Zöe E A Árvore Da Vida escrita por Lorelaai


Capítulo 2
I - O começo


Notas iniciais do capítulo

É pequeno, mas dá pra ficar com gostinho e saber mais ou menos o que vai rolar ok? Beijos



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8 anos depois em Midgard.

   - Zoe, Zoe. – gritou uma senhora vestida como freira. – Volte aqui com isso agora Zoe Vanir.

   A menininha de longos cabelos escuros continuava correndo e rindo, enquanto tentava escapar da senhora que a seguia. Zoe morava em um orfanato, onde era cuidada por freiras. Havia chegado lá há oito anos, aparecendo logo após raio cair na porta do orfanato. As freiras a aceitaram com carinho e cuidam dela até hoje, pois dizem que ela é um presente dos céus.

   As famílias que haviam tentado adotá-la não ficaram com a menina por muito tempo. Ela logo aprontava algo que a mandava de volta, por isso não passava mais de dois ou três dias longe do orfanato.

A menina havia parado de correr, olhava agora uma árvore. Parecia cansada.

- Zoe? O que está olhando? – perguntou a senhora que a seguia.

- Essa árvore Susi. – disse a menina inocentemente.

- Que árvore querida? – disse a senhora que nada via em sua frente.

- Você não a vê? Ela está bem aqui Susi. Olha. – disse Zoe apontando para um lugar onde nada havia.

- Não há nada aí Zoe. – disse a mulher preocupada.

- Mas... Eu vejo. – disse a menina com lagrimas nos olhos.

- Vamos Zoe, vamos para dentro. – Susi a pegou pelo braço e a levou para dentro do orfanato. Zoe olhava constantemente por sobre o ombro para enxergar a árvore. Ela logo percebeu que não era uma árvore normal. Ia até depois de onde seus olhos pequeninos conseguiam ver acima do céu. Seu tronco era grosso, muito grosso, ela não conseguia ver nada dos dois lados da árvore, somente seu tronco. A menina estava maravilhada com tamanha beleza da árvore.

Em Alfheim

   Uma pequena criatura de orelhas pontudas descansava em sua cama. Era meio da noite. Seus cabelos verdes estavam esparramados pelo colchão de folhas improvisado. Sua casa não era luxuosa, tinha o que era necessário. A família herdeira de Alfheim não se dava muito luxo. As condições estavam difíceis, e eles gostavam de ajudar os outros elfos.

   A menininha que descansava seria um dia a princesa de Alfheim. Sua pele branca resplandecia a luz do luar, seus olhos esverdeados estavam fechados. Dentro daquela pequena havia um poder, um poder desconhecido, até mesmo de seus pais.

   A garota acordou de repente com um barulho vindo da cozinha. Ela levantou-se e pensou ser a sua mãe fazendo comida para os pequenos. Seguiu em direção ao barulho e viu exatamente o que pensou.

   - Mama. – disse a voz da pequenina. A mulher alta com a pele e cabelo esverdeados olhou para a menina com ternura.

   - Lis. Acordei-te? – perguntou a mulher.

   - Não, eu estava acordada. – mentiu a menina muito mal, pois a mãe começou a rir.

   - Sinto muito querida. – disse a mulher com um leve sorriso no rosto. A garota olhou pela janela da cozinha, uma janela arredondada ao lado da geladeira esverdeada. Olhava a lua, a admirava e não sabia o porquê, pois os elfos luminosos normalmente gostam do sol, mas aquela lua parecia diferente para Lis. Ela tinha um brilho especial. Toda sexta-feira era assim, ela acordava no meio da noite, exatamente no horário em que a lua estava em sua janela.

   - Lis? – chamou-lhe a mãe. A garotinha olhou para ela e sorriu levemente para logo depois bocejar. Voltou a olhar pela janela, mas desta vez não via a lua. Uma árvore estava diante dela, tão alto quanto podia imaginar, com raízes ligando bolas que pareciam pequenas de longe, seu tronco era tão largo que ficava difícil enxergar qualquer outra coisa. A menina se assustou e deu um passo para trás.

   - Filha, o que houve? – perguntou a mãe olhando pela janela para ver o que assustava tanto a menininha.

   - Mãe, será que um dia eu serei capaz de viajar por entre os mundos? – perguntou Lis sem tirar seus olhos daquela árvore.

   - Ora Lis, você sabe que é quase impossível, somente aqueles que vêem a Yggdrasil conseguem.

   - Você não vê mãe? Aquela árvore? – disse a garotinha apontando para a janela, bem ao longe.

   - Árvore filha? – disse a mãe ficando um pouco preocupada com sua filha.

   - A árvore... – disse a pequena com a voz chorona.

   - Você consegue ver a Yggdrasil? Lis?

Em Svartalfheim

   - Menino, pare de brincar na lama. – gritou uma voz masculina forte.

   - Não. – disse um garotinho sujo de lama. Tinha olhos escuros, um âmbar profundo, seu cabelo era curto e liso, da mesma cor que seus olhos. Ele rolava pra cá e pra lá na poça de lama, então ficava difícil para qualquer um ver a sua pele.

   - Tot, eu não vou falar novamente. – disse o cara. Ele tinha cabelos pretos, uma pele escura e seus olhos eram cor de mel. O menino parou de brincar na lama e foi para dentro. Ele morava em um enorme castelo, seus portões eram de ferro que resistia até mesmo contra o gigante de fogo ou gelo mais forte, tinha cinco enormes andares e quatro torres, uma em cada lado. Sua cor era escura, quase da mesma cor que os olhos do garoto. Era o castelo da família herdeira, os Svartalfheim.

   Um grupo de empregada elfos, iguais ao homem que a um instante havia pedido para o garoto parar de brincar na lama, acompanhou Tot até seus aposentos e, enquanto o garoto se banhava, elas arrumavam suas roupas.

   Após o banho, o menino desceu e foi até o hall, onde seria servido o jantar. Sua pele, agora visível, era branca, quase translúcida, o que era raro de se acontecer, principalmente entre os elfos escuros. Ele se dirigiu a janela no lado contrario da porta e parou para observar a noite. Aquela árvore, aquela mesma árvore que ele via toda noite, estava lá. Tot ainda não havia descoberto porque somente ele enxergava aquela planta, uma planta que é tão alta que nunca conseguiu ver seu fim.

- Pai, o que é aquela árvore? – perguntou Tot ao elfo que havia gritado com ele mais cedo.

- Que árvore filho? – perguntou olhando para onde o garoto apontava.

- Eu quero sair daqui pai, viver grandes aventuras, como as histórias que o senhor me conta antes de dormir. – disse o menino agora encarando o seu pai.

- Você vai filho, você vai. Basta esperar o momento certo.


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Notas finais do capítulo

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