POV Sam

Estava louca para que terminasse essa aula chata, afinal era a ultima e eu poderia sair dessa prisão que costumam chamar de escola.

Sério, a escola consegue ser pior que muito reformatório em que eu já fui presa. Pelo menos lá deixavam a gente conversar e não era necessário fazer prova ou trabalhos.

Assim que o sinal bateu indicando minha liberdade sai correndo para deixar minhas coisas no armário e ir para casa da minha amiga.

A procurei por todos os lugares, mas não a encontrei em lugar algum.

Então eu vi o garoto que eu estava apaixonada havia tempos.

Sim, era ele, Freddie Benson.

Como sempre ele vinha do seu club nerd idiota.

- Viu a Carly, Benson?- perguntei.

- Ela saiu mais cedo com o Spencer, parece que ele colocou fogo em alguma coisa e ele precisava de um responsável. – ele falou.

- Mas ele não é o irmão mais velho? – perguntei confusa.

- Sim, mas eu acho que ele esqueceu isso. – ele respondeu simplesmente.

- Quem entende o Spencer? Você vai para casa agora? – perguntei.

- Sim, você vai pra casa da Carly ou pra sua? – ele perguntou.

- Acho que eu não preciso responder. – falei sarcástica.

- Casa da Carly. – ele falou.

- Isso, agora vamos. – falei.

Quando íamos saindo da escola percebemos que estava caindo a maior chuva.

- Droga. – reclamei.

- Não se preocupe eu tenho um guarda-chuva. – ele falou.

- Então abre logo. – mandei.

Ele abriu e fomos para rua.

A chuva era forte e eu estava com frio e minha mochila pesada não ajudava em nada.

- Dá pra andar mais rápido. – reclamei.

- Daria se você tivesse seu próprio guarda-chuva. – ele falou.

- Desculpa se eu não tenho uma mãe louca como a sua pra me fazer andar com um guarda-chuva em pleno dia de sol. – falei irritada.

- Desculpa, mas está chovendo. – ele argumentou.

Odeio quando ele tá certo, por isso grunhi.

Tentei arrancar o guarda-chuva da mão dele.

Nós ficamos brigando pelo controle até o guarda-chuva acabar sendo quebrado.

- Viu o que você fez Benson? – perguntei. – agora eu vou ficar toda molhada.

- Sério? Pois eu te ajudo. – ele falou com um sorriso.

Não entendi até ele fazer o movimento com o pé em uma poça e me molhar.

- Hoje você morre. – gritei irritada.

Ele saiu correndo, mas mesmo assim eu o alcancei.

Nós ficamos que nem duas crianças brincando na chuva.

Eu jogava o máximo de agua nele e tentava evitar que ele me molhasse, o que não fazia muito sentindo já que estava chovendo.

Mas logo teve que terminar.

- Chega Sam, acho melhor nós irmos antes que eu pegue um resfriado. – ele falou.

- Deixa de agir como um bebezinho da mamãe. – falei e ele revirou os olhos.

- Vamos logo. – ele falou.

Eu levava comigo o guarda-chuva quebrado.

Levantei ele sobre minha cabeça.

- E isso? – Freddie perguntou confuso.

- Eu não quero me molhar. – falei como se fosse obvio.

- Sam ele tá quebrado e você esta toda molhada já. – ele falou.

- não ligo. – falei.

- Me dá isso e deixa eu jogar no lixo. – ele falou.

- Não. – falei.

- Me dá. – ele falou.

 E começou uma nova briga.

Depois de ficar um tempo brigando para ver com quem ficaria o guarda-chuva ele pareceu desistir.

- Quer saber, deixa pra lá. – ele falou e começou a caminhar na frente.

Eu o segui ainda com o guarda-chuva quebrado sobre minha cabeça.

Ele então parou e ficou olhando o céu.

- O que foi? – perguntei.

- Eu não gosto da chuva, só isso. – ele respondeu sem olhar para mim.

- E por que não? – perguntei curiosa, pois não sabia disso apesar de ser amiga dele há anos.

- Porque chuva me lembra que eu estou sozinho. – ele respondeu agora olhando diretamente em meus olhos.

- Mas você não está sozinho. Você tem a louca da sua mãe, a Carly, o Gibby, o Spencer, você tem... – eu parei. Não sabia se devia continuar, mas sabia que ele não ia deixar terminar por ai.

- Eu tenho a quem? – ele perguntou se aproximando lentamente de mim.

- A mim. – praticamente sussurrei a resposta esperando pelo que viria em seguida.

Não sei como, mas ficamos com os rostos muitos próximos.

E acabamos nos beijando.

Lentamente o guarda-chuva caia ao nosso lado, nos deixando um maravilhoso beijo na chuva.

Eu sentia as gotas geladas no meu rosto, mas não me importava nem um pouco.

Nos separamos e ficamos nos encarando.

- Desculpa.- ele falou.

- Não precisa.  – falei envergonhada.

- Sério Sam, eu.. – ele ia começar.

- Está tudo bem Freddie. – falei e já ia voltando a andar, mas ele me segurou.

- Eu não aguento mais isso. – ele falou sério.

- O que? – perguntei confusa pelo que ele dizia.

Será que ele se arrependeu realmente pelo beijo?

- Guarda isso que eu estou sentindo. Sério Sam acho que não dá mais. Eu preciso realmente dizer. – ele falou.

- Então fala logo. – falei um pouco irritada.

- Mas é muito complicado. – ele falou e baixou a cabeça.

- Freddie, uma vez na vida deixa de agir como uma criança mimada e me fala a verdade. O que de pior pode acontecer? – minha irritação já estava totalmente visível.

- Eu não sei. – ele me respondeu.

- Fala logo. – eu gritei.

- Eu estou apaixonado por você a algum tempo. – ele confessou.

- Você está brincando, não é? Para Freddie isso não tem graça. – falei.

- Não estou brincando. Já faz algum tempo que eu estou apaixonado por você. Agora a pergunta é: o que você sente por mim? – ele perguntou me olhando nos olhos.

- Eu também. – falei.

- Você também o que? – perguntou ele confuso.

- Eu também estou apaixonada por você. Faz algum tempo. – respondi um pouco sem graça.

- Sério? – ele perguntou incrédulo.

- Não estou de brincadeira. É claro que é sério. – falei.

- Quer namorar comigo? – ele perguntou.

- Não sabe o quanto eu esperei por isso. – falei.

E nos demos mais um beijo apaixonado na chuva.

"Cause when i'm with you, I really don't matter if we're walkin' around, with a broken umbrella, let it rain, let it rain, let it rain!"* 

*: “Porque quando estou contigo, realmente não importa se estamos caminhando por aí com um guarda-chuva quebrado, que chova, que chova, que chova!".