Minha Pequena Intrusa . escrita por ElaineBDQ
Ryan dirigia o carro na pista pouco movimentada, enquanto ouvia longe a musica que tocava no som do veiculo.
_ Você está distante Ryan. O que foi?
A voz de Julia pareceu soar distante, porém ela estava ao seu lado..
_ Não é nada Julia.
_ Eu não acredito, desde o momento em que você viu a sua irmã.
_ A Samira não é minha irmã!
_ Seja lá como você definir, o fato é que você está parecendo um zumbi! O que foi?
Ryan parou o carro na entrada do prédio onde ela morava. A verdade é que ele estava se sentindo estranho durante aquela semana devido a alguns fatos e devido à presença daquela garota em sua vida alterando suas coisas habituais.
_ Acho que eu estou estressado.
_ Estranho, há minutos você estava tão feliz e agora.
Ele puxou Julia e a beijou em seus lábios de maneira exigente deixando-a sufocada e assustada.
_ Vamos parar de falar de coisas bobas e vamos pensar em nós. _ A mão de Ryan começou a subir por suas costas a acariciando com paixão e eles subiram. Na ânsia por estarem juntos foram arrancando as roupas e jogando pelo caminho fazendo uma trilha até chegar ao quarto.
Ryan queria sentir o corpo de uma mulher em seus braços, queria amar Julia, mas em sua mente não conseguia trazer o seu corpo ao presente.
As carícias e os sussurros de paixão e desejo de Julia não foram suficientes para afastar de sua mente coisas bobas que o atormentavam. Porém não foi o suficiente para levar o clima até o final.
_ Desculpa Julia.
Ele não ficou envergonhado e sim com a cabeça na lua, pois havia acontecido aquilo e jamais havia conseguido resistir ao desejo de está ao lado de Júlia. Ele sabia quem era a responsável por aquilo, possuía nome e endereço e estaria agora certamente dormindo depois de dar a ele a pior noite de sua vida.
Entrando em casa viu que tudo estava em uma tranqüilidade. Davi certamente estaria em seu quarto. Ele seguiu para o seu quarto, porém ao passar em frente ao de Samira não conteve a vontade e bateu de leve à porta, mas não obteve resposta, então assim adentrou, mas ela não estava ali.
Samira ainda não havia chegado, certamente estaria com aquele cara que a tinha visto na boate! Com a cabeça fora de eixo ele foi para seu quarto, mas parou ao ver a claridade da rua iluminar a pessoa deitada e encolhida em sua cama, diante daquela visão ele ficou estático e sem ação.
Lentamente ele se aproximou da cama e ficou olhando os traços suaves dela. O seu rosto era lindo e então seus dedos começaram a contornar aquele rosto belo afastando alguns fios que escapavam do lugar.
Samira pareceu sentir sua presença e abriu os olhos lentamente.
_ Ryan. _ Sua voz saiu como um sussurro suave devido ao sono.
_ Você não perdeu o costume de dormi em qualquer lugar não é?
Ele não tirava aos olhos do rosto dela.
_ Eu não me deitei em qualquer lugar. Deitei na sua cama porque queria sentir o seu perfume.
O olhar de Ryan se tornou pesado e assustado, mas ela o ignorou e levou as mãos ao seu rosto.
_ Eu queria tanto sentir isso..
Antes que Ryan pudesse pensar em se desviar sentiu seus lábios serem tomados pelos de Samira em um beijo suave e terno, mas que mostrava emoção e ele não soube reagir apenas correspondeu aquele beijo. Ao sentir isso Samy o abraçou com mais força querendo sentir mais naquele beijo, foi bom ter aquela sensação agradável, porém ele acordou para a realidade e a afastou de si.
_ Samira o que é isso? Você enlouqueceu?
Ele sentiu que ela havia bebido um pouco.
_ Eu não acredito que você nunca enxergou os sinais que eu te dava! _ Ela foi na direção dele outra vez,mas ele se afastou.
_ Samira você bebeu!
Na verdade ela estava um pouco tonta e não bêbada, pois nunca havia bebido em sua vida e uma garrafa foi o suficiente para ela.
Ela sacudiu a cabeça em negativa.
_ Eu olhava para você e meu coração gritava querendo dizer que eu te..
_ Samira já chega!_ Ele a tirou de cima da cama _ Eu não quero ouvir. Você enlouqueceu com isso?
_ Enlouqueci sim, mas foi quando eu te vi na boate com aquela mulher. Meu coração ficou tão triste.
Ryan não acreditava nas palavras que ouvia da boca dela.
_ Sai do meu quarto!
_ Ryan eu gosto de você eu...
_ Sai Samira!_ Ele abriu a porta e a colocou para fora do seu quarto e ainda em estado de difícil aceitação caiu sentado na cama.
Samy voltou ao seu quarto com o pouco de sanidade que restava não conseguia acreditar no que havia dito. Agora sim Ryan tinha motivos para não querê-la.
“Droga , você é uma cabeçuda mesmo!!”
Ela levou as mãos aos lábios aonde haviam sido beijados, de imediato sentiu o susto de Ryan, mas também pode sentir que ele havia desfrutado nem que fosse um minuto de seu beijo e aquilo fez surgir em seus lábios um sorriso cínico.
Ryan passou a noite se revirando na cama com a lembrança do beijo de Samira, apesar de suave e inesperado trouxe uma carga forte e muito mais do que ele imaginava ou queria. Depois de muito e em vão tentar dormir, por volta das seis horas levantou e vestiu sua roupa de exercício para caminhar.
Foi até a cozinha com a intenção de fazer um desjejum rápido e encontrou Davi que já estava acordado em frente ao computador.
_ O que foi não conseguiu dormi?_ Disse Ryan tomando café.
_ Eu estava com umas idéias. _ tirou a atenção do computador e olhou para Ryan _ E você?A noite parece que terminou cedo ontem.
Ryan puxou uma cadeira e sentou ao lado dele.
_ Nem te falo!
_ Eu ouvi ontem.Você brigou com a Samy?
Ryan rapidamente resumiu os fatos da noite anterior e emitiu alguns fatos.
_ Ela estava no meu quarto, mas o pior não foi isso. Ela me beijou e disse que gostava de mim.
_ Demorou, mas aconteceu finalmente. Eu já estava pensando que ela iria fazer isso há muito tempo. _ Davi viu o amigo encará-lo como se ele fosse um louco _ Ah não Ryan! Pode tirar essa cara, você já sabia disso e apenas não queria ver.
_ E por acaso eu tenho cara de quem vai dá vazão a sentimento de adolescente imatura?
Davi virou para Ryan e mostrou a idéia na qual estava trabalhando
_ Eu discordo de você. Já disse o que eu acho, mas você não deve tratar ela como criança tem que dizer os fatos: Que você tem uma namorada e que ama ela.
Samy escutou o finalzinho da conversa entre eles. Acostumada a acordar cedo, aos finais de semana não conseguia quebrar o ciclo. Aproveitaria para aquecer o corpo em uma caminhada na praça, afinal George tinha mandado que ela fizesse exercícios para não sentir o corpo mole. Entre a dúvida de falar ou não com Ryan ela optou por sim, afinal de contas seria bobagem ficar se escondendo dele, ainda mais porque vivia na mesma casa.
_ Oi, bom dia.
Ela recebeu um sorriso de Davi, porém foi ignorada por Ryan que se concentrava na leitura que fazia.
“Ok então era assim que ele queria?”
_ Vai sair para caminhar?_ A pergunta foi feita por Davi e ela disse que sim e então percebendo o ar tenso falou:
_ Tá ai uma pessoa para te fazer companhia durante suas caminhadas matinais de final de semana _ Davi percebeu o olhar cortante de Ryan e ignorou virando para Samira _ Aqui entre nós, um gosto único.
Samira sorriu e falou:
_ Então espera apenas eu comer alguma coisa e já volto.
Assim que ela foi para a cozinha Ryan quase matou Davi.
_ Valeu amigão!
_ De nada _ Ele puxou os papéis das mãos dele_ Ah! E para de ser criança e trata a Samira bem!
Quando Samy retornou a sala Ryan já não estava.
_ Ele acabou de sair.
Antes dela se retirar Davi disse:
_ Ah Samira coloca um pouco de juízo na cabeça daquele bobo.
Ela assentiu e saiu apressada.
Encontrou Ryan no carro. Ela abriu a porta e entrou no automóvel.
_ Não ia me esperar não é?
Ele calado continuou e ligou o rádio dando partida no carro. Samira olhou para ele não acreditando naquela atitude boba.
_ Ryan para de ser assim!_ Porém ele apenas ouvia o som da música e ignorava-a.
Samy tomada pela raiva baixou o volume do som e teve um par de olhos azuis furiosos encarando-a.
Ele parou o carro no acostamento e desceu para abrir a porta para que ela saísse.
_ Sai! Vamos sai!
Como ela não ligou Ryan a pegou pelo braço e a fez sentar no banco de traseiro.
Ryan retornou e colocou novamente o som em alto volume.
Samira lentamente sentiu uma lágrima cair e logo depois outras e aquilo virou uma seqüência até que ela virou para a rua para esconder as lágrimas que caiam de seu rosto.
O olhar de Ryan se deteve nela por alguns minutos, pois pelo espelho podia ver que ela chorava e se sentiu mal por ser o causador daquilo, mas era melhor que aquela bobagem fosse encerrada o quanto antes. Ela tentava esconder dele as lágrimas e única vontade de Ryan era ampará-la.
Ryan estacionou o carro e desceu deixando-a sozinha, mas tomando um impulso ela saiu e o seguiu e o fez parar segurando em seu braço.
_ Você não pode continuar me ignorando pelo que eu fiz ontem. _ Ele a encarou fixamente e sentiu o corpo amolecer _ Eu sei que fui um pouco impulsiva, mas não pude me conter.
_ Então isso foi um impulso?E melhor você aprender a controlar ele.
_ Ryan eu.
_ Samira você é uma adolescente e estava um pouco fora de si, então é normal ter esses pensamentos bobos ou pensar que se têm sentimentos, quando na verdade é só uma coisa passageira.
O olhar dela revelou a tristeza que sentia ao ouvir ele falar assim.
_ Eu aceito você me chamar de adolescente, mas não aceito e nunca vou aceitar você dizer que o que eu sinto é bobo! Eu gosto muito de você e isso não da pra descrever como sentimento passageiro.
Ela pretendia se apoiar em uma desculpa, no entanto ao ouvi-lo depreciar o que sentia não pode permanecer calada.
Ryan segurou o olhar nela _ Quando isso que você pensa sentir passar vai me dar razão.
Ela sorriu triste.
_ Se você não aceita o que eu sinto tudo bem, mas, por favor, não me impeça de sentir isso!
Ela começou a caminhar na frente enquanto ele vinha atrás e disse:
_ Por favor, pare de me tratar com menosprezo.
Ryan caminhou um pouco mais rápido e ficou junto a ela.
_ Desculpa, mas eu acho que fiquei em choque depois de ontem. Não esperava.
_ Pois então você é um cego os sinais estavam na sua frente.
_ Samira.
_ Desculpa! Vem vamos apostar uma caminhada.
Ela não esperou ele dizer que sim e nem que não e saiu correndo na frente queria espairecer aquela aflição que a atormentava.
Ao retornarem para casa Ryan já não era o homem que foi pela manhã e sim mais atencioso. A visita de Julia foi um impacto para ela, pois ver como Ryan se mostrava tão afetuosos era uma resposta desagradável.
Eles haviam combinado de passar o final de semana em algum lugar .
_ Amor eu vim pegar você pra irmos para Salinas.
Julia o abraçou e beijou Ryan nos lábios.
A disputa com ela era desleal mesmo, Samira não tinha como concorrer. Julia era loira deslumbrante do tipo do sonho de qualquer homem.
_ Muda a cara Samy!_ Davi falou em seu ouvido.
Ela deu um sorriso amarelo.
_ Ta bom assim?
_ Salinas?- Falou Samira.
O olha de Julia na direção de Samira demonstrava que ela havia notado o interesse dela.
_ Você não conhece Salinas?
_ Na verdade não conheço nada aqui. Cheguei faz algumas semanas.
_ Salinas é muito bonita você iria adorar _Julia virou para Ryan_ Nós podemos levar ela Você que ir Samira?
_ Que parte da conversa eu perdi?
Ryan encarou as duas com um olhar perdido.
_ Como?_ até Samira não sabia como tinha surgido aquela possibilidade, mas começou a cogitar.
_ Vamos para Salinas. Que ir?- Disse Julia.
O olha de Ryan era penetrante e ela sentiu vontade de desafiá-lo e não apena isso. Sentiu vontade de conhecer aquela cidade.
_ Por que não? Você também vai Davi?
_ Hum acho que não.
Ele a encarou com um olhar “Você é louca?!”
_ Que tal convidar seu namorado?
A proposta foi de Julia e Samira sorriu meio que presa a sua própria trapaça. Pensando bem, não tinha como ela passar o final de semana vendo o casal aos beijos e carinhos, seria tortura.
_ Ótima idéia!
Ela riu.
Assim ela seguiu para seu quarto e foi ligar para George. Davi a seguiu.
_ Você é única!
_ Não. Mas também não sei como cai nessa. Agora preciso fazer o George aceitar ir pra Salinas.
A amizade deles apesar de ainda está em base de construção já havia confiança para convidá-lo. Ela confiava que ele saberia a diferença entre um final de semana entre amigos e um entre amantes.
Ela ligou para George e fez o convite e ele aceitou dizendo que nunca havia ido até Salinas também e queria conhecer, afinal não tinha nada para fazer esse final de semana.
“Pequeno final de semana ai vamos nós!”
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