A entrada da pensão estava vazia, o que facilitava muito para Kristin. Saiu para a noite fria e dirigiu-se para o orelhão próximo. O número para o qual ligaria não necessitava de cartão telefônico.

– Central 911...- Eu tenho uma informação para vocês...- Kris sussurrou - Sobre o sequestro de Justin Bieber...
– E o que seria? - Perguntou a atendente, desconfiada... Já havia perdido as contas de quantos telefonemas de engraçadinhos já havia atendido só naquela noite.
– Eu sei onde ele se escondeu depois que conseguiu fugir do cativeiro... Poderia ser um trote, mas não é... Eu sei onde ele está...
– E onde ele está? - A atendente mudou o tom de voz, não era trote, só a policia e a família sabiam que Justin não estava no cativeiro.

E, com a voz trêmula devido ao esforço de conter as lágrimas, Kristin deu á policial o endereço da pequena pensão onde, agora, Justin estava adormecido.
– Qual o seu nome?
– O meu nome? Pode me chamar de... SB... - Kristin puxou o gancho do telefone, desligando-o.

O fone ainda continuava em sua mão, e ela não sabia mais se havia feito a coisa certa.
– Droga! Drogaaaaa!!! - Em prantos, ela arremessou o fone novamente ao gancho, debruçando-se segundos depois sobre o mesmo, onde deixou escapar alguns soluços e palavrões.

De repente voltou a si, enxugou as lágrimas e caminhou lentamente de volta para a pensão, os braços firmemente cruzados na frente do corpo como se quisessem pedir calma para seu coração, que pedia desesperado que ela não fizesse o que fez. Procurou dona Maryan pela portaria e não a encontrou...

Olhou por dentro do balcão e viu tudo o que precisava: um pequeno bloco de papel e uma caneta bic. Kristin anotou algumas palavras no papel, marcando-o vez ou outra com as lágrimas que caíam.

Dobrou bem dobradinho e subiu para o quarto, Justin ainda dormia. Ela sabia que não havia muito tempo, logo a polícia estaria ali, era tudo questão de pouco tempo até encontrarem a pensão.Abriu a porta silenciosamente, colocando a chave por dentro da fechadura e trancando novamente.

Voltou a cama e olhou mais uma vez para Justin.
– Me perdoa... Eu amo você... - Sussurrou, dando um suave beijo nos lábios dele. Então o cobriu novamente com o lençol, deixou o bilhete sobre o criado mudo, pegou sua mochila e saiu.
Pra onde ir? Era o que ela se perguntava. Caminhou por certo tempo durante a pequena estrada até ver algumas viaturas passando.
– Agora sim, meu amor, você vai estar em boas mãos... - Disse para si mesma.
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E, como Kristin planejara, a polícia entrou na pensão, rendendo dona Maryan e perguntando onde Justin estava.
– Justin? Mas quem é Justin?
– Não se faça de burra! Justin é o garoto que veio se esconder aqui depois de fugir de um cativeiro! - Sargento Rafael quase perdia a paciência, achando ser mais uma brincadeira de mal gosto. Logo agora, que ele jurava ser uma denúncia verdadeira e já havia até chamado Pattie e Jeremy para acompanhá-lo.
– Aqui só tem um moço loiro, alto, que tá dormindo...
– Dormindo onde?!
– No quarto nove, acho eu... Aqui tá uma cópia da chav... - Rafael não deixou Dona Maryan terminar de falar, e muito menos oferecer a cópia da chave. Subiu com mais dois policiais e olhou de porta em porta até encontrar o quarto numero 9. Pattie e Jeremy subiram atrás, mas também não estavam acreditando muito que iriam encontrar Justin naquele lugar.

A porta não precisou de muito esforço para ceder. Mas, quando cedeu, fez um barulho alto, que acordou Justin.
– Meu amor?! O que você derrubou aí hein? Sua boba... - Justin sentou-se na cama, e ficou por alguns segundos sem entender o que eram aquelas pessoas entrando no quarto.
– JUSTIN, MEU FILHO!!! - Pattie correu e o abraçou.
– Mãe??? - Justin a abraçou também – Hahaha’ oi, mãe... Cadê a Kris?

E foi então que Justin se deu conta do que estava acontecendo. Estavam todos em volta da cama. Ele percebeu, que se haviam policiais no quarto, obviamente Kris não estaria lá.
– E aí garoto, tá tudo bem? - Rafael foi até Justin.
– Tá tudo bem sim e... HEY NÃO PUXA O LENÇOL ASSIM NÃO DUDE... - Justin segurou o lençol e levantou da cama, procurou a bermuda e a cueca pelo chão e vestiu rapidamente, só então deixando o lençol sobre a cama.
– Porque tá todo mundo me olhando com essa cara? Eu tô vivo ué!
– Como você conseguiu fugir do cativeiro, filho?
– Eu não fugi, pai... Um anjo me salvou... - Justin sorriu, e todos acharam que ele estava brincando.
– O que você tem aí, rapaz? Um corte profundo... E alguns arranhões...
– Eu tô bem, meu anjo cuidou de mim!!!
– Você tá com febre, Jus??? - Pattie colocou a mão sobre a testa de Justin.
– Não, mãe!! - Justin tirou a mão dela - Eu nunca estive tão bem é sério! Meu anjo deve ter saído... Pra... Pra comprar comida, sei lá!! Logo ela vai voltar, e vocês vão conhecer a minha salvadora!!! - Disse, sentando-se novamente na cama e só então observando o criado mudo. Viu o bilhete de Kris e não fez cerimônia em pegá-lo e lê-lo ali mesmo.