Hoje acordei me perguntando por qual motivo eu não fui passar o natal em casa, mas eu já tinha a resposta, o natal dos Malfoy sempre era em um constante silêncio, não conversávamos, e ao menos trocávamos presentes à meia noite. Minha mãe sempre me presenteava com algo, nem que fosse uma caixa de sapos de chocolate, e eu via em seus olhos que ela queria me agradar, mas nunca cheguei a demonstrar tal sentimento, perto de Astoria Malfoy. Acho que devem estar se perguntando o porquê de eu estar falando isso para vocês, mas sinto um arrepio todas as vezes que falo em ir para casa, lá é frio, monótono, tão melancólico, não que eu não goste de minha casa ou da companhia de meus pais, pelo contrario, adoro estar perto deles, mesmo com tão poucas demonstrações de carinho sei que eles me amam. Mas aqui em Hogwarts é diferente tenho meus amigos, sempre ficamos no salão comunal da sonserina conversando até altas horas. Mas esse natal estava sendo diferente, algo me dizia para ficar ali, algo aconteceria hoje à meia noite, eu sentia isso.

_E ai Scorps onde estava até agora? – Vitor perguntou.

Eu o ignorei e fui sentar junto a Miguel e a Matt. Ele porém me seguiu.

_Qual é Scorpius vai ficar me tratando assim até quando? – ele perguntou enquanto se sentava ao lado de Miguel – Não foi por mal, aquilo foi só uma brincadeira – ele sorriu.

_Não me parecia uma brincadeira quando você falou – eu disse frio.

_Scorpius, eu prometo nunca mais falar que você esta apaixonado pela Weasleyzinha, mesmo sendo a mais pura verdade – ele disse sorrindo marotamente.

_Cala boca – eu sorri – Mas tem que jurar.

_Tá bom, ok... Eu juro – ele sorriu.

_Ei que tal pararmos com a briga de namorados? – Miguel disse sorrindo.

_Vai à merda – eu sorri - Falando em namorados – eu olhei para Matt – E você e a Nick? – eu perguntei sorrindo maroto.

_Nossa tudo a ver com o assunto – Vitor disse sarcasticamente.

_Deixe o Matt falar – eu repreendi o moreno.

_Bem ela é super simpática e tal, mas por enquanto somos só amigos, sabe tipo igual a você e a Rose – ele sorriu.

_Eu não sou amigo da Rose – eu disse e logo percebi Merlin eu a chamei de Rose.

_Agora a chama de Rose e não de Weasley? – Vitor perguntou – Depois diz que não está apaixonado. – ele sorriu.

_Vai te catar – eu disse sentindo meu rosto corar – Bem vou dar umas voltas – eu levantei – Feliz natal para vocês – desejei.

_Feliz natal para você também loiro – Vitor disse sorrindo.

_Feliz natal – Matt e Miguel disseram em uníssono.

Eu sai das masmorras com pensamentos estranhos, por qual motivo eu a chamei de Rose? Por que aquela ruiva mexe tanto comigo ao ponto de me deixar louco? É estranho sabe, todas as vezes que ela chega perto de mim, é como se minhas pernas não tivessem rumo, se não me controlo é bem capaz de eu voar e chapar um beijo em sua boca carnuda e vermelha cor de sangue. Estava andando sem rumo e acabei indo até o jardim, iria até um local que eu pudesse pensar um pouco, cheguei perto da minha árvore, notaram que eu disse minha? Pois é, é minha desde que a descobri uns anos atrás e parece que alguém esta lá, a pessoa se encontra encostada e me parece em um sono bem calmo. Me aproximei um pouco mais e logo notei que era ela, a minha Rose. Espera eu disse minha Rose? Eu devo estar ficando maluco. Ela estava como sempre, aquela ruiva era teimosa, mesmo estando frio, estava com uma saia cinza dois palmos acima do joelho, uma blusa vermelha, curta, tentadora é claro, uma bota preta não muito grande, ela estava linda dormindo, mas parecia com frio, não estava com nenhum casaco ou algo do tipo. Pensei em ir embora e deixá-la ao sereno da noite, poderia pegar um resfriado, mas pelo contrario, eu retirei meu casaco e coloquei em cima dela com toda cautela para não acordá-la, mas foi em vão a ruiva se mexeu e abriu lentamente os olhos. Ela sorriu.

_Ai meu Merlin, não era um pesadelo é real – ela gritou e levantou-se rapidamente.

_Ei calma, só coloquei um casaco em você – eu disse sorrindo.

_Não preciso do seu casado – ela retrucou.

_Claro que precisa esta frio. – eu disse – Assim vai pegar um resfriado. – eu coloquei o casaco novamente sobre seus ombros.

_Obrigada - ela disse sorrindo.

_Por nada – eu respondi retribuindo o sorriso – Achei que passaria o natal com sua família. Por que não foi? – eu perguntei e meu tom pareceu um pouco curioso, mas é claro que era, afinal estava muito curioso para saber qual o motivo dela estar ali no castelo aquela noite de natal.

_Meu pais foram visitar meu tio Carlinhos na Romênia, e foi muitas pessoas pra lá, sabe, nós Weasley somos uma família numerosa, mas só dava para ir por meio de aparatação, as redes de flu, estão bloqueadas e todos os transportes trouxas estão cheios, e como ainda sou menos de idade, e não posso aparatar, ficaria muitas pessoas, e as chaves de portais não estão funcinando devidamente, então meus pai pediram para eu ficar aqui em Hogwarts, meus primos, e meu irmão é claro. – ela sorriu e eu retribui, mas por qual motivo eu gostei dela ter ficado aqui no castelo nesta noite?

_Entendi, mas e é a primeira vez que você passa o natal aqui em Hogwarts? – eu perguntei.- Sabe não me lembro de tê-la visto nos natais anteriores. – conclui.

_Não – ela foi direta – Bem no meu primeiro ano eu passei aqui no castelo, mais eu achei tão calmo, diferente do natal dos Weasley, tão agitado. – ela sorriu com a lembrança – Mas esse ano o natal aqui no colégio esta muito monótono, e a neve ainda nem caiu, fica tudo tão triste. – o sorriso sumiu de seu rosto.

_Me acompanha nesta dança? – eu perguntei. Merlin o que eu estava dizendo, nem musica havia ali.

_Mas nem tem musica e eu nunca dançaria com você – ela sorriu.

_Só basta imaginarmos a musica, Rose – eu sorri e ela arqueou uma das sobrancelhas – O que foi? – eu perguntei.

_Você me chamou de Rose – ela sorriu.

_É esse seu nome não é? – eu perguntei.

_É sim, mas...

_Eu nunca havia lhe chamado assim – eu completei. – Que tal esquecermos nossas diferenças por uma noite? Daqui a cinco minutos é natal e bem achei que você queria que fosse especial. Olha só lhe peço que me chame de Scorpius essa noite, a partir de amanhã pode voltar a me chamar de Malfoy, pode ser? – eu perguntei.

_Bem, se é assim, pode ser. – ela sorriu.

_Se estamos quebrando as regras, me concede essa dança? – eu perguntei novamente fazendo uma reverencia, ela sorriu.

_Mas esta... Pode ser – ela sorriu.

Eu coloquei uma de minhas mãos em sua cintura e ela enlaçou seus braços em meu pescoço e começamos a dançar calmamente, sem nenhuma musica. Nós dançávamos em um ritmo impressionante.

_Você dança bem – ela sorriu.

_Você também – eu disse – Falta um minuto. – eu sorri – Logo será natal.

_Qual é o seu desejo? – ela perguntou.

_Que esse momento não acabe nunca – eu sorri – E o seu?

_Que neve – ela sorriu com a declaração.

_Você vai ficar com mais frio do que está – eu disse sorrindo.

_Não me importo – ela sorriu – Só quero que neve.

Nossos olhares se cruzaram, as badaladas da meia noite começaram a soar.

_Feliz natal – ela disse ainda encarando meus olhos.

_Feliz natal – eu respondi focalizado ainda em mais em seus fascinantes olhos.

Em um momento ao qual eu não sei descrever, meus lábios tocaram nos dela, me levando ao mundo dos sonhos, o beijo foi intenso, e eu a apertei mais ao meu corpo, o bailar de língua contra língua me estremeceu. Logo senti uma coisa gelada sobre o meu braço, ignorei é claro, mais a ruiva não. Ela se soltou do beijo como se nada tivesse acontecido e olhou para o céu.

_Esta nevando – ela sorriu.

_É claro que esta. – eu disse olhando para a ruiva.

Ela deu um giro, e abriu os braços, como se quisesse pegar a neve entre os braços, eu sorriu com tal cena, ela estava totalmente diferente, parecia uma criança quando ganha um presente de natal antecipado.

_Eu amo o natal – ela sorriu ainda girando.

_Eu também – eu sorriu a olhando fascinado.

Coloquei as mãos no bolso ainda observando a cena e senti algo nele, retirei e vi, era um belo colar, com uma rosa nele, sabia que não era meu, havia achado no chão do castelo há mais ou menos uma semana. Rose parou e olhou para o colar que eu segurava.

_Ei isso é meu – ela disse – Como achou?

_Estava andando pelo castelo esses dias e bem estava no chão – eu sorri – Então é seu?

_É sim, estava procurando por ele há dias. Até usei o feitiço accio, mas parece que o colar não obedece – ela sorriu.

_Eu coloco para você – eu disse e me aproximei.

Ela levantou os cabelos e virou de costas. No momento em que eu encostei em seu pescoço senti um arrepio, ignorei e coloquei o colar.

_Obrigada – ela disse com o rosto corado, eu não devia estar diferente, pensei em beijá-la novamente, mas por instinto não fiz tal ato.

_Por nada. – respondi tentando sorrir.

_Er... Eu vou indo – ela disse e se afastou um pouco.

_Rose...

_Já passou da meia noite, agora é Weasley. – ela sorriu.

_Que seja.Então até algum dia Weasley. – eu sorri.

_Até algum dia Malfoy – ela disse e me deu um beijo na bochecha.

Fiquei parado olhando a ruiva entrar no castelo e a observei sumir na penumbra da noite. Coloquei a mão sabre a minha bochecha, que ela havia dado um beijo. Notei que o vento estava mais forte e percebi que a ruiva levara minha blusa, é uma boa desculpa para falar com ela, em vez de perguntar sobre as aulas. Voltei para as masmorras pensando em tudo que ocorreu aquela noite mágica de natal, a ruiva por um acaso não foi para o natal com a família, dançamos sem musica mais algo estava naquele local que fazia com que estivesse algo musical, talvez o palpitar dos nossos corações, fiz um pedido para que esta noite não acabasse nunca, ela, porém desejou à neve, nós beijamos no momento em que soaram as badaladas da meia noite, começou a nevar e ela nem brigou comigo por eu tê-la beijado. Ela mudara nesta noite, sei que esta noite ela estava parecendo com a menina do ano passado, não aquela que estava sendo durante este ano, essa noite ela mudou, essa noite ela voltou a ser a Rose, a antiga Rose. Entrei nas masmorras e nem percebi que estava com um sorriso bobo no rosto.

_Onde você estava Scorps? – Miguel perguntou.

_Na mais alta nuvem – eu respondi bobamente.

_Acho que ele deve ter bebido – Vitor sorriu.

_Só se for uma poção do amor – Matt disse sorrindo marotamente.

_Boa noite pra vocês também. – eu sorri.

_Boa noite Scorpizinho – Vitor disse sorrindo.

_Até logo – eu sorriu e subi para o meu dormitório deixando os três ali com as bocas abertas.

Sorri com tal cena. Tomei um banho rápido e deitei sobre as cobertas, logo adormeci e pensei novamente no que ocorrera aquela noite e em como Rose Weasley me fascinava, no modo como a cada dia eu me apaixonava mais por ela, é claro, minha mente nunca vai revelar isso a ninguém, somente a mim, ninguém nunca saberá o que eu sinto por ela, só se ela mesma vier declarar que sente o mesmo por mim, enquanto isso esse sentimento ficará guardado a sete chaves, no meu coração. Dormi pensando nela e por incrível que pareça Rose Weasley apareceu em meus sonhos mais uma vez.