Corações Perdidos escrita por Kuchiki


Capítulo 5
V - Perdendo o Controle


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal,que saudade! Eu sei que demorei muito para postar esse capítulo, mas eu tenho explicações. Nos vemos lá embaixo.



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Quinto capítulo.

"Acredito que os amigos sejam mais ou menos como anjos. Que levantam nossos pés quando nossas asas se esquecem como se vôa."

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(Mônica-PDV)

PARECÍAMOS árvores de natal. Estávamos enfeitadas, maquiadas. Super produzidas. O caminho para lá foi uma rindo da maquiagem da outra, muito divertido.

O que eu não esperava era ver o Cebola. Com uma menina, que para mim, era terrível, muito feia. Acho que depois de conhecer aquela patricinha da escola, tomei fobia de cabelo louro. Bom, o cabelo do Toni é louro, ah, tanto faz.

As meninas também os viram e comentaram comigo.

- Olha quem é que está ali, Mô. - Denise apontou para eles.

- E os vi. - Falei me sentando. - Não os chame, é uma saída de casal. Eu acho...

- Gente, eu vou fazer o pedido, o que vocês querem? - Marina perguntou mudando de assunto.

- Podemos comer na "Batata Inglesa"? Adoro. - Denise deu uma ideia.

- Tudo bem. Pode ser. - Concordei.

- Vou contigo, amora. Mô, se a gente precisar de ajuda, uma vem aqui te buscar. - Concordei novamente. Denise sumiu de vista com a Marina.

Fiquei com a cabeça abaixada, apenas olhando para todas as sacolas cheias de roupas e acessórios femininos. Ri.

- Só elas mesmo... - Falei. Logo percebi que alguém estava sentado comigo.

- Falando sozinha, Mônica? Depois diz que o louco sou eu.

- Ai, quer me matar de susto Do Contra? De onde você apareceu? - Coloquei minha mão sobre o peito, meus batimentos cardíacos aceleraram.

- Vim dar um rolê no Shopping, faz tempo que eu não faço isso. Eu sabia que você vinha com suas amigas. Magali me pediu para não te contar que ela tinha me contado, mas mesmo assim estou contando. - Olhei para a cara dele.

- O que?

- Vim aqui pedir desculpas. - Simplificou.

- Não está me contrariando? - Sorri triunfante.

- É. Queria te pedir desculpas por não ter feito nada quando você me pediu. É a única garota que me aguenta, eu te devia isso. Agora, todos riem de você por minha causa. Soube que até levou suspensão. - Não conhecia aquele lado carinhoso dele, gentil. Apenas o maluco, o engraçado.

- DC... Eu estou bem. Entendo que isso é uma falha sua. Mas bem que podia ter me ajudado, levei uma bela bronca. - Ele olhou para o lado.

- Então... Você me entende. Obrigado Mônica. De verdade. Você é uma amiga e tanto. Não vou mais te desapontar. - Segurou minha mão e eu senti minhas bochechas queimarem.

- Obrigada a você. Estou quase chorando aqui... - Brinquei. Ele sorriu.

Depois disso, parece que o clima ficou um pouco tenso, senti que tinha falado algo errado. O silêncio era pertubador.

- Desculpe. Não quis te sacanear não, ok? Você chega todo meigo me pedindo perdão e eu faço isso com você? Como eu sou burra... - Soltei minha mão da sua e ele a levou até meus cabelos.

- Eu gosto...

- De que? - Me fez o encarar nos olhos.

- Gosto de quando brinca comigo, quando mostra esse seu sorriso... O mais lindo que já vi na minha vida. - Ele corou dessa vez. Fiquei sem palavras.

- Nossa... Você... Eu... O-obriga-gada.

- E você fica ainda mais linda gaguejando. - Voltou a sorrir. Seu rosto se aproximou do meu e Denise apareceu no mesmo momento.

- Môzinha do céu, até que enfim te achei e... - Ela nos olhou, espantada com nossa intimidade, e disse:

- Nossa Mô, mal chegou na cidade e já está abalando corações! - DC se afastou e nós dois a olhamos enquanto ela tirava várias fotos em um segundo com sua câmera "Canon" de última geração. - A louca! Quando eu colocar isso no meu blog, facebook, twitter, todos vão pirar. Menos as garotas da escola, que estavam doidas por uma chance com o bofe contrariado...

- DENISE! - Gritei e todos olharam para gente, até Cebola, que acho que não gostou nem um pouco da situação, de me ver sentada com um estranho que era meu melhor amigo na escola até agora sem ele saber. Se levantou da sua mesa, deixando a lourinha no vácuo e veio até a gente.

- O que está acontecendo aqui? Mônica, o que você arrumou agora? E o que o Do Contra faz sentado na sua mesa? - Perguntou o antigo troca-letras de braços cruzados enquanto encarava o DC.

- Não é nada Cebola. - Falei. - Só não quero mais chamar a atenção.

- É que eu estava conversando com a Mô e essa ruiva maluca chegou. E começou a dizer coisas que nem eu entendo. Eu e Mônica somos amigos, não sabia? - DC respondeu o que eu, no fundo, queria esconder de Cebola.

- Mônica? Você estava zangada com ele, não estava? Esse cara não presta, é safado! Para ele, tudo é diversão, ele está brincando com seus sentimentos! Como saiu com ele? Como pôde ser tão burra? - Cebola se alterou.

- O que é isso? Para de se meter na minha vida e cuida da sua. Eu não saí com o Do Contra para a sua informação, e acho que não me conhece direito, eu não guardo rancor de ninguém.Foi tudo um mal entendido. Ah, e outra: Não fala do que você não sabe! - Dei uma pausa e apontei para a garota na sua mesa. - Sua piriguete está quase tendo um troço na mesa. - Falei no momento da raiva, ele ficou surpreso com a minha reação.

- Minha... Piriguete? - Olhou para mim, seus olhos se encheram de lágrimas. - Mônica, eu não esperava ouvir isso de você. Eu só quero o seu bem, sou seu primo, vim aqui te ajudar a resolver seu problema e é assim que me trata no final? Eu sou um grande idiota mesmo de pensar que você podia mudar depois de tantos anos. Mal agradecida! Criançinha! Achei que a dor poderia te modificar pelo menos um pouco, que poderia te tornar uma pessoa mais frágil, sensível, que pensa mais nos outros. Mas no final, você mostra a velha Mônica briquenta de sempre. Que arma confusão por besteira, mostrando o poder, sua intimidação, para causar medo nos outros, é por isso que ninguém te aguenta. Pensa que eu não lembro de quando a gente era criança e vinha me visitar? Que só porque eu fazia palhaçadinhas, gozações infantis e inocentes me batia? Você continua daquele mesmo jeito, só que agora, as coelhadas não me ferem, e sim, suas palavras! - Dito isso, me encarou mais uma vez nos olhos e foi embora, a loura continuou sem entender nada. Algum tempo depois, também saiu, morrendo de ódio. Eu continuei lá, parada, olhando fixamente para a saída que levou meu primo para longe... Longe de mim.

Marina veio com duas bandejas, uma em cada mão. Uma senhora, que trabalhava no restaurante, a ajudou.

- Obrigada, viu, meninas? Nem sei o que teria sido de mim se ela não aparecesse. - Sorriu para a moça e ela foi embora. - DC? O que faz aqui? - Ficou surpresa dele estar ali. Isso não me tirou transe.

- Vim fazer uma coisa que eu não faço. Uma coisa que todos os outros seres humanos não fazem, não contrariar. Vocês não sabem o que é isso porque não tem vontade própria. Para ser mais preciso, vim passear no Shopping. - Ele segurou meu rosto, o virou, me fazendo encará-lo mais uma vez nos olhos e disse:

- "Não fica assim não. Esse cara não merece suas lágrimas Mô, você faz o quer. Logo fazem as pases e tudo volta ao normal. Ah, e a gente termina essa nossa conversa outro dia..." - Me deu um doce beijo no rosto. E desapareceu, saiu de lá.

Denise piscou o olho para mim e começamos a comer. Quando ele foi embora, eu continuava para baixo, tinha certa razão, mas a opinião de Cebola importa sim, eu não podia ser grosseira com ele assim por nada. Marina não fazia ideia do que tinha acontecido, ela estava longe, mas com certeza percebeu pelo meu olhar tristonho, só que talvez não perguntou para não me deixar ainda mais acabada. Bom, um passeio que era para me deixar mais leve, melhor, acabou comigo. Me deixou pior ainda.

[...]

A refeição foi tranquila. Voltamos para casa de carona, Marina ligou para seu namorado nos buscar. O mesmo educado e nerd de sempre. E encantador. As compras quase não couberam no porta-malas do carro.

Fiquei com a cabeça encostada no vidro da janela apenas olhando as árvores e casas passando em um flash por causa velocidade do automóvel. Minha testa começou a doer e eu me sentir tonta, voltei para o assento confortável. Pensava em Do Contra e Cebola o tempo todo e como ambos me abalavam de um jeito surpreendente.

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(Autora)

Ele a levou até a porta da frente de sua casa. Ambos em silêncio, mas com os corações disparados.

- Obrigada Cascão. - Disse lhe dando um gostoso e profundo abraço. - Eu não quero te perder nunca.

- Você não me perderá. Eu prometo isso. - Afagou seus cabelos.

- "Não me prometa nada." - Sussurrou dando um beijo suave em sua orelha.

- Por que? - Não entendeu.

- Porque nós, seres humanos não somos capazes de cumprir o que prometemos, prometemos uma coisa e o destino às vezes não permite que seja como a queremos. Um dia me fizeram uma promessa e hoje, me dói lembrar dela. Então, não quero ficar iludida novamente. - Se explicou. As lágrimas voltaram a escorrer.

- Eu queria poder mudar isso... Poder mudar o que o destino reservou para o nosso futuro. Sofrer por amor? Isso não faz sentido. - Continuavam com os corpos colados, um com a cabeça encostada no ombro do outro.

- Não podemos sofrer para sempre. Quando menos se espera, tudo muda. Todos as nossas sensações. Não vou amar o Quim para sempre, bom, não dessa forma, não como amo agora. Sei que vai passar porque a dor é igual a um cadáver. Ela é enterrada mas fica um tempo na sua forma. Até desaparecer, virar pó. Ela simplesmente some com o tempo. Mas e até lá? O que faço? - Eles se olharam, nem um dos dois sabia a resposta da pergunta.

- Eu infelizmente também busco por essa resposta. Quando descobrir, me avise por favor. - Sorriram e voltaram a se abraçar.

- Tenho que ir agora, fazer trabalho de casa. Não fiz hoje quando cheguei da escola, já que tive que conversar com a Mô, então farei agora. - Ele se lembrou que também não tinha feito.

- Também vou para casa, a Cascuda, ou melhor, ela não é mais minha namorada, então volta a ser Gabriela. - Deu uma pausa e abaixou a cabeça. - A Gabriela acabou me chamando para conversar com ela depois da aula e fomos juntos para praça, não fiz o dever como você. Quando ela foi embora, levou tudo o que eu tinha com ela.  Por isso estava que nem um moribundo. Não tenho cabeça para pensar em nada. - Voltou a olhá-la. - Mas mesmo assim você me ajudou muito, Magá. Obrigado mesmo. - Ela corou. Ele beijou sua testa e foi embora, acenou pela última vez antes de virar a esquina.

Foi para casa, não adiantava nada chorar pelo leite derramado. Já tinha chorado antes no ombro do amigo, a cicatriz se fez quando estava com ele.

Estudou sem vontade.

Sua atenção ficou um tanto debilitada, cometeu muitos erros de português e concordância.

Toda hora se perdia sem querer, quem manda no coração? Mesmo cicatrizado insistia em sangrar... De alguma forma.

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Enquanto isso, os meninos da turma jogavam videogame na casa de Xaveco. Seus corpos? Bonitos, malhados, praticamentes homens com cabeça de criança. Achavam que falar de mulher ou ficar com elas era uma coisa maravilhosa e que isso os tornava adultos.

Ou melhor, achavam que era conversa de homem.

- Muito gata aquela mina que entrou na escola, não? - Titi era o mais velho ali, já que Franja, que tem 22, estava dando a carona para as garotas. Esse tinha 18 anos. - Mas muito depressiva, sei lá, vai ver ela não faz ideia do quanto é bonita. Super gostosa.

Além de mais velho, também era o mais safado. Das mais indecentes conversas ele entendia.

- Se a Aninha ouvir isso, vai te decepar. - Felipe ria. - Mas se bem que ela é bem gostosa mesmo, eu a tiro da tristeza rapidamente. Já que não tenho namorada, dava uma investida básica. Vai ver que dá certo. Se não der, parto para outra. - Nimbus cruzou os braços diante da conversa sem noção.

- Vocês não crescem mesmo viu... Vão arranjar trabalho, ficar admirando alunas novas não vai levar vocês dois para frente. - Olhou para Titi e depois para Felipe. - Convenhamos nós Felipe, isso com certeza não leva você à frente. Siga o exemplo do Timóteo, e verá, ele agora é praticamente um perdedor na vida. - Titi havia repetido um ano da escola, nunca gostou de estudar. Sua matéria preferida era de ciências quando criança, já que podia estudar o corpo humano. E que apresenta a anatomia não só de homens como de mulheres. Era a única que estudava com prazer.

- Pelo que sei, mestre Nimbus, - disse em um tom debochado e raivoso - você é mágico e não palhaço. Porque não teve graça nenhuma...

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(Mônica-PDV)

Cheguei em casa acabada, cheia de compras e lutando contra o choro. Cebola fazia o mesmo em seu quarto, quando passei pelo corredor ouvi seus soluços. Ele não era o único, Magali estava em seu quarto agarrada ao seu gato Mingau. Entrei e fui até ela. Me sentei na cama.

- O que está esperando? Não vai me perguntar o que aconteceu? Não é isso que os amigos fazem? - Perguntou sem se virar, sem me olhar. Eu, mesmo estando triste, quis lhe ensinar uma coisa.

- Magá, os verdadeiros amigos não se preocupam em saber de onde vem o problema, eles não querem tornar a dor maior, estão ao nosso lado para nos dar seu ombro, para dizer que tudo ficará bem. Uma vez, alguém disse: "Acredito que os amigos sejam mais ou menos como anjos. Que levantam nossos pés quando nossas asas se esquecem como se vôa." - Ela ouviu, e se virou para mim. Eu esperava ouvir algo, mas continuou calada. Só seu abraço disse tudo. Até minha dor de agora a pouco se estabilizou com minha melhor amiga ao lado.

- Você me faz muito bem, Mônica... - Me deu um beijo no rosto. - Nem sei o que seria de mim sem você!  - Sem graça com o que disse, retribuí o abraço e ficamos assim por longos minutos.

- Você é que me faz bem. Nem acredita no que aconteceu comigo hoje no shopping! Parece que eu todo dia vejo gatos pretos porque a minha falta de sorte é de se assustar. Quando acho que algo se acalma, já vem outra bomba. - Quis fazer um humor para quebrar o gelo. Lhe contei tudo, ela novamente disse que eu perdi o controle à toa. Que era para me acostumar com Denise, a coitada não tem culpa de ser língua-solta. E que nosso nervosismo era de família, Cebola também vivia perdendo a paciência. Ela era a única "paz e amor". O que me fez rir um pouco.

Bom, nossa conversa foi interrompida por berros vindos do corredor. Uma briga. Uma briga que mudaria nossas vidas, principalmente a minha.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Esses dias que eu fiquei um pouco desconectada do Nyah! foram um pouco corridos, só para falar, dia 09/03 foi meu aniversário e eu tive aula (sexta-feira). Meu colégio tem o sistema de ensino PH (que é um dos melhores do país e eu não posso bobear), tenho testes quase todos os dias, PHs, de duas em duas semanas. Fico o tempo todo dando atenção às apostilas e aos livros. Toda semana tenho vários trabalhos a serem feitos.
No meu aniversário, fiquei o dia todo fora comemorando com os amigos o meu níver (tenho sorte de não levar ovada e farinha na ideia, kkkk). No final de semana, fiquei com a minha avó, que mora muito longe da minha casa, e o sinal para o celular é muito ruim, tentei entrar no Nyah! com ele, e foi um fracasso, já que lá não pega a minha operadora direito. Toda vez que entrava, caía. Além do meu crédito estar quase esgotado. Minha mãe não me deixou levar o note, dizendo que eu tinha que estudar para os testes.
Minha avó não tem, não gosta de computador. Só para avisar.
Quando voltei, (só para vocês saberem, eu tenho rinite, fico resfrada muito facilmente, com poeira e vento) minha garganta ficou inflamada e eu fiquei com febre baixa e dores no corpo, um pouco doente. Hoje, dia 11, tive uma recaída, não paro de espirrar um minuto.
Bom, espero que me perdoem, em breve, voltarei a ativa, vou me dividir e eu não abandonei as histórias que acompanho, ok? Voltarei ler em breve porque está complicado.
Gostaria muito que alguém comentasse, nesse meio tempo ganhei uma leitora nova, Verônica. Fiquei muito feliz com comentários dela e isso me deixou muito criativa. Obrigada.
Beijinhos,
Carol.



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