Passava o dia pensando nela, a noite pensava nela até adormecer, e em seus sonhos lá estava ela.

Estava deitado em sua cama pensando nela, sempre ela, sempre Sara, sua Sara!

Quando teria coragem para lhe confessar esse amor, quando?

Já estava na hora de ir ao laboratório, não se queixava, amava o que fazia, e amava ainda mais estar com ela, mesmo que a trabalho!

Chegou e foi direto para a sala de convivência, e lá estava ela sozinha, a cumprimentou, ela estava lendo uma revista, calada, concentrada, linda.

Pegou uma xícara de café, sentou estratégicamente a frente dela, amava olhar cada detalhe dela, suas expressões, por Deus, porque era tão díficil declarar esse amor para ela?

Ela notou que estava sendo observada, disfarçou, pois gostava, nessas horas ela tinha certeza que ele sentia algo por ela, só não tinha coragem de admitir, medo talvez...

Aproveitou que estavam sozinhos e resolveu ser direta com ele, o máximo que poderia acontecer, era uma resposta fria da parte dele, mas isso ela já estava acostumada.

Parou de ler e o encarou, o deixando envergonhado. "Droga, ela percebeu que eu a estava observando." — pensou ele.

— Gil, Por quê me olha tanto? — Sara perguntou.

Grissom viu ali a oportunidade perfeita para lhe declarar o amor que sente por ela, só precisava de coragem, respirou fundo e respondeu:

— Não estou te olhando. Estou te amando com os olhos.

Dito isso a encarou ainda mais, Sara não podia acreditar no que acabara de ouvir,uma declaração de Gil Grissom para ela, assim tão espontâneo, que mais parecia uma conversa comum.

Ele estava com receio, não sabia se tinha feito a coisa certa, ela ficou tão calada, será que não tinha gostado, ou talvez ele não tivesse sido tão romântico? Droga, mulher gosta de romântismo...

Ele estava tão perdido em seus pensamentos que nem percebeu que ela havia se levantado e já estava ao lado dele, se inclinou a ponto de sua boca tocar sua orelha e num sussurro lhe
disse:


— E eu te amo com o corpo todo.

Foi o tempo de sussurrar essas palavras e o pessoal todo chegar, ela disfarçou e pegou uma xícara de café, ele estava ali, quieto, feliz e ansioso para este turno acabar, queria estar com ela, e declarar todo esse amor, mas o primeiro passo já fora dado, agora era questão de tempo para a sua Sara estar em seus braços, horas talvez, e uma vida inteira para ser feliz...

" Ela me perguntou:

Por quê me olha tanto?

Eu respondi:

Não estou te olhando.

Estou te amando com os olhos."

(Inêz Generoso )




Fim*