aconteceu naquele dia.

Eu estava no bainheiro retocando o batom, eu havia acabo de receber minha carta de aprovação em Yale e isso tinha sido absolutamente incrível, eu estava tão feliz e orgulhosa de mim. Alem de tudo essa carta de admissão era meu passaporte para me ver livre de Lima. Foi quando ela entrou com um olhar estranho no rosto, veio em minha direção e disse...

– Oi. – duas cheerios que se encontravam no banheiro saíram às pressas. – Preciso de um conselho seu, sobre um... Sobre um problema de adulto. – disse com receio após olhar pra trás para ver se alguém poderia ouvir. A única coisa na qual eu poderia pensar era... Oh não.

– Droga, você está grávida? - perguntei em pânico.

– Não. – negou logo. – Olhe, estou vindo a você como amiga, e é tão estranho porque acho que é a única que me dará uma simples e profunda resposta. – disse gesticulando com as mãos.

– Você está certa. Desculpe. – me desculpei. – Sim, posso guardar segredo. – mas eu ainda estava nervosa por dentro, mesmo que estivesse tentando aparentar calma.

– Certo – respirou fundo. – Finn, me pediu em casamento. – ofeguei. Okay, isso foi sem dúvidas mil vezes pior, e a curiosidade estava me matando.

– O que você disse?

– Que eu precisava pensar. – ela olhou levantou seu olhar pra mim.

– Oh, você não pode. – eu disse a primeira coisa que veio em minha cabeça.

– Por quê? Muita gente se casa na nossa idade. Sei que não moramos juntos nem nada disso, mas eu o amo e ele é o certo, eu sei disso. – ouvir essas palavras de sua boca era doloroso demais para meus ouvidos, como ela podia pensar isso? Sem pensar duas vezes eu a mostrei minha carta de aceitação. – O que é isso?

– Minha passagem para fora daqui. Entrei em Yale. Admissão adiantada. – sorri nervosa. – Parece que meu ensaio sobre superação de adversidades e manter a média 10 durante uma gravidez na adolescência realmente animaram o conselho de admissão.

– Quinn, isso é incrível. – disse vindo me abraçar. Eu fiquei surpresa no começo, não esperava isso, mas quando senti seu braço ao redor do meu pescoço, não hesitei em colocar minhas mãos em suas costas. – Isso é demais. – eu podia sentir um sorriso pela sua voz. Tão rápido como aconteceu, o abraço acabou. – Isso é ótimo!

– Sei que receberá sua carta da NYADA logo. – a lembrei.

– É, sabemos que o correio de Nova York é lento, então... – disse as pressas.

– Só estou dizendo que namorei Finn, Puck, Sam... Até achei que amava alguns deles. Mas quando a neve cair em New Haven no próximo inverno, nem lembrarei por que. – comecei dizendo.

– Então você es-está dizendo que eu e Finn deveríamos terminar? - perguntou.

– Digo pra você aproveitar ao máximo os próximos meses. Mas odiaria a idéia de trazer uma ancora do meu passado para a luz brilhante do meu futuro. Rachel, você tem uma vida maravilhosa á sua frente. Mesmo sendo difícil, se quer tudo que sonhou, precisa terminar com ele. – soltei o que eu sentia que precisava falar.

– Isso é algo horrível de se dizer. – disse de olhos fechados e com a cabeça baixa.

– Olhe, fui séria e direta. – ela levantou o rosto para me olhar. – Em outra época fazia sentido amar alguém pelo resto da vida, mas não mais. As mulheres se descobrem aos 30 agora. Toda revista diz isso. Nem sabemos o que iremos querer daqui 15 anos.

– Finn e eu podemos crescer juntos. – por que diabos ela ainda insistia nisso?

– Ouça Rachel... – respirei fundo. – Você e Finn são um casal adorável. Mas se você quer realmente ser feliz precisa dizer adeus. – olhei bem para ela, esperando que ela tenha realmente entendido meu recado. Peguei minha bolsa e me virei para a saída do banheiro sem olhar para trás.

Eu esperava que se eu a mostrasse minha carta de admissão a lembraria o quão isso era importante para ela e para seu futuro, mais importante do que Finn Hudson e sua idéia de casamento estúpida. Eu não poderia deixar que ela se casasse com ele, algo dentro de mim me dizia que isso não era certo, e eu realmente estaria disposta a fazer que isso não acontecesse de fato.

{...}

Eu estava agora de frente a todos os membros do clube do coral após realizar meu numero de Never Can Say Goodbye dos Jackson Five. Todos aplaudiram e sorriram, menos ela.

– Quinn, isso foi incrível! – elogio Finn. Eu até poderia levar isso para o lado bom, mas eu ainda estava morrendo de raiva dele.

– Mais incrível ainda é a sua novidade. – respondeu o Sr. Schue ao meu lado sorrindo e apontando para mim. – Conte a eles! – incentivou. Eu olhei bem pra todos eles antes de anunciar uma das melhores coisas da minha vida.

– Eu entrei em Yale. – disse sorrindo sem acreditar. Todos me olharam surpresos e realmente felizes, e me aplaudiram.

– Yale! – alguma das meninas disse feliz. Eu pude perceber que de todos os rostos, o de Rachel era o único que não estava feliz, ele era sério embora ela aplaudisse. E havia algo em seu olhar, algo que me intrigou, pois eu não conseguia decifrar.

– Isso... Isso é demais! Depois de tudo que pelo que você passou você merece isso Quinn. – me parabenizou o Senhor Schue.

– Estamos tão orgulhosos de você Quinn. – anunciou Mercedes.

– Quero agradecê-los porque sem cada um de vocês isso nunca aconteceria. Vocês me apoiaram e me amaram durante todo o drama e é por isso que estou aqui. – eu disse olhando para todos. – Perdi tanto tempo me odiando pelos erros idiotas que cometi, mas a verdade é que, sem eles, nunca sonharia com isso para o meu futuro. Eu era a única que estava no meu caminho. – disse agora olhando pra Rachel e que também olhava pra mim. – Você não pode mudar seu passado. Mas você pode deixar isso pra trás e começar seu futuro. – disse mais para ela do que pra qualquer outra pessoa daquela sala. Todos me aplaudiram.

– Com certeza! – falou animadamente o Sr. Schue. Todos levantaram para me abraçar em grupo, o abraço no qual eu me deixei levar com um sorriso no rosto, porém esse mesmo sorriso morreu assim que eu levantei a cabeça e vi que ela, Rachel Berry, havia sido a única a não levantar para me abraçar também. Porém isso não me deixou completamente triste, meu sorriso morreu quando eu percebi que finalmente ela poderia está me dando ouvidos, o que me fez sorrir novamente.

{...}

Estávamos reunidos na sala do clube do coral mais uma vez, porém dessa vez estávamos ouvindo Santana dizer que conseguiu provas de que a raspadinha que havia sido jogada no rosto de Blaine havia sido batizada, enquanto Kurt argumentava dizendo que as idéias de Santana para vingança não eram totalmente necessário.

– Reservei o auditório, então se quiserem me seguir. – avisou Kurt fazendo sinal e indo em direção a porta.

Todos nós o seguimos enquanto Santana falava tentando fazer o plano dela soar melhor. Eu pude ouvir Finn chamando pelo nome de Rachel, mas eu não me virei para olhar. Todos foram para os camarins enquanto Kurt explicava que havia preparado um numero onde iríamos dançar na frente do Warblers, enquanto ele nos explicava eu não pude deixar de ficar impaciente sobre a demora de Rachel e Finn, eu me perguntava o que eles estariam fazendo.

– Algum problema Q? – perguntou em forma de sussurrou, Santana, ao meu lado que olhava pra mim esperando uma resposta, junto com Brittany.

– O que? Não, nenhum problema. – dei um sorriso de lado e voltei a me concentrar em Kurt, antes que elas me perguntassem mais alguma coisa.

Quando já estávamos quase prontos pra entrar no palco, vejo-os vindo em nossa direção de mãos dadas e com sorrisos idiotas no rosto, mas o sorriso dela morre assim que ela olha para meu rosto.

– Onde vocês estavam? – questionou Kurt.

– Na sala do coral. O que perdemos? – tentou mudar de assunto.

–Estava explicando a eles sobre o numero que queria que apresentássemos aos Warblers que logo estarão chegando. – respondeu com empolgação.

– O que estavam fazendo na sala do coral? – eu não pude segurar a pergunta que estava presa na minha garganta desde que ela chegou.

– Na-nada demais, apenas conversando. – tentou disfarçar.

– O que, que não poderia ser conversado a caminho daqui? – insisti, mesmo que isso fizesse parecer que eu estava com ciúmes, mas afinal eu estava.

– Coisas de casal, Quinn. Que só diz respeito a nós. – disse de uma forma curta e grossa.

– Então porque você simplesmente não leva esse seus problemas de casal para discutir fora daqui? – devolvi com um olhar desafiador.

– Uou, parem com isso, tudo bem? - disse Santana entrando no caminho.

– Eu só não quero perder meu tempo por causa dos problemas de casal que Finn e Rachel têm sempre. – eu disse exasperada. – Vamos, eu não quero desperdiçar, mas nenhum segundo do meu tempo com eles. –falei me virando. Eu ouvi passos correndo atrás de mim, mas ó parei quando senti uma mão em meu ombro.

– Ei, o que foi aquilo? – era Santana.

– Nada, eu já disse. Eu só não quero perder mais meu tempo por causa de Rachel e Finn eu seus assuntos idiotas. – falei olhando pra ela.

– Claro, eu entendo, mas... Cuidado Q, as pessoas podem acabar percebendo. – avisou com um olhar sério.

– Você acha que... – ela me interrompeu.

– Eu não sei. Até um minuto atrás você parecia louca de ciúmes o que parecia que você estava gritando ao mundo todo que você a ama. Tenha mais cuidado em esconder seus sentimentos se quer que ninguém saiba. – falou me dando as costas.

– Okay. – devolvi o para o nada.

{...}

Acho que o mínimo que poderia dizer era que finalmente colocamos Sebastian em seu devido lugar após nossa apresentação e eu tinha certeza que ele não seria mais um problema. Eu vi todos fazendo seu caminho para fora, e eu fui junto. Eu vi quando Rachel e Finn se despediriam com um simples beijo e seguiram caminhos diferentes, ele com Puck, e ela com Kurt. Resolvi ir atrás dela e pedir desculpas, afinal tudo que eu menos precisava era que ela ficasse com raiva de mim.

– Rachel. – a chamei.

– Sim? – perguntou se virando, e quando viu que era eu, sua expressão vacilou.

– Podemos conversar? A sós. – olhei pra Kurt que também me olhava.

– Oh, eu... bem, eu acabei de me lembrar que eu tenho algo para ver com Blaine agora, me desculpe Rachel. E Quinn, fique a vontade. – disse dando uma das desculpas mais falsas que eu já vi, mas não pude deixar de agradecer ele mentalmente enquanto via-o dar as costas e dobrar a esquerda.

– O que você quer falar comigo? Vai ser grosseira novamente? – cruzou os braços.

– Não. Eu vim aqui para me desculpar com você. Você realmente tem razão, eu não tenho o direito de me meter no seu relacionamento com Finn, mesmo que você tenha vido pedir minha opinião sobre o casamento, a qual eu espero que você ainda esteja considerando. – insinuei.

– Você está me pedindo desculpa? - questionou não acreditando, afirmei com um aceno. – Isso é... bom, isso não se ver todos os dias. E quanto ao meu pedido de casamento eu pensei bem e...

– Espero que tenha pensado seriamente sobre isso, essa é uma decisão que pode mudar todo o seu futuro e sua vida, Rachel. – repeti.

– Digamos que eu aceitasse... – a interrompi.

–Seria a coisa mais estúpida que você faria em sua vida.

– Qual o seu problema comigo e Finn? Eu sei que vocês namoram antes de eu e ele estarmos juntos e sei que você não era feliz com isso, inclusive vocês voltaram a ficar juntos uma vez que eu cometi um erro. Mas eu pensei que se você realmente o amasse gostaria de pelo menos vê-lo feliz, e ele parece feliz comigo. – ela foi levantando a voz a cada palavra e no fim ela estava quase gritando. Ela ficava linda quando estava nervosa.

– Primeiro, eu não amo e nunca o amei. Eu achei que sim, mas não, definitivamente não. Segundo, eu realmente não me importo com a felicidade dele, e sim com a sua, eu sei que ele faz você feliz, mas já pensou em toda a felicidade que pode ter se for atrás dos seus sonhos? – ela me olhava com um misto de emoções passando por seu rosto.

– Finn faz parte do meu sonho. – defendeu.

– Claro que faz, se esse sonho é passar o resto da vida cuidando de casa e vestindo um avental sujo de comida. – ergui meus braços em sinal de exasperação.

– Finn eu vamos juntos para Nova Iorque. – eles andaram fazendo planos?

– E o que, ele não conseguirá se adaptar a viver lá, e vai lhe convencer a voltar? – ergui uma sobrancelha em desafio, isso já estava me cansando.

– Por que isso te importa tanto? - pediu insegura. Aproximei-me dela até que estávamos a centímetros de distancia e ela estava imóvel.

– Porque estamos falando do seu futuro, e você é importante pra mim, Rachel. – a coisa mais importante.

– Importante? - sussurrou.

– Mais do que você pensa. – abaixei minha cabeça até que meus olhos se encontravam com os dela. – Eu só quero o melhor pra você, pense bem. – disse por fim e me aproximei de seu rosto. Eu podia sentir sua respiração acelerada em meu rosto, o que me fez sentir nas nuvens. Deixei um singelo beijo em sua bochecha esquerda, próximo aos lábios, e a sentir tremer sobre meu toque. Ela não se moveu. – Por favor, leve em consideração tudo que eu disse.

Eu me virei sem olhar pra trás, meu coração batia aceleradamente em minha caixa torácica, eu sentia que ele poderia sair por minha boca a qualquer momento. Eu estava tremendo devido a toda nossa aproximação, mesmo que tenha sido eu que tinha criado, eu não podia evitar. Esse era o efeito que Rachel Berry tinha sobre mim.

{...}

Era a época de dia dos namorados, e o colégio havia sido todo decorado. Havia corações e mensagens de amor espalhado por todos os corredores. Eu e Rachel não conversamos mais sobre seu casamento, nós nunca mais havíamos tido tempo para conversar a sós, e isso me fez achar que talvez ela tenha me ouvido. Embora durante as lições eu a pegava olhando em minha direção, mas desviava assim que eu a olhava.

Eu, junto com Sam, Mercedes e o garoto novo Joe, fazíamos parte do Esquadrão de Deus, e para o dia dos namorados Sam sugeriu que entregássemos torpedos musicais de dia dos namorados para arrecadar dinheiro para os pobres, uma vez que Sugar já havia nos livrado disso no clube do coral, doando uma boa quantia de seu dinheiro. Todos foram a favor.

Estávamos na sala do coral esperando a chegada do Sr. Schue, para dar início à lição da semana.

– Artie, rodas no chão, por favor. – avisou o Sr. Schue a Artie que junto com Rory, tentavam impressionar Sugar. – Rachel, tem um comunicado?

– Sim, na verdade, Finn e eu. – respondeu indo pra frente de todos de mãos dadas com ele. – Finn e eu, estamos orgulhosos de anunciar... que finalmente vamos nos casar! – terminou com empolgação. Tudo que se podia ouvir eram sonoros “o que?” vindo das outras pessoas. Mas a única coisa que se passava na minha mente era “Não pode ser verdade!”.

– Quando o bebê vai nascer? – indagou Puck, sendo completamente ignorado por todos.

– Pensaram bem sobre isso? – perguntou Sr. Schue.

– Sim, e nossos pais nos apóiam. E seu plano de contar a eles não funcionou Sr. Schue. – respondeu Rachel.

– Na verdade fui eu quem contou. – anunciou Kurt levantando a mão esquerda. – Pois acho que estão cometendo um erro. Um grande erro.

– Quando será? – foi à única pergunta que fui capaz de fazer, me sentindo tão derrotada.

– Não foi decidido, mas posso dizer que será uma cerimônia simples no Cartório e todos estão convidados. Fizemos reserva em um restaurante. – disse sorrindo a todos.

– Vocês não são maduros ou adultos o bastante para essa decisão. – eu me senti no dever de falar.

– Se não nos apoiará, sinto muito por você, e não está mais convidada. – okay, isso foi duro. – O que me deixa muito triste, pois adoraria te ver no vestido de madrinha, Quinn. – o que? De onde ela tirou a idéia de que eu seria madrinha do casamento dela com Finn Hudson? – Você também Kurt.

– Eu ficaria feliz em ser sua madrinha, Rachel. Eu não sei se estou pronta para casar, mas sei como é amar alguém. – disse Tina.

– Estaremos lá. – completou Mike.

– Obrigado. – agradeceu Finn. – E esperamos que os outros mudem de idéia pois seria muito importante ter todos lá.

– Me coloquem na lista dos que lhes desejam o melhor. – sorriu Artie. – Mas vamos parar de brigar... – tudo ficou desconexo em minha cabeça.

Eu pensei que meus argumentos haviam sido o suficiente para mudar de idéia, que ela havia ficado balançada com minhas palavras e minha aproximação, mas não. Eu pensei que talvez ela pudesse sentir algo por mim, do mesmo jeito que sentia por ela. Com certeza o seu amor por Finn era muito mais forte do que eu pensei. É claro que o que eu sentia por Rachel era amor, desde sempre, mas eu nunca me deixei admitir com medo da reação dos outros ao meu redor, com medo da reação dela. Eu pensei que tudo estava bem, até que ela veio com essa maldita novidade de que irá se casar com o idiota do Finn. Isso seria de fato perder ela. Mas agora algo estava diferente, algo me dizia que eu deveria impedir isso. Talvez seja porque eu não tenha mais nada a perder, bom, talvez o seu amor, mas esse eu iria perder mesmo se eu não tentasse. Esse era meu ultimo ano e eu sentia que eu tinha que o fazer valer apena de alguma forma. Porem agora que ela havia aceitado realmente o pedido eu não sabia que eu poderia fazer, e isso me deixava perdida.

– Você está bem? – indagou Kurt tocando meu braço, ao se sentar novamente ao seu lugar, do meu lado, depois de ter participado de um numero que Artie organizou a Sugar.

Eu apenas olhei pra ele e abaixei a cabeça sem ser capaz de responder a essa pergunta.

{...}

Fiquei sabendo por Sam que Finn havia comprado um torpedo musical para Rachel, e todos tínhamos que participar, mesmo que eu não me sentisse na vontade fazê-lo. Mercedes havia convidado o coral de sua igreja para participar, o que aceitou para ajudar na arrecadação de fundos. Nós a encontramos na área externa andando ao lado de Santana – o que não era uma coisa normal de se ver. Elas se aproximaram de nós e Mercedes tomou a frente.

– Com licença. Você é a Srt.ª Rachel Berry? – brincou.

– Sou. – respondeu receosa.

– Somos o Esquadrão de Deus e viemos entregar um torpedo musical dos namorados de Finn Hudson. – ao ouvir isso, ela se animou.

Foi quando Joe começou a cantar, e logo após Sam brincando com ela. Ela ficava tão linda enquanto sorria. Logo Mercedes cantou seu verso, e todos nos juntamos pro refrão enquanto eu arrisquei estender mão a ela que aceitou imediatamente, mas tão rápido como foi no abraço logo nossas mãos se soltaram me deixando com uma sensação de vazio. O numero teve fechamento com um grupo que pertencia à igreja que Mercedes freqüentava, e eu poderia descrever isso como incrível, a não ser o motivo de que foi Finn quem o pediu. Ela soltou um gritinho empolgado no final.

– Feliz Dia dos Namorados! Com amor, Finn. – terminou Mercedes.

– Isso foi tão fofo. – sorriu.

– Então, vocês são um grupo cristão? – perguntou Santana andando até a nossa frente.

– Sim. – respondeu Joe.

– Se eu pagar, eu posso mandar um torpedo musical para quem eu quiser, não é? – fez outra pergunta cruzando os braços.

– 10 pratas. É o acordo. – respondeu Joe novamente.

– Ótimo. Nesse caso gostaria de mandar uma para minha garota, Brittany. E com isso não quis dizer uma amiga. Quero dizer namorada mesmo. Pode ser? – falou colocando umas notas no violão de Joe que tinha uma expressão de incerteza no rosto, como se estivesse tentando achar uma resposta, sabendo muito bem do gênio de Santana resolvi me meter.

– Okay, nós iremos avaliar isso e logo te daremos a resposta San...tana. – completei antes que alguém pudesse perceber que eu iria lhe chamar por seu apelido, ela não gosta muito disso aqui na escola, segundo ela, pode acabar tirando o seu poder e toda a sua fama na escola.

– Eu espero que esteja tudo bem, porque eu estou pagando. – disse em uma forma de bitch.

– É claro. – enrolei.

– Posso falar com você um momento Q? - chamou-me ela, após e eu ter virado e começado uma conversa com Mercedes.

– Sim. Algum problema? – segui atrás dela até um canto mais afastado.

– Eu não sei. Quero dizer, como você se sentiu ao receber essa bomba? - indagou com cautela. Santana e Brittany sabiam do meu amor por Rachel, afinal, ela era minhas melhores amigas.

– Eu já sabia. – cruzei os braços enquanto abaixava a cabeça.

– Como assim? - pediu confusa.

– Eu fui a primeira, a saber, ela veio me pedir um conselho sobre isso, e eu disse que ela deveria terminar com ele se ela realmente quisesse ser feliz. Eu até me aproximei dela depois da pequena discussão que tivemos no auditório pedindo desculpa. Eu não sabia que ela iria aceitar o pedido. – senti meus olhos marejarem.

– Uou, Q! Isso é realmente inacreditável. E eu me pergunto por que ela iria falar com você primeira. Mas você não respondeu a minha primeira pergunta? - cruzou os braços e olhou bem pra mim.

– Eu me sinto terrível. Eu pensei que em algum momento nós teríamos alguma chance. Mas agora que ela aceitou o pedido de casamento, eu não sei se tenho mais chance. – suspirei olhando pra cima.

– Não Quinn, você tem chance até que o juiz diga: fale agora, ou cale-se para sempre. Você precisa fazer alguma coisa. – disse.

{...}

Havia chegado a festa que o pai de Sugar organizou para ela de dia dos namorados, Joe finalmente havia concordado em cantar uma musica para Brittany em nome de Santana. Rachel e Finn chegaram juntos durante a apresentação, e isso foi uma coisa que eu tentei ignorar, aliás, eles foram uma coisa que eu tentei ignorar a noite toda, mas ainda jogava uns olhares sobre eles só para pegar Rachel fazendo a mesma coisa. Eu tentei ignorá-la e realmente prestar atenção no que Joe estava tentando me dizer enquanto conversávamos.

O resto da festa foi agradável, todos se divertiram muito, eu estava tão cansada que não conseguia pensar mais em nada assim que pisei no meu quarto a não ser na minha cama a qual eu desabei em cima assim que cheguei perto.

{...}

Passaram-se uma semana desde que ela havia anunciado ao clube que ele iriam se casar nós ainda não havíamos conversado, eu tentava ignorá-la e ao que parece ela também fazia a mesma coisa comigo. Porém essa distância estava me matando, eu realmente precisava falar com ela. Eu finalmente havia entendido que se isso era o que ela realmente queria eu teria que respeitar.

Resolvi falar com ela. Eu fui pra onde eu sabia que ela estaria a essa hora, uma vez que cheguei mais cedo que o normal, justamente para falar com ela, a sala do coral. Assim que cheguei perto da porta eu pude ouvir uma melodia leve sendo jogada pelo piano, resolvi entrar e dei de cara com Rachel de olhos fechados, tocando suavemente as teclas do piano. Andei em silencio até a outra ponta do piano e me deixei admirar sua beleza por uns segundos. Seu rosto era tão perfeito pra mim, que não pude conter um suspiro, o que não passou despercebido por ela que abriu os olhos na mesma hora, e me olhou com surpresa.

– Quinn? O que você faz aqui há essa hora? Quero dizer vo-você nunca chega à escola há essa hora, então eu... – eu a interrompi antes que ela se atrapalhasse mais, mesmo que isso fosse adorável.

–Eu vim falar com você, e eu sabia que você chegava cedo. – dei de ombro, ela acenou com a cabeça.

– O que você quer falar? – perguntou enquanto arrumava algumas partituras que estavam em cima do piano.

– Mais alguma noticia sobre seu casamento? – tentei parecer casual. Ela levantou a cabeça pra me olhar.

– Por que você quer saber? – pediu de uma forma um pouco irritada.

– Porque esse é o meu dever como madrinha de casamento. Se você ainda me quiser como uma, claro. – dei de ombros enquanto ela me olhava em choque.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou enquanto eu andei até seu lado do piano e me sentei ao seu lado esquerdo, e não pude deixar de perceber como seu corpo tremeu um pouco com a aproximidade novamente.

– Olha, eu sei que eu fui rude em dizer que você deve terminar seu relacionamento com Finn, mas você havia me pedido um conselho e eu não poderia mentir pra você sabendo o quão sério esse assunto era. Mesmo que eu ainda ache que Finn Hudson nunca será capaz de dar a você o que realmente merece, e que com ele você nunca chegara aonde quer com sua carreira, eu aceito as decisões que você tomar e serei sua madrinha de casamento assim como você deseja. – segurei em sua mão que estava em cima do piano, e não pude deixar de sentir um choque percorrer meu corpo, mas era um choque bom que fez acender tudo o que eu tinha por dentro, eu me perguntava se ela também sentiu isso. – Eu vou estar lá por você no dia mais importante da sua vida, como sua amiga. – forcei um sorriso e pensei ter visto um brilho de decepção em seus olhos, mas logo se foram.

– Obrigada. – ela sorriu. – Você é muito importante para mim também, Quinn. – olhou em meus olhos.

– Mas eu realmente preciso saber... por que você aceitou o pedido? – olhei pra baixo sem ser capaz de encarar seu olhar e tirei minha mão de cima da sua.

– Como eu já disse a você, ele é o cara certo para mim, eu realmente o amo. – ouvir suas palavras fez meu coração doer amargamente.

– Você ao menos levou em consideração tudo que eu disse?

– Sim, eu pensei o suficiente e vi que, Finn é realmente meu futuro. – eu não agüentava ouvir aquilo.

– Mas não é Rachel, eu gostaria de poder mostrá-la isso de alguma forma. – suspirei enquanto a encarava novamente. – Eu ainda não me conformo que você irá cometer esse erro e que eu vou ter que assistir isso sem poder fazer nada.

– Isso não é um erro Quinn. É uma prova de amor. E não há nada que se possa fazer. – me olhou séria, e determinada, mas sua determinação parecia ser dita mais para ela do que para mim, como se ela tivesse tentando se convencer.

– Quando vamos atrás dos vestidos? – tentei mudar de assunto com um sorriso fraco.

– Iremos em breve. Eu irei lhe comunicar antes, eu estava pensando em... – eu deixei de prestar atenção nas coisas que ela disse sobre os detalhes do casamento, eu realmente não queria me preocupar com isso. O tempo passou rápido graças a Deus, e logo ela estava arrumando suas partituras e se preparando para sair da sala quando eu lhe segurei o pulso.

– Rachel, você realmente tem certeza disso? – indaguei em meio a um sussurro enquanto ela me olhava intensamente, eu devolvi o olhar tentando demonstrar meus sentimentos nele.

– Sim, eu vou me casar com Finn Hudson. – disse depois de uns segundos me encarando. Eu soltei minha mão de seu pulso em sinal de rendição e fiquei em silencio enquanto ela me dava um ultimo olhar e saia da sala de cabeça baixa me deixando sozinha, enquanto uma lágrima de derrota caia por minha face.

{...}

Eu estava me preparando para sair da sala do coral, uma vez que a aula havia acabado, quando sido uma mão em meu ombro, era Kurt.

– Você está pronta? – hoje era o dia da procura dos vestidos, eu não entendi bem quando Rachel do nada apareceu anunciando que seu casamento seria no fim de semana, eu tentei fazê-la mudar de idéia mais isso não adiantou de nada, e a minha única solução foi tentar aceitar os fatos.

– Sim, onde ela está?

– Ela foi com Finn para casa e vai de lá junto com Carole. – fez sinal para que eu o seguisse.

Fomos em seu carro em silencio enquanto ele nos levava para o centro de Lima, embora a cidade não tivesse realmente muitas opções de lojas, eu tinha certeza de que ali iríamos encontrar algo bom. Depois de vinte minutos de puro silencio chegamos em frente a uma loja na qual ele estacionou, saímos e nos encaminhamos para dentro, olhei para todos os lados e não vi nenhum sinal de Rachel.

– Ela ainda não chegou. – disse logicamente percebendo minha busca. – Logo ela chegará aqui.

– Okay. – acenei. – Que tal irmos da uma olhada nos vestidos enquanto elas não chegam? – sugeri.

– Eu pensei que talvez pudéssemos conversar... – disse com um receio na voz.

– Sobre o que exatamente?­– pelo que eu me lembrava eu e Kurt Hummel nunca tivemos assuntos em comum.

– Sobre você, Rachel e esse casamento. – eu o olhei espantada. – Sim, eu sei de tudo. Mas eu não acho que esse seja o lugar adequado para se ter uma conversa, vamos nos sentar ali na sala de espera enquanto elas não chegam e aproveitando que não há ninguém por perto, podemos conversar melhor. – disse indo se sentar em um dos sofás enquanto eu o seguia no piloto automático.

– O que você sabe sobre eu e Rachel? – respirei fundo e tentei manter a calma, afinal ele era o “irmão” do noivo.

– Tudo praticamente. Eu percebi sua reação e seu rosto ferido quando ela anunciou seu casamento na frente de todos naquele dia. E eu sei que era errado, mas eu não pude deixar de ficar pra ouvir o que vocês conversavam naquele dia em que você me pediu licença para falar a sós com Rachel, ou de como ela anda estranha e você também e que parece que só está aqui porque não tem nenhuma saída. – eu apenas o olhei.

– Eu não quero está aqui. – conformei. – E eu acho um erro o que ela está fazendo em jogar o seu futuro brilhante fora. Sem falar que eles ainda não são maduros o suficiente.

– Não é só disso que eu falo. Olha, eu sei que sou muito próximo de Finn, mas assim como você eu também não sou a favor disso. Eles são tão jovens e estão jogando seus futuros fora. – eu concordei com um aceno. – E eu sei que você a ama. – eu abri a boca para contestar, mas ele levantou uma mão me cortando. – Não adianta negar Quinn, isso é tão evidente que não há nada que você possa dizer contra isso ou me fazer mudar de idéia. – eu fiquei sem palavras.

– Kurt, por favor, nã... – fui cortada.

– Eu não seria louco de contar isso a Finn ou a qualquer outra pessoa, se você ainda não contou para o mundo sobre seu amor por Rachel deve haver um motivo para isso, eu respeito.

– Obrigada. – agradeci sem jeito.

– O que você está esperando? – perguntou.

– Desculpe? – eu realmente não entendia o que ele estava falando.

– Por que você ainda não impediu que essa idiotice aconteça? – disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Eu não posso Kurt. Não a nada que eu possa fazer mais, ela está decidida e é ele que ela ama. – a dor em minha voz era quase palpável.

– O casamento ainda não aconteceu então você ainda tem chance de fazer alguma coisa sim. – rebateu.

– Ela o ama. – dei de ombros em derrota.

– Ela pode o amar como ela diz, mas ela também te ama, com certeza. – ouvir isso me fez congelar.

– Como você tem certeza? - pedi com a voz trêmula.

– Por favor, Quinn, por que você acha que foi a primeira pessoa que ela procurou? Ela se importa demais com sua opinião. Talvez assim como você ela tenha medo de admitir ou não ter certeza sobre os seus sentimentos e por isso resolveu dar inicio a essa loucura de casamento. – eu absorvia cada palavra.

– Kurt eu não quero criar esperanças. – eu balancei a cabeça.

– E se você não fizer nada para impedir isso, no futuro vai olhar pra trás e pensar, “e se eu tivesse impedido aquele casamento ela estaria comigo hoje?” ou “e se eu tivesse dado fim aquela loucura como nós estaríamos hoje?”. Você quer passar o resto da sua vida se perguntando “e se”? – ele perguntou. As palavras dele eram tão carregadas de verdade.

– E se ela me recusar e se afastar de mim? - indaguei em forma de sussurro. Eu o vi levantar o rosto e acenar para alguém atrás de mim, eu virei e vi Carole e ela do lado de fora da loja se encaminhando ao nosso encontro.

– Você nunca saberá se não tentar, é melhor o beneficio da certeza do que a tortura da dúvida. – disse em meu ouvido se levantando para ir ao encontro delas, mas eu segurei seu pulso e o fiz olhar pra mim.

– Você tem certeza disso tudo? – pedi por uma ultima vez.

– Ela te ama, Quinn. – disse sorrindo com gentileza e eu soltei seu pulso, ele se virou e andou alguns passos até que parou e se virou. – E eu acho que vocês formariam um lindo casal! – eu tive que sorrir para ele. Ele se virou e foi ao encontro de Rachel e Carole na entrada da loja.

Depois de alguns segundos eles vieram ao meu encontro assim que me levantei do sofá, Carole me cumprimentou com um abraço e um sorriso, e Rachel me deu abraço desajeitado que me deixou tonta.

– Vocês estão aqui há muito tempo? – me perguntou.

– Não muito, mas nós conversamos o que ajudou há passar o tempo. – dei de ombros.

– Talvez devêssemos dar uma olhada em volta. – sugeriu Carole, acenamos.

{...}

Eu estava sentada em uma poltrona na sala de espera dentro da área dos provadores, esperando Rachel se vestir, eu não queria estar aqui tendo que vê-la vestida isso era trabalho de Kurt, que simplesmente me deixou aqui só com ela com a desculpa de que iria procurar o vestido perfeito para Carole. Já fazia vinte minutos que ela havia entrado no provador, então eu levantei para ver se ela precisava de alguma ajuda.

– Rachel, está tudo bem com você ai dentro? – perguntei com preocupação.

– Sim, me dê mais um minuto e logo estarei saindo. – disse do outro lado.

Dei de ombros e resolvi andar ao redor já que não agüentava mais ficar sentada, depois de alguns instantes eu ouvi o som de alguém tossindo chamando minha atenção e me virei para dar de cara com uma das coisas mais lindas da minha vida. Ela estava vestida com um vestido simples, branco que ia até seus pés e tinha uma calda não muito longa atrás, ele não era tomara que caia, e abraçou seu corpo perfeitamente e eu só conseguia admirar. Eu não me importava se eu a olhava como uma idiota no momento, ela estava tão linda.

– Uou! – foi a única coisa que saiu da minha boca.

– Você gostou? – perguntou me olhando em duvida e depois de desceu o olhar para seu vestido conferindo mais uma vez.

– Se eu gostei? Eu amei! Você a coisa mais perfeita que eu já vi na minha vida. – sorri amorosamente para ela, sorriso no qual ela devolveu enquanto as bochechas coravam.

– Obrigada! – disse indo em direção a um espelho enorme que ficava em na parede do meio.

Vê-la vestida naquela roupa foi praticamente impossível não imaginar como seria se fosse eu que estivesse no lugar de Finn, se fosse para mim que ela estivesse caminhando tão lindamente, se fosse comigo que ela estivesse selando um contrato para a vida toda. E fechei meus olhos com força tentando evitar o pensamento de que eu iria perdê-la.

– Há algo de errado? – perguntou inclinando a cabeça para o lado, em dúvida.

Você nunca saberá se não tentar, é melhor o beneficio da certeza do que a tortura da dúvida.” As palavras de Kurt ecoavam em minha mente. Sem pensar duas vezes respondi.

– Sim. – ela esperou. – Isso tudo. Você não pode fazer isso.

– Eu pensei que nós já tínhamos conversado sob... – eu a interrompi.

– Sim nós conversamos e eu tive que aceitar isso mesmo que eu não me conforme. Mas agora, exatamente aqui vendo você neste vestido e estando absolutamente linda eu não posso aceitar que é Finn Hudson quem vai lhe esperar no altar. – eu comecei a me movimentar.

– Você dev... – eu a cortei novamente.

– Me deixe falar, okay? Antes eu não consiga falar tudo. Você não entende que ele não te merece? Você demais pra ele Rachel! – joguei meus braços no ar. – Você precisa de alguém que possa lhe oferece todo o suporte de uma vida, e alguém que realmente saiba o que é amor e que saiba realmente te amar.

– Finn me ama. – disse apressadamente.

– Não, ele não sabe e se soubesse colocaria seus planos em primeiro lugar e esperaria ao menos você terminar a universidade para pensar em te propor algo sério. – ela me olhou cética.

– Eu não entendo todo esse seu ódio por Finn. Por que você o odeia? – indagou com a voz pura de curiosidade.

– Eu não acho que posso gostar da pessoa que está tentando me tirar àquilo que eu mais amo em minha vida. – ela me olhou com os olhos arregalados.

– O que vo-você disse? – sua voz era vacilante.

Eu me aproximei dela com cautela até que estávamos a centímetros de distancia. Abaixei minha face para olhar diretamente em seus olhos enquanto falava.

–Eu te amo, Rachel. Mais do você pensa, e jamais imaginou. Eu sempre te amei, e eu não suporto a idéia de que vou te perder para ele. Eu passei esses três anos escondendo isso, mas agora que eu sei que posso perde você eu não quero mais guardar só isso pra mim mesmo não sabendo da sua reação. Você não pode se casar com Finn, você merece um alguém maduro, estável, que realmente te ame e que irá lhe apoiar não importa o que, e eu estou falando de mim Rachel. E eu entendo se você não me quiser depois de todas as nossas brigas, e saiba que eu só agi daquela forma porque eu já te amava, mas tinha medo do que outros iriam pensar. Mas agora não existem os outros, quando eu sei que posso te perder. – eu podia sentir lágrimas criando o caminho por minha face, mas eu não me importava.

– Quinn, eu... – eu pus meu dedo indicador em seus lábios em sinal silêncio.

– Não... fala nada.

Eu diminuo a distancia entre nossos corpos segurando seu rosto em minhas mãos e olhando para seus olhos como se pudesse ler sua alma. Eu posso sentir seu hálito e sua respiração acelerada bater em meu rosto à medida que aproximo nossos rostos e isso me deixava tonta. Recusando-me a perder mais um segundo eu uno meus lábios aos seus, essa é sem duvida era a melhor sensação da minha vida, uma corrente elétrica atravessou em meu corpo inteiro ao pressionar seus lábios aos meus. Feliz por ela não ter me empurrado ainda, eu movo meus lábios contra os seus, e sinto todo meu interior explodir quando a sinto mover seus lábios contra os meus e suas mãos irem até minha cintura descansando lá. Foi um beijo inocente e cheio de sentimentos que estavam dentro nós por todo esse tempo. Quando o ar começou a faltar nos afastamos, mas ela encostou sua testa contra a minha de olhos fechados, como estivesse refletindo sobre isso. Eu olhei bem pro seu rosto.

– Você não sabe há quanto tempo eu queria fazer isso. – confessei baixinho.

–Acho que sei. – respondeu no mesmo tom, me deixando surpresa.

– Eu te amo. – ela me olhou nos olhos. – E eu sei que você me ama, não negue. Você não pode fazer mais isso. Não deixe que isso incrível entre nós que acabou de nascer realmente morra agora. Não se case, por favor, fuja comigo, eu prometo que não vou lhe deixar. Podemos ir para onde você quiser eu não me importo, apenas desista disso e fique comigo. Eu não posso perder você Rachel... – eu fui silenciada por seus lábios se chocando contras os meus novamente em outro beijo que tirou meus sentidos, alguns segundos depois ela se afastou e suas mãos caíram da minha cintura em seus lados como ela tirou o rosto das minhas mãos.

– Me desculpe. – ela começou. – Eu não posso fazer isso com ele, Quinn.

– E eu? – perguntei.

– Eu não sei. Eu também o amo e seria errado abandonar tudo e fugir, eu não estaria sendo madura em fazer isso e alem do mais eu não ajo assim. Eu sinto muito. – me olhou com pesar. Novas lágrimas assumiam o caminho da minha face. Ela estava me rejeitando?

– Não, Rachel! Pense bem, é sobre nós e todo esse amor que sentimos, não pode simplesmente virar as costas a isso. Por favor! – eu sabia que era ridículo implorar, mas isso tudo era sobre Rachel Berry, não sobre qualquer pessoa.

– Por favor, Quinn, não complique as coisas... – a cortei.

– Sendo assim, eu sinto muito mas eu não posso ir ao seu casamento, isso será torturante demais para mim, então eu acho que você terá que chamar Tina pois eu não posso ver você cometer um erro tão grande como esse. Eu sinto muito. – disse me virando e indo em direção a saída da área dos provadores.

– Espere, para onde você vai? – perguntou nervosamente, eu parei e me virei para olhar em seu rosto que agora tinha lágrimas em sua face.

– Para fora do seu caminho. Eu vou deixar você ser feliz sem interrupções minhas novamente.

– Mas eu você disse que estaria lá no momento mais importante da minha vida. – lembrou.

– Sim, como sua amiga. Mas eu não posso ser apenas isso para você Rachel. Eu não agüentaria ver você entregando seu futuro à outra pessoa. – ela olhou para o chão. – Você realmente quer isso, Rachel? – ela não me respondeu, apenas abaixou a cabeça.

Eu me virei e fui caminho da saída ainda a tempo de lançar um olhar derrotado a Kurt que arregalou os olhos provavelmente ao ver meu estado, rosto e olhos vermelhos, lagrimas por toda a face. Pela maneira que ele me olhou, eu creio que ele já sabia o que poderia ter acontecido.

{...}

Havia chegado o dia do casamento e eu ainda não tive coragem de sair de casa. Eu havia evitado a escola e todos dela durante toda a semana. Eu não tinha coragem para olhar no rosto de Rachel depois de ser rejeitada por ela. Embora eu tenha sido a única a confessar meu amor, eu sinto pela forma que ela me beijou que esse amor é recíproco.

Eu ainda tinha esperanças em nós mesmo quando eu via que aquilo era um jogo perdido. Eu estava tão desesperada que seria capaz de interromper a cerimônia, jogá-la em meus ombros e fugir com ela para o lugar mais longe do mundo. Embora eu não fosse o tipo de garota que interrompe rudemente um casamento.

Eu havia conversado com minha mãe e arrumado a desculpa de que iria para New Haven no fim de semana apenas para me familiarizar com a área e ela concordou, o único problema é que eu iria e não tinha a menor idéia de voltar. Eu não fazia idéia de como iria conseguir fazer isso, mas eu não poderia voltar, seria demais voltar e dar de cara com o Sr. e Sra. Hudson. Eu já havia feito minha mala e posto no carro, sim eu iria de carro, eu queria ter tempo para pensar e ficar só. Resolvi sair de casa no começo da tarde. Eu me despedi da minha mãe com um abraço e uma promessa de que ligaria a cada 4 horas para dar sinal de vida.

Eu não fazia idéia de como iria sobreviver em New Haven, mas eu já tinha algumas economias guardas o suficiente até arrumar outro jeito de sobreviver. Eu não iria me despedir das pessoas do clube, eu odiava despedida. Embora eu fosse sentir muita falta, e Santana provavelmente não me perdoaria. Porém havia uma pessoa na qual eu realmente precisava me despedir. Eu dirigi até o caminho que eu aprendi durantes esses meses, e me fui em direção ao edifício de 10 andares e subi até o oitavo andar. Depois de alguns segundos que toquei a campainha fui atendida por uma mulher que não eu nunca vi antes, ela olhou pra mim paciente esperando eu dizer algo.

– Shelby Corcoran mora aqui? – perguntei em duvida, eu não poderia ter errado o endereço, podia?

– Sim. – sorriu simpaticamente ou notar minha confusão. – Eu sou babá e fui contrata por ela para fica com sua filha, pois ela tem um casamento para ir hoje. – senti um nó na garganta ao ouvir sobre o casamento. – Desculpe a pergunta, mas o que você deseja é realmente com a Srt. Corcoran? Pois ela só chegará ao fim da noite.

– Não. Na verdade eu vim para ver sua filha, Beth. – minha filha, Beth.

– Oh, claro. Qual seu nome? – pediu me olhando de cima a baixo, como se tentasse achar algum sinal de que eu fosse perigosa.

– Quinn Fabray, eu sou estudante da escola que ela trabalha. Eu também conheço Beth desde que ela nasceu, e só estou aqui para me despedir, eu vou embora e não queria ir sem dar um adeus antes. – sorri angelicalmente.

– Tudo bem, entre, por favor. – fez sinal para que eu entrasse e assim o fiz. Olhei ao redor e não vi sinal nenhum de Beth. – Ela acabou de dormir, porém.

– Eu poderia apenas vê-la e dar um beijo? – pedi timidamente.

– Fique a vontade, ela está no quarto, sabe onde fica? – respondeu educadamente.

– Sim, já vim aqui antes. – respondi com um sorriso acenando e indo direção ao quarto dela.

Abri a porta cuidadosamente, a luz era fraca e vinha de um abajur que se encontrava ao lado do berço onde ela se encontrava dormindo de costas. Eu entrei e deixei a porta encostada e me passos cautelosos cheguei ao lado do berço. Ela estava tão serena dormindo, e com um sorriso brincando no canto de seus lábios, ela era perfeita, a minha coisa perfeita. Eu senti meus olhos marejarem e tratei de me concentrar em não deixar lagrimas caírem. Eu não sabia quando seria a próxima vez em que eu a veria. Eu não poderia ir embora sem me despedir dela, eu me arrependia de ter dado ela para adoção, mas fiquei aliviada em saber que ela ficou com alguém como Shelby. Eu toquei sua bochecha levemente e vi ela se inclinar em meu toque, o que me fez sorrir como boba, e uma lágrima escapou por minha face. Eu sentia uma pontada no peito ao saber que eu iria me afastar dela também. Embora não tivéssemos o melhor relacionamento mãe e filha, ainda assim ela era minha filha, eu a amava com todas as fibras do meu ser. Eu me inclinei no berço, e deixei um leve beijo no topo de sua cabeça, ela não se mexeu, eu estudei atenciosamente todas as características dela, querendo guardar em algum lugar da minha mente. Ela se parecia tanto comigo embora tivesse traços de Puck. Eu a olhei mais uma vez antes de me virar e ir em direção a porta, antes de fechar a porta novamente dei uma ultima olhada ao berço e saí .

– Você já vai? – perguntou a babá assim que me viu chegar à sala.

– Sim, eu só vim dar um adeus, não posso perder tempo vou pegar a estrada. – sorri enquanto ia até a porta com ela atrás de mim. – Obrigada por ter me deixado ver Beth.

– Sem problemas, você me parece uma boa menina. – sorriu de volta.

– Você poderia avisar a Shelby que eu estive por aqui, por favor? – perguntei já do lado de fora do apartamento. Ela acenou.

– Boa Viagem. – a ouvi dizer assim que entrei no elevador.

Saí do edifício e fui em direção ao meu carro que se encontrava do outro lado da rua, mas antes que eu pudesse atravessar senti meu celular vibrar em meu bolso, era uma mensagem.

Por favor, me dê algum sinal de que ainda está viva. xoxo Santana

Eu ri de sua mensagem, já fazia um bom tempo em que eu e Santana não conversamos direito, e eu tinha certeza que ela me mataria se tivesse chance após saber o que eu ia fazer, principalmente por não me despedir dela antes. Eu me lembrei da ultima conversa real que tive com Santana, foi sobre a quando recebemos a noticias do casamento.

Vários flashbacks aparecessem em minha mente, todos relacionados a ela, eu ainda podia sentir a textura dos seus lábios contra os meus e suas mãos em minha cintura. Ou o jeito que ela me olhava como quando eu confessei meu amor por ela. Eu atravessei a rua e fui direto para meu carro, eu precisava pegar a estrada antes que escurecesse.

“- Não Quinn, você tem chance até que o juiz diga: fale agora, ou cale-se para sempre. Você precisa fazer alguma coisa. – disse.”

Essa frase invadiu minha mente e inconscientemente eu desviei meu caminho para fora de Lima e me dirigi ao centro da cidade aonde dentro de instantes o amor iria se casar.

{...}

Eu estacionei as pressas na parte de trás do salão onde o casamento seria realizado, quanto menos testemunhas melhor, ao redor do local já podia se ver uma certa quantidade carros, olhei em meu relógio e vi que eu tinha tempo o suficiente antes do casamento. Eu conhecia aquele salão, mês pai já haviam dado festas lá, então eu sabia que havia uma porta na parte de trás só para funcionários que dava acesso ao local onde as coisas eram organizadas, eu sabia que ela estaria aqui se preparando. A porta de acesso estava aberta o que foi um alivio para mim.

Pessoas andavam por todos os lados assim que entrei me dirigi a um corredor cheio de portas, ela tinha que estar em uma delas e eu iria achar nem que para isso eu tivesse que abrir cada uma delas, mas antes que eu pudesse me mexer, sinto uma mão em meu ombro.

– O que você está fazendo aqui? – era Kurt.

– Eu vim vê-la.

– Nós não vimos você a semana toda, ficamos com medo que algo tivesse lhe acontecido. Dá ultima vez que te vi você não parecia bem. Você está bem? – disparou.

– Sim, onde ela está? – fui direta.

– O que? Quinn, você tem certeza de qu...- eu o cortei.

– Kurt, eu preciso falar com ela. – pediu desesperadamente. – Por favor! – ele me olhou por uns segundos e suspirou.

– Vamos, mas dessa vez, por favor, faça a coisa certa. – respondeu me guiando com a mão em minhas costas, nós chegamos a frente a uma porta marrom no meio do corredor. – Ela está aqui, não se preocupe eu não vou deixar ninguém entrar, mas se apresse. – disse me indicando a entrar, eu me virei e o abracei o que deixou ele surpreso.

– Obrigada, muito obrigada! – sorri uma ultima vez, antes de abrir a porta com cautela e olhar ao redor a procura dela, mas não a vi primeiramente, eu entrei e fechei a porta atrás de mim, a trancando por garantia.

Olhei ao redor do espaço e não havia nenhum sinal dela, era uma sala espaçosa, e tinha um enorme espelho no meio, havia uma porta fechada que eu supus ser o banheiro, resolvi me sentar em uma poltrona que tinha no canto perto da janela para esperar por ela dar sinal de vida na sala. Depois do que pareciam séculos, mas foram apenas minutos, a porta do banheiro é aberta e uma figura baixa vestida de branco sai de cabeça baixa, limpado os olhos e indo em direção ao espelho, ela estava chorando.

– Eu espero que essas lágrimas sejam de felicidade por ter chegado à conclusão de que vai desistir desse casamento e vai fugir comigo. – disse tentando descontrair o clima. Ela se virou e olhou para mim em choque, com certeza não esperava me ver ali.

– Quinn? O que está fazendo aqui? – indagou dando um passo em minha direção.

– Vim te buscar para sairmos daqui o mais rápido possível. – levantei da poltrona e fui a sua direção.

– Não brinque com isso.

– Eu não estou! Eu não posso deixar você fazer isso.

– Eu não posso Quinn. Todos estão me esperando lá fora, eu sinto muito. – se desculpou.

– Por que estava chorando? – mudei de assunto.

– Eu não estava chorando. – mentiu.

– Sim, você estava. Seus olhos estão vermelhos. – apontei.

– Por que está aqui? Eu pensei que você...

– Não estaria ao redor para ver você acabar com a sua vida se casando com Finn Hudson? – eu disse nervosa. – Mesmo você se recuse a me amar, eu não posso deixar você faz isso.

– Eu não me recuso Quinn. – defendeu e eu fiquei surpresa.

– Então o que está esperando? – ela me deu as costas e se virou para o espelho se olhando de cima a baixo. Fui até, fiquei atrás dela no espelho, e coloquei minhas mãos em sua cintura. Ela pôs as mãos por cima da minha. –Você está linda! – encostei meu queixo em seu ombro. – Eu poderia me casar com você um dia, se você quisesse, eu quero. – confessei sorrindo.

– Sério? – havia uma insegurança em sua voz.

– Claro, nós poderíamos pegar meu carro e dirigir até o Canadá se você quiser. – ela sorriu. – Ele está lá fora. – brinquei ganhando um sorriso dela.

– Muito cavalheirismo de sua parte isso, Senhorita Fabray. – me olhou através do espelho.

– Rachel Fabray-Berry. – sussurrei em seu ouvido e a senti tremer. – Você gosta de como seu nome soa junto com o meu? – ela balançou a cabeça fazendo um sim. – Eu consigo ver nós duas no futuro, juntas. Você vai virar uma das melhores cantoras que esse mundo já viu e a Broadway irá ficar lotada a cada apresentação sua, você ficar tão famosa que enquanto você passeia por Nova Iorque as pessoas te param para pedir autógrafos e fotos, embora eu morra de ciúmes eu as tiro de bom grado. E você está tão feliz! – suspirei e vi que uma lágrima caia por seu rosto. – Ei, não chore. – ela se virou para mim, me encarando.

– Eu te amo. – disse antes de agarrar meu rosto entre as mãos e me puxar para um beijo cheio de necessidades. Seus lábios se moviam com determinação contra os meus e a segurei mais forte pela cintura. Eu chupei seu lábio inferior e a senti suspirar, pedi passagem com minha língua em sua boca e ela logo concedeu. Assim que nossas línguas se tocaram pela primeira vez, ambas gememos baixinho, e travamos uma batalha onde nenhuma sairia vencedora, seu gosto foi a melhor coisa que eu já havia provado e meu coração estava explodindo em meu peito. Nossas línguas e bocas entraram em uma sincronia perfeita, mas o ar estava ficando escasso então nos separamos com simples beijos.

– Isso é um sim? – perguntei.

– Sobre o que? – ela me olhou confusa.

– Sobre ir fugir comigo. – respondi como se fosse a coisa óbvia do mundo.

– Eu não posso Quinn. – respondeu séria.

– Sim você pode, mas tem medo. E não precisa ter medo, eu vou estar com você. Por favor, Rachel vamos. Não diga sim, naquele altar. Meu carro está estacionado na parte de trás e podemos sair sem que a maioria das pessoas nos veja...

– Não podemos Quinn. – ela me interrompeu e se afastou de mim. – Nós poderíamos ter dado certo se tudo tivesse começado certo. Aceite o que destino criou. Talvez nós tivéssemos dado certo em outra vida, mas não nessa. – eu não conseguia acreditar que ela estava me dizendo isso.

– Não diga isso. – tentei segurar as malditas lágrimas que queriam sair. – Pela ultima vez, pare de ser estúpida e aceite o fato de eu sou o melhor para você. Não tenha medo. Não me machuque mais, por favor.

– Desculpe, não era a minha intenção. – disse vindo em minha direção e me abraçando.

– Minhas malas já estão no carro. – ela afastou um pouco para me olhar. – Eu não ia vim aqui realmente, eu ia aceitar sua vontade e deixar você cometer essa loucura. Eu estou indo para New Haven, e não vou voltar. Essa provavelmente vai ser a ultima vez que você me vê. – eu vi um misto de surpresa, dor, medo, angustia passar em seus olhos que tinha lágrimas transbordando agora.

– Não! – disse ela me abraçando com força.

– Venha comigo. – sussurrei em seus cabelos. – Eu estarei lhe esperando na porta dos fundos. Apenas largue tudo e corra ao meu encontro. Você precisa me ouvir. – nos separamos abruptamente quando ouvimos um barulho de um punho na porta.

Quinn, você tem que sair. Temos que arrumá-la. – era Kurt. – Ou então vão logo e fujam.

– Já estou saindo. – avisei. – Você vem?

– Quinn, eu... – suas palavras morreram.

Eu a puxei em minha direção novamente juntos nos lábios e corpos pela ultima vez. Eu a beijei com todos os meu sentimentos por ela, era um beijo desesperado com saudade, talvez por ser o ultimo, eu não sei. Ela me puxava com força em direção a ela, e eu a segurava firme. Tivemos que nos separar após haver outra batida na porta.

Isso é sério, garotas. Abram isso! – a voz de Kurt estava exaltada.

– Sua chance, vamos? – estendi a mão para ela que ela não pegou. Eu caminhei até ela e segurei seu rosto entre as mãos. – Eu estarei lá fora em algum lugar esperando você crie coragem durante a cerimônia, mas se apresse, eu não poderei fazer mais nada depois. – dei um ultimo beijo de leve em seus lábios e em sua testa e me virei para sair.

– Eu amo você. – ela disse me fazendo parar.

– Eu te amo mais do que pensa. – respondi sem olhar pra trás e fui até a porta a destrancando e dando de cara com um Kurt nervoso.

– O que aconteceu? – perguntou segurando meu braço.

– Eu vou indo. – disse simplesmente.

– O que? E Rachel não vai com você? – confusão era a única palavra que definia ele no momento.

– Ela não quer. – dei de ombros.

– Meu Deus! – jogou os braços pra cima.

– Quanto tempo? – ele sabia o que eu estava perguntando.

– Mais ou menos meia hora. – suspirou.

– Deixe-a linda. – sorri me virando e indo em direção ao salão principal.

A primeira coisa que eu vi assim que entrei foi a turma do coral, eles estavam rindo e conversando animadamente. Olhei ao redor e tudo foi muito bem decorado, com certeza isso tinha um dedo de Kurt. Havia fileiras de cadeiras dos dois lados de uma passarela e mais na frente um altar improvisado havia também flores enfeitando o ambiente. Tudo parecia perfeito. No canto do altar estavam Burt, Carole e Finn, ele parecia tão nervoso que o fazia mais idiota que de costume. Sai dos meus devaneios quando vi pelo canto do olho alguém caminhar em minha direção, era Santana.

– Q, o que está fazendo aqui? – eu a interrompi.

– Shii, eu não quero que saibam que estou aqui. – a puxei para um canto mais afastado do salão.

– O que está fazendo aqui? – repetiu.

– Eu falei com ela. Ela se recusa a me dar ouvidos. – suspirei.

– Eu não esperava te ver aqui. – confessou. – O que você pretende fazer?

– Eu não sei.

– Será que você ainda tem tempo?

– Tenho chance até que o juiz diga: fale agora, ou cale-se para sempre. – repeti suas palavras, ela sorriu.

– Se nada der certo, conte comigo e Brittany para o que você precisar. – disse me abraçando.

– Eu sempre vou. – sussurrei no abraço.

– Eu tenho que me juntar a todos lá na frente, você vem? – perguntou se afastando.

– Não. Ficarei por aqui. – sorri enquanto ela fazia o caminho de volta às pessoas.

{...}

O som da marcha nupcial me fez acordar dos meus devaneios, as pessoas que estavam sentadas se levantaram para receber a noiva e todas as cabeças se viraram para a entrada, aonde ela vinha sozinha, segurando um enorme buquê de rosas brancas. Ela caminhava graciosamente ao altar, eu daria minha vida para ser Finn Hudson naquele momento. A dor no meu peito crescia mais a cada passo que ela dava. Finn parecia um bebê que iria chorar a qualquer momento, isso me dava náuseas. Assim que ela chegou até lá, ele a deu um beijo na cabeça e eles se viraram em direção ao juiz.

Eu não conseguia prestar atenção em nada ao meu redor, tudo parecia não fazer sentindo. O meu interior estava tomado de medo e pavor, eu não sabia o que faria se Rachel aceitasse. Eu esperava a cada momento por um movimento dela em sinal de desistência, mas não veio, ela nunca olhou pra trás. Eu esperava que ela tivesse me dado ouvidos. Eu via que o tempo estava acabando. Fui acordada do meu desespero quando ouvi a voz do juiz.

– Se existe alguém que contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre. – todos ficaram em silencio na igreja. Essa era minha chance.

Eu levantei a mão em silencio, enquanto todo meu corpo treme. O juiz me enxerga de onde ele se encontra, e com isso todos os olhos do salão se viram para mim, mas os únicos que eu encaro são os dela que tem um misto de alívio, amor, insegurança.

– Quinn? – ouvi a voz de Finn confusa.

– Rachel. Você não pode... você não pode fazer isso. Por favor. – e agora todos fazem sons surpresos e aterrorizados. Eu olho bem em seus olhos e tendo passar toda a segurança do mundo. Ela desvia seu olhar de mim para Finn.

– Me desculpe, eu não posso. – diz olhando para ele que parece não estar entendo nada. – Eu não deveria estar aqui. – todos, inclusive eu, a olhavam assustados. – Eu te amo, mas não se compara ao meu amor por Quinn. – meu peito ia explodir de felicidade a qualquer momento. – Sinto muito. – ela largou o buquê na mão Kurt, segurou a saia do vestido e correu em minha direção jogando os braços ao meu redor. Eu a abracei com força.

– Eu te amo! – sorri em meio às lágrimas.

– Me tire daqui. – pediu em forma de apelo.

Sem pensar duas vezes a puxei pela mão e saímos correndo do salão em direção ao meu carro que se encontrava na parte de trás. Eu não ligava que todos nos olhavam como se fossemos duas loucas afinal, ela estava comigo e era isso que eu mais queria. Antes que ela pudesse entrar no carro, eu a puxei em minha direção.

–Você é louca! – eu ri sem acreditar que ela tinha fugido comigo.

– Você me faz louca! – riu também.

– Você não vai se arrepender, eu prometo. – me aproximei do seu rosto.

– Eu acredito em você. – respondeu unindo nossos lábios em um beijo que verdadeiramente selava o amor, o começo de um grande amor. Ele tinha varias emoções de uma vez só, esperança, felicidade, carinho, desejo, cuidado, pressa, e amor, assim de tudo amor.

Nos separamos quando o ar começou a faltar. Eu abri a porta do carro para ela e a ajudei a entrar por causa do vestido. Assim que ela entrou fui correndo para o lado do motorista. Eu olhei para ela e perguntei:

– Pronta? – ela sorriu.

– Com você? Sempre.

FIM




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Notas finais do capítulo

Gostaria de saber o que acharam da história! Desculpem qualquer erro no português.