Eterna Paixão escrita por Luna Brandon


Capítulo 2
Capítulo 2 :: Os Olhos De Uma Eterna Paixão.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, meninas!
Ta aqui mais um capítulo para vocês!



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(PONTO DE VISTA - Bella)

Aos poucos as águas do oceano foram me levando para a inconsciência até que tudo ficou negro.

Em nada eu conseguia pensar. De nada eu conseguia me lembrar.

A única coisa que predominava minha mente eram aqueles olhos dourados que faziam meu coração arder por dentro em chamas.

Mas embora eu o estivesse vendo, e ele provocasse sensações tão conturbadoras em mim, eu não conseguia encontrar o porquê daquela única lembrança.

Embora eu forçasse minha mente, de nada eu conseguia lembrar.

Estava com medo de confessar que estava na escuridão, pois vai saber o que ela representa?

Eu tinha que ter coragem.

Aos pouco fui abrindo meus olhos e em vez da escuridão encontrei a luz.

Pisquei algumas vezes até meus olhos se acostumarem.

Minha primeira reação foi olhar a minha volta.

Eu não conseguia reconhecer aquele lugar, embora eu estivesse tentando puxar outras imagens em minha mente, outras lembranças e não conseguisse.

A única coisa que eu conseguia me lembrar eram aqueles envolventes olhos dourados.

E então senti alguém se aproximar de mim.

– Que bom que você acordou - disse uma moça loira lidíssima sentando-se ao meu lado.

Ela tinha olhos dourados assim como na minha lembrança, mas não eram os mesmos.

Tentei me sentar e ela me ajudou, eu estava meio zonza e com uma dor atordoante na cabeça.

– Quem... Quem é você? - perguntei atordoada.

– Meu nome é Tanya e você, qual o seu nome? – respondeu com uma nova pergunta.

Embora eu tentasse me lembrar não conseguia.

– Não consigo me lembrar - confessei sentindo uma lágrima escorrer por meus olhos.

– Hei calma! Está tudo bem, você ficou por algumas... Horas desacordada, mas agora está bem - disse Tanya tentando me acalmar.

– Como eu vim parar aqui, alias aonde é que eu estou? - perguntei.

– Alasca. Eu e minha irmã Kate estávamos perto de uma praia chamada La Push, próximo a uma cidadezinha chamada Forks quando encontramos você desacordada perto da água, então te trouxemos para cá - explicou à loira.

De repente observei mais duas pessoas entrarem no quarto em que eu estava.

Uma moça de cabelos escuros e um homem de cabelos castanhos, ambos tinham os olhos dourados também.

Eles se aproximaram de mim, e a moça de cabelos escuros sorriu.

– Olá, meu nome é Carmem e este é Eleazar. É um prazer em conhecê-la - disse ela gesticulando para o homem ao seu lado.

– O prazer é todo meu - respondi.

– Onde está Kate? - perguntou Tanya ao homem que me observava com olhos atentos, Eleazar.

– Lá em baixo - respondeu ele.

De repente a porta se abriu novamente e outra moça loira entrou.

– Não estou não, estou aqui Eleazar - disse ela vindo sorrindo em minha direção.

– Onde está Irina, ela não veio com você? - perguntou Carmem a Kate.

– Não, ela saiu. Foi tomar um ar, mas acho que logo está de volta.

– O que é isso em seu braço? - perguntou Eleazar distraindo-me.

Ele observava atentamente meu braço com uma expressão perplexa onde havia uma cicatriz estranha no formato de duas meias luas.

– Acho que é uma cicatriz - respondi tocando às cicatrizes.

Estranho, minha pele parecia alguns graus mais frios ali, do que em outros lugares.

Observei Eleazar trocar um olhar preocupado com Tanya e Carmem, mas não entendi o significado por trás daquilo. Estava tudo muito confuso, além do mais tinha outras preocupações em minha mente.

Eu tinha que sair dali e voltar para sabe-se lá de onde eu vim.

Ameacei tentar me levantar, mas Carmem e Tanya me impediram delicadamente.

– Não se esforce querida, ainda não está bem o suficiente para se levantar - disse Carmem.

– Olha... Eu agradeço muito mesmo, do fundo do meu coração por tudo o que fizeram por mim. Vocês salvaram a minha vida, mas eu realmente preciso voltar para de onde eu vim - disse ficando de pé, mas então, tudo começou girar a minha volta, eu teria caído quando perdi o equilíbrio, mas Tanya me segurou.

– Viu só como eu tinha razão, não se canse. Conosco você estará segura - disse Carmem com um sorriso pesaroso, enquanto Tanya me fazia sentar novamente.

– Carmem está certa, além do mais temos que descobrir ao menos o seu nome se nós quisermos saber mais sobre você - disse Eleazar.

– O problema é que ela não se lembra de nada, Eleazar - disse Tanya olhando para mim.

– Daremos um jeito, sempre há uma solução - disse Kate.

– Agora durma minha querida, mais tarde quando acordar nós iremos encontrar uma maneira de descobrir quem você é. Agora você só tem que se preocupar em se cuidar - disse Carmem calmamente com cautela.

– Tudo bem – cedi.

Carmem, Eleazar e Tanya saíram do quarto e Kate se sentou ao meu lado onde Tanya estava.

– Você deve estar confusa não é mesmo? – perguntou.

– Nem faz idéia, é como se houvesse um buraco negro em minha mente, ai depois vem àqueles olhos. É muito estranho – murmurei.

– Que olhos? - perguntou Kate.

– São olhos dourados como os seus, mas não é de nenhum de vocês. Não consigo enxergar o rosto da pessoa, é meio desfocado – franzi a testa tentando forçar a minha mente. - Não consigo lembrar, é enevoado, mas os olhos dele são bem claros para mim.

– Ele? - questionou ela curiosa.

– Sim, de alguma maneira eu sei que é um homem, mas não sei quem é ou pelo menos não me lembro de quem é muito menos o porquê – expliquei.

– Se você conseguisse lembrar com clareza dessa pessoa, já seria útil. Assim poderíamos descobrir ao menos quem é você - disse Kate.

– Acho difícil, toda vez que eu tento forçar minha mente, eu fico meio zonza.

– Espere um minutinho - disse ela e foi até um mezanino que havia ali perto.

Ela tirou de dentro de uma das luxuosas gavetas um bloco de papel súlfite e uma caneta e trouxe para mim.

Não tinha reparado na mobília, mas tudo aparentava ser fino e luxuoso.

– Tente desenhar os olhos dessa pessoa para mim e se você conseguir uma parte do rosto dela. Isso pode ajudar – falou.

– Tudo bem - disse e comecei então a desenhar com cuidado destacando cada detalhe dos envolventes olhos dourados, daquele misterioso e desconhecido homem.

(PONTO DE VISTA - Edward)

Itália, Volterra.

– E então, qual seria a sua resposta? - perguntei á Aro e ele deu um sorrisinho pesaroso.

Marcus o terceiro guardião estava sentado em seu trono com cara de entediado, pensando na festa que estava ocorrendo lá fora em comemoração à expulsão dos vampiros de lá.

Mal sabiam que os patronos das artes de Volterra eram os vampiros.

– Infelizmente seus talentos são valiosos demais para serem desperdiçado meu caro. Mas se não está satisfeito com a vida que leva, não cogitaria se juntar á nós? – propôs. – Seria um enorme prazer recebê-lo na guarda Volturi caro Edward. O que acha?

Não era essa a questão.

– Não é uma questão de estar não estar satisfeito com minha vida Aro, a questão é que eu não consigo encontrar uma razão para existir sem a mulher da minha vida. É uma dor insuportável, mas se vocês são contra a me darem o que eu quero, sabem o que vai acontecer – falei.

Aro já havia tocado minha mão e já tinha lido minha mente e sabia que eu estava disposto a infringir as leis, caso eles se recusassem a fazer o que eu queria.

– Não faremos isso sem um motivo – Caius murmurou.

– Tudo bem então, nos veremos novamente em breve - disse á eles saindo do grande salão passando pelas antigas e imaculadas portas refinadas.

Ah que desperdício!”, Aro lamentou.

Eu tinha já tinha planos em minha mente.

Durante a longa e tortuosa viagem cogitei a possibilidade de ter que infringir as leis e sabia que eles não tolerariam que nosso segredo fosse revelado ao mundo.

O sol ofuscante na festa de São Marcus ocasionou com meus planos.

Expor-me ao sol era a melhor opção. Eles jamais deixariam essa passar.

Parei de baixo da torre do relógio na praça central, para pode observar o cenário.

Havia soldados Volturi espalhados nas sombras, vigiando o castelo. Seria muito fácil fazer com que eles vissem.

Todos estavam de vermelho numa lenta e graciosa procissão, seria obvio que os humanos iriam perceber alguma coisa, afinal ninguém brilha no sol.

Aos poucos fui abrindo minha camisa, para poder me expor ao sol.

Eu sabia que aquele seria o meu ultimo fim, porque o primeiro foi quando tive certeza da morte de Bella.

Meu único e eterno amor, minha eterna paixão.

Um passo de cada vez, até que cheguei à porta da torre.

Faltava apenas um passo para então eu entrar no sol, um passo para encontrar o alívio da morte.

Nunca acreditei muito que havia algo após a morte, mas Bella sim. Ela acreditava que eu tinha uma alma, e naquele momento eu acreditei que havia algo além da morte, que eu tinha uma alma também.

Será que Bella estaria esperando por mim do outro lado?

Estava pensando nos breves clichês antes de dar o último passo para a luz, quando senti um baque sobre mim e fui jogado para trás.

Mas quando olhei percebi que não eram os Volturi.

(PONTO DE VISTA - Esme)

– Alice, os horários estão muito apertados, não vamos conseguir – murmurei, enquanto ela dirigia pelas ruas de Volterra.

– Vamos sim! – teimou Alice, tentando me estimular. Porém, não havia confiança em sua voz.

Mas que droga!

Porque Edward tinha que escolher justo o dia da festa de São Marcus pra se expor?

Justo a festa que comemora a expulsão dos Vampiros de Volterra.

Se ao menos esse sol não estivesse tão ofuscante, seria mais fácil.

E então para complicar, o guarda sinalizou dizendo que tínhamos que parar o carro, pra me fazer entrar em pânico.

Claro, eu deveria ter pensado nisso.

Um Porsh turbo amarelo carmim iria chamar a atenção.

Mas era a vida do meu filho que estava em jogo.

– E agora Alice? - perguntei.

– Você vai - Alice respirou fundo e me passou um sobretudo vermelho - Veste isso enquanto eu dou um jeito, logo te encontro lá. Ele vai estar debaixo da torre do relógio. Edward irá expor-se ao sol ao meio dia, o pior horário, corra se preciso – explicou enquanto eu me vestia.

– Tudo bem – disse e sai do carro.

Não usei a velocidade humana para correr, no meio das sombras consegui passar despercebido, então quando cheguei à praça central vesti o capuz para que o sol não batesse em meu rosto.

E então eu o vi.

Meu filho!

Ele estava com uma expressão torturada no rosto, seus olhos tão sem vida... Nem mesmo quando ele se separou de Bella o vi assim.

Não pensei duas vezes, antes que alguém pudesse ver atravessei a fonte no centro da praça e quando passei pelas portas da torre do relógio joguei Edward para trás fechando as portas em seguida á uma velocidade inumana.

Edward levantou-se, me olhando furioso.

– Esme, o que está fazendo aqui? - perguntou, sua voz era um misto de raiva e agonia.

– Não vou permitir que você tire a sua vida meu filho – falei. – Eu não quero e Bella não iria querer isso. Você sabe que ela amava você, imagine só se ela estivesse aqui agora, o que ela ia pensar...

– Não sou forte o bastante pra continuar vivendo num mundo ela não exista Esme, ela era a minha vida, o meu ar, minha alma – murmurou. Sua voz estava carregado de amargura e dor.

De repente ouvimos Alice estourar o portão e entrar.

– Ainda há esperança Edward, pode ser que nada esteja perdido – Alice murmurou fechando a porta e andando até parar ao meu lado.

– O que quer dizer? – Edward indagou a irmã.

Boa pergunta, pensei comigo.

– Depois que você saiu em disparada que nem um louco lá de Forks e eu liguei para Esme para pedir ajuda, fiquei conversando com Sam por algum tempo e ele me disse que o corpo de Bella ainda não foi encontrado – explicou.

E então eu entendi o que ela quis dizer.

Talvez... Só talvez, ela estivesse viva.

– Mas o que isso tem haver Alice? Ela morreu da mesma maneira - Edward murmurou rispidamente, de tão nervoso que estava.

– E se ela tiver ido parar em alguma praia? – falou. – Não há ilhas lá perto, mas há varias praias. Ela pode ter sobrevivido Edward, não haja por impulso!

E então o olhar de Edward finalmente se iluminou.

Ele tinha finalmente esperança assim como eu.

– Você acredita mesmo nisso Alice? – Edward perguntou dando risada, a descrença tingindo sua voz.

– É uma possibilidade, meu filho. Alice tem razão – murmurei tentando dar um pouco de esperança a ele.

– Okay, vocês me convenceram. Se há uma possibilidade, mesmo que seja mínima, eu vou voltar pra Forks – cedeu.

Finalmente conseguimos fazê-lo parar por um minuto e nos ouvir.

– Que bom que você decidiu isso, meu filho – murmurei, dando um abraço nele.

Ele poderia não ser meu filho de sangue, mas era meu filho de coração –, embora o meu já não batesse mais.

De repente um vampiro Italiano apareceu.

– Oh, mas que bonito cenário familiar, não é maravilhoso? – murmurou o vampiro com um sorrisinho que estava na cara que era falso. Outros dois imortais o acompanhavam.

– Aro, estas são Esme, minha mãe para todos os efeitos e esposa de Carlisle. E esta é Alice, minha irmã - disse Edward nos apresentando.

– É uma grande honra conhecê-las, mas estou surpreso – falou. - Você parecia determinado há fazer com que nós atendêssemos seu pedido caro Edward, o que lhe fez mudar idéia? - indagou.

– Se me permite responder, Aro - propôs Alice, provavelmente ela estava prevendo algo para o futuro.

– Claro minha querida vidente, seu talento é magnífico, nunca tinha visto algo do gênero - elogiou.

– Obrigada pelo elogio – Alice sorriu. – Mas respondendo sua pergunta, o que fez Edward mudar de idéia é a possibilidade de Bella estar viva.

– Ora, ora, isso sim é uma boa noticia para vocês. Mas há algo em que Caius pensou que me perturba – Aro se aproximou de nós gesticulando para o vampiro loiro ao seu lado.

Não consigo acreditar que meu marido passou anos aqui neste lugar.

Edward deve ter lido algo na mente do vampiro que o deixou perturbado.

– Ela jamais faria isso! - exclamou.

– Você pode ter razão meu caro, mas ainda assim ela é humana e sabe demais, poderia expor nosso segredo... Se ao menos você tivesse a intenção de dar a imortalidade á ela, caso ela estiver viva ainda é claro – Aro murmurou pesaroso.

– Mas ele irá, bem, na verdade eu é que iria transformá-la, eu já vi isso - apressou-se Alice em dizer.

– Poderia me mostrar minha cara?- Aro estendeu a mão para Alice.

Estranho, o que ele poderia fazer?

– Aro pode ler todos os pensamentos que alguém já teve com apenas um toque - disse Edward respondendo ao meu pensamento.

Alice estendeu a mão e tocou a de Aro que ficou em silencio durante alguns minutos lendo as informações.

– Entendo - disse ele soltando a mão de Alice.

Alice olhou para Edward e assentiu.

– E então, acredita no que viu?- Alice indagou.

– Mas é claro minha cara, não há duvidas nisso, bom sendo assim... Não costumamos dar segundas chances, mas acho que posso abrir uma exceção neste caso. Caso á doce Isabella tenha sobrevivido vocês devem dar a imortalidade á ela imediatamente, e em breve irei os ver novamente para saber noticias – disse Aro.

– Lembrem que os Volturi não darão outra chance a vocês - disse o vampiro loiro, Aro dissera que ele era Caius.

– Honraremos nossa palavra – garanti a eles.

– Assim esperamos - disso o outro vampiro de cabelos escuros, que se me lembro bem das histórias de Carlisle, era Marcus.

– Agradecemos a visita meus caros – Aro saudou.

– Até breve - respondeu Edward cordialmente nos tirando de lá.

O sol já tinha se escondido no meio das nuvens. Quantas horas nós ficamos ali?

Pareceram minutos.

Pelo menos agora iríamos voltar para nosso lar e finalmente, havia esperança. Tudo estava começando a ficar bem. Eu acho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até o próximo!