O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 44
LUAL


Notas iniciais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:
Velha Infância - Os Tribalistas
http://www.youtube.com/watch?v=nJYZl1Ewoxk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/19752/chapter/44

Cebola apressava o passo, corria contra o tempo. Cada segundo, cada milésimo era um momento a menos para alcançar seu objetivo: ter o coração de sua amada dentuça. Era até estranho ele pensar nisso, pois se fosse uma criança de sete anos, como era nove anos atrás, seu objetivo tinha a Mônica, mas era para poder irritá-la, provoca-la, além de tudo, seu maior objetivo era conquistar o Sansão e por conseqüência ser o dono da rua. Naquele momento não adiantava ser dono da rua, já que não tinha poder sobre o coração de Mônica, não poderia nada fazer se ela não deixasse. Talvez com aquele objeto que carregava com uma das mãos pudesse ajudar, talvez não. Ele tentava ser otimista, não poderia desistir justo agora, quando Mônica estava balançada com toda aquela “cantada”, que fora, além de surpreendente, sensual. Sim, sensual, pois Cebola sabia como sua dentuça sentia-se quando escutava sua doce voz quando pedia, implorava por algo ou cantava. Mesmo recheado por pensamentos positivos, uma ponta de pessimismo o preocupava: será que iria dar certo tal plano, será? A Mônica vai ficar irritada? Será? Ora, se apenas isso o preocupava, precisava continuar otimista, pode ter certeza. Já havia chegado à pracinha, atravessava-a com muita rapidez, porém com cautela, pois não podia quebrar o objeto que tanto precisava. Tal seria usado para dois distintos propósitos, um ele tinha a absoluta certeza que funcionaria, já a outra não sabia. Quando chegou perto de seus amigos já eram cinco horas e vinte minutos, logo seria o pôr-do-sol. Cascão, Mônica e Magali olharam para Cebola, perplexos: - Para que você trouxe isso, Cebola? – perguntou Mônica. - Ah Mônica, você sabe para que serve isso, não seja tão burra... - Então qual a razão de querer fazer isso? - O momento é propício, pôr-do-sol, o crepúsculo, logo é de noite... Entendeu? - Sim, mas... - Então que tal a gente começar logo com esse lual? – perguntou Magali, a qual estava toda alegre com a presença do violão de Cebola, pois sabia o motivo para ele trazer o mesmo. - Claro, só se for agora – respondeu Cebola, sentando-se no círculo ao lado de Mônica. – Que música a gente pode cantar agora? - Mônica – Magali sussurrava, cutucando a dentuça – sugere uma aí... - Ta doida Magali? – sussurrou Mônica. - Bom, então eu vou sugerir, você sabe qual... - Não... Antes que Mônica pudesse impedir a ação de Magali, ela já dizia toda alegre: - Que tal Velha Infância? - Beleza – disse Cebola, já ajeitando seus braços no instrumento, fazendo acordes e dedilhando as cordas suavemente. Mônica enrubesceu sua face, ficando muito parecida com o pimentão. Escondeu seu rosto nos joelhos, não estava acreditando que sua amiga comilona fora tão, tão chata. Parecia loucura, mas não queria ter uma declaração pública daquelas. Mas Magali não deixou Mônica se esconder, obrigou-a a levantar aquela cabeça e observar Cebola brincar com o violão. Ele abrira os lábios e começava a cantar: Você é assim Um sonho pra mim E quando eu não te vejo Magali e Cascão começaram a acompanhar a música, balançando de um lado pro outro as mãos, cantarolando de boca fechada, de olhos fechados. O intuito dos dois era apenas aumentar o clima entre o violinista e a dentuça, a qual mantivera sua cabeça apoiada nos joelhos, fitando Cebola, o qual retribuía fitando-a e sorrindo. eu penso em você desde o amanhecer até quando eu me deito Mônica finalmente decidira cantar, para acompanhar o solista sorridente. Cebola mantinha sempre os olhos em Mônica, não desgrudava os olhos da dentuça. Seu olhar era apaixonado, sedutor. Ao mesmo tempo que se declarava, fazia sinais com as sobrancelhas, afirmando através delas que queria algo mais depois da música. Mônica e Cebola: Pra gente cantar E a gente dançar E a gente não se cansa De ser criança Da gente brincar Da nossa velha infância Seus olhos meu clarão Me guiam dentro da escuridão Seus pés me abrem o caminho Eu sigo e nunca me sinto só Você é assim Um sonho pra mim Quero te encher de beijos Eu penso em você Desde o amanhecer Até quando eu me deito Ele acabava a música por ali. Não continuou, pois a luz indicando o pôr-do-sol acordou de seu transe. - O pôr-do-sol – Cebola apontou para o horizonte com a ponta dos dedos – ta tão bonito... – ele dançou com uma das mãos para a de Mônica,entrelaçando-as. Ela havia permitido tal ato, a música a deixou tão envolvida que nem sequer ligou para o ardor em suas mãos. Cascão tentou fazer o mesmo com Magali, a qual resistiu em três tentativas, mas acabou cedendo na quarta. Os dois casais fitavam maravilhados para aqueles feixes de luz alaranjados, envoltos pelas nuvens azul-claras. As luzes pairavam naquelas faces ruborizadas. Cebola aproveitou o deslumbre da dentuça para beijar levemente o canto do rosto, sussurrando levemente em seu ouvido: - Você verá, mais cedo ou mais tarde você será minha. Mônica corou levemente, soltou uma risadinha abafada, mas soltou delicadamente a mão do troca-letras e disse: - Que tal uma outra música – sugeriu Mônica. - Dessa vez eu vou escolher. – assinalou Cebola. Ele começou tocar no violão mais uma vez. O ritmo era acelerado, bem agitado. Ele começou a cantar: - Uma Mônica incomoda muita gente – Cascão começou a acompanha-lo – Duas Mônicas incomodam, incomodam muito mais... - Três Mônicas incomodam muita gente... – começou cantar Magali. - Até você vai começar, criatura? – perguntou Mônica já nervosa. - Quatro Mônicas incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais – continou Magali, sem se importar... - MAGALIII!!!! - Que? Onde? Como? Ah, é você Mônica! - Argh! Parem agora vocês TRÊS!! - Vai acertar o Cebola com coelhadas? – perguntou Magali. - Vocês duvidam, é? – perguntou Mônica, com cara de que comeu o pão que o diabo amassou, pisou e cuspiu. - Eu duvido – assinalou Cebola, enquanto isso Cascão continuava a cantar, mas bem baixinho para não levar coelhada. Mônica abriu desesperadamente sua mochila, que estava atrás do círculo e pôs-se a bater em Cebola. Mas fora impedida, pois ele bloqueava os ataques com o violão. - Hahaha – ria-se Cebola, pousando sua mão solta no rosto da dentuça. – as coelhadas não me afetam mais... - AH SEUU... - Shh – Cebola pôs seu dedo indicador sobre os lábios da dentuça – Vou cantar uma outra música agora... (ACHO MELHOR EU DAR O FORA DAQUI SENÃO EU VOLTO COM O OLHO ROXO) pensou Cascão. (Ahhn, será que a sorveteria Loucura Gelada ta aberta? Quero tomar dois sorvetes e ganhar um chaveiro de camisa-de-força.. O MEU é AMARELO GRIFA TEZTO!! É MEUUUU !!!) pensou Magali. Cascão e Magali decidiram sair de fininho da cena, deixando o casal a sós. Fim do 44º capítulo

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:
Velha Infância - Os Tribalistas
http://www.youtube.com/watch?v=nJYZl1Ewoxk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Tempo Irá Dizer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.