Assim que me dei conta de que tinha alguns segundos de vantagem, me apressei em correr para o mais longe possível de Voldemort. Ele estava ocupado revidando os feitiços que Harry aproveitara para lançar, durante seu breve momento de distração. Logo depois desapareceu, e eu sabia que usava a capa da invisibilidade.

 Gina me puxou para atrás de suas costas, me escondendo, e também impossibilitando minha visão do que estava acontecendo. Todos arquejavam em voz alta, mas eu não me importava em ver o que se passava. Minha têmpora, onde Voldemort apertara sua varinha ainda doía, e fortemente. Que estava acontecendo...?

 Antes que eu pudesse pensar nisso, o caos irrompeu por todos. Os comensais começaram a atacar, e todos nós fomos obrigados a recuar de volta para o castelo.

 Eu ia sendo empurrada, pelas várias batalhas que se travavam. Bellatriz Lestrange provocava cada vez mais estragos, mas a Sra. Weasley não pega leve quando mexem com seus filhos.

 Cada vez que eu andava, mais a dor aumentava. Eu não sabia o que estava acontecendo, só sabia que deveria haver alguma coisa maldita na varinha que Voldemort usava, que me afetou.

 Sem meu consentimento, meus joelhos se dobraram e eu caí no chão. Eu estava de olhos fechados, mas eu conseguia ouvir tudo que se passava.

 -Hermione! – ouvi alguém me chamar, mas de inicio não reconheci a voz.

  Uma mão fria me tocou, e eu fiz um grande esforço para abrir meus olhos. Draco.

  -Ah, por favor, acorde! Se ele te ver.. – Ele ia continuar, mas foi interrompido, por um grito estridente, que reconheci ser de Harry.

 -Protego!

 Draco se afastou de mim por um instante, e quando voltou, jogou um tecido sobre meu corpo, que parecia água.

 (/N.a.: Lembrem-se que Harry tira a capa quando grita protego. Malfoy pegou ela e usou pra esconder a Hermione de Voldemort, que se a visse, com certeza iria matá-la c:  tenso.)

 -Ah, Harry Potter. – Ouvi uma voz terrível e fina, não tão longe de mim, e eu percebi que uma batalha se aproximava. Harry se via agora cara a cara com Voldemort. – E a sua amiga sangue-ruim? Onde está? Sabe que assim que eu matá-lo vou procurá-la. Não será tão difícil de achá-la. – Nesse momento, tive a impressão de que ele sabia como eu estava mal graças à sua varinha. - E aquele namorado traidorzinho idem. – Ele procurou pela multidão, e avistou o rosto de Draco. – Ou então eu já posso adiantar o trabalho. Vamos acabar logo com isso Potter, o mais tolo dos Malfoy está esperando a sua vez.

 Harry não falava tão alto quanto Voldemort, suficientemente para eu escutar. Eu apenas via, por debaixo da capa, que os dois ficavam se rondando, prontos para atacar.

 Também via Draco em pé, hesitando em ir embora. Mas ele olhou novamente para o lugar onde eu estava com uma expressão quase como se ele tivesse que ficar. Por mim. Para me proteger se algo acontecesse.

 Eu não sabia se ele já havia se lembrado de mim ou não. Mas não importava. Com memória ou sem memória, ele sempre cuidaria de mim. Fora esse instinto de proteção que nos fizera ficar juntos, e vai continuar a fazer.

 Em um momento vi riscos vermelhos e verdes em direção ao céu, e gritos de alegria. Então eu soube, Voldemort perdera. Nós finalmente estávamos livres. Não pude reprimir um sorriso, por maior que fosse a dor que me causara fazê-lo.

 Draco tirou a capa de cima de mim, e me carregou até o salão principal, me sentando em uma das cadeiras. Me olhava preocupado.

 -O que aconteceu? – Ele perguntou.

 -A varinha... – respondi, com a voz muito rouca, quase muda. – tinha alguma coisa...

 Alguém se aproximava enquanto os outros comemoravam em volta. Alguém com saradas e com cabelo cor de fogo. Não conseguia distinguir muito bem, minha visão estava borrada, mas era óbvio que era o Rony.

 -Mione? – ele perguntou. – Você está bem?

 -Ela está com cara de quem está bem? – Draco respondeu-lhe, irônico.

-Eu não estava falando com você. Estava falando com ela.

 -E você ainda precisa de uma resposta? – Draco respondeu.

 -Ah, saia daqui Malfoy! Seu pai está te procurado.

- Não, vou ficar aqui e garantir que não aconteça nada com ela. Faça alguma coisa de útil, e chame aquela enfermeira... – Ele tentou se lembrar do nome. –Madame Pomfrey.

 Me ocorreu que eu não sabia como haviam cuidado de Draco enquanto estava na floresta. Mas eu duvidava que o tivessem curado.

 -Ah, você me quer ver fazer algo de útil? – Rony desdenhou. – Então eu vou afzer algo de útil.

 Ele se aproximou de mim e me beijou, bem na frente de Draco. (na: aah, Rony fdp, saidaq >:(     )

 Eu ainda estava de olhos abertos, tentando empurrá-lo para longe de mim. De um vislumbre, visualizei a expressão de Draco. Primeiro era de raiva. Depois mudou. Ele ficou como se tivesse levado um soco, meio tonto, olhando para o nada.

 Rony se aproximou mais, mas eu coloquei meu pé em seu peito, tentando empurrá-lo para longe da cadeira. Quase consegui quando algo o fez parar. Ele caiu de lado, segurando a parte lateral de seu pescoço. Draco ainda estava com o punho erguido no ar. Rony acabara de levar um belo soco.