O telefone tocava.

- Oi? – Lauren falava, esperando que a pessoa que estava do outro lado da linha respondesse.

- Ah, oi Lauren. – era Liam, obviamente – Tudo bem com você?

Não, ele não tinha agüentado. Afinal, ele era Liam Payne.

- C-comigo? – ela estranhava, era raro o garoto vir falar com ela – Tudo sim, e com você?

- Tudo também... – ele falava – Hey, pode falar pra Jullie que eu liguei pra dar boa noite?

- Falar pra Jullie? – ela falava – Posso. Mas acho que seria mais simples você falar isso pra ela, já que ela mora na sua casa, ao lado do seu quarto e ainda é sua prima.

- Mas ela vai dormir na sua casa. – ele ironizava.

- Vai? – ela perguntava – Quando?

- Hoje. – ele respondia curto e grosso.

- Não sabia dessa. – ela dizia – Quando ela lhe disse isso?

- Hoje de tarde... – ele dizia – Tem certeza que ela não vai dormir na sua casa?

- Absoluta, Liam! – ela falava – Acho que Jullie te trollou, queridinho.

- Você acha? – ele falava, começando a ficar irritado.

- Tenho certeza. – ela dizia.

- Pois bem, é você que vai me ajudar a achá-la. – Liam dizia – E acho que já sei com ela deve estar...

- Lhe apresento Louis Tomlinson. – ela falava – Tudo bem, te espero aqui.

- Ok, passo na frente da sua casa em meia hora. – ele dizia – Até mais, Lauren.

E desligava o celular.

“Cansei de correr atrás dela.” – o garoto pensava. “Jullie já cresceu e demonstra isso. Talvez pelo fato de ignorar qualquer um dos meus pedidos e fazer o que realmente lhe agrada. Acho que minha vez de seguir em frente também começa aqui. Tenho que começar a aceitar esse romance dela com Louis. Não que eu goste, mas... Bem. Acho que ela tem consciência do que faz.”

- Filho? – Karen gritava do primeiro andar.

- Oi, mãe. – ele dizia, descendo as escadas.

- Vai fazer algo hoje de noite? – ela perguntava.

- Eu? – falava – Sim, vou.

- O que? – a mãe perguntava.

- Uma festa. – mentia – Porque?

- Ah, nada demais. – ela respondia – Só queria saber se ficaria em casa. Mas tudo bem, vá em frente.

- E falando nisso, já vou indo. – ele dizia, dando um beijo na testa da mãe – Tchau, mãe.

E batia a porta de casa.

Abriu a porta de seu carro e ficou observando o céu por 5 minutos. Chovia pouco e ele estava nublado.

- Liam? – uma voz soava do banco de trás do carro.

- Quem é você? – ele perguntava, virando-se para trás num piscar de olhos.

- Não me conhece não? – a voz falava – Talvez porque não enxerga minha imagem...

- Eu estou ficando louco, só pode. – o garoto falava sozinho.

- Não está não, garoto. – uma imagem aparecia – Sou eu, sua consciência.

- Minha consciência se parece com Jullie? – ele perguntava, vendo a imagem da menina em sua frente.

- Pra falar a verdade não. – falava – A imagem de sua consciência varia de acordo com o tempo. Ela vai sempre passar a imagem da pessoa mais importante pra você. Se isso tivesse acontecido há alguns anos atrás, por exemplo, seria a imagem de sua mãe.

- Mas espera ai... – ele falava – Porque você apareceu? Porque somente agora?  

- Você não tem mais conhecimento sobre você mesmo, Liam. – ela falava – Você tem precisado de ajuda, você precisa de alguém.

- E quem vai me ajudar nisso? – ele falava – Você? Um ser que faz parte da minha imaginação?

- Sendo parte da sua imaginação ou não, eu sou parte de você. – falava a tal consciência – Olha, pensa comigo: Se sabe que Jullie tem um romance com Louis, porque continua correndo atrás dela?

- Porque eu a amo. – ele respondia.

- Mas e as outras garotas, Liam? – ela falava – Nunca as observou de outra forma? O seu destino não está traçado. Você pode mudá-lo a qualquer hora.

- Se eu posso mudá-lo a qualquer hora, significa que posso ter Jullie pra mim? – ele perguntava.

- Não era bem esse o meu ponto de vista. – ela falava – Mas olhe: A garota que você menos observa, no presente, pode ser quem você mais observa, no futuro.

- O que tem haver? – ele perguntava.

- Você nunca viu os olhares das garotas? – falava – Existem garotas que realmente gostam de você.

- Você nunca viu meu olhar pra Jullie? – ele dizia.

- Posso lhe dar uma dica? – falava a consciência.

- Pode tentar. – ele respondia.

- Não vá atrás de Jullie. – dizia – Pelo menos não hoje. Tente ser forte o bastante para livrar-se dela. Jullie te ama, Liam. Mas não da mesma forma.

- Aonde se desliga a consciência? – ele ironizava.

- Você não vai fazer isso, não é mesmo? – perguntava.

- Não, não vou. – ele dizia.

- Tudo bem então. – falava a consciência – Só que, depois, não diga que eu não lhe avisei.

-Tchau, consciência. – ele falava.

E a imagem da garota sumia aos poucos...

“Ir ou não ir? Fazer ou não fazer? Amar ou não amar?” – ele pensava. “Certas perguntas não tem respostas... Mas outras têm, e eu não quero aceitar.”

E, ignorando completamente uma parte de si que dizia não, ele ia.

E a frase “Sendo parte da sua imaginação ou não, eu sou parte de você” palpitava a cada segundo mais na cabeça de Liam.