Jamás Abandoné escrita por Lety Paixão


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por quem leu, e por quem comentou.
Havia dito que a fic seria curta com até três capítulos, mas estou pensando em aumentar.
Espero que gostem
bjs



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Sigo estando aquí

Contínuo estando aqui

Porque ahora tu camino va en mi dirección

Porque agora seu caminho vai a minha direção

En mi maleta sólo queda ausencia

Em minha mala só há apenas ausência

Tu poesía me pidió volver

Sua poesia me pediu de volta

 É incrível como as palavras tem poderes, como elas podem inverter uma situação que parecia já ser decidida, ou como podem piorar algo. De qualquer modo as palavras são capazes de tudo, só precisam ser ditas e repetidas nas horas certas. E é ai que esta tudo o problema, saber quando é o momento e não proferir coisas certas cedo ou tarde demais, pois quando isso acontece o certo nem chega a ser duvidoso, vai diretamente para o errado e nem sempre à volta.  Mas neste momento o que me perturba é a falta de palavras, que pode ser tão perigoso quanto o excesso dela.

 Ainda dirijo para a casa de Ziva, o maldito transito não estava ajudando em nada para diminuir o percurso, o que só piora a situação. Nada foi dito dês de minhas ultimas palavras e seu sorriso, o que já faz provavelmente uns vinte minutos.

 Particularmente o silencio nesses casos não me incomoda, mas sim o que ele pode causar em minha parceira: Pensamentos, e eu aposto que eles não são nada agradáveis. Ou pelo menos imagino afinal seu olhar continua perdido, distante e bem longe daqui, e como imagino na Somália.

 O que mais me deixa angustiado não é o silencio ou os pensamentos alheios, e sim não saber quais eles são. Sei que não são bons, não tem como serem, três messes é muito para quem não tem a liberdade e para quem um dia me disse: Estou pronta para morrer.

 É claro que ela não pensa mais assim, não depois de ter chegado tão longe e com tanta gente ao seu redor. Porém existe mais do que isso, lembranças não morrem, podem ser esquecidas, mas continuam dentro de si e dependendo que contenham nos machucam mais ainda quem já esta machucada.

-Estamos chegando. –Comentei em uma tentativa falha de afastar meus pensamentos e os dela.

-Já teríamos chegado se eu estivesse no volante. –Ela disse para minha surpresa alimentando a conversa, talvez também queira afastar pensamentos, o que é bom.

-Teríamos chegado ao hospital com você dirigindo. –Falei sorrindo, ela tentou sorri mais não continuou com a provocação. –Podíamos pedir uma pizza.

-Gibbs lhe mandou ficar de olho em mim? –Ela perguntou sem qualquer raiva, pelo contrario havia certa tristeza.

-Disse para ficar com você até ele sair do artesanal, mesmo que não dissesse era o meu plano. –Expliquei entrando na sua rua.

-É aceitável. –Ela disse suspirando, estacionei o carro mais antes de sair me virei para vê-la.

-O que você quer disser como aceitável? –Perguntei preocupado, Ziva David não aceita nada sem perde uma boa discussão.

-Você viu Tony, viu o que posso fazer aquilo não é nem o começo do que sei. Gibbs está certo em te coloca de olho em mim. –Ziva explicou saindo do carro sem me dar qualquer chance de contradizer.

 Sai atrás dela que já andava em direção do prédio.

-Hei espere. –A chamei e segurei seu braço, Ziva virou-se rapidamente e me encarou. –Gibbs não esta com medo de você, e sim por você. Todos nos estamos, Ziva não estou aqui para te impedir de matar alguém, estou aqui para te proteger.

-Eu matei alguém Tony! Não que isso seja novidade, mas eu matei, a facadas, tudo bem era um criminoso, mas não estava em minhas mãos agir daquela forma, não é mais meu trabalho!

-Você tem razão não devia ter feito aquilo. –Disse vendo seu olhar de surpresa, não podia negar que ela tinha razão. –Mas está feito, mas sei que teve motivos e quando quiser eu vou ouvir, mas enquanto isso eu realmente quero uma pizza.

 Ziva me olhou e sorriu com minhas últimas palavras.

-Vamos entrar e você pede. –Ela disse andando para dentro de seu apartamento, eu apenas a seguir lhe deixando ir na frente. Durante o curto caminho pedi a pizza e sugerir um filme e ela concordou. Com certeza não era nisso que Gibbs pensava enquanto me mandou cuidar dela.

-Eu vou tomar um banho. –Ziva disse olhando para sua roupa, percebendo em fim o sangue que lhe cobria. Em seus olhos vi por um breve momento um lampejo de raiva seguido de tristeza que ela tentou cobrir com sua velha mascara Mossad.

-O que você me disse quando eu quis saber o que aconteceu na Somália? –Perguntei a pegando de surpresa.

-Tony o que...

-Apenas responda. –Disse a cortando, Ziva me olhou pensativa e respondeu cedendo ao meu pedido, com certeza curiosa para saber o que eu queria com isso.

-Eu disse que o que Saleem tinha feito tinha sido horrível, mas ficar relembrando era pior e que deveria apenas seguir em frente. –Ela respondeu tentando lembrar as palavras, depois me olhou procurando entender porque a tinha mandando repetir palavras ditas há muito tempo.

-Você esta agindo como o Gibbs. –Ela disse em tom de provocação, mas ambos sabemos que ela entendeu o que quis disser. Memórias podem não ser apagadas, mas nós escolhemos se as deixamos como memórias ou fazemos delas lembranças constantes.

-É a convivência. –Falei me deixando levar na brincadeira. –E você sabe o que vem depois das palavras do Gibbs?

  Perguntei indo devagar em sua direção, ela me olhou e não se mexeu.

-Você não faria isso. –Ela disse e eu sorri levantando minha mão. –Eu disse que você parecia com o Gibbs não que era o Gibbs.

-Então o que você sugere que eu faça? –Perguntei dando meu ultimo passo a frente, Ziva não se afastou e por um breve momento em nossa brincadeira percebi que ela já não se lembrava do acontecido, mas foi apena um breve momento já que sua próxima ação demonstrou que ainda era cedo demais.

-Que me deixe fazer isso. –Ela disse e antes que eu pudesse pergunta o que ela queria disser senti seus braços entrelaçarem meu corpo e sua cabeça apoiar em meu ombro.

-Obrigado. –Ela sussurrou em meu ouvido me soltando, mas a puxei de volta em reação a seu toque que ate então tinha me deixado em ação. Apertei seu corpo contra o meu sentindo a batida do seu coração com o meu, batida que sonhei em ouvi quando a perdi e que agora esta aqui comigo provando que sua precedência ainda está onde é seu lugar. No NCIS e ao meu lado.

-Você está parecendo a Abby. –Disse e a ouvi ri de leve.

-É a convivência. –Ela respondeu nos separando. –Melhor me limpar a pizza já deve esta chegando.

-Parece que já chegou. –Disse assim que ouvi a companhia tocar. –Vá eu te espero.

-Tony Dinozzo? –O entregador perguntou e eu fiz que sim pegando a carteira.

-Tony deixe que eu pago! –Ziva gritou do banheiro.

-Já paguei! –Respondi pagando e fechando a porta. Nem mesmo durante um banho ela descansa, pensei.

Voltei para a sala e parei por um momento olhando para duas fotos em portas retrato. Uma é de Ziva criança, ou assim penso olhando para a menina com o mesmo olhar que minha ninja, junto com um garoto um pouco mais que ela e uma menina menor que possui a mesma fisionomia. Tali e Ari, concluir lembrando-me de quando ela me falou de sua irmã, uma das poucas coisas que sei sobre seu passado.

 Peguei a outra foto que sem duvida é mais recente, não faz nem um ano que foi tirada, sei disso, pois estou nela, toda a equipe está. Passado e presente diferentes juntos em uma pessoa só, em Ziva David.

 Ouvi a porta do banheiro ser aberta e devolvi o porta retrato ao seu lugar indo para a cozinha arruma nosso jantar, ou pelo menos era a intenção quando um estrondo impediu de realiza a tarefa, um estrondo que havia ouvido em menos de um dia.

-Ziva! –Gritei indo em direção a seu quarto, minha respiração parou quando a encontrei deitada no chão, enrolada com a toalha e com pedaços de vidro ao seu redor.

-Tony se esconde! –Ela gritou e quase suspirei de alivio ao ver que estava bem, mas reagi a suas palavras e me coloquei atrás da parede. Antes que pudesse chamá-la Ziva já estava ao meu lado e com sua arma na mão.

-Você esta bem? –Perguntei ouvindo sua respiração apresada.

-Acabei de quase levar um tiro, minha janela do quarto esta quebrada e estou com fome, mas sim estou bem. –Ela respondeu sarcasticamente, mas percebi o nervosismo em sua voz. Não respondi, esperei qualquer outra ação suspeita mais não havia nada alem do silencio.

-Fique aqui. –Disse sacando minha arma e indo em direção ao quarto de Ziva, a janela realmente estava quebrada, mas alem de mim e minha parceira não havia ninguém no apartamento.

-Atiraram pelo lado de fora. –Ziva disse bem atrás de mim.

-Eu lhe disse para ficar lá.

-E eu não obedeci, o que tem de surpresa nisso? –Ela me respondeu e eu a olhei seriamente.

-Tentaram te matar Ziva.

-Outra afirmação nada surpreendente, vou ligar para o Gibbs. –Ela disse se afastando e só então reparei que a única coisa que cobria seu corpo era uma toalha. –Pare de olhar.

 Desviei minha atenção nela e sai do quarto olhando para a escuridão do lado de fora, seja lá quem fez isso não vai arrisca uma segunda vez.

-Ele mandou esperar. Vou pegar minhas coisas, pelo visto não vou poder passar a noite aqui. –Ela falou com a voz cansada.

-Pense pelo lado bom.

-Que lado bom? –Ziva questionou.

-Ainda temos a pizza. –E a mim.

 Ziva me olhou com o olhar que sem duvidas aprendeu com Gibbs.

-Sirva para a gente. –Ela disse me surpreendendo com as próximas palavras. –Mas sabe de uma coisa? Realmente tem um lado bom, estou olhando para o meu. 


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