O Caminho Da Fênix escrita por keyci


Capítulo 2
Capítulo 2: Uma nova (e desastrosa) vida.


Notas iniciais do capítulo

Aloha o/ Mais um capítulo, espero que gostem e aqui irão conhecer as primeiras habilidades da Vicky, explicarei sobre elas melhor no final do capítulo ^.^



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Frio.

Foi a primeira sensação que Victoria sentiu ao despertar. Os olhos estavam pesados demais para sequer tentar pensar em abri-los. A boca estava seca como o deserto, mas mal podia movimentar um músculo da garganta. Estava fraca. Mas estava viva. Quanto mais respirava em desespero, mais tudo ardia por dentro, então ela tentou controlar-se e engolir a saliva o máximo que a dor a permitia.

-Não John, eu já disse, eu não posso ir para nenhum lugar minha filha... Sim, eu sei que é a grande oportunidade de minha carreira, mas minha família vem em primeiro lugar... Não, eu não vou, já disse...

A voz de sua mãe fez o tênue fio de esperança crescer e aquecer o corpo de Victoria, alastrando-se como uma chama preguiçosa. Ela parecia falar no telefone com John... Provavelmente o seu editor. Sandra era uma das melhores tradutoras de livros da antiguidade italiana, requisitada por muitas editoras e empresas similares. Isso permitia que ela trabalhasse em casa, mas que desaparecesse no escritório às vezes, imersa na história italiana. No jantar ela costumava contar sobre jovens heróis e grandes traições.

Com um suspiro longo e desolado, Sandra aquietou-se, provavelmente a ligação tivesse acabado. Victoria podia escutar a tudo, tinha plena consciência, estava apenas... Fraca demais. Sua mãe sentou em algo, podia reconhecer o som de algo se arrastando. Logo uma mão macia e quente segurou a sua, fazendo que a sensação de carinho a emocionasse. Estava viva, viva!

-Vicky... Sentimos tanto a sua falta... – Sandra murmurou pesarosa.

Victoria tentou falar, dizer que estava viva, mas a garganta ainda estava seca. A luta para abrir os olhos foi recompensada por uma luz branca forte machucando a sua retina. Lágrimas escorreram por sua face para umedecer os olhos que por tanto tempo ficaram fechados e absortos na escuridão. Ela virou o rosto e sentiu uma pontada de dor de cabeça, mas pode vislumbrar sua mão com o rosto abaixado, desolada e cansada. Tentou novamente falar mas logo desistiu. Então tentou algo diferente.

Mexeu primeiro os dedos testando para ver se ainda os tinha. Então apertou a mão de sua mãe de leve. Sandra arregalou os olhos e mirou lentamente o olhar para a filha. O grito surdo que ela soltou revelou todo o choque e emoção de ver a filha acordada.

-Vicky! Vicky! Oh minha Vicky! – Sandra a abraçou mal percebendo que isso machucava a filha – Obrigada Deus, eu rezei tanto, tanto! Espera, tenho de chamar o médico, isso, o médico!

Sandra saiu rapidamente. Um médico? Ah sim, provavelmente estava em um hospital. Vicky fechou os olhos novamente relaxando a visão. A festa. A animação. As bebidas... O acidente. Victoria abriu os olhos novamente, lembrando de tudo o que aconteceu. Inclusive de seu sonho. Teria sido sonho mesmo? Um homem de jaleco branco apareceu, calvo e com um sorriso no rosto. Ele parecia normal... A não ser pela aura roxa que o rodeava. Victoria piscou duas vezes, mas definitivamente, existia uma luz que liberava dele, envolvendo o corpo dele e parecia ser algo como orgulho, satisfação, felicidade. Ao olhar para sua mãe, esta estava rosa bebê.

-Olá Victoria, sou o Dr. Parker, preciso que você responda a algumas perguntas... Ou melhor, consegue falar algo? – o médico falou aproximando-se.

Victoria negou balançando a cabeça.

-Então faremos um acordo. Pisque uma vez para não e duas vezes para sim, certo?

Clichê. Victoria franziu o cenho ao pensar nessa palavra. Porque ela lhe parecia tão familiar?

-Você consegue enxergar bem? – Parker perguntou enquanto tirava do bolso do jaleco uma lanterna fina.

Victoria piscou duas vezes lentamente. Umas cores esquisitas ao redor do corpo não devia ser nada demais, logo passaria. O médico então tocou o rosto de Victoria, e essa entrou em choque. A sua frente coisas começaram a aparecer como em um filme em 3D em vida real, mas ao mesmo tempo ela via a realidade. Arregalando os olhos de medo, ela “assistiu” ao doutor Parker brigando com a mulher e saindo para o bar, bebendo e se culpando por não ter dado o que ela mais pedia: carinho e amor.

O médico afastou-se quando viu a reação dela, o aparelho ao lado apitou alarmando que as batidas do coração dela haviam acelerado de forma rápida, como se estivesse com medo. E ela estava. Como aquilo era possível?! Como, como, como?! O medico a tocou no pulso, e novamente mais uma imagem. A dele se formando e dando o beijo na garota que era hoje sua mulher. Novamente Victoria quase surtou.

-Doutor... – Sandra aproximou-se protetora e ao mesmo tempo assustada.

-Vamos com calma, ok? Isso pode ser uma reação traumática. Vou por as luvas, que tal? – Parker manteve o total controle, era um perfeito profissional. O que não era o mesmo para a situação de marido.

Quando ele a tocou com as luvas, nada aconteceu.

Desde então todos passaram a tratá-la com luvas. Victoria não ousou nem por um momento explicar o que via. Tinha medo de que fosse interná-la em um hospício, porque ela tinha plena convicção de que tinha enlouquecido. Via cores ao redor das pessoas a todo o momento. Elas mudavam às vezes, quando algo de impacto acontecia, Victoria deduziu que eram as emoções e o humor, já que de alguma forma entendia que as cores rosa significavam boa coisa, enquanto que a azul escuro era tristeza.

Descobriu que ninguém, além dela sobrevivera ao acidente. O motorista do caminhão, que tinha cochilado, conseguiu tirar apenas a ela do carro antes que esse explodisse. Victoria passou seis meses em coma e tivera uma parada cardíaca nesse meio tempo. A culpa a dominava a todo o instante, a perda remoia em suas veias tragadas pela saudade.

Uma semana antes de partir, enquanto dormia, sentiu um frio na espinha que a fez acordar de sobressalto. Sentado na cadeira ao seu lado, estava um pequeno garoto de uns dez anos e ele era... Azul. Literalmente azul transparente, fantasmagórico. Ele usava um macacão que aparentava ser jeans, tênis e um boneco com um super-herói qualquer estampado.

-Olá... – ele cumprimentou.

-Oi – Victoria respondeu hesitante – O que faz aqui?

-Mamãe ensinou que eu devia ajudar as pessoas sempre que possível, eu vim ajudar você – ele sorriu animado – eu nunca pude ajudar os outros porque eu tinha... Bem... Uma doença contagiosa. HIV. Todo mundo me evitava e eu sempre estava fraco, mas você eu posso ajudar!

-A-ajudar no que?

-No seu acidente. Você não teve uma experiência após morte. Você morreu.

Ele falara como se anunciasse que tinha tirado A em ciências. O coração de Victoria falhou uma batida. Não foi por medo, foi por acreditar em cada palavra que ele dizia.

-Então... Porque eu voltei? – questionou em um fio de voz.

O garoto deu de ombros.

-Vai ver não era sua hora. Ou que foi o destino. Depende no que você acredita – ele respondeu com tranquilidade e saltou da cadeira – Eu não tenho muito tempo. Eu escutei que o que você ver nas pessoas são suas auras, o estado em que se encontra o espírito delas, e que com um toque as vezes você pode ver o passado das pessoas ou das coisas. Com o tempo você pode controlar.

-Posso? Espere como você sabe disso tudo, onde escutou? Quem sabe sobre mim?

-Todos os que te viram passar pela ponte e de alguma forma retornar – o garoto explicou – foram poucos, eles não saem daquele lugar e me deixaram voltar apenas para dar esse recado para você, parece que eles querem ver no que vai dar e com essas informações você tem mais chances de viver e não cometer suicídio.

-Eles decidiram? Não havia ninguém lá, só eu e meus amigos!

O garoto deu novamente de ombros e sorriu de forma travessa, acenando um tchau. Então o corpo ficou ainda mais transparente até desaparecer. Só depois de um tempo Victoria percebeu o que acontecera.

Ela vira um fantasma.


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Notas finais do capítulo

Então, muitos devem achar muito parecido com os poderes de Ever dos Imortais em alguns quesitos de ver fantasmas, as auras e poder ver o passado. Então para evitar algumas confusões irei explicar melhor o porquê dela ter esses poderes que não foram escolhidos a toa.
A Vicky morreu e ao entrar no outro plano - seja lá qual ele seja e onde seja - entrou em contato com o mundo espiritual. Ao entrar nesse mundo ela então pode ver a essência humana que é a alma e o espírito (para alguns a mesma coisa). Poder ver fantasmas é ver os espíritos mortos que estão na terra. Poder ver a aura e estado de espírito das pessoas (emoções) é poder ver a alma da própria pessoa envolta dela e ver as memórias tanto vindo das pessoas como de objetos que ver resquícios de coisas marcantes que uma alma já fez ou deixou em determinado local.
Emfim, essas informações não vão prejudicar vocês na história e é para que vocês entendam o que ela pode fazer. Para os curiosos e fãs de superpoderes, os nomes corretos seria que ela é uma médium e com auracinese e tem a clariciência.
Como eu disse, isso é só o inicio lalala



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