-Desde que entrei nessa escola, a Corvinal foi classificada como a casa dos gays. – disse Sirius.

      -Porquê? Não era a casa da sabedoria e da...sabedoria? – perguntou Tiago confuso.

      -Sabia que os gregos antigos e sábios eram todos uns bandos de boiolas? Uma garota da Corvinal me disse.

      -Claro que eram, eles usavam sandálias...mas os caras da Corvinal não usam sandálias, de onde você tirou que eles são gays?

      -Não sei, eles me parecem gays...já viu alguma garota da Corvinal com um garoto da Corvinal? – Sirius explicou.

     -Já! Tem a...é, esquece.

     -Na verdade, acho que aquele Max do sétimo ano tá saindo com o Jude... – disse Sirius se parecendo se lembrar de alguma coisa.

     -Que coisa estranha...não encaixa. – Tiago falou com um pouco de nojo.

     -Claro que encaixa, quer que eu te explique como?

     -Eca, não, quis dizer que é uma cena estranha, não precisa explicar como funciona para eles.

     -Acho que os dois deveriam casar de uma vez.

     -Casamento gay é estranho... – disse Tiago que naquela discussão ainda não aceitara a idéia de casamento gay.

       -Só se um deles for traveco. Um cara vestido de noiva não dá! – respondeu Sirius pensativo.

       -Vestido de noiva o seu nazo. Se gay casasse, ia ser num cartório, sua anta. Ainda assim, é estranho...

       -Estranho o seu nazo. Se um cara me pedisse em casamento e eu gostasse dele, eu aceitava, oras, é que nem mulher, só que tem pinto.

       -Acho que esse é o problema...parece um pesadelo..você acorda de manhã, gira na cama e fala "bom dia, amor"...daí um bigodudo levanta e fala "bom dia, docinho". Eu gritava e saía correndo.

        -Que problema, se pinto fosse problema, eu já tinha cortado o meu, eu acho que se isso fizer os caras felizes e não machucar ninguém, tá valendo. E bigode também não é probema.

        -E eu tô começando a achar que você é gay.

Ouviu-se passos.

        -E parece que o meu marido chegou... – Sirius disse irônico. - Aluado! Diz que agora é você! – ele disse aliviado.

        -Aluado? Seja lá quem for esse ser, cometeu um grande erro casando com você. O que estão fazendo aqui? – uma voz feminina perguntou. Era Lílian. Tiago suspirou.

        -Oh, Lílian, ainda bem que você chegou. Estávamos contando os tijolos, que tal ajudar a gente? – Sirius respondeu nervoso.

        -Seu grosso. Essa Aluada deveria pedir divórcio.

        -Aluad-O, Evans, parece que Sirius saiu do armário. – disse Tiago. Lílian não riu.

        -É, verdade, Evans, você chegou bem no meio do debate! O que acha da idéia de gays se casando? – Sirius cortou o clima ruim. Lílian estranhou a pergunta, mas respondeu, depois de concluir que ela era inofensiva.

        -Ah...é...claro. Perfeitamente normal. – ela respondeu meio confusa.

        -Tão normal que nem existe... – disse Tiago.

        -Mas vai existir, você vai ver. Aposto 100 galeões que vai. – disse Sirius.

        Lílian, que já tinha até esquecido pra que viera, se assustou com o tamanho da aposta.

        -Tá apostado. Evans é a testemunha. E se quiser, pode pagar adiantado, Sirius, nunca em nenhum lugar do mundo vai existir casamento gay. Se estamos nos anos setenta e ainda não existe, é porque nunca vai existir. Ahh...Lílian, pode nos tirar daqui? – Tiago disse.

        -É Evans, Potter, e eu não posso. E tudo por sua culpa, lembra daquela pegadinha inocente hoje de manhã? Perto do Salgueiro Lutador?

        -Eu já pedi desculpas, Evans, por favor, tira a gente daqui. – disse Tiago entediado.

        -Pois sim. Minha varinha se quebrou por causa da sua brincadeira. Estou fazendo a patrulha noturna sem ela hoje, espero que sirva de lição. – ela disse se virando e continuando seu caminho pelo corredor.

        -“Que sirva de lição”, ela vai ver a lição que eu vou dar a ela quando eu sair daqui...eu vou... – Sirius pareceu pensar em algo para fazer. – ah, esquece. Porque é que você quer tanto sair com uma ditadora dessas? Acho que prefiro mil vezes casar com um cara...

        -Faça como quiser. Não vai conseguir casar com um cara nunca nesse mundo. Você vai me pagar 100 galeões. – Tiago respondeu.