Sweet Tragedy escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 1
Unic


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu assisti aquele filme Amizade Colorida na casa da minha amiga e acabei tendo a ideia *-*
Eu sei, eu faço muita one-shot -q Eu reino nas one-shots -q
Enjoy!



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-Olá, Frank.

-Oi.

-Então... Vamos?

-Não.

-Como?

-Eu estou cansado, Gerard.

Sim, eu estava cansado.

Conheço Gerard Way faz muitos anos e, alguns meses atrás, ele terminou com o Bert, seu namorado desde então. Ele começou a reclamar que sentia falta do sexo. Me impressionei ao saber que ele não sentia falta propriamente do Bert, e sim, do sexo. Sabia que ele podia não ser a pessoa mais sensível do mundo, mas não que ele era assim. Não me importei muito com isso e falei que também tinha terminado com meu namorado recentemente. O resultado dessa conversa foi “Amigos com benefícios”: Nós fazíamos sexo três ou quatro vezes por semana e, em troca, nós permanecíamos amigos, sem relação, sem amor nenhum. Só sexo.

O problema é que, no meio de todas essas sessões, é óbvio que ele aprendeu o que eu mais gostava e eu aprendi o que ele mais gostava. Terminou que, sem querer, eu acabei me apaixonando por ele, afinal, nós acabamos nos conhecendo melhor, não só de noite, mas também com todas as conversas que nós tivemos apenas como amigos.

Isso já está virando uma coisa além do sexo, pelo menos para mim.

Eu manti esse sentimento em segredo estes últimos meses. Porém, chegou uma hora que eu não suportava mais ficar calado, não suportava mais a vontade que eu tinha de dizer “Eu te amo”, simplesmente não sabia se conseguiria sobreviver se, um dia, ele chegasse em casa e falasse que tinha arranjado outro namorado e não precisava de mim.

-Cansado? Cansado de que? – perguntou ele, levantando uma sobrancelha.

Respirei fundo e soltei tudo de uma vez:

-Disso tudo, Gerard. Eu sinto que nossas relações não são só... Desejos. Eu sinto que há alguma coisa a mais...

-Frank, no começo disso tudo, nós concordamos que seria apenas sexo. – disse ele, franzindo a testa e afastando os cabelos negros do rosto. Seus olhos verdes demonstravam preocupação e confusão.

-Eu sei, Gerard, eu sei. O problema é que... Eu me apaixonei por você.

Ficamos em silêncio. Como ele não dizia nada, continuei:

-Eu sei que essa não era a intenção, mas você sabe muito bem que sexo, de um jeito ou de outro, aproxima as pessoas. Além do mais, todas as nossas conversas no trabalho, as nossas brincadeiras... Não são coisas fáceis de deixar passar em branco, Gerard.

Ele suspirou fundo.

-Desculpe, Frank, mas essa não era a intenção e eu não posso mais ficar com você. – disse ele, sério – Eu... Acho melhor não nos vermos mais. Adeus, Frank. – dito isso, ele abriu a porta e foi embora, na chuva.

Fiquei parado, sentado na cama, sem poder dizer nada. Lágrimas rolavam pela minha face. Você não sabe o quanto a rejeição pode te machucar. Ouvir cada palavra saindo da boca de quem você ama corta seu coração mais do que qualquer lâmina afiada.

Ainda com a visão turva por causa das lágrimas, peguei um pedaço de papel e rabisquei algumas palavras. Dobrei-o, peguei as chaves do carro, pus o papel em cima da mesa da sala e entrei no meu carro, dirigindo até a minha última parada.

-X-

POV Gerard

Eu voltava para casa após parar em um bar. Aquela conversa toda com Frank foi a coisa mais estranha que eu ja tive na minha vida. De onde ele tirou essa ideia de se apaixonar por mim?

Porém, no caminho para casa, parei para pensar um pouco... Ele tinha razão quanto a aproximação que aconteceu entre nós por causa do sexo e das conversas...

É, eu estava apaixonado por ele, mas não conseguia admitir. Eu queria continuar com a nossa “amizade com benefícios”, mas eu tinha que entender que esse sexo casual não era só sexo casual. Havia algo de interessante nessas relações e eu não queria me convencer disso.

Talvez eu deveria dar uma chance a ele. A nós.

Mudei o rumo de meu carro para a casa dele. Dirigi na maior velocidade que as placas permitiam (ou que não permitiam) e, quando finalmente cheguei lá, estacionei o carro em um lugar qualquer e saí do automóvel.

Peguei as chaves de sua casa (eu possuía uma cópia, caso saísse do trabalho antes dele), abri a porta e chamei:

-Frank!

Não obtive resposta.

-Frank? – chamei novamente. Tudo o que recebi foi um silêncio mortal. Olhei pelo cômodo e vi um pedaço de papel dobrado em cima da mesa. Abri-o e li as seguintes palavras:

Nada do que disse mudou meu amor por você, mas tudo o que disse mudou meu jeito de olhar a vida.

Não importa aonde estou, só saiba que eu vou amar você.

Obrigado pelos meses maravilhosos.

Frank.

-Ah não... – gemi, pensando no pior. Peguei meu celular e tentei ligar para ele. Sem sinal. Liguei para a casa de seus pais. Disseram que não estava lá. Em uma última tentativa, liguei a TV. Me arrependi logo em seguida, pois vi a seguinte manchete no jornal:

Homem dirige em alta velocidade até precipício e morre.

Rezei para que esse homem não fosse Frank, mas de nada adiantou:

Um casal que passava por uma rua viu um carro preto passando em alta velocidade. O casal assistiu o automóvel virar uma curva que terminava em um precipício. Curiosos, o casal seguiu o carro até a curva. Tudo o que puderam ver foi o carro caindo do precipício e sendo destruído com o impacto.

Eles logo mostraram uma foto da placa (destruída) do carro.

A placa do carro de Frank.

Perdi meu chão e senti um mal-estar tomar conta do meu corpo. Sentei-me no sofá, tentando pôr meus pensamentos no lugar. O que eu estava pensando quando fiz Frank sofrer desse jeito?

Comecei a chorar desesperadamente. Chorei por horas e horas a fio, até que alguns amigos meus vieram me buscar.

-X-

POV Narrador

Anos depois...

Um Gerard mais velho, provavelmente em seus 30 e poucos anos, andava pelos caminhos do cemitério da cidade, vestindo um terno e sapatos pretos e segurando um buquê de tulipas roxas. Ele andava calmamente, como se não tivesse pressa, apesar de parecer nervoso.

Alguns minutos depois, Gerard chegou em uma lápide mais escura, com o nome “Frank Iero” gravado na pedra. Ele agachou e fitou o pequeno porta-retrato posicionado em cima da lápide.

-Olá novamente, Frankie... – ele sorriu, logo ficando sério novamente – Como vai? – Gerard passou a mão na lápide – Trouxe flores novas pra você... Aposto que você ia gostar delas. São suas preferidas... Como você me disse na conversa que tivemos após nossa primeira noite – ele sorriu novamente antes de pegar as flores velhas e trocá-las pelas novas que carregava consigo.

Gerard suspirou e continuou seu monólogo que ele acreditava ser com o ser enterrado a sete palmos:

-Sabe... Eu sinto sua falta. Muito. Até hoje me arrependo amargamente do que disse a você naquele dia... Eu sou um completo idiota, Frankie. Por favor, me perdoe...

Gerard ficou quieto e tudo que recebeu em resposta foi o silêncio. Ele suspirou fundo e passou a mão novamente na lápide.

-Sabe... Vai parecer estranho e, provavelmente, me chamarão de louco, mas... – ele tirou do bolso uma caixinha preta – Eu... Eu te amo de verdade e... Eu quero me casar com você. – ele sorriu levemente, pondo uma aliança em cima da lápide, ao lado das flores, e colocando a outra no próprio dedo – Nunca tirarei essa aliança... Até o dia em que eu morrer.

Ele acariciou mais uma vez a lápide, antes de se levantar.

-Até amanhã, meu Frankie...

Gerard se afastou lentamente da lápide, com algumas lágrimas de arrependimento na face.


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Notas finais do capítulo

Sei que minhas one-shots não são lá essas coisas mas... É '-' Espero que tenha gostado -q